quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O TÍMIDO E AS MULHERES

Pelo tempo que levei a ler este romance de Pepetela, com apenas 301 páginas, poder-se-ia pensar que considerei o livro desinteressante: antes pelo contrário, achei um dos melhores do autor. Às vezes o problema não está no livro, mas no leitor... Aliás, suponho que se não tivesse o interesse que tem, tinha sido recambiado para a prateleira!

Um dos motivos porque a história nos prende até ao final é ela passar-se em Angola nos dias de hoje. Aí, ainda que de passagem, vamos verificando  a vivência de uma sociedade onde coabitam os maiores contrastes, aqui e ali sublinhados com o humor de Pepetela

"Heitor é nome de herói. Os nomes são importantes. Os heróis às vezes também." Assim começa o livro, que nos fala de um homem tímido e dos seus desaires amorosos, que por sinal se chama Heitor, mas sem nenhuma particularidade heróica. Quando julga ter encontrado a mulher da sua vida, ela troca-o por outro namorado, e ele larga tudo para se enfiar num casebre no meio do mato, cheio de auto-comiseração. E escreve uma novela de amor. Apesar de nem ter telefone, um dia um velho amigo aparece e promete ler o livro. Lucas gosta e passa-o a Antunes, amigo de ambos, que por sua vez gaba a novela a Marisa, a radialista mais na berra do momento. E ela também o quer ler, para isso o autor exige que ela o visite. Ela fica encantada com livro e autor, mas Heitor também não fica imune à beleza estonteante dela. Problema é que ela é mulher casada e fiel ao seu marido deficiente... Aos poucos Heitor vai saindo da redoma onde se encafuou, visitando os pais e amigos, arranja um cão, carro, telefone e até amigos na vizinhança: dona Luzitu, feirante (zungueira), e suas filhas com nomes de flores - Rosa, casada com Anselmo, e Orquídea, uma bela jovem estudante de História. Só Narciso, o filho caçula de dona Luzitu não parece simpatizar com o "herói"...

A escrita de Pepetela é saborosa, bem-humorada e aparentemente humilde: dá ideia que escrever assim até é fácil. Duvidem das aparências!

CITAÇÕES:

"Domingo é dia de missa para os fiéis e de acordar tarde e ir à praia para o resto dos mortais."

"Outro preconceito existente é o de ser possível  esconder o mal de amor. Tentativa inútil, ele parece estar escrito na nossa cara, nos olhos de cão abandonado, no verdor incrustado na pele, independentemente da cor original, por mais escura que seja. Nunca viram um negro verde? Então nunca viram um negro sofrendo do mal de amor."

"Acontecia  ele seguir um jogo de futebol, enquanto ela passava pelas brasas. Sem ser preciso pedir, Lucrécio baixava o som para não lhe incomodar a sesta. De qualquer modo, dizia ele, os comentários idiotas dos tipos da televisão eram perfeitamente dispensáveis, bastava ver o jogo."

"É sempre a ideia que se tem daquele país, lhe tinha contestado uma vez Lucas, gente simpática e boa comida. Um lugar comum, claro, mas eu tenho pena que agora estejam na maior merda, acrescentou Heitor, obrigados a emigrar para cá e outros sítios.  Triste país em que o seu símbolo maior, o poeta Camões, foi enterrado numa vala comum para pobres e sem-abrigo!"

(Obrigada, Paulinha e Fausto!)

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

THOSE WERE THE DAYS

Pode parecer que ando a copiar os títulos do Carlos, mas sempre que leio este, que ele inclui numa série de posts, lembro-me de um dos primeiros singles que tive na minha modesta coleção, e que tinha a extraordinária capa acima. Mary Hopkin já era uma grande modernaça, que usava mini-saia e tudo... 

Quanto à música dos anos 60, continuo a gostar: há sonhos que nunca morrem, apesar das muitas voltas que a vida dá!


Imagem da net.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

QUEM QUER SER MILIONÁRIO?

Imagino que os candidatos a milionário sejam mais que muitos, daí não faltarem concorrentes a esta nova temporada do concurso "Quem quer ser milionário?", desta vez apresentado por Manuela Moura Guedes. E aqui devo dizer que a RTP acertou em cheio na aposta que fez na apresentadora, longe das polémicas em que se envolveu com vários entrevistados, enquanto jornalista demasiado opiniosa e ofensiva: consegue o à vontade necessário nas conversas com os concorrentes e acompanhantes, diz as suas piadas, mas sem veleidades de humorista, e, sobretudo, não deixa que as indecisões dos participantes tornem o programa monótono e desinteressante para o telespetador.

Como há antipatias e rancores que não se perdoam, já a acusaram da eliminação de uma concorrente, devido a uma pergunta mal feita - segundo creio, um provérbio inexistente. Mas obviamente que essas questões competem à produção, culpabilizar quem apresenta é ridículo.

Contudo, o que considero mais estranho no concurso é o nível (ou falta dele) de alguns concorrentes. É certo que as primeiras perguntas são mais fáceis e depois o grau de dificuldade vai aumentando à medida que se vão passando as várias etapas. E há malta muito jovem, daquela com ar sabichão, mas que não acerta uma. Mas e os mais velhos? Os que não sabem que a tartaruga é um réptil ou que petinga é uma sardinha pequena? Na verdade, há pessoas que parecem ter prazer em gastar os seus cinco minutos de fama tirando as dúvidas a todos sobre a sua ignorância... 

BOM FIM DE SEMANA!

Imagem da net.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A SOMBRA DA SEREIA

Este é o último livro desta série de policiais de Camilla Lackberg, que já li há mais de um mês, sendo que não tenho seguido a sua cronologia. O que diga-se em abono da verdade não faz grande diferença, sendo a única o número de elementos do agregado familiar Erica/Patrik - sempre a aumentar ou em vias de...

Cia aparece semanalmente na esquadra, após o desaparecimento de Magnus, seu marido, sem deixar rasto e sem que nada o fizesse prever - três meses depois o corpo dele é encontrado congelado no gelo das águas do rio. Mas em Fjallbacka o mistério adensa-se quando Christian, amigo do malogrado homem, confessa ter recebido cartas anónimas, que continuam a chegar. Mas será que essas cartas estão relacionadas com o homicídio ou com o recente romance que Chistian publicou, intitulado  "A Sereia"? E será só ele a receber cartas anónimas ou Erik e Kenneth, os outros amigos de Magnus, também as receberam? Cabe a Patrik e à sua equipa investigar o caso...

Um livro cheio de suspense e mistérios, que nos prende da primeira à 468ª página, que é como quem diz a última!

domingo, 17 de novembro de 2013

SOL DE OUTONO...

Pelo (pouco) que entendo, a expressão francesa "l'été indien" significa qualquer coisa como aquilo que designamos de "verão de São Martinho": um tempo de verão em plena época outonal. Não se deixem portanto enganar pela foto - apesar dos tons alaranjados no horizonte, o mar aparentemente calmo e o céu quase límpido, o danado do frio já se fazia sentir. E bem!

Mas "L'Été Indien" vem a propósito de uma das minhas músicas favoritas de Joe Dassin, aquele cantor romântico dos anos 70, que nos tempos de liceu ninguém tinha coragem de confessar que gostava. O que estava a bombar era o rock, essas "lamechices" eram mal vistas. Era como dizer que se gostava de fado ou de Francisco José. Vinguei-me uns anos mais tarde: nada de rock na carripana, só jazz, música brasileira e... Joe Dassin. E ainda hoje gosto de ouvir, daí ser esta a música de sempre seleccionada hoje! Espero que também gostem...


BOA SEMANA!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

DITADO FELINO

Palavras para quê? É Garfield filosofando...

Imagem do facebook, segundo cartoon de Jim Davis.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

PRÉMIOS E AGRADECIMENTOS

Há coisas curiosas. Todos nós adoramos flores (ou quase) e cada um tem as suas preferidas - uma específica ou duas ou três que mais gosta.  Ora os amores perfeitos, para mim, pertencem a esse grupo de elite. O que estou por descobrir é como a Afrodite - que resolveu homenagear todos os seus visitantes no primeiro aniversário do seu blogue, "Jardins de Afrodite" - adivinhou essa minha preferência. De qualquer das formas, não quero de lhe deixar de agradecer o simpático selinho, as flores e a música maravilhosa, claro está.
Como tenho andado muito arredada das lides, reparei ainda recentemente que ficou por publicar um outro selinho, que dá pelo título "Un Blog Real", desta vez vindo da Janita, do blogue "O Cantinho da Janita", mas como prometido é devido espero que ainda vá a tempo...


Mas, acima de tudo, gostava de agradecer a todos os familiares, amigos pessoais e virtuais, antigos colegas de liceu e de trabalho e a tantos outros que fizeram parte de um passado mais ou menos distante (e de quem não imaginava voltar a ter notícias), pelas inúmeras mensagens, comentários e SMS recebidos. Todos, sem exceção, de uma enorme ternura e carinho. BEM HAJAM! 

sábado, 2 de novembro de 2013

CADA VEZ MAIS EXIGENTES...

Naquele tempo foi considerado milagre. E hoje, seria?

BOM FIM DE SEMANA!

Imagem do facebook.