sábado, 31 de janeiro de 2009

JANEIRO FORA, MAIS UMA HORA!

Fotografia de Ian Britton

Ui, o que gosto deste provérbio! Findas as festas, retomam-se as rotinas e Janeiro tem muitas, até demais, com chuva, frio, nevoeiro, gelo e neve. (cóf, cóf... não vou repetir queixinhas...) Mais a parafernália das gripes, resfriados, constipações e hospitais atulhados! (ai, ai, ai, isto num país de queixosos 'tá sempre a dar...) E noites longas, que não significam saídas nocturnas, passeios ou divertimentos, mas tão somente que anoitece cedo, tão cedo que mal se vê o sol raiar...

Daí esta frase soar a um entardecer cada vez mais adiado. Com mais sol, cor e alegria fora de quatro paredes! Aos poucos largamos as mantinhas, os aquecedores, o crepitar dos toros na lareira (para quem tem) e partimos para o exterior. Bom, muito bom, que livros e filmes encontram-se sempre disponíveis para quem os ama, não como única alternativa da invernia e do "sem-nada-para-fazer"!

Mudando de assunto, a SU, do blogue "Teia de Ariana", concedeu-me estes dois prémios, que distribuo por TODOS os visitantes "linkados" na faixa lateral.












Tal como afirma outro ditado popular, "não há dois, sem três", e a INÊS, do blogue "Anjodemónio", também me atribuíu este, que tem para lá umas regras extensas e complicadas, para as quais (desculpa, Inês) me estou rigorosamente nas tintas. Para "avaliações" já bastam todas as outras que encaramos no dia a dia. Como sempre, distribuo por TODOS os favoritos e espreitados, que maneiros são todos os que visito quase diariamente, cada um à sua maneira...

Agradeço a ambas, queridas amigas! A organização das imagens também não está lá essas coisas, mas depois de muito "corta e cola" foi o que consegui arranjar.

Bom fim de semana para todos!
(que a Primavera não tarda a chegar... também para rimar!)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ARMADILHAS URBANAS

Lembram-se daqueles filmes americanos em que um protagonista é perseguido por bandidos, dentro de um edifício deserto, e tenta a todo o custo encontrar uma saída? Pois esta história é idêntica, sem bandidos, mas verídica...

Uma amiga minha teve de se deslocar à zona de Almada e decidiu estacionar o carro num parque subterrâneo de uma área comercial. Estranhou que apenas lá estivesse uma carrinha parqueada, mas como eram 9 da manhã calculou que a hora não fosse de grande movimento. Entrou nas escadas, subiu um lance, tentou abrir a porta e nada. Subiu outro lance, outra porta: também trancada. Aí resolveu descer as escadas e sair por onde entrara. Susto dos sustos! Era uma porta corta-fogo... que só abria do lado de fora!

Aí teve uma sensação de pânico: ninguém sabia onde ela estava e, pelas suas contas, só dariam pela sua falta quando não fosse buscar a filha ao ginásio, cerca das 19 horas!!! Telemóvel? Só chamadas de emergência! "Mas isto é uma emergência, não posso ficar aqui fechada!", pensou.

Ligou e a operadora atendeu. Atabalhoadamente lá explicou a situação e a outra aconselhava-a a ter calma:
- Onde é que está?
- Estou no local X, em Almada.
- Ah, X não fica em Almada, mas no Pragal...
- É isso, no Pragal!
- Então vou contactar os bombeiros da zona...

Voltou a ligar uns 10 minutos depois, com receio que se tivessem esquecido.
- Ah, não se preocupe, que os bombeiros já aí estão à sua procura, na escada.
Subiu novamente o lance e encontrou-os no piso -3, que ela julgava ser o piso 0, juntamente com o gerente, que pediu muita desculpa mas eram ordens que tinha, cozido e frito.

Resumindo: as portas corta-fogo estão lá por exigências legais, as outras estão trancadas para evitar a ladroagem e qualquer um pode cair naquela "armadilha" e ficar lá trancado sabe-se lá quanto tempo... sobretudo, se não levar telelé!



Plain White Ts - "Hey There Delilah"


Imagem daqui.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

NEVOEIROS

Fotografia de Ian Britton

Um dia Sebastião partiu todo lampeiro para a guerra. O rapaz era assim um pouco frouxo dos miolos - suspeita-se que devido aos múltiplos casamentos consanguíneos na nobre família - mas teimoso comó caraças. Além de que perante uma Corte de lambe-botas, acreditava piamente (sim, que também era muito pio!) que a guerra se assemelhava às lutas que fazia lá no quintal do palácio com súbditos e vassalos - que o deixavam ganhar a bicicleta para não arranjarem chatices - ou, quando muito, a uma empolgante caçada ao javali. E ainda não andava por lá o Solnado, para lhe encher as ideias da facilidade daquilo.

Quem rondava por aquelas bandas era um tal de Camões, poeta e escritor quase sempre falido, (ná, não é de agora!) que resolveu contar ao jovem rei uma história da carochinha intitulada "Lusíadas". Oh, que entusiasmo e satisfação, igual à de todos os adolescentes imberbes e com a cara coberta de acne, que, ao saírem de um filme de kung-fu, vão dando desajeitados pontapés para o ar e urrando uns "IÁHS!" em lutas imaginárias. Na hora, decidiu: "Vou conquistar África!" Foi e... voltou! (ah, julgavam que a historieta acabava já aqui?!)

Enfim, a primeira incursão por terras africanas até não correu mal de todo, entreteve-se lá a matar uns mouros e uns porcos selvagens (uns e outros não devem ter achado muita piada, mas há sempre pontos de vista diferentes), mas depois uns fidalgos aconselharam-no a voltar para casa, que é como quem diz castelo, porque vinha aí o Inverno e que ia fazer frio. Num fugaz momento de lucidez, assim fez! Com tanto azarito, que consta que a expedição se perdeu na viagem de volta ao reino, desaparecida no mar tormentoso durante uma semana ou coisa. Passada a tempestade, a sua nau atraca numa manhã de nevoeiro - et voilá! - inicia-se uma lenda, perpetuada durante séculos por um povo muito crédulo...

Uns (poucos) anitos mais tarde, quando já devia ter mais juízo, chegaram-lhe aos ouvidos umas intrigas palacianas, que confirmavam que um tal de José Cid e um Quarteto (de) 1111 lhe iam gabar as glórias numa canção.

- Ui, tão antigo assim?! - exclamou, estupefacto, mas impante de vaidade - Então vou ali até Alcácer-Quibir e já volto...


AVISO - Qualquer semelhança entre personagens, locais e... blá blá blá... é mera coincidência!


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

PERGUNTA À TOA

Fotografia de Ian Britton

A pergunta é a seguinte:

- É ou não é ilegal fazer downloads de filmes para ver em casa?

Obviamente, todos os amantes da 7ª Arte preferem o cinema visionado numa sala confortável, escura e sem interrupções que desviem a atenção do grande ecrã. Mas, há sempre um mas, raramente têm a possibilidade de assistir a todos, por motivos evidentes: pessoais, profissionais, de acessibilidade ou de horários. Para não falar na dinheirama que se gasta...

Por outro lado, agora que já foram decididos os Globos de Ouro, que estão nomeados os candidatos aos BAFTA londrinos e aos Oscares de Hollywood - com cerimónias marcadas para 8 e 22 de Fevereiro, respectivamente - alguns desses filmes ainda não se encontram em exibição nas salas portuguesas. Nas vésperas, todos os cinéfilos amadores largam tudo para se encafuarem no cinema? Qual é a ideia? Privilegiar apenas os críticos profissionais, que com as suas opiniões "abalizadas" tecem comentários incompreensíveis sobre ângulos de câmara, assim ou assado? Nada contra eles, lógico, que apreciam ser juizes e dar estrelinhas, conforme as suas predilecções e conhecimentos.

Mas, há sempre um mas, também gosto de opinar como simples amante de cinema, mas (mais outro) tendo assistido a todos os que concorrem a estas estatuetas. E ai volto à questão inicial, qual pescadinha de rabo na boca:

- É ilegal ou não?

(e já agora, quais seriam os direitos de autor espoliados, por filmes que não se conseguiriam ver de outra maneira?)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

HOUVE TEMPOS...


... em que o casamento era para toda a vida!
... em que o divórcio não era permitido!
... em que as crianças podiam ser consideradas ilegítimas!
... em que os moralismos possuíam uma importância vital!
... em que a homossexualidade aparentemente não existia!
... em que o aborto era crime!
... em que as leis vigentes ditavam essas regras, distantes da realidade!

Facto é que mudar mentalidades sempre foi um processo moroso e lento, muito leeeeento, que a adaptação a novas situações é difícil, mas não impossível...

Num caso que conheci, uma menina de 10 anos revoltou-se com a separação e divórcio dos pais. Irrelevante o porquê, que em questões de casamento cada um sabe de si. Apesar da divisão do tempo passado com o pai e a mãe, continuou a estudar no mesmo colégio católico, sem que por isso tivesse sofrido qualquer discriminação. Aos poucos, a revolta foi amenizando. Cerca de um ano depois chegou a casa muito satisfeita e explicou a razão: "Na minha turma já somos mais filhos de pais divorciados, do que de casados!" Ah!!! O importante era não pertencer à minoria...

Na verdade, os rios correm para o mar!!!

domingo, 25 de janeiro de 2009

A MINHA AMA VESTE CALÇAS

Há livros chatos e outros livros chatos! Alguns são muito filosóficos, cheios de ideias buriladas e rebuscadas, quando chegamos ao fim só percebemos metade e ficamos com uma vaga sensação de culpa, por não sermos tão espertos quanto pensávamos. "A Minha Ama Veste Calças" não se insere nessa categoria, mas na outra: dos que são chatos de tão previsíveis, no início já sabemos como a historieta vai acabar, com maiores ou menores variantes pelo meio...

Está certo que é fácil de ler, numas férias de Verão se calhar até sabe bem, permitindo uma leitura descontinuada entre mergulhos, petiscos, jantaradas, com umas piadolas pelo meio a ajudar a descontrair. Um romance de cordel a dar para o modernaço, escrito por Holly Peterson, uma produtora televisiva americana em que a personagem central é... uma produtora televisiva! Basta esse grande e fabuloso exercício de criatividade, para entender a "subtileza" do que se segue: a mulher trabalha e é mãe de três filhos, vive na alta sociedade novaiorquina, rodeada de dondocas e casada com um advogado conceituado, sempre ausente, que só pensa em ganhar mais e mais dinheiro, na compita permanente com os outros ricalhaços, que falam de aviões particulares como se fossem apenas um pires de tremoços. Para colmatar as ausências paternais contrata um homem para servir de ama-seca, uma vez que percebe que o filho de 9 anos está a necessitar de uma presença masculina por perto, especialmente na área desportiva. O ama-seca é giraço, irreverente e cativante... Não é preciso acrescentar mainada, pois não?

Talvez fosse divertido, se não tivesse mais e melhores livros para ler! 478 páginas? Enfim, não deu azo a grande discussão no "Clube de Leitura", embora houvesse quem o achasse engraçado. O próximo título a discutir será "Regressar a Casa" de Rose Tremain, a 28 de Março.

Este, na minha modesta opinião, é completamente descartável!!!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

6 HISTORIETAS

Fotografia de Ian Britton

Este desafio partiu da Teresa e da Su, dos blogues "Ematejoca Azul" e "Teia de Ariana", respectivamente. Consiste em linkar quem nos desafiou e contar seis coisas aleatórias sobre nós, para além de nomear seis bloguistas. Passo a todos que o queiram apanhar, uma vez que já o encontrei em vários outros blogues e nem todos apreciam estas brincadeiras.

Seguem as respostas:

1. As minhas primeiras recordações datam dos quatro anos de idade, numa viagem de navio a Inglaterra. Porquê? Porque, como menina sossegadinha que sempre fui, andei por lá a dar cambalhotas no convés, até ficar com um torcícolo...

2. No dia 25 de Abril de 1974 permaneci quase todo o dia deitada na cama, com uma otite. Inglório! A história do país a dar uma reviravolta de 180º e eu ali estendida e febril...

3. No regresso da minha viagem de finalistas de liceu, a Londres, devia ser a pessoa mais feliz no aeroporto. Durante 7 dias a malta fartou-se de palmilhar a cidade, comer e dormir mal, como é suposto. Quatro colegas tinham sido detidos pela polícia, por gamarem umas inutilidades nos grandes armazéns londrinos, nessa mesma manhã. O vôo no avião charter foi algo turbulento - e assustador, com as hospedeiras a não conseguirem sentar o pessoal mais irrequieto. Houve enjôos e três raparigas desmaiaram e saíram em braços do aparelho. Mas a alegria de voltar a pôr o pé em chão firme consegue milagres!

4. Sou capaz de andar quilómetros para não me enfiar no metro. Certa vez fui a uma matiné no cinema Tivoli, com uns amigos, quando saímos o trânsito estava caótico, filas enormes para os autocarros e chovia. Eles não quiseram deixar-me sozinha, voltámos a pé para Benfica (na altura ainda não existiam GPSs, mas a distância deve rondar os mais de 3 Km). Só havia um guarda-chuva, chegámos a casa todos completamente ensopados. Coitados!

5. Menti descaradamente a um antigo patrão: disse-lhe que estava mal disposta e que precisava ir para casa. O que é que podia fazer? Contar-lhe que ia responder a um anúncio para um emprego melhor? Com tanta sorte que esbarrei com um colega da empresa, na rua, à saída da entrevista! Expliquei-lhe a situação e ele não "bufou"...

6. Uma vez fui a um dentista e, numa primeira consulta, brocou-me o dente e a língua. Nunca mais pus os pés naquele consultório! Onde é que o encontrei largos anos depois? Numa festa de aniversário, em casa de amigos, como marido de uma outra amiga. (raramente me esqueço das pessoas, muito menos daquelas que já me brocaram a língua!)

Para além do desafio, dedico uma musiquinha à Parisiense, que hoje comemora o seu aniversário. Imagino que divertida, por ser decalcada do "Você abusou" brasileiro, e por ainda serem notórias as sequelas do Maio de 1968...:



"Fais comme l'oiseau" - Michel Fugain e "Big Bazar"

Um dia muito feliz para ti, nina!

BOM FIM DE SEMANA!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

QUANTOS SEREMOS?


É raro colocar poemas neste canto, mas enviaram-me este por mail (obrigada, Paula) e não resisti, dada a sua actualidade:

QUANTOS SEREMOS?

Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um só que fosse, e já valia a pena
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!

Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.

E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.

Miguel Torga

Este grande escritor e poeta do século XX nasceu em 1907, com o nome Adolfo Correia Rocha, vindo posteriormente a adoptar o pseudónimo Miguel Torga. Segundo consta na Wikipédia, "Miguel" para homenagear Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno, enquanto "Torga" é a denominação de um arbusto que cresce nas montanhas, semelhante ao da foto, também designado por urze. Morreu há 14 anos.


Fotografia da net.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A NOSSA CASA!


Para desgosto da minha mãezinha, nunca fui um aprumo de arrumação e de organização. Nem da limpeza, porque, segundo os parâmetros dela - que não dorme se imaginar que tem um resquício de pó no cocuruto do armário da sala - a minha casa não passaria no "teste do algodão". Ralada? Nem por isso! Aliás, nunca percebi este género de obsessões, especialmente porque sempre me entendi melhor no meu "caos" do que ela nas suas gavetas ultra-hiper-super-arrumadas. E sendo o filhote atreito a alergias, se a limpeza não fosse q.b., muito teriamos de caminhar para médicos e hospitais... Adiante!

Então ontem resolvi organizar aqui uns livros e papeladas - a net estava em fase de negaças, sabe-se lá porquê - muito satisfeita com a minha nova agenda e mais umas canetas coloridas que irão servir para anotar os aniversários de todos os amigos pessoais e virtuais, a par de outros memorandos. Tenho muito boa memória, modéstia à parte, normalmente não preciso conferir para saber a data, mas utilizo essa "rede" de apoio. Para quem já perguntou...

Para os aniversariantes de hoje, segue uma música de 1970 (ou por aí):

Our House - Crosby, Stills & Nash



À Paulinha (ai, ai, vivo rodeada de Paulas), amiga pessoal e madrinha do filhote, e ao Matchbox31, amigo virtual, desejo um dia muito feliz!

E que todas as casas sejam mais do que isso: um lar, onde nos sentimos bem!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

TRANSFORMAÇÕES FANTÁSTICAS...


Já alguma vez viram aqueles programas de televisão fantásticos, em que uns estilistas transformam "gatas borralheiras" em perfeitas "cinderelas" ou uns gajos desmazeladões em príncipes encantados? E não, não estou a referir aqueles que realizam cirurgias estéticas, que essa já é outra conversa.

Então os candidatos à transformação, normalmente, rondam os 30/40 anos, mas vestem-se como se ainda andassem no liceu - t-shirts e sweat-shirts largas e com bonecagem, calças e calções largos, fatos de treino, ténis e chinelos a condizer com o "equipamento". De quando em vez guardam no armário uma peça mais sofisticada, tipo um vestido de seda de padrão alagartado para ocasiões especiais, ou um fato saia casaco a lembrar as fardas da tropa do Mao. Eles conseguem encontrar uns blusões axadrezados, que não condizem com nada mas "'tá-se bem!", um fatinho cheio de pimpineiras, umas camisas às riscas e botas de paraquedistas também não costumam faltar.

As cabeleiras de quase todos parecem já não ver tesoura (nem pente?) desde o século passado, aliás, usualmente assemelham-se bastante a esfregonas. Elas não utilizam maquilhagem nenhuma, eles têm pilosidades a sair por quase todos os poros!

Aí chega o batalhão de estilistas, muitos com gritinhos histéricos, e dão um banho (não só de lojas) a toda a malta, tratamento completo de cabeleireiro/barbeiro, manicure, esteticista e maquilhagem. Fotografam e filmam o antes e depois, et voilá, conseguiram um milagre...

Ora, assim, até eu conseguia ser fada-madrinha!!!


Fotografia da Kavewall

domingo, 18 de janeiro de 2009

A OUTRA LUZ DE BENJAMIN

Fotografia de Ian Britton

E se em vez de caminharmos todos na direcção da "luz do fim do túnel", surgisse alguém a percorrer esses passos de forma inversa, nascendo envelhecido e rejuvenescendo cada dia? A ideia não é nova, partiu de Mark Twain e foi desenvolvida num pequeno conto de 1922 por Scott Fitzgerald (que não li, a informação é da net).

Esse é o princípio base do último filme de David Fincher, "O Estranho Caso de Benjamin Button", que conta com um elenco de luxo: Brad Pitt, Cate Blanchett, Taraji B. Henson, Julia Ormond e Tilda Swinton, nos papéis de maior destaque. Como se não bastasse, Eric Roth assina o argumento (de parceria com Robin Swicord) deste drama fantástico. Quem é ele? O nome do argumentista de "Forrest Gump" e d' "O Encantador de Cavalos", entre várias outras películas não vos diz nada? O cinema tem essa fachada: na ribalta estão os actores e o realizador em primeiro plano, tende-se a esquecer que sem uma boa história não há qualquer realce a dar!

O filme começa em New Orleans, quando uma idosa hospitalizada pede à única filha que lhe leia um diário guardado dentro da sua maleta, num dia de tempestade. O mote consiste num relógio concebido para funcionar no sentido inverso dos ponteiros e vai contando cada tic-tac na vida de Benjamin, ao longo do século XX até ao alvorecer do XXI. Tal como esse tiquetaquear, ele vive num percurso contrário ao de todos que o rodeiam: enquanto os outros envelhecem, ele rejuvenesce! Com a consciência de ser diferente...

Segue o trailer legendado, para quem tiver curiosidade de espreitar:



A evolução da História e da música no século passado, o enredo misterioso e intrigante (a que não falta um "Rosebud" final) e a dupla de "Babel" contribuem para um delicioso e encantado momento de cinema.

ADOREI!!!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

EU JÁ... PASSEI PELA BLOGOSFERA!

Fotografia de Ian Britton

Vou já avisando que se trata de mais um desafio (da VAN, who else?), em que é suposto relatarmos coisas que fizemos ao longo da vida. Ora como "cota" que se preze já tem um currículo cheio de vivências pessoais e profissionais - umas boas, outras longe disso - resolvi resumir às "experiências" porque já passei na blogosfera (esquecendo as óbvias, evidentemente):

Eu já... desconfiei de um "turco"... (eh, eh, eh!)
Eu já... recebi um comentário de uma hipotética suicida.
Eu já... apaguei spams e links!
Eu já... fui "corrida" de um blogue, por não pertencer ao grupo de amigas...
Eu já... estive "à nora" com postagens.
Eu já... pedi ajuda informática (obrigada, Vício) e também ajudei, no que sabia.
Eu já... troquei marcadores de livros e mails.
Eu já... discuti, virtualmente!
Eu já... chamei "serigaita" a uma gaja! (merecido pelo que escreveu, nada contra ela)
Eu já... vi uma homenagem póstuma sincera, devido a uma brincadeira de mau gosto.
Eu já... conheci alguns bloguistas e gostei de os conhecer "ao vivo e a cores".
Eu já... colaborei com textos para outros blogues.
Eu já... tive um comentário meu apagado.
Eu já... participei numa postagem conjunta.
Eu já... concordei e discordei com opiniões alheias - não digo ámen a tudo o que leio.
Eu já... lamentei o afastamento de alguns... mas cada um sabe de si!
Eu já... troquei informações e conhecimentos que considerei úteis para todos.
Eu já... experimentei várias sensações na blogosfera (entre muitos risos e algumas tristezas), mas não pretendo desistir tão depressa do meu canto! Que não é do cysne: é meu e vosso...

O desafio segue para quem o quiser apanhar!

Não referi acima, mas também obtive bastantes prémios blogosféricos, suponho que este é o 23º, se não me enganei na contagem! Foi-me atribuído pelo EMATEJOCA AZUL, e é só para mulheres diferentes (escusam de perguntar porquê, porque não faço a mínima ideia):

Obrigada, Teresa! Claro que tem lá aqueles regras pouco simpáticas de nomear apenas algumas, mas como para mim todas as mulheres (e homens) são diferentes, distribuo pela ordem da última actualização (ou mais ou menos):

Parisiense, Van, Diabba, Pax, Cusquinha, Inês, Teresa Durães, Sun, Laurinha, Myllana, Escarlate.Due, Leonor, Pascoalita, Safira, Su, Tons de azul, Capriccio, Kátia, Gatinha, Ahlka e Lopesca.

Para quem o queira aceitar! Para todos, desejo um...

BOM FIM DE SEMANA!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

NA MINHA RUA, MANDO EU!

Fotografia de Ian Britton
(Bergen, Noruega)

Há um complexo qualquer de ser dono e de mandar, que atinge portugueses insuspeitos de qualquer posição de chefia! Alguns são apenas taralhocos ou velhos, ou as duas coisas em simultâneo, mas facto é que agridem tudo e todos sem consequências de maior. Adiante!

Numa recente visita de estudo, mero passeio pelos bairros típicos lisboetas, a professora estava entusiasmada em mostrar a cidade e a convivência entre as várias etnias que aqui habitam e trabalham, para futura discussão na aula. Ia fotografando os locais por onde passavam, dinâmica e animada, sem reparar nos olhares "de lado" que o grupo causava, incentivando os alunos a também tirarem as suas fotos. Jovens, com certeza barulhentos, a turma suscitou uma grande animosidade local, a meio da tarde. Que era proibido fotografar no centro comercial, tudo bem, acataram. No quiosque de rua, a velhota lá dentro começou por insultar a rapariga que clicou a primeira foto, seguiu-se um chorrilho de palavrões para todos, professora incluída. Mas faltava a cerejinha no topo do bolo, vinda de uma mulherzinha pendurada na janela (e não é que estão todas?!):

- Oh, 'miga, qué que 'tá a fazer?

Delicada, a professora ainda respondeu que só estava a fotografar a rua, mas lá veio mais saraivada de palavrões, ameaças de que era proibido e ainda uma espécie de desabafo de que "estes 'turistas' não têm mainada p'ra fazer?!"

Professores e alunos são maus? Pois! E o que dizer dos que se consideram donos da sua rua? Tenho aqui umas palavrinhas debaixo da língua, mas não digo... mainada!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

CLARO COMO ÁGUA

Não sou adepta de teorias, muito menos do absurdo, mas há que pôr os pontos nos is, para ficar tudo claro como água. Ou crystal clear, que deve ser daí que advém a expressão pouco clara, que talvez devesse ser traduzida por límpido como o cristal ou cristalino como a água. Sim, porque a água não é clara, quando muito é incolor, transparente ou cristalina. Ou lamacenta e poluída, mas aí já não tem a ver com a tradução propriamente dita, mas com rios e riachos em que são despejados produtos tóxicos, ou porque as chuvadas descarregaram terras lá das suas margens. E convém não beber dessa, que dizem que faz mal. Mas quer dizer, hoje em dia tudo faz mal, o que é que sobra? Folhas de alface e frutos, desde que de hortas biológicas, sem utilização de adubos, conservantes e pesticidas. Claro que pode vir lá um bichinho dentro, e aí adeus regime vegetariano, porque ai do bicho que passa pela goela de outro bicho. E quem prova começa a gostar de sair da dieta e não quer outra coisa, mas toda a gente sabe que a carne e o peixe estão a preços proibitivos, pelo menos os de qualidade, que o chicharro ainda é barato e já não é só para o gato. Sim, que os bichanos hoje em dia comem rações caras para xuxu, chicharro é mesmo para humanos, que não queiram ser vegetarianos. Ah, e claro, os produtos biológicos também são ao triplo do preço dos outros, mas isso não interessa nada, se se quiser ter uma vida saudável. Gasta-se no tacho, para não gastar na farmácia como cantava e achava o Solnado. Clarividente, o homem: aquilo deve ser de família! Bom, mas onde é que eu ia? Ah, sim, que se tem de ganhar dinheiro, preferencialmente muito, para sustentar a gulodice de se comer do bom e do melhor, sem dietas, ou em dietas com todos os predicados. Aonde é que isso é possível, se não se quiser adoptar uma vida de lavrador, pescador ou criador de gado (quiçá, tudo em simultâneo)? Simples! Concorre-se ao "melhor emprego do mundo" e vai-se ser zelador de uma ilha australiana durante seis meses, com um opíparo ordenado de 75 mil euros, mais coisa menos coisa. É chato, porque já há muitos concorrentes à função de passear pela ilha, nem se percebe porquê!!! Talvez por as exigências para o cargo serem grandes: é necessário saber falar e escrever em inglês. Com 200 mil candidatos nas primeiras 24 horas, era bom que investigassem bem se realmente todos conseguem articular mais de três frases seguidas. E se, no caso de serem portugueses, traduzem crystal clear por claro como água...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

TRUQUES MÁGICOS...

Já referi que adoro espectáculos de magia, quer ao vivo, quer na televisão? Mesmo aqueles truques fáceis, com cartas ou a fazer desaparecer pequenos objectos numa roda de amigos, fascinam-me! Especialmente pela habilidade e engenho necessários para iludir os espectadores - meia dúzia ou uma plateia inteira!

A ilusão óptica colectiva faz com que tente imaginar como será efectuada, assim fico sempre à caça do que os mágicos escondem: se exibem ostensivamente algo numa mão, olho para a outra, porque é lá que deve residir o segredo...

De vez em quando, diria até que raramente, descubro-o. Encantada pela simplicidade do passe!

Claro que na televisão podem servir-se do recurso às câmaras, só mostrar o que é suposto as pessoas verem, portanto perdem a piada. Mas este foi apresentado num concurso de talentos nos EUA, não é provável que público, júri e restantes concorrentes estivessem todos de conluio com o mágico Kevin James:



Se alguém souber explicar como é realizado, agradeço...

Obrigada, Bita!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

RECLAMAÇÕES!

Fotografia de Ian Britton

Vou apresentar várias reclamações:

A primeira, dirigida a vários meteorologistas, que andaram prái a anunciar neve em Lisboa e Algarves no fim de semana. Realmente esteve um frio de rachar, mas neve nem vê-la! Não bastava olhar para o céu sem resquícios de nuvens?! E não, não a envio ao São Pedro, porque pelo menos ele não andou aí a vaticinar o pouco provável!

A segunda, a todos aqueles que andam a fazer "pirraça" com os nevões que caem nas suas redondezas. Já não bastavam os meteorologistas, não?! (e sim, gostava de ver nevar em Lisboa, que só vi uma vez e apenas por uns minutinhos, que derretia rapidamente assim que pousava no pavimento ou nas árvores - nada semelhante à imagem da foto!)

A terceira, envio a mim própria. Quem me manda ficar a ver os Globos de Ouro até às tantas da matina?! A maior parte dos filmes ainda estão por estrear cá no burgo, as séries nem sei quais são ou se passam na televisão portuguesa e o ritmo acelerado de toda a cerimónia, a par de longos agradecimentos à enorme equipa, torna-se algo entediante!

Bom, mas já que fiquei de plantão (mea culpa), aqui seguem alguns momentos a reter:
- Kate Winslet ganhou dois Globos: melhor actriz secundária e principal em drama, respectivamente por "The Reader" e "Revolutionary Road". Ela própria considerou que tem a vida facilitada por ter dois homens na sua vida - o seu marido, Sam Mendes, e Leonardo DiCaprio, com quem mantém um "romance" há 13 anos...
- Tina Fey, uma das laureadas pela série de comédia televisiva "30 Rock", comentou que "quando se sente muito bem com ela própria basta ir à Internet, que assim encontra uma data de gente que a detesta." Sensação engraçada, no mínimo!
- "Slumdog Milionaire", que ganhou o galardão de melhor filme de drama e noutras categorias importantes, sendo independente e mais indiano ou europeu que americano.
- Wall-E, pois está claro, pelo melhor filme de animação!
- Heath Legdger como melhor actor secundário, postumamente aplaudido de pé.
- Para finalizar, não sendo nada suspeita de "simpatizar" com Mickey Rourke (aliás, com um visual irreconhecível), premiado como melhor actor de drama em "The Wrestler", pelo agradecimento que fez aos seus cães com uma frase do género: "quando um homem está só, às vezes só tem os seus cães!"

Dado o adiantado da hora, as traduções sairam mais com o feeling do que com as palavras proferidas. Todas as reclamações deverão ser dirigidas à gerência deste blogue que, neste momento, está ocupadíssima a resson... Oops!... a ponderar!

domingo, 11 de janeiro de 2009

A TROCA

O novo filme de Clint Eastwood - "A Troca" ("Changeling", no título original) - relata uma história verídica, onde Angelina Jolie, John Malkovich, Jeffrey Donovan, Michael Kelly, Denis O'Hare dão vida às personagens reais no grande ecrã, no argumento assinado por J. Michael Straczynski.

Em Março de 1928, ao regressar do emprego, Christine Collins não encontra em casa o seu filho Walter, de 9 anos. A aflição da mãe não encontra correspondência nas forças policiais violentas e corruptas da época, denunciadas sistematicamente num programa radiofónico pelo reverendo Gustav Briegleb. Contudo, cinco meses depois, para demonstrar a eficácia dos seus serviços num imenso golpe publicitário, a polícia anuncia ter encontrado o rapaz e entrega-o a Christine perante inúmeros jornalistas. Com o "pequeno" senão de aquele não ser o seu filho...

Avisa-se que o trailer pode dar a entender algumas das sequências finais da película, pelo que se desaconselha a quem o quiser ver:



Um drama que poderá conferir a Angelina Jolie mais um Globo de Ouro, na cerimónia de entrega que se realiza já hoje nos EUA (aqui na madrugada de segunda-feira, dada a diferença horária), que costuma ser uma espécie de aperitivo para os Oscares, que este ano terão lugar a 22 de Fevereiro. Ambas transmitidas em directo no AXN.

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PARABÉNS aos dois aniversariantes!

O de ontem "parabenizei" por via indirecta, por supor que não gosta de "badalações"...
Mas olha que não dói nada, OK? :)))

Ao de hoje desejo um dia muito feliz e a continuação de bons SUSHIs! :D

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Fotografia da Sapo

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

8 SONHOS!


Bem sei que há quem não goste de desafios, nem de sonhos (exceptuando os comestíveis na época natalícia, e nem todos...), mas uma verdadeira apreciadora aceita alguns de bom grado! Este partiu do FAUSTO (da SAFIRA e do RAFEIRO também, embora não directamente), já no ano passado, e tem lá umas regras e tal e coisa que vou passar adiante. Consiste no seguinte: explicar quais são os 8 (apenas 8) sonhos que pretendemos realizar!

Não cabe aqui falar da paz ou do fim da fome mundial, de ganhar euromilhões, totolotos e afins, do Benfica ganhar todos os campeonatos, taças, ligas e tudo e tudo, que certamente ficaria satisfeita e contente! Concentração apenas na esfera pessoal, embora alguns "planos" dependam do vil metal...

1º Tirar um curso de fotografia, que estas máquinas digitais são muito complicadas! (a propósito, a foto foi tirada no Verão passado);

Escrever, escrever sempre, aqui como noutros meios... (tara antiga!);

Viajar pelo país e pelo estrangeiro, preferencialmente sem ser de avião, e fazer um cruzeiro no Mediterrâneo (enquanto isso não acontece, suponho que este ano não vai falhar um mini-cruzeiro num barquito como o da foto, pelas grutas algarvias...);

Ler todos os livros que estão "pendurados" nas prateleiras da estante, mesmo descontando os de consulta (ui, este é difícil, que actualizei a lista no final do ano passado e contabilizei 1213 títulos, embora muitos já tenham sido lidos);

Ver novos e interessantes filmes no cinema, sem perder muitos;

Conviver com familiares e amigos (pessoais e virtuais), regularmente!;

Dormir sossegadinha na almofada, sem dívidas a ninguém...;

8º... e que haja FELICIDADE e ALEGRIA, em todo este processo!

E, claro, o desafio segue para aqueles que o queiram apanhar...

ÓPTIMO

FIM

DE

SEMANA

PARA

TODOS!


quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

OUTRAS FESTAS...

Fotografia de Ian Britton

Tal como no ano passado, mais uma vez vou pedir que me digam quais são as vossas datas de nascimento (ano excluído, se assim o preferirem). Ah, e tal, não gostam de badalações, nem de festas de aniversário? OK! Não vou badalar por aí aos quatro ventos, nem aqui. Quando muito, limito-me a "parabenizar-vos" nos vossos cantos, pode ser? Pessoalmente, adoro fazer anos e comemorar...

Por outro lado, tenho uma pancada grande (se fosse só essa...) por Signos do Zodíaco! Coisas que vêm da adolescência, com uma amiga que tinha a mania que adivinhava o futuro através do signo zodiacal e chinês, quiromância, cartas de jogar e mais umas coisas que inventava. Só lhe faltava o turbante na cabeça e a bola de cristal! Obviamente, as crédulas do costume acreditavam piamente nos seus vaticínios! Já ultrapassei essa fase - e ela também, que resolveu dedicar-se à advocacia (ou coisa do género, que já não a vejo há largos anos) - mas esse misticismo dos signos... pois... tarda em desaparecer completamente!

A música de fundo dessas credulidades juvenis podia ter sido esta, ainda em vinil - "Wizard", do álbum "Demons and Wizards", dos Uriah Heep (também uma diabólica personagem de Dickens):



Por cá... só preciso arranjar uma nova agenda, para inscrever o vosso nickname ou nome (como na tropa, está claro)! :)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

UM GRANDE ARTISTA!

Fotografia de Ian Britton

Aos 15 anos decidiu que ia ser artista. Não assim qualquer um, de meia tigela, mas uma grande estrela de Rock, com milhões de fãs em todo o mundo, que o aplaudiriam de pé no final dos seus grandiosos concertos. Viajaria por todos os cantos do planeta e enriqueceria. Viveria rodeado de mulheres lindíssimas, que adorariam satisfazer-lhe todos os seus desejos em cada momento... Já escolhera até o seu pseudónimo artístico, que faria empalidecer de inveja todos os sucessores dos Beatles - ASAP - sigla que correspondia às letras do seu próprio nome, como oportunamente esclareceria à imprensa!

Artur não era (apenas) um pateta sonhador, antes pelo contrário, empenhava-se a fundo nas suas decisões. Continuava a estudar obtendo resultados mais que razoáveis, mas dedicava todos os seus tempos livres à música, encafuado no seu quarto horas a fio, compondo as canções que encantariam multidões. Claro que a vizinhança não concordava por aí além, reclamando com frequência. "Uns ignorantes!" - pensava com a costumeira modéstia - "Não percebem que as paredes distorcem o som e, além disso, que o trabalho de composição é um pouco repetitivo até se alcançar o som perfeito..." Também não o preocupava que a sua voz não fosse tão potente quanto gostaria, que não faltavam exemplos de cantores que nem voz possuíam. Nem o facto de ser baixo e franzino, com uma aparência banalíssima, acreditando piamente que a indumentária e a maquilhagem em palco seriam suficientes para cativar os múltiplos fãs.

Durante os anos em que estudou, acabando por se licenciar em engenharia informática, os pais não se opuseram às suas digressões roqueiras de Verão, embora a ideia inicial de se apresentar como one-man-band tivesse sofrido vários revezes, transformando-se numa banda de quatro elementos, que animava algumas festas de aldeia pelo país fora. "ASAP e Companhia" não obteve o sucesso retumbante desejado pelo grupo, a populaça preferia ouvir músicas conhecidas, teve de se remodelar o reportório para a satisfazer. Sempre tocavam uma ou outra das suas originais, perante a indiferença generalizada, mas o final da banda aproximava-se a olhos vistos... sem conseguir a fama e a dinheirama ambicionadas!

Nunca desistir sempre foi o lema de Artur Pedregulho, nem empregos ou mulheres o desmotivaram dessa busca incansável pelo seu ideal artístico. Teve vários relacionamentos amorosos, mas nada de prisões, que a música permanecia em primeiro lugar. Até ao dia em que fez 40 anos! Ao levantar-se, nessa manhã, o espelho parecia querer estrangulá-lo: "Onde é que julgas que vais? Olha bem para mim, oh tonto! Já reparaste bem no pneuzinho que ganhaste aí na barriga? Nas entradas que conquistam cada vez mais espaço no teu cabelo? Não estás a ver bem, pois não? Pois, estás a precisar de óculos!!!" E desapareceu, deixando a ex-futura-estrela-rock em momentâneo estado de confusão...

Encontrei-o no outro dia e irradiava felicidade! Casou, a única filha já está na primária. E confidenciou-me: "Sabes, terminei o meu primeiro livro!"

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O PERFUME


Apesar do título - "O Perfume - História de um assassino" - o livro de Patrick Süskind não desenvolve um policial propriamente dito, mas um romance estranho, que nos conduz através de um percurso olfactivo de aromas, odores e fedores, em várias regiões francesas do século XVIII.

A personagem principal, Jean-Baptiste Grenouille "nascido sem odor no lugar mais fedorento do mundo", a 17 de Julho de 1738, era o quinto filho de uma jovem mulher que mantinha uma banca de peixe no mercado de Montmartre, que sempre dera à luz "nados-mortos, ou quase", atrás da dita. A sobrevivência do recém-nascido (por um mero acaso) determina a decapitação da mãe, desenrolando-se, a partir daí, um atropelo de várias autoridades policiais e eclesiásticas a descartarem-se do bebé para uma ama atrás da outra. O rapaz cresce nesse ambiente de desamor constante, com a particularidade de não ter cheiro próprio, mas possuir uma capacidade olfactiva muito superior à dos comuns mortais. Um verdadeiro "nez", conforme o apelidariam actualmente os perfumistas, com a bizarra faceta de todas as suas ambições girarem em torno de perfumes, com que sonha um dia conquistar o mundo. Isento também de quaisquer outros valores, homicídios sem problema...

A maior parte das restantes personagens com quem se cruza parecem alegóricas dos mais nefastos sentimentos humanos, onde grassa a mesquinhez, a estupidez, a vaidade, a hipocrisia e a ambição, a par da notória divisão de classes sociais da época. Aliás, sem querer repetir o que se escreve na contra-capa do livro, o retrato das mentalidades e das vivências desse período histórico é brilhantemente alcançado pelo autor. Ou, pelo menos, no que imaginamos que devia ter sido!

A originalidade do livro provém da sua descrição sensorial, com larga primazia para o olfacto, a ponto de supor aromas no ar que julgava fruto da leitura empolgada dos últimos capítulos - bastante inesperados, diga-se de passagem! Mas nem por isso: os cheirinhos provinham de uma vela próxima, apagada, que ainda exalava odores a pinho, em que não tinha reparado anteriormente...

CITAÇÕES:

"E tomou súbita consciência de que não havia sido o caldo de pombo, nem estes imbecis rituais ventilatórios que o tinham transformado num homem normal, mas sim estas roupas, este corte de cabelo e um pouco de artifícios cosméticos."

"Suspeitou-se dos ciganos. Podia esperar-se tudo dos ciganos. Era do conhecimento geral que os ciganos faziam tapetes com pedaços de roupa velha, que utilizavam cabelos para encher almofadas e fabricavam bonequinhas com a pele e os dentes das suas vítimas. Um crime tão perverso apenas podia ser cometido pelos ciganos. Só que naquele momento não havia rasto de cigano numa distância de léguas em redor; fora em Dezembro que os ciganos haviam atravessado a região pela última vez."

"Ele era, na realidade, o seu próprio deus e um deus mais glorioso do que esse deus tresandando a incenso que habitava as igrejas."

domingo, 4 de janeiro de 2009

ASSASSINOS...

Fotografia de Ian Britton

... são todos aqueles que matam outros seres humanos!

Cúmplices são todos aqueles que assistem à matança, mesmo que num ténue apelo digam "vê lá, não faças isso!"

Quando os dirigentes de um povo - que já foi vítima de um genocídio histórico - se comprazem a mandar chacinar outras populações com todo o seu potencial bélico, argumentando (ou nem por isso) que é uma questão de defesa, ficam ilibados dos seus actos? Envergar a pele de simpáticos cordeirinhos ficava-lhes bem, se não desse para notar cada vez mais que são lobos sequiosos e famintos de carne e sangue. Ou até de vingança pelo que sofreram!

Isto não é política, não é religião, não é nada mais que CRIME!!! Com demasiadas cumplicidades...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

BOLT

Agora que as férias de Natal estão a acabar para a miudagem (e respectivos professores, evidentemente!) e que os boletins meteorológicos não convidam a passeatas, quem tenha filhos, netos, sobrinhos, afilhados, primos e outras crianças aborrecidas por não-terem-nada-que-fazer antes do recomeço das aulas, segue a sugestão de irem ver este filme da Disney.

Aqui a suspeita do costume - suspeita por ser fanática por desenhos animados, bem entendido! - aconselha vivamente uma tarde de cinema, para acabar com o tédio da criançada... Quer dizer, desde que já tenham largado as fraldas e as chuchas, quando não percebem pouco do que se passa no ecrã.

Bolt é um cão muito apegado à sua dona, mas ignora que as múltiplas aventuras que partilha com ela são obra de ficção cinematográfica nos estúdios de Hollywood, onde figura como super-herói. Por imperativos comerciais (ui, até aqui!), as cenas começam a ter finais menos felizes, até que a menina é raptada pelo cruel homem do olho verde e Bolt foge do seu cativeiro, com o intuito de a salvar. E aí o corajoso cão trava uma luta com a realidade, deparando-se com a perda dos seus "super-poderes"...

Esta é apenas a fase inicial do filme, como podem verificar no trailer. Obviamente, o restante desenrolar do argumento fica para quem o quiser ver!

DIVIRTAM-SE!


Fotografias da net.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

TOP +

Fotografia de Ian Britton

2009 é ano de eleições! Mas para não começar a falar já de coisas tristes, este "Top +" é relativo apenas aos que elegi como os melhores "momentos" de 2008, nos domínios...

... da LITERATURA (sem dúvida, o melhor livro que li este ano): "A Rapariga que Roubava Livros" de Markus Zusak.

... do CINEMA (ou do DVD): "Expiação". Sem post, uma vez que vários blogues amigos dedicaram textos ao filme na época, nada mais havendo a acrescentar.

... dos DESENHOS ANIMADOS: "Wall-E".

... dos PASSEIOS POR JARDINS (lisboetas): Estufa Fria (comparação relativamente fácil, uma vez que a maior parte dos jardins da capital está em estado de semi ou total abandono).

... da PINTURA e da ESCULTURA, apenas com uma visita cada, relembram-se estes eventos, respectivamente: "Ao vivo e a cores" e "Esculturas de areia".

... e, por último, da MÚSICA (indissociável ao ano de 2008, embora tenha sido lançada anteriormente):



Brandi Carlile - "The Story"