sexta-feira, 30 de setembro de 2011

DE ACORDO!

É um facto que a polémica do "novo" acordo ortográfico já dura há mais de 20 anos, com acérrimos defensores de ambos os lados - uns com alguma razão, outros sem nenhuma!
Percebe-se perfeitamente que poetas e escritores, por exemplo, sejam dos mais ultrarradicais - afinal de contas, daqui a poucas décadas, um qualquer jovem inconsequente vai protestar: "Ca nóia, o txt tava encriptado à moda dos cotas!" 
Também se entende que os professores tenham dúvidas, especialmente em relação a ensinar, mas também a como a classificar testes escritos de uma maneira, de outra ou até de alguma mais "inventiva", para minimizar os múltiplos erros ortográficos e gramaticais que a maioria dos alunos dá (e não só!). Mas suponho que com um bocadinho de bom senso, todos chegam à conclusão que erros são erros, numa fase de mudança aceitam-se as duas maneiras de escrever, sem prejudicar os estudantes.
Agora que a população em geral se sinta muito "ofendida" com as alterações de um acordo com mais de 20 anos, repito, que tentou unificar a língua portuguesa de modo a obter maior visibilidade no mundo, com argumentos do género que "os ingleses não fizeram nenhum acordo com americanos e australianos" (e precisavam, se é a segunda mais falada, descontando a chinesa, além de toda a parafernália científica e informática  nos seus termos?),  por terem sido os portugueses a ensinar a língua por todos os cantos do planeta no século XV e XVI, portanto deveria vigorar a nossa tradição linguística - mesmo que atualmente sejamos apenas 10 milhões versus um universo de mais de 200 milhões? - ou  por "perder" a nossa origem latina? Tenham dó! E, já agora, menos preguiça, que as alterações não são assim tantas...
Toda a comunicação social já aderiu há alguns meses ao "novo" acordo ortográfico, à exceção de alguns cronistas de nomeada, certo é que não se volta atrás no tempo. A única administradora, gerente, escrevinhadora e comentadora cá de "casa" vai fazer exatamente o mesmo, a partir de outubro, com a certeza que terá algumas hesitações e lapsos de caminho... C'est la vie!!!

FIQUEM BEM! 
(com ou sem polémicas inúteis...)
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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

TOCA A DESENHAR!

Quase todos devem ter reparado que esta semana o acesso a alguns blogues foi dificultado com mensagens que anunciavam "perigo de vírus", que para já parece estar solucionado. Li várias versões sobre o assunto, cada uma mais estranha que a outra, pois a "praga" estendeu-se a vários simultâneamente, mas não igualmente para todos. Nem na blogosfera há democracia, ai, ai! Pronto, mas para quem souber o que realmente se passou, agradeço a informação!

Entretanto, descobri um jogo engraçado - via Fausto, é bom dizê-lo - em que podem exercitar a vossa capacidade para o desenho. Mesmo para quem não tenha grande jeito (como eu): basta conseguirem traçar uns rabiscos ao jeito do Pictionary! Demora apenas uns três minutos e sempre dá para alargar um sorriso... JOGUEM AQUI.
Sejam criativos... todos os dias!

Imagem da net.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

RAPOSAS DE FOGO

A acção de "Raposas de Fogo" ("Firefox", no original), de Joyce Carol Oates, decorre entre finais de 1952 até 1956 e relata as aventuras e desventuras de um gangue de raparigas adolescentes, em Hammond, então um dos bairros mais problemáticos de Nova York. Isto descontando que a narradora - antigo membro desse mesmo gangue - descreve as suas anotações e memórias volvidos quase 40 anos. De salientar ainda  que é um romance de ficção, enquadrado na vivência da época, mas longe de qualquer traço histórico significativo.
Confesso que, de início, não considerei o livro particularmente empolgante: um bando de miúdas adolescentes provenientes de famílias disfuncionais, que resolvem reunir-se para se protegerem umas às outras - alvo fácil de chacotas e abusos de toda a espécie - e que, aos poucos, vão percebendo o poder que têm nas mãos, quando se vingam dos seus agressores?  Enfim, não é exactamente a minha praia.
A carismática Pernas (Margaret Ann Sadovsky, de seu nome de nascença), orfã de mãe e filha de um pai que preferia não ter, tem um ascendente enorme sobre algumas das suas companheiras de escola mais infelizes, sempre guiada pelos ensinamentos que um velho padre alcoólico e marxista lhe inculcou. Maddy (a narradora), Goldie, Lana e Rita alinham na primeira fila, mas posteriormente várias outras jovens se juntam ao gangue. Contudo, torna-se imediatamente previsível que de vítimas se vão transformar em agressoras, sem limites de qualquer lei, apenas cingindo-se às regras mutáveis e indefinidas da sua própria irmandade...
367 páginas muito repetitivas, com as agitadas raparigas sempre a exaltarem as "raposas de fogo" (denominação que escolheram para o grupo), perpassando a ideia de "Robin dos Bosques": castigar os ricos "capitalistas" e proteger os pobres e mais frágeis. Sendo que os homens também pertencem (quase) todos ao "inimigo", na perspectiva de Pernas.
De assinalar que a prolífica autora recebeu vários prémios literários - entre eles o National Book Award - e foi indicada para outros como o Pulitzer de ficção, que não chegou a ganhar, mas nenhum deles devido a este livro, escrito em 1993. Como exemplar único que li da escritora (sem termos de comparação), os longos parágrafos quase sem vírgulas, diversas contradições, cenas pouco compreensíveis ou até uma ou outra troca de personagens (não fui a única a aperceber-me do "pormenor", no Clube de Leitura!), deram-me a sensação de um livro escrito "à pressa", para cumprir qualquer prazo editorial...
Acrescento ainda que houve quem gostasse. Muito! Pessoalmente suponho que, para uma escritora tão premiada, esta não deverá ser a melhor escolha para começar!
CITAÇÕES:
"Sabia-se que as instalações prisionais eram propositadamente construídas no campo para dificultar o acesso às visitas. Às pessoas demasiado pobres para possuírem carro, por exemplo. E naturalmente não passavam por ali autocarros. Red Bank estava entre nada e nenhures, demasiado pequena para que lhe chamassem cidade, apenas um aglomerado de casas no sopé das montanhas Chautauqua."
"A pessoa de quem se gosta mais, aquela com quem partilhamos o mundo. Quando esta pessoa desaparece o mundo permanece mas não é a mesma coisa, está afastado."

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A próxima sessão do Clube de Leitura foi agendada para dia 12 de Novembro, com o livro "Invisível", de Paul Auster.
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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

À PESCA...

Quadro de Winslow Homer (1836 - 1910)
Ah, nem imaginam o que me ri com o último episódio do concurso "Masterchef", da RTP, que sigo atentamente, com a curiosidade de uma cozinheira "de trazer por casa". Então os 6 finalistas lá seguiam, todos contentes e satisfeitos, para uma prova de... pesca! De cana, linha e anzol, no mar de Sesimbra, para pescarem o peixe que iriam cozinhar de seguida. Sem demonstrarem estar "à beira de um ataque de nervos", como se pescar fosse tarefa fácil, ao alcance de qualquer um!
Isto quando o Sol já ia alto (deve ser por acaso que alguns maduros gostam de pescar de madrugada, ou então serão insónias...) e todos em amena cavaqueira, nada preocupados com a eventualidade de não pescarem nada para apresentar no tacho.
Depressa entendi o porquê! Mesmo que "apressando" as imagens, como convém nestes programas televisivos, para não saturar os espectadores com compassos de espera, as linhas começaram logo a abanar e era ver a alegria com que cada concorrente sacava um peixão do mar. O chato é que os peixes - todos pertencentes ao mesmo cardume e mais ou menos do mesmo tamanho - não corresponderam ao entusiasmo dos pescadores e, coitados, lá saíram hirtos e tesos (que nem um carapau?) das águas, como se tivessem passado as últimas horas de vida acamados em gelo...
Ah, e claro, para adivinhar só quem será o autor do quadro! (com ou sem "batotas", ao gosto de cada um, já que não é nada fácil - ou, pelo menos, eu não conhecia o pintor!)

ADITAMENTO a 27/09/2011 - legenda do quadro.
Imagem da net.

domingo, 25 de setembro de 2011

VICKY CRISTINA BARCELONA

Há uma peça de Shakespeare intitulada "Muito Barulho Por Nada", que nunca vi em palco, mas em que essencialmente... não se passa nada! Ou, pelo menos, nada de muito relevante! Ora este filme de Woody Allen segue na mesma onda... 
Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) vão passar dois meses de Verão a Barcelona, em casa de uma parente afastada (e abastada) da primeira, com diferentes intuitos - Vicky vai estudar a cultura catalã e Cristina anda em busca da sua vocação. As duas amigas não podiam ser mais diferentes: Vicky tem o seu futuro todo planeado, que inclui acabar os seus estudos e o casamento com Doug,que ela acredita dar-lhe segurança e estabilidade; Cristina, por seu turno, vive o momento e está muito mais aberta a aventuras amorosas. Entretanto, conhecem o pintor Juan Antonio (Javier Bardem), recentemente envolvido no escandaloso divórcio com a  impetuosa Maria Elena (Penelope Cruz), que as convida para um fim de semana em Oviedo. Contrariada, Vicky acompanha a amiga e o espanhol nessa viagem, mas uma indisposição gástrica impede Cristina de sair da cama, enquanto os seus companheiros passeiam pela cidade. Quando, mais tarde, Cristina vai viver com o pintor, a situação parece resolvida, até que Juan Antonio vai buscar Maria Elena ao hospital, depois desta tentar suicidar-se, e regressa com ela a casa! Pois...
Sem dúvida que é um filme divertido, mexendo e remexendo com conceitos e preconceitos, mas, dois dias depois, alguém se lembra exactamente das voltas e reviravoltas do argumento? Pois...


Claro que o elenco é de primeira e a  actuação de todos 5 *****! Mas chega para ser o filme da vida de alguém?! Pois...

Imagem da net.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

OS OLHOS TAMBÉM COMEM

Pelo menos é o que diz o povo. Mas quem não concorda ao ver estas autênticas obras de arte - que provavelmente nem serão muito comestíveis - que funcionam como imã para a nossa vista?
A tradição oriental de esculpir frutos é antiga, a sua divulgação pelo mundo mais recente, mas um pouco por toda a parte surgem artistas que se propõem elaborar estas peças para decoração de mesas em festas de  índole variada.

A melancia, derivado às suas cores contrastantes de verde, branco e vermelho (ou mais rosado) e à sua casca mais lisa é a fruta mais usada nestas esculturas artísticas, existindo até concursos para divulgar a perícia dos escultores. Principalmente na China, onde se supõe que nasceu esta arte, mas também no Japão, Tailândia e até em algumas escolas de hotelaria e culinária espalhadas por todos os cantos do planeta.

O melão e a meloa,

bem como o ananás, as diversas espécies de abóbora e até o mamão/papaia e outros frutos de maior porte são a base preferencial destes trabalhos esculturais, possivelmente também devido à sua consistência. 

Claro que também existem conjugações de vários frutos (e legumes) numa mesma peça, que multiplicam o seu colorido e permitem moldar "bonecos" 3D e não apenas em relevo.

As temáticas coadunam-se a todos os géneros - como está patente nas fotografias escolhidas - porque é evidente que estes trabalhos são pagos e tanto podem ser encomendados para um copo d'água, como para qualquer outro jantar, festa ou cerimónia que o freguês pretenda celebrar.

Talento, criatividade e imaginação não faltam a estes artistas, coragem para trincar estas pequenas obras primas efémeras é que pode falhar - mesmo neste modesto patinho de maçã...
UM SABOROSO FIM DE SEMANA OUTONAL PARA TODOS!

Imagens da net.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

VERDADE OU MENTIRA?

Por acaso foi o filme de Billy Ray, "Verdade ou Mentira" ("Shattered Glass", no título original), que vi recentemente no canal Sony, que me recordou uma série de casos que abriram noticiários e foram parangonas nos jornais, sem que depois fosse dado o devido seguimento, muito menos conclusão.
O filme foca a história verídica de um jovem jornalista sem escrúpulos que, para progredir mais rapidamente na sua carreira, inventa várias notícias sumarentas, factos inexistentes, pessoas e empresas fictícias, declarações nunca efectuadas. Com bons resultados, porque ao fim de três anos Stephen Glass já chegara a editor do "The New Republic", um dos jornais políticos americanos mais conceituados, a par de colaborar noutros órgãos de informação. Até ser desmascarado por um jornalista de uma publicação concorrente. O que lhe aconteceu, à parte ser despedido? Nada de grave! Foi estudar Direito, consta que exerce advocacia e publicou um livro supostamente auto-biográfico intitulado "The Fabulist", em 2003 - no mesmo ano em que o filme foi realizado.
Dito isto, o filme vale a pena, mesmo não aprofundando demasiado certas questões éticas, para ficarmos com uma ideia até onde um mentiroso compulsivo pode chegar no jornalismo. Gostei especialmente do estratagema de "receber" telefonemas de entidades importantes, quando reunido com outros colegas. E, claro, do desempenho dos actores, que podem visionar neste trailer.
Então e por cá, o que aconteceu a esses jornalistas que "fabricaram" notícias, plagiaram artigos de publicações estrangeiras, reportaram "algures no deserto", inventaram encontros políticos em torno de uma vichyssoise (para outros publicarem, note-se!) ou se alojaram em casas camarárias destinadas a famílias mais carenciadas? OK, escusam de adivinhar onde é que eles andam...

Imagem de cena do filme da net.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

NO EXERCÍCIO DA LEITURA...

Este ano li 18 livros. Ou melhor, 17,5! Isto porque um deles desdobra-se em dois e ainda só li um. Na verdade reli, porque se trata de Agatha Christie que já não lia há um tempão. Neste caso específico, desde 1982 e, convenhamos, já não me lembrava da história descrita recentemente e em traços gerais por um bloguista. Ou seja, abriu-me o apetite! 
Bom, mas para o efeito, faz de conta que são 18 livros ao longo dos últimos 9 meses. Dá uma média de 2 por mês, o que não é propriamente um exagero de leitora fanática. Sei que há gente que lê muito mais. Ou muito menos ou quase nada. Porque no fundo prende-se com os gostos pessoais de cada um e a sua disponibilidade. Há quem adore ir para o ginásio pular, exercitar todos os músculos, correr numa passadeira ou pedalar numa bicicleta imóvel. Para mim, era um grandioso frete! Então porque é que para algumas dessas pessoas também não será um grande sacrifício ficar umas horas sem se mexer muito, só com um livro em frente ao nariz? Também há quem não prescinda do ginásio nem de ler, mas nunca vai ao cinema, por exemplo. Enfim, se entrarmos por aí, há uma infinidade de preferências diferentes...
Agora o que acho estranho - e na blogosfera e no FB ainda é mais notório - é a quantidade de malta que lendo pouco ou nada afirma que ADORA ler! Mas não tem tempo. Não se lembra do último livro que leu nem do que está a ler, embora tenha uma pilha deles em cima da mesinha de cabeceira! E se calhar até tem, para "dar a pala" a qualquer visita inesperada!
Cerejinha no topo do bolo: os bloguistas que copiam a sinopse da contracapa do livro e a pespegam sem mais no blogue (e não estou a referir a publicidade das editoras, certo?)! Claro que cada um é livre de escrever (ou copiar?) o que bem entender, mas a ideia da interactividade virtual não passa pela troca de opiniões? E que opinião pode ter um bloguista que publica uma sinopse diariamente ou de dois em dois dias?!? Ah, e claro, para quem não sabe, alguns desses resumos da contracapa foram efectuados por alguém que não leu o livro, por vezes trata-se apenas uma tradução. E má...
ps - como é óbvio, não estou a referir nenhum dos linkados nos favoritos, só descobri  alguns em pesquisas ocasionais!
ps1 - o post sobre o livro duplo da Agatha Christie sairá quando ler a primeira história; e continuarei a escrever e a opinar sobre as minhas leituras, de vez em quando, porque me agrada - embora, obviamente, esteja aberta a opiniões diferentes, certo?  
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terça-feira, 20 de setembro de 2011

VIVA O MELRO!

Estão a completar-se três meses do governo de Pedro Passos Coelho, que coincidiram com as férias da maioria do pessoal, daí a contestação às medidas já implementadas ser praticamente nula. Não é que as pessoas estejam particularmente animadas com o actual primeiro-ministro, muitas ainda canalizam os seus ódios de estimação para José Sócrates, apontado a dedo como o culpado de todas as nossas desgraças actuais (e, possivelmente, ainda algumas futuras!) e um grande aldrabão.
Isto, claro, deve-se em parte à proverbial memória curta dos povos em geral e dos portugueses em particular. E àquele "laisser faire, laisser passer" em tempo de veraneio, com a cabeça enterrada na areia em descanso, para (quem sabe?) mais tarde sair uma nova lamúria das gargantas, já em som de fado típico. Porque, para quem não se lembra, foi Mário Soares o primeiro a encher a boca de socialismo e o primeiro a fechá-lo na gaveta, assim que foi eleito. Mas adiante, que exemplos desses não faltam ao longo dos últimos 30 e tal anos...
Confesso que também desliguei um bocado o botão dos noticiários, até porque ninguém aguenta tanta depressão em tempo de crise. Mesmo assim, fui anotando mentalmente as medidas e as contradições que se somaram: não haveria aumento de impostos, mas foi criado um novo dito esporádico, que vai privar muitos portugueses de parte do subsídio de Natal; não haveria "jobs for the boys", mas a chusma de assessores foi tão vasta que lhe perdi a conta; taxa máxima de IVA para o gás e a electricidade, como se fosse um luxo; SCUTs continuarão a ser pagas ou assim passarão a ser, mesmo que a sigla signifique Sem Custos Para o Utilizador; o governo não iria tirar férias, mas pelo menos o PM tirou; aumento exorbitante de transportes públicos; avaliação dos professores com ligeiras modificações, mas em moldes semelhantes à anterior; menos professores colocados e mais escolas a fechar  (embora ainda não perceba como é que este ano cada escola iniciou as aulas quando lhe deu na veneta e não a nível nacional); aumento do IVA anunciado; "Novas Oportunidades" em estudo; próximo IRS com menos deduções; TGV para seguir em frente, dados os compromissos internacionais. Enfim, esta lista está longe de ser exaustiva, certamente haveria mais a acrescentar!
Assim, em saldo positivo, talvez a extinção dos governos civis - se o Ministério da Administração Interna conseguir garantir os serviços que prestavam, nomeadamente a nível de bombeiros - e a proibição da caça ao melro, que não se sabe exactamente se por erro ou por desconhecimento tinha sido permitida uns meses antes...
Marcelo Rebelo de Sousa em tempos opinou: "Pedro Passos Coelho é um Sócrates, para pior!" Desta vez, e só desta vez, estou tentada a acreditar nele. Ou julgavam que políticos aldrabões se resumiam a exemplar único? 
Viva o melro! (já que para o povo vai ser bem mais complicado!)

Imagem da net.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

MEIA-NOITE EM PARIS

Gil Pender (Owen Wilson), um argumentista de Hollywood, visita Paris com a sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e os pais desta, enquanto pondera dedicar-se a uma escrita mais literária e abandonar a sua carreira bem sucedida. A cidade-luz fascina-o e tenta convencer Inez a mudarem-se para lá após o casamento, pois espera aí encontrar a inspiração que outros grandes escritores, pintores e músicos colheram no passado, mas a noiva discorda dos seus planos. Por seu turno, os conservadores pais da noiva também não vêem o casamento com bons olhos e, para agravar o distanciamento entre o casal, a rapariga encontra Paul (Michael Sheen) e Carol, seus amigos americanos, com quem passam a sair frequentemente, para grande contrariedade de Gil, que vê em Paul o pedante que é, enquanto Inez lhe bebe as palavras...
Assim, uma noite, após uma prova de vinhos, enquanto todos decidem ir dançar, Gil prefere dar um passeio pelas ruas da cidade e apanhar ar. Com as badaladas da meia-noite, um estranho carro antigo pára à sua frente e é convidado a juntar-se à festa pelos seus ocupantes. Curioso, entra no carro e, como por magia digna de contos de fadas, é transportado no tempo à que considera a época de ouro parisiense: os anos 20 do século passado! Aí sucedem-se os encontros com Hemingway, Scott Fitzgerald, Cole Porter, Picasso, Gertrude Stein (Kathy Bates), Dali (Adrien Brody) e Buñuel, entre tantos outros artistas, sem deixar de referir a sedutora Adriana (Marion Cotillard).
Em "Meia-Noite em Paris", Woody Allen somou o argumento à realização e reuniu um excelente naipe de actores. Contudo, não se trata apenas  uma história romântica recheada de boas interpretações: a fabulosa fotografia das paisagens parisienses alia-se à música de Cole Porter, conferindo uma ambiência feérica a outras eras, quando mais que o romance de Gil e Inez está em causa a nostalgia de épocas passadas, que se tornam mais fascinantes à medida que o presente se apresenta tão monótono e vazio de sentido. Será que nesses encontros com as personagens do passado, elas dão o devido valor ao tempo em que vivem? Será que nós damos? 
Espreitem o trailer aqui:


O filme mais romântico e cativante de Woody Allen que vi até hoje - sendo que tenho muitas lacunas na sua vasta filmografia - apesar de "Radio Days" e "Tudo Pode Dar Certo" também me convencerem que não é em vão que ele tem tantos fãs. Ah, e claro, instiga uma imensa vontade de (re)visitar Paris...
 
Imagem da net.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

COLAGENS FOTOGRÁFICAS

Para primeira experiência de colagem fotográfica utilizei apenas três fotografias de Carlos Bau - um contabilista argentino apaixonado pela fotografia - que pretendeu dar a conhecer ao mundo a beleza da sua terra natal, Mendoza, e que morreu aos 57 anos, quando a avioneta onde seguia se despenhou, precisamente quando tentava captar imagens aéreas da região. Podem visionar outros trabalhos dele neste vídeo. (devo avisar que tem cerca de 7 minutos, mas os amantes de fotografia devem gostar!)
Bom,  mas esta primeira experiência aconteceu antes de férias, quando regressei já não me lembrava bem que passos tinha dado. O que nem foi mau de todo, porque o que em cima fiz manualmente (nota-se que as fotos estão ligeiramente de banda), na segunda tentativa já usei as potencialidades automáticas do programa. Com o dobro das fotografias, das minhas últimas férias, cuja colagem resultou assim:

Evidentemente, não pretendo estabelecer aqui qualquer comparação entre as fantásticas fotografias do artista argentino e as minhas, modesta fotógrafa amadora - tratou-se apenas de uma experiência, como referi de início...  
Obrigada a ti, Michel, pelo e-mail sobre Carlos Rau, e a ti, Nina, por me teres dado as primeiras dicas de como fazer estas colagens!

BOM FIM DE SEMANA PARA TODOS E DIVIRTAM-SE!
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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

21º ANIVERSÁRIO

Pois, o tempo passa e um dia damos conta que já decorreram 21 anos desde que dissemos "Sim" e trocámos alianças, perante familiares e amigos...
Como a tradição aqui ainda é o que era, vamos comemorar a data com um jantarinho a dois, num restaurante de requintes gastronómicos diferente dos que habitualmente frequentamos. Normalmente é o maridão que escolhe, baseado em críticas jornalísticas ou comentários em sites internéticos. Não é muito fiável mas, verdade seja dita, só uma vez enfiámos um "grande barrete", porque de resto come-se muito bem nesses restaurantes lisboetas. Não propriamente em grande quantidade, mas numa qualidade recheada de sabores inusitados. Também costuma sair do nosso bolso, que são todos carotes!
A novidade é que este ano para fazer a reserva não foi fácil, ele só conseguiu ao terceiro contacto, que os dois primeiros já estavam cheios. "Então a malta queixa-se tanto da crise e os restaurantes mais finórios estão cheios de clientes, com dois dias de antecedência?", comentámos. No entanto, acabámos por descobrir que a data coincidiu com um congresso sobre estudos da diabetes, em curso, que reúne 18 mil congressistas, daí o excesso de marcações.
De qualquer das formas, embora ambos apreciemos os paladares quase exóticos destas incursões anuais, certo é que o local ou a gastronomia não são o mais importante, mas sim a continuação de um "namoro" prolongado... que sabe sempre tão bem:


ps -  raramente coloco temas musicais aqui, até porque as minhas preferências jazzísticas não agradam à maioria das pessoas, mas a voz desta menina encantou-me...
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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A IDENTIDADE... VENDE-SE?!?

Ainda há poucos meses parodiei o excesso de inglesismos e francesismos na nossa língua, até em relação ao Metro de Lisboa. Juro que por brincadeira! E não é que agora, num brainstorming alucinado, anunciam que a estação do metro Baixa-Chiado vai passar a denominar-se "Baixa-Chiado PT Blue Station"?!? E que decorrem negociações com outras empresas para elas patrocinarem outras estações? Por patrocinarem, leia-se, pagar obras e melhoramentos e/ou implementar programas culturais. Como contrapartida, acrescentam o nome às estações, publicitando a empresa e complementando com qualquer patacoada em inglês, para ser mais chique...
Já estou a ver surgirem no metropolitano "pérolas" do género "Jardim Zoológico Continente Friend of the Zoo", "Marquês de Pombal Vodafone Live The Moment" ou "Campo Grande TAP Wings Wide Open"! Entre outras possibilidades  de nos deixarem de queixo caído... Afinal as estações de metro estão à venda pelo melhor preço? E os mentores deste projecto ainda se gabam do marketing inovador e revolucionário?!? Com a concordância camarária? E se algum maduro endinheirado resolver promover-se a si próprio também pode? Coisa do tipo "Telheiras Zé Manel Silva Is A Great Lover (Chek The Phonebook")?
Ninguém diz a estes administradores, "génios" publicitários e políticos, que isto é o cúmulo do ridículo? Da parolice mais chapada? Ou que inovação não significa alienar a identidade de uma cidade e das suas zonas históricas,  trocando-a por uns cobres (por muito bons que sejam)?
Até dava vontade de rir, se não fosse tão fácil perceber o vazio que passa  na mente  desta gente...

Notícia daqui.
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terça-feira, 13 de setembro de 2011

DIZ ADEUS

Dos três romances que li de Lisa Gardner - no género policial ou de suspense, conforme lhe queiram chamar - "Diz Adeus" é, sem sombra de dúvida, o mais forte e o mais fraco. Passo a explicar: mais forte, porque as emoções que suscitam no leitor raiam o terror; mais fraco, precisamente pela mesma razão! Quer dizer, já não bastavam os "fantasmas" existentes na cabeça de psicopatas sanguinários, ainda se acrescentam os de uma casa assombrada onde reside uma nonagenária? OK, facilita o epílogo, mas também indica que a escritora preferiu entrar na "moda"... Para a qual tenho pouca pachorra, note-se!
A agente do FBI Kimberly Quincy está grávida, quando uma jovem prostituta igualmente grávida a alerta para o desaparecimento de várias "colegas", sem ninguém reparar na sua ausência. Simultaneamente, Sal Martignetti, agente de outra força policial, vai coleccionando passaportes de raparigas que alguém lhe planta no pára-brisas do carro. Quando os dois investigadores aliam os seus esforços, chegam à conclusão que anda um psicopata à solta, sobre o qual nada sabem, para além do seu fascínio por aranhas e tarântulas. À medida que a investigação avança, a sordidez do caso agiganta-se com prostituição, pedofilia, sequestros, tortura, mercado de filmes pornográficos e múltiplos homicídios.
Demasiado para um romance policial, mas na senda de um verdadeiro livro de terror, de causar arrepios na pele de qualquer um. Sendo que as tarântulas e os fantasmas são as mais inocentes criaturas do enredo...
Dito isto, não deixei de apreciar a escrita de Lisa Gardner, ao longo destas 283 páginas, mas para já também lhe vou dizer adeus... nos tempos mais próximos!
CITAÇÕES:
"- O nosso filho nunca será autorizado a ter um computador no quarto - anunciou Mac. - Qualquer portal de saída é um portal de entrada e eu quero saber o quê ou quem entra em nossa casa a qualquer hora."
"[...] a maioria das pessoas não precisava da crueldade de estranhos para dar cabo da sua vida; a maioria das pessoas era perfeitamente capaz de o fazer pelos seus próprios meios."

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

VISITA RELÂMPAGO!

Tal como habitualmente, este ano não deixámos de visitar a Feira Internacional de Escultura na Areia (FIESA), em Pêra, subordinada ao tema "Animalândia".

As esculturas como sempre são fantásticas (salvo erro duas já vinham do ano passado, pelo que pude notar), mas a visita não correu por aí além.

Devido ao calor adiámos para o fim da tarde (e os dias já se notam bastante mais curtos), pelo que não tinha a certeza de conseguir tirar algumas fotos ilustrativas do festival.

De princípio nem correu mal, apesar dos reflexos solares na areia ou no horizonte as imagens viam-se bem, deixei os textos explicativos para uma segunda volta, até porque o local só encerra às 23 horas e entretanto acendem uns focos de luz que permitem uma boa visibilidade - embora não boas fotografias, pelo menos com a minha máquina fotográfica!

De passagem ainda li um ou outro, como o deste da figura acima, intitulado "o beijo dos hipopótamos", ao qual achei piada!

Facto é que a lua já ia alta e o sol escondeu-se repentinamente, embora por alguns momentos os seus vestígios ainda pudessem ser vislumbrados nas nuvens rosadas...

Nesse preciso instante, uma revoada de mosquedo não identificado resolve jantar, sendo que o lauto repasto provinha dos braços, pernas e faces dos incautos turistas que por ali passeavam! Nem imaginam a confusão que se gerou, com toda a malta a tentar sacudir a bicheza quando sentia as picadas e a fugir esbaforido dali para fora. Ainda estava gente a entrar, mas engordei a fila muito maior para sair, apressada.
Claro que havia mais para ver, nomeadamente animais da BD e dos desenhos animados, até o porco que "era mais igual que os outros" lá estava, bem como o Mickey e a Minie, o Garfield, os Flinstones, o Lucky Luke, o Jolly Jumper e o Rantanplan, mas aí já estava em passo de corrida, não prestei bem atenção...
Um contratempo imprevisto, mas certo é que ainda ando práqui toda besuntada em fenistil. Raça de bichos mais chatos!

domingo, 11 de setembro de 2011

FINAL DE FÉRIAS...

...  traz sempre uma certa nostalgia! Mas sem pretender enveredar por essa onda, agradeço ao Carlos Barbosa de Oliveira a simpatia de ter dedicado uma imagem a todos os participantes do seu desafio "Praia da minha vida", no qual tive o prazer de colaborar. Obrigada, Carlos!  

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

SCOOP

Woody Allen realiza, escreve o argumento e é um dos actores principais deste filme de 2006, impregnado de um sentido de humor não isento de non-sense...
Após a sua morte, Joe Strombel (Ian McShane), um jornalista de investigação famoso por fornecer grandes cabeçalhos à imprensa, encontra-se num barco com alguns acompanhantes desta "última viagem". Ao conversar com uma dessas companheiras, ela revela-lhe que supõe ter sido envenenada pelo patrão, um aristocrata britânico, que suspeitava ser o serial killer conhecido como "Assassino das Cartas de Tarot". Os argumentos convencem-no da veracidade da história e, como quem não quer a coisa, pula do barco para a água. Entretanto, Sondra Pransky  (Scarlett Johansson), uma jovem estudante americana de jornalismo, a passar umas férias em Londres, vai com uma amiga a um espectáculo de magia de Splendini (Woody Allen) e é convidada para subir ao palco e entrar numa suposta máquina de "desmaterialização". E quem é que ela encontra lá dentro? Pois, Joe, que lhe fornece a informação necessária para iniciar uma investigação sobre o tal Peter Lyman (Hugh Jackman). Quer dizer, se ela fosse uma jornalista experiente e acreditasse em fantasmas... Como não é o caso, pede ajuda ao mágico e acaba por se envolver romanticamente com Peter!
Enquanto não chega "Meia-Noite em Paris" - o próximo filme de Woody Allen a estrear nos cinemas portugueses a 15 de Setembro (a acreditar na programação) - "Scoop" (2006) foi exibido ontem na RTP e abriu o apetite para mais:


Para os fãs do cineasta não terá sido surpresa, mas para os restantes, como eu, foi um agradável e bem-humorado serão televisivo!

Imagem da net.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

NO PALCO OU NO ESTENDAL?

Elizabeth não nascera em berço de ouro, mas sempre fora tratada como uma princesa pela mãe, Ernestina, que almejava para ela um futuro de rainha. Aliás, o próprio nome da bebé, de caracol loiro e olho azul, fora escolhido tendo em conta o da soberana inglesa. Para dar sorte!
Conheci-a na escola primária, onde ela se evidenciava pela sua longa cabeleira loira no meio de tantas crianças morenas, mas também pela sua inteligência, pelo seu porte e voz melódica. A escola era pública - possivelmente porque os pais não tinham posses para mais - mas já frequentava aulas de ballet e de canto. Possuía também um grande sentido de humor, por vezes maldoso. E os vestidinhos que usava? Cada um mais bonito que o outro, carinhosamente costurados pelas mãos de Ernestina, modista de profissão. E qual é a professora que não simpatiza com uma aluna que aprende rápido o que lhe ensina? Fomos amigas, nesses tempos, defendi-a sempre perante algumas invejosas...
Certo é que a vida dá muitas voltas e cada uma de nós seguiu rumos diferentes. Os pais mudaram de casa, perderam-se os contactos no bairro e os números de telefone. Tropeçámos uma na outra, já adolescentes e em plena época natalícia, na baixa lisboeta. Elizabeth ia carregada de sacos de compras. Resolveu descansar uns minutinhos e convidou-me para tomar um chá, numa cafetaria próxima do elevador de Santa Justa. Eram quase 5 da tarde! Escolhi um bolo com chantilly para o lanche, ela uma torrada sem manteiga. Preservar a elegância já custava naqueles tempos! A conversa decorreu amena e sem intervalos, a família dela estava boa e a minha também, contou que tinha entrado para o teatro, com um pequeno papel inicial, mas tinha esperança de melhor no futuro. Felicitei-a e prometi ir ver a peça, com os bilhetes que me ofereceu na altura, que nem me recordo como se chamava, sei que vi e não achei grande piada - os musicais revisteiros nunca me entusiasmaram... No entanto, constatei que também ali ela era a verdadeira estrela: secundária que fosse, o acesso ao camarim estava entupido de homens maduros. O meu pai, que me acompanhara ao espectáculo, é que não estava disposto a esperar na fila, ensonado q.b., após um longo dia de trabalho e uma noite de cantoria. Assim, limitei-me a rabiscar num papelucho uma mensagem de "gostei de te ver em palco e felicidades", que pedi a um funcionário dos bastidores para lhe entregar!
Apesar da sua fugaz carreira teatral, Lizzy, o seu apelido artístico, tinha chamado atenções suficientes e era convidada assídua de programas de televisão, onde apresentava, representava, dançava e cantava, consoante o mote. Continuava bonita, até mais deslumbrante do que na juventude, com curvas de mulher, uma voz mais maviosa, uma postura sinuosa, elegante e um pouco sobranceira. Simultaneamente, os convites para as festas frequentadas pelo jet set nacional multiplicaram-se, as revistas cor de rosa publicavam tudo o que lhe dissesse respeito - Lizzy nas festas, na praia, de férias, nas compras e todas as indumentárias que usara em cada ocasião.Até cair a bomba: ia casar! O noivo tinha o dobro da sua idade, sangue azul a correr-lhe nas veias, além de possuir vastas propriedades rurais no Alentejo. Por amor, repetiam ambos embevecidos diante das câmaras fotográficas! O casamento foi memorável, entre grandes destaques nas revistas ou a pequenas notas na imprensa dita mais séria - a aliança entre a elegância e a distinção aristocrática...
Entretanto, os anos passaram, nunca mais se soube nada da Lizzy ou da Elisabeth. Certo dia, numa breve visita ao bairro da minha infância, pensei que a via a uma janela, a estender roupa no estendal. Ainda me ria com a confusão, quando ela começou a cantarolar. Parei. Olhei melhor. Não queria acreditar! Especada no passeio do outro lado da rua, ela notou a minha presença. Acenei-lhe de longe, timidamente, e ainda na dúvida. E não é que ela me sorriu e acenou de volta?!

Fotografia de Vitor Fernandes, amigo bloguista e facebookiano,  e grande fotógrafo amador. Obrigada pela permissão, Vitor!
ps - para quem não sabe, vim verificar se a fauna e a a flora algarvia permanecem no mesmo lugar... por um curto período! Em descanso do estendal lá de casa, que nunca me faz cantarolar...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ALGARVE FLORIDO

Não sei se por lapso de memória, noutros tempos não me recordo de reparar em tantas flores nos caminhos algarvios. Nem sequer de associar as buganvílias à região. Algarve eram as amendoeiras em flor na Primavera, que surgiam em todos os catálogos de promoção turística, mas para além das silvestres nos campos e outras nos canteiros dos jardins, as flores não enchiam muito o olho aos turistas ou visitantes ocasionais. Talvez naqueles anos de construção desenfreada (e muitas vezes mal planeada, suponho pelo resultado!), a preocupação com o betão armado fosse maior...

Certo é que desde então alguma coisa mudou e para melhor! A primeira vez que reparei na profusão de buganvílias deve ter sido em Vilamoura: uma urbanização de casas baixas e brancas, com as típicas chaminés no topo, e com as plantas trepadeiras a crescerem pelas paredes acima, com as pequenas flores rosa choque (shock ou shocking, como preferirem!) a contrastar decorativamente. Urbanização chique, note-se!

Actualmente é raro passar por qualquer região algarvia sem notar a presença das buganvílias, num múltiplo colorido de laranjas, vermelhos, rosas e roxos. Um espanto!

Mas não só! Muitos outros arbustos floridos vão desabrochando em jardins, arruamentos, vivendas ou até a ladear ou  bem no centro das rotundas - que também se multiplicaram - a par de outras flores que necessitam de maiores cuidados de jardineiros experientes.

Todas estas fotografias foram tiradas este ano no Algarve - algumas no Zoo de Lagos - mas estão longe de representar toda a variedade da flora algarvia existente. Não só em arvoredo - amendoeiras, figueiras, alfarrobeiras, oliveiras, pinheiros, palmeiras e muitas mais, que não sei reconhecer sem o fruto pendurado - como em cactos, por exemplo.

Cingi-me a algumas flores, porque ainda não aprendi a fazer aqueles quadrinhos todos giraços de montagem de várias fotografias. Talvez aprenda entretanto, quem sabe?

Até lá, tenham um fim de semana...

FLORIDO, COLORIDO E DIVERTIDO!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

ESTRUMPFES, EM VERSÃO SMURFS

Os Estrumpfes (les Schtroumpfs), os pequenos bonecos azuis idealizados por Peyo em 1959, estrearam-se recentemente no cinema, com o nome americanizado para Smurfs. Fãzoca de BD, a que deu origem a este filme nunca foi das minhas preferidas, mas tinha vontade de a ver no grande ecrã. E que dia melhor que um cinzento e de chuva no pino do Verão? E lá fui, com a minha mãe, que o meu filhote já está "crescidinho" para essas infantilidades, eheheh! 
Mais uma vez, o perigoso feiticeiro Gargamel (Hank Azaria) consegue encontrar a aldeia de cogumelos onde os azulinhos de 3 maçãs de altura residem, quando estes estão a preparar a festa da Lua azul, com o fito de extrair deles a poção mágica da felicidade, que lhe conferirá um grande poder. Na perseguição que se segue, Trapalhão engana-se numa curva do caminho e alguns dos seus irmãos correm atrás dele para o salvar. Encurralados entre o abismo e Gargamel e o seu gato, os Smurfs deixam-se sugar pelo buraco azul que se forma na água no dia da Lua... e vão parar a Central Park, em plena Nova Iorque! A fuga não acaba por aí, uma vez que o feiticeiro e o seu mefistofélico bichano seguem o mesmo rumo. Entre várias peripécias e tropelias, os pequenos homens (e mulher, que a Estrumpfina, digo Smurfina, também os acompanha) reencontram-se em casa de um publicitário (Neil Patrick Harris) e da sua mulher (Jayma Mays), tentando passar despercebidos. Impossível! O cão do casal logo dá pela sua presença e a aventura continua...
Realizado por Raja Gosnell e com argumento de J. David Stern, baseado nas personagens criadas pelo referido Peyo, o filme mistura a animação com protagonistas e cenários reais e muitos efeitos especiais:

É destinado a um público infantil, sim, mas tem o mesmo tempero do Tintin: dos 7 aos 77 anos (ou mais) é divertido para todos!

Imagem da net.