quarta-feira, 31 de outubro de 2007

O MENINO DANÇA?

Os rapazes adolescentes imaginam que as aulas de Educação Física servem apenas como recreio, para jogar umas futeboladas, ter umas noções de basquete, volei ou andebol, fazer umas corridas, quando muito efectuar alguns exercícios de ginástica. Mas estão enganados, que os professores têm um programa a cumprir, normalmente gerindo as diversas modalidades por períodos.

E quando toca a dança, os putos que corriam que nem uns desalmados atrás de uma bola, no período ou ano anterior, viram coxos! Um diz que tem a unha do pé encravada, o outro afirma ter uma lesão no joelho, um terceiro que está com tonturas e por aí adiante... todos na ronha. Ou seja, como não consideram um desporto macho – que nestas idades, dos 13 aos 16, acham muito importante evidenciar (não sei se será só nestas, mas pronto!) – comportam-se como se fossem uns mariquinhas! As meninas, está claro, ficam a dançar sozinhas.

Aborrecida com a situação, uma professora de EF, chamou as mães à escola, em segredo, para serem parceiras de dança dos respectivos rebentos. A iniciativa colheu os jovens de surpresa (desagradável)! Acabaram-se os coxos, a turma transformou-se em 100% dançante, para evitar novas visitas...

Para todos os professores que encontram métodos originais e criativos para ultrapassar estes preconceitos juvenis, segue o meu mais sincero aplauso.

-----
Já assinaram a petição internética que visa impedir Guillermo Hababuc Vargas de participar na Bienal Centroamericana de Arte a realizar nas Honduras em 2008? Para conseguir a projecção almejada, este “artista” recolheu um cão vadio e faminto, deixando-o “morrer” à fome e à sede durante uma exposição em Manágua. Não há provas que isso realmente tenha acontecido, mas só a ideia é de fazer inveja a qualquer bruxa ou mefistófeles, digno desse nome.

Para quem ainda o queira fazer, segue o endereço do blog do Van Dog, onde encontram na faixa lateral um apelo ao “Boicote ao Hababuc”, na rubrica “O local da semana”:
http://www.vdcartoons.blogspot.com/

Aproveitem para ler as últimas tiras de BD, que valem a pena!

terça-feira, 30 de outubro de 2007

ILUSÕES DE ÓPTICA

“Sei que pareço um ladrão,
Mas há muitos que eu conheço,
Que não parecendo o que são,
São aquilo que eu pareço!”

António Aleixo (1899-1949)

Francamente, imagino que nunca passou pela cabeça deste poeta popular o estranho de caso de um “jovem” que, enfastiado, um dia resolveu ir ao banco pedir um empréstimo de 12,5 milhões de euros. Que mais tarde o papá pagou, mas nem é muito relevante, que o “rapaz” já tinha sido parcial e temporariamente perdoado pela “gaffe”.

Nem que a malta desatasse a ter uma febre consumista de apartamentos de luxo, carros topo de gama, roupas de estilistas famosos, tudo do bom e do melhor. Pagar... pronto... depois logo se vê!

A imagem de marca actual só tem uma regra: é preciso (a)parecer!

E aí temos a televisão sempre pronta a aceitar de braços abertos gente desta laia, para dar as suas “doutas” opiniões sobre tudo e mais alguma coisa. Bem, sobre tudo não será exactamente, porque sem dúvida manifestam um total desconhecimento sobre matemática...

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

EÇA AGORA

A apresentação do livro “Eça agora – Os Herdeiros de Os Maias”, decorreu na Biblioteca Nacional, na passada quarta-feira, pelas 19 horas. Escrito a “14 mãos” por Alice Vieira, João Aguiar, José Fanha, José Jorge Letria, Luisa Beltrão, Mário Zambujal e Rosa Lobato Faria, da editora “Oficina do Livro”. As impressões do livro em si ficaram a cargo de Rui Zink.

A sessão deu azo a ironias e trocadilhos, num ambiente simpático e descontraído, com o humor irreverente de Zink a pontuar que assim que lhe deram o livro deparou logo num erro de capa: “Eça não se escreve com C cedilhado!” E continuou por aí adiante, explicando à audiência que tudo isso era natural, porque “os escritores portugueses davam muitos erros, o Saramago por exemplo punha vírgulas a mais (ahn?!... eu acho... cof, cof), isto devido a todos eles lerem pouco, para não sofrerem influências alheias.” Bom, se as palavras foram exactamente estas já não sei, mas não faz mal, dá para entender o mote inicial!

Esta é a terceira parceria destes sete escritores, que em 2005 publicaram “Os Novos Mistérios de Sintra” e em 2006 “O Código D’Avintes”, da mesma editora. Fãzoca de leituras leves e agradáveis - desde que bem escritas, está claro - e tendo lido e gostado das anteriores, desta vez fui convidada por uma amiga do peito, parente afastada (ou nem tanto!) de um dos escrevinhadores. Julgavam o quê, que tinha lá caído de pára-quedas, a agarrar que nem uma lapa os autores pelo colarinho, a especificar quais eram as minhas preferências literárias? Ná...

Como é fácil calcular, ainda não li o livro, apenas o folheei... Mas fica prometido um texto mais detalhado, assim que o acabar de ler!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O OUTONO DÁ SONO!

Muito! Demais!

Especialmente quando vamos buscar uma sobrinha à escola, meio adoentada, queixando-se de dores de cabeça – esquecendo-se de especificar que deu uma turra não sei onde.

Especialmente quando o server faz “greve”, sem desígnio nem hora marcada.

Especialmente quando o abrunho de um subempreiteiro qualquer corta os cabos de electricidade, que abastece a energia de toda uma zona bastante populosa.

Especialmente quando vamos ao cinema e o filme a que queríamos assistir já saíu de cartaz.

Especialmente quando familiares e amigos se encontram amorfos, saudosos de tempos anteriores, que não voltam mais.

Especialmente quando damos conta da nossa própria incapacidade de fazer rir ou sorrir, quem não tem vontade para tanto.

Uhhaaar!(bocejo) Fui atingida por uma seta (ou mosca) que só me leva a dormir na forma...

-----
Por incrível que pareça, nada deste texto tem a ver (não, não é haver!) com companheiros blogosféricos. Apenas uma situação local!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

MUNDO DO FIM DO MUNDO


Um jovem chileno, inspirado por “Moby Dick” de Herman Melville, parte para umas férias de aventura, com o intuito de conhecer a navegação que dá caça às baleias, nos mares do Sul. A experiência tem aspectos positivos e negativos, fica com a certeza que não deseja ser baleeiro no futuro.
“- Sabe, amiguinho, ainda bem que não gostou da caça. Cada vez há menos baleias. Talvez sejamos os últimos baleeiros destas águas, e está bem assim. É altura de as deixarmos em paz. O meu bisavô, o meu avô, o meu pai, todos foram baleeiros. Se eu tivesse um filho como você, aconselhava-o a seguir outro rumo.” – diz-lhe o Basco, comandante da embarcação.

Este é o ponto de partida do livro:
MUNDO DO FIM DO MUNDO
Luis Sepúlveda (1989)
Edições ASA, 11ª edição, 2001

O jovem torna-se adulto, mais consciente da realidade que o rodeia, depois de um percurso algo paralelo ao do próprio autor – que esteve preso nas prisões de Pinochet, tornou-se clandestino no próprio país, até ser exilado.

Aderindo ao movimento Greenpeace, toma conhecimento de um barco-fábrica japonês, Nishin Maru, “dedicado à caça e processamento industrial das baleias.” Numa sequência de pasmar, dá-nos a conhecer um mundo do fim do mundo, em que é difícil acreditar...

Esse barco existiu realmente (será que ainda existe?), empenhado na tarefa de aspirar o mar: “Puxavam-no todo, provocando uma corrente que sentimos debaixo da quilha e, depois de passado o aspirador, o mar ficou transformado num escuro caldo de águas mortas. Sugavam-no todo, sem sequer pensarem em espécies proibídas ou protegidas. Com a respiração quase paralisada de horror vimos como várias crias de golfinhos eram sugadas e desapareciam” – esclarece um dos personagens.

*****
Um livro que se lê num instante (123 páginas escorreitas), com costas, ilhas, enseadas e fiordes que não vale a pena memorizar, mas muito activista, no que este escritor quer dar a conhecer ao mundo!

Um também que andou por aqui perdido, até ter “honras” de prateleira...

domingo, 21 de outubro de 2007

4º E 5º PRÉMIOS

Prémio “Visitante” atribuído por Inês, do “Anjodemónio”, e Crestfallen, do “Só me apetece cobrir”.

“Blog 5 estrelas” nomeação de Crestfallen, do “Só me apetece cobrir”.

Fico orgulhosa de os receber, não gosto tanto da parte de os distribuir. Sou juíza dos restantes blogs? Não, pois não?!

Então pronto, seguem nomeações para todos os favoritos do quiproquó, que numa ordem mais ou menos cronológica é a seguinte: Su, Mel, Nelson, Vício, Vanadis, Matchbox30, Pascoalita, Rafeiro, Capitão Merda, 4ever...or never, Kátia, Cusquinha, Laura, Adrianna, Fausto, Diabba, Belzebu, Eduardo, Ahkla, Elora, Crestfallen, Pelintra (com Rei da Lã e Violeto), Gata, Tons de azul, Dulce, Inêses (são duas, tenho de clicar para perceber quem é quem, mas ambas fantásticas!), Sun Iou Miou e desculpem se me esqueci de alguém.

Como ainda não sei postar aqui os selinhos (não especialmente giraços), quem quiser aceitá-los pode ir copiá-los a uma das duas “casas” mencionadas.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

DO QUE NÃO SE LEU

Na crónica de António Mega Ferreira, na Visão de 2 de Agosto de 2007, intitulada “Do que não se leu”, ele afirma: “A maior parte dos originais enviados para as editoras pura e simplesmente não é lida”.

Para justificar esta afirmação um tanto polémica, relata uma notícia recente, em que um “hábil provocador” montou um texto a partir de três romances de Jane Austen e enviou-o a 16 editoras britânicas. Em 15 este foi recusado, só o 16º “...atento, o remeteu para a obra de Jane Austen com a indicação que a obra ‘nova’ era, afinal, velha de quase dois séculos.”

Como é difícil acreditar que 15 editoras britânicas sejam tão “distraídas” que desconheçam Jane Austen, a probabilidade é que o “original” nunca tenha sido lido por um consultor qualificado, conclui o cronista, explicando o facto pela numerosa quantidade de originais que chegam diariamente às mesmas. Assim, sem serem lidos, uns tempos depois os autores recebem uma simpática cartinha onde se explica que a publicação “não se integra no planeamento editorial”.

Mega Ferreira acrescenta ainda: “E o procedimento não é sequer muito diferente do adoptado pelos jurados de concursos literários onde está em causa premiar inéditos: quem é que, humanamente, é capaz de ler 150 manuscritos, dos quais, possivelmente, nem cinco se aproveitam?”

Tirando a presunção patente no fim deste comentário – se os jurados não leram, como é que sabem se se aproveita? – de que vale a um ilustre desconhecido enviar os seus textos para editoras ou concursos literários? E se é assim no Reino Unido, que usufrui de um mercado editorial muito mais amplo do que o português, como é que será cá?

A resposta está à vista de todos os que frequentam livrarias: saem livros de futebolistas, treinadores, apresentadores de televisão, actrizes/actores, elementos do jet set, políticos, familiares (ou ex) destes e claro, de jornalistas, poetas e escritores já com provas dadas. Ou seja, o critério literário tem pouco a ver com o assunto. Interessa é vender!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

PRÍNCIPES ENCANTADOS

Os contos de fadas sempre deram asas à imaginação das meninas, oferecendo-lhes sonhos de que um dia seriam felizes para sempre, ao lado do seu príncipe encantado.

Quais eram as características dos ditos? Sem entrar nos pormenores das fatiotas algo “demodés” (para não dizer caricatas e um pouco amaricadas), eram todos membros da melhor fidalguia, ostentando as suas riquezas, um bocado entediados com a vida, passando os dias sem fazer praticamente nada, a não ser caçar ou andar a cavalo. Jovens, belos, simpáticos, supostamente cultos e inteligentes, bem-falantes, arrancavam suspiros a todas as raparigas casadoiras do seu reino. Mas eles nada, que estavam à espera do grande amor da sua vida. Até que um dia, num encontro, num sorriso, num pestanejar de olhos, numa dança, ficaram perdidamente apaixonados à primeira vista! – Não sei se isto traduz a sua inteligência, mas pronto...

Aí é que os príncipes se começam a revelar verdadeiros heróis, lutam com bruxas, magos, madrastas malévolas, monstros de várias cabeças, dragões, para chegar próximo da donzela amada e o final feliz surgir no horizonte.

Quando o conto de fadas acaba e se entra na realidade, convém não ter ambições tão desmedidas. Príncipes encantados não existem! Nem a maioria de nós, princesas em perspectiva, dá azo a grandes paixões ao primeiro olhar!

Somos todos apenas homens e mulheres, com os seus defeitos e qualidades, perfeições e imperfeições. Para quem não acreditar nesta verdade nua e crua, tem aí muito “sapo” para beijar. Aposto é que não o conseguem transformar...

*****
Este post é dedicado a todas as mulheres – que hoje não me estava a apetecer falar do Makukula, do Cristiano Ronaldo ou do jogo com o Cazaquistão! Mas também é óbvio que as “belas princesas” não são eternas, especialmente se passarem horas, dias, meses e anos, em frente ao tanque e ao fogão.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

PENA DE MORTE - SIM OU NÃO?

Suponho que é uma questão de convicção, não interessam os condenados, quem quer que eles sejam. Entre um ditador facínora, sociopatas de várias nacionalidades, assassinos confessos, terroristas, reincindentes de vários crimes, desgraçados e injustiçados a vários níveis, para além de muito mulherio sujeito a tribalismos e religiões castigadoras, é igual para todos. Ou se é contra ou a favor!

Cerca de 70 países têm leis que a permitem, desses, uns 12 ou 13 não a aplicam na prática. Discutir o modo de execução, também é absolutamente irrelevante. Qual é o melhor ou o pior? O “cardápio” está repleto de modalidades, nem é possível dizer qual é a mais atraente – era necessário ter feito a experiência, não é? -, mas o resultado final vem a dar no mesmo...

Dos 50 e muitos países que praticam a pena de morte, só três são considerados democráticos – EUA, Japão e Coreia do Sul. Sabe-se lá porquê, se calhar é porque os Direitos Humanos não têm o mesmo sentido em todas as partes do Mundo!

Aqui, o NÃO é convicto! Aceitam-se opiniões contrárias, mas sem discussões se é melhor apedrejar, crucificar, fuzilar, queimar, enforcar, decapitar, electrificar, injectar e de tudo mais que se possam lembrar.

sábado, 13 de outubro de 2007

AQUI HÁ GATO!

Dorminhoco, comilão, cínico, egoísta, preguiçoso, peludo, irritadiço, mesquinho, este não é um gato como outro qualquer! Os adjectivos ainda não chegam para adivinhar quem é este “herói”?

Se acrescentar que adora:
- Lasanha;
- Esgatanhar carteiros;
- Perseguir cães;
- Ver televisão;
- Arranhar sofás;
- Atazanar a vida do dono;
O que dizem?

E se os ódios de estimação forem:
- Segundas-feiras;
- Trabalho;
- Ida à veterinária;
- Acordar cedo;
Ahn?

O dono, de seu nome Jon Arbuckle, é desenhador de animação, tímido e mal sucedido com as mulheres, mas carente de companhia. Daí ter comprado um gatinho numa loja de animais, em que ficamos sempre sem saber quem é que é dono de quem...

Já adivinharam? GARFIELD, pois claro!

Ficou muito por dizer? Ahhh... que tal reconhecer que algumas das características deste felino são iguais às de muitos de nós? Tudo o resto segue quando o bichano completar 30 anos, em meados do ano que vem...

*****
A inspiração é de Jim Davis.

Mas não só! Também de todos os "bichinhos" que por aqui passam. Muito(s) humanos, a evidenciar a sua "garra"!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

NOBEL DA LITERATURA 2007

A Academia sueca anunciou hoje que o Prémio Nobel da Literatura 2007 foi atribuído à escritora inglesa Doris Lessing.

Nascida na Pérsia (actual Irão) a 22 de Outubro de 1919, com o nome de Doris May Tayler, viria a publicar o seu primeiro livro em 1949 – “A Erva que Canta”: “uma denúncia zangada da hipocrisia do poder colonial, com o qual Lessing se familiarizou durante a juventude dela na África do Sul – e uma análise da mentalidade colonial que ela provoca quer no colonizador quer no colonizado.” (In “1001 Livros para Ler Antes de Morrer”)

Activista feminista, a escritora é a 11ª mulher a ser agraciada com este prémio, que já homenageou outros 103 escritores. O Nobel não foi concedido em alguns dos anos da I e II Guerra Mundial.

Fiquei curiosa: é mais uma a acrescentar à lista de autores a ler num futuro próximo!

terça-feira, 9 de outubro de 2007

DEDO NO AR

Está bem que é um método antigo e metódico, para o professor saber que alguém quer responder à pergunta que acabou de colocar. O indicador, note-se!

Mas porque é que alunos - que entraram recentemente na Faculdade - dão fotos deles próprios com um dedo no ar, que já não é o indicador, ou aparecem de biquini, na ficha que é dada aos docentes? Extensão do HI5 e de outras brincadeiras internéticas?

Um amigo meu, sintetizou muito bem a reacção: “No meu tempo, se fizesse isso, dava direito a expulsão! E se chegasse a casa e explicasse o porquê, o meu pai rachava-me ao meio!”

Retirando o exagero, qualquer química deixa de existir, quando uns chegam lá cheios de empenho para estudar e aprender e outros para gozar e esticarem-se à “sombra da bananeira”. Percalços, todos podem ter, mas jardim de infância na Universidade, não há professor nem ninguém que aguente!

sábado, 6 de outubro de 2007

UMA BOA ESTRELA

Ontem fui ao cinema ver “Stardust”, uma espécie de conto de fadas, que nos envolve numa deliciosa aventura de príncipes e princesas, bruxas más, piratas, fantasmas, estrelas cadentes, segredos e mistérios, enfim, tudo o que condimentava as nossas histórias de infância. De repente, senti-me menina novamente, só me faltou gritar na cadeira: “Olha a bruxa!”

De regresso a casa, a sensação não me abandonava, havia uma peçazinha que faltava, não estava a perceber qual. Até que me lembrei: era a tia Marita, que me fazia sentir assim, em criança! Não que ela tivesse tido uma vida de conto de fadas, antes pelo contrário... Espanhola de nascença, presa a uma educação básica para menina casadoira, viu quase todos os seus muitos sonhos negados ao longo dos anos. Nunca casou, nem teve filhos, a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) dispersou ainda mais a sua família. Adorava crianças, ajudou a criar irmãos e sobrinhas, do mesmo sangue ou de outro. Pertenço ao último caso. Foi um extraordinário privilégio ouvir da boca dela inúmeras histórias de encantar, às vezes baseadas em fábulas, textos bíblicos, filmes que via ou, pura e simplesmente, imaginadas no momento. Que sabia contar como ninguém, com a pronúncia espanholada que nunca perdeu.

Nem por isso correspondia à imagem de uma velhinha muito doce e resignada. Não, mesmo! A idade e uma cirurgia de “outros tempos”, tinham-lhe tornado o corpo disforme. Orgulhosa, teimosa, firme, com resposta na ponta da língua a quem a pretendesse confrontar. Aceitava trabalhos simples, mas nunca a quem se dispusesse a pisar. Levou uma vida em vão? Suponho que não! Quando o tema é sonho, magia e encantamento, ela renasce... num cantinho do meu coração!

Para quem gosta deste género fílmico, a não perder!

*****
Faz hoje oito anos que Amália Rodrigues morreu. Nunca fui grande apreciadora de fado, mas ela foi, sem dúvida, um símbolo nacional. Contudo, só me lembrei dela porque hoje fui passear para o jardim que lhe roubou o nome. Um local ameno, simpático, pacato e aprazível. Onde se pode ler, estudar, namorar, passear o cão, atirar umas migalhas aos patos, fotografar aquele vale entre duas colinas que desagua no Tejo. Digam-me lá, porque é que as pessoas se encafuam nos Centro Comercais aos fins-de-semana?

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

FILHOS DE PAIS SEPARADOS

Não tive essa experiência, felizmente! Mas já não é a primeira, nem segunda, nem terceira, em que a coisa se passa mais ou menos assim:

- o casal desentende-se, as crianças ficam a cargo da mãe, com a concordância do pai (que normalmente nem pede o poder paternal sobre os filhos);
- a mãe passa o tempo a virar-se do avesso, a trabalhar no duro, a tratar do conforto dos filhotes, a educá-los;
- o pai encontra os filhos de 15 em 15 dias, compra tudo o que estiver ao seu alcance para os satisfazer, depois lá segue o seu rumo, até daí a duas semanas;
- os putos, perante as insistências maternais de escovarem os dentes todos os dias, de comerem a sopa e a fruta, de tomarem banho diariamente, de não pôr a música em altos berros e acordar a vizinhança, “quero lá saber”, que esta gaija é chata, vou é viver com o pai, que me dá tudo o que eu quero;
- nem todos os pais concordam imediatamente, mas acabam por ficar lisongeados e aceitar – “ai que bom pai que sou, até me preferem à mãe!”

Isto para já não falar das inúmeras chantagens emocionais, que os miúdos pregam aos pais desavindos, sabendo que não costumam dialogar um com o outro... Não é uma ìnclita geração, é mais uma geração inclinada para o lado onde rola mais massa e... menos chatices!

Custódia conjunta? Uma excelente ideia! Que funciona, a longo prazo...

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Espantados, não? Raramente toco em temas religiosos – cada um tem a sua religião, prefiro até nem saber – mas o caso nem é esse. São Francisco de Assis, frade que fundou a Ordem dos Franciscanos no século XII/XIII, era tido como grande amigo dos animais. Daí o seu dia, 4 de Outubro, celebrar também o Dia do Animal.

Bem sei que não é hoje, só amanhã. E também sei que há dias a mais para comemorar tudo e mais alguma coisa. Mas o Dia do Animal, para além do dever ser todos os dias, parece-me uma data importante para todos nós que amamos os nossos bichinhos... Presentes, passados ou futuros.

Então, num determinado Inferno... pronto, no da Diabba, que está ali ao lado (não se assustem, que é mais fogo de vista!), fiquei a saber qual era a espectacular programação da RTP na dita comemoração do dia: uma tourada, nem mais!

Enfim, de touradas não vou falar agora, mas o apelo dela era que todos escrevessem ao digníssimo Paquete de Oliveira, provedor da casa www.rtp.pt, a reclamar! Já reclamei!

Tudo o resto, é convosco...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

REVISTAS COR-DE-ROSA

Não vou dizer mal, que essas revistas têm um público próprio! Pessoas que vivem fascinadas por histórias de encantar de príncipes e princesas, artistas musicais, estrelas de cinema e afins... Leio e folheio, quando calha, normalmente no dentista, na cabeleireira ou em férias. Têm pouco sumo, é certo, activam uma vida de fantasia para alguns (muitos?) desencantados.

A vida não é cor-de-rosa para ninguém, a tempo inteiro! Muito desse jet-setzinho - português ou estrangeiro, tanto faz! - vive de expedientes, para aparecer com uma imagem deslumbrante nas fotos das revistas. Roupa e jóias emprestadas, dívidas no cabeleireiro/barbeiro, sei lá que mais. E depois aparecem uns cobardolas a desvendar parte da situação e, sem dizer nomes, “ai, ai, ai, que mais não digo, cala-te boca!” Detentores e delatores desses grandes segredos...

Por incrível que pareça, na blogosfera também aparecem uns “fenómenos” destes, senhores da verdade e de grandes segredos sobre cada um(?!), o melhor mesmo é não ligar a biltres desta espécie! Até os anónimos me merecem mais respeito, que alguns é só porque não sabem comentar de outro modo e até assinam no fim. Com um nick-name, porque não?

De cobardolas, nunca gostei! Nunca tinha revelado que também tenho o meu pedaço de mau feitio? Ficam a saber...

Tenho dito!
-----

Post-scriptum – Não se assustem, que não estou zangada com ninguém! Embora a maior parte de tudo o que disse acima seja verdade, funcionou essencialmente para descrever o efeito “bola de neve”, numa pirâmide invertida... Começou no suave e calmo, foi descendo de nível, acabou no agressivo. Topam???