segunda-feira, 30 de junho de 2008

AO SOM DOS BEE GEES



"How deep is your love" - Bee Gees

Um dia destes, no blog da Parisiense, passava o vídeo dos Bee Gees, "Staying Alive", que imediatamente me fez relembrar os primeiros passos de "bailarina" nas discotecas lisboetas (... e não só!) E claro, também o filme "Febre de Sábado à Noite" (Saturday Night Fever) com o magnífico John Travolta a lançar um novo estilo de dança: os primórdios do disco sound! Ah, parece que já descortino desse lado um sorrisinho trocista, do género "lá vem esta 'cota', com historietas do tempo da 'Maria Cachucha'". Esperem até que daqui a 20 anos os vossos filhos ou sobrinhos digam o mesmo das músicas que agora ouvem...

Adiante! Na verdade os irmãos Gibb obtiveram os seus primeiros sucessos ainda em meados dos anos 60, mas foi "Massachusetts" (1967) que os colocou nos tops musicais de vários países. Em 1971, numa fase mais apagada do grupo, compuseram a banda sonora do filme inglês "Melody", uma comédia infanto-juvenil inusitada para a época, que contava com realização de Warris Hussein e um jovem elenco composto por Mark Lester, Jack Wild e Tracy Hyde. Uma delícia de filme, quando nas férias grandes nos sujeitávamos sempre a rever "Música no Coração", uma vez que não existia mais nada no panorama fílmico para os mais novos! (aqui, a canção que a Laurinha gosta)

Não se sabe exactamente porquê, os três irmãos sempre foram conotados com essa era disco, se bem que ao longo das suas multifacetadas carreiras como compositores, produtores, músicos e vocalistas tivessem experimentado muitos outros estilos musicais, em grupo, a solo ou para outros artistas. E com o vestuário e cabeleiras, hoje completamente fora de moda... quase 30 anos depois! O grupo terminou na sequência da morte de Maurice, em 2003. Barry e Robin (gémeo de Maurice) continuam as suas carreiras artísticas até hoje.

Vivi ao som dos Bee Gees durante muitos anos! E apesar do tédio de ouvir sistematicamente as mesmas músicas na rádio, muitas delas trauteio de cor, com recordações antigas... e alegres!

HOW DEEP IS YOUR LOVE?

domingo, 29 de junho de 2008

AMORAS SILVESTRES

Foto de Ian Britton

Quando era criança adorava amoras, que colhia directamente das silvas dos caminhos por onde passava. Era uma, era outra, umas atrás das outras. As pretinhas, bem entendido, que já me tinham ensinado que as vermelhas ainda precisavam de amadurecer...

Num desses passeios campestres, engoli pelo menos uma a mais. Caí de cama tão doente, que nem me lembro desses dias, só sei o que me contaram depois. Febrões, delírio, queda de parte do cabelo, parece que deu azo a tudo. Sobrevivi, como bem se nota!

Posteriormente, recriminaram-me por ter comido amoras a mais, que a nenhum dos outros miúdos que participara comigo no festim dera esse efeito. Proibiram-me de voltar a comer amoras, decisão que acatei! Um médico mais evoluído lá foi referindo que o problema não era das amoras, mas por elas não terem sido lavadas... Quem é que há 40 anos acreditava nisto, se gerações e gerações de pais, avós, tios, etc. e tal sempre tinham colhido as bagas directamente do arbusto, sem que ninguém sofresse alguma consequência, a não ser por excesso???

Culpas?! Undolitá-caradeamendoá, quem está livre, livre está!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

INESQUECÍVEL!

Quando ouço esta música, lembro-me sempre do meu pai! Que faria hoje anos, se ainda fosse vivo...

O tempo passou, a dor atenuou, mas a memória ficou! Certo é que me identifico bastante com esta homenagem de uma filha a um pai. Inesquecível, por muitas e boas razões! O dela e o meu...



Nat & Natalie Cole - Unforgettable

BOM FIM DE SEMANA!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

CLIC, CLIC, CLIC!

Já está!

Que é como quem diz, uns largos meses depois...

Bom, os meus dotes de fotógrafa não são grande "espingarda", isto para não dizer que mesmo com uma grande lupa é difícil encontrá-los! Mas continuo a tentar, que não sou de esmorecer assim às primeiras. Aliada à situação de facto, ainda surge uma enorme alergia a todas as máquinas, que de tanta sofisticação quase requerem um curso alongado para saber lidar com elas e com os inúmeros botões. Fotográficas ou outras, entenda-se! (Bimby à parte, que essa é de grande ajuda)

Tentativa após tentativa (ou lástima atrás de lástima), finalmente consigo colocar aqui uma foto tirada no "Lagartagis" do Jardim Botânico... no dia 15 de Agosto do ano passado! Ah e tal e coiso, que não está muito centrada? Pois, vão lá ver se as borboletas páram muito sossegadinhas para a pose...

Vou recomeçar os passeios pelos jardins da cidade (em Lisboa são 35, sem contar com o Zoo), prometo continuar a fotografar. Alguma há-de sair razoavelmente boa, não é?

(conselho útil para quem queira visitar o "Lagartagis": não usar wet gel no cabelo!)

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P A R A B É N S, Bita!

terça-feira, 24 de junho de 2008

PLÁGIOS!


Foto de Ian Britton, daqui.

Em 2006, recebi por mail um artigo escrito por um norte-americano sobre o nosso País, que continha inúmeras gaffes geográficas e históricas: à beira-mar plantados no oceano Pacífico, com um pequeno acesso ao oceano Atlântico através do estreito de Gibraltar, que Lisboa era uma extensa planície e que o povo português tinha sofrido uma prolongada ditadura por parte do marquês de Pombal, durante a II Guerra Mundial. Se não era exactamente assim, era parecido! O jornalista - Mike Lopresti, do "Green Bay Press-Gazette" - evidenciava nestes moldes a sua ignorância, enquanto apoiava a selecção portuguesa no mundial, com aquela altivez do "deixem lá os pobres coitados ganhar qualquer coisinha"!

Recentemente, deparei com uma chamada de atenção num blog que costumo visitar, para um artigo praticamente idêntico, desta vez publicado na revista brasileira "Turismo & Negócios". Escusado será dizer que o link de 2006 já não está activo, com muitas desculpas por uma remodelação informática, quem quiser que o peça por mail. Pois, com jornalistas deste gabarito, imagino que não é só Portugal que se situa à beira do Pacífico...

Abordar temas semelhantes ou muito idênticos torna-se normal, porque afinal de contas vivemos todos no mesmo mundo. Mas copiar tudo tintin por tintin? Sem verificar se o que se escreve tem uma base mínima real? Que ninguém detecta o plágio? Uma escritora portuguesa foi "dispensada" da sua colaboração numa revista porque se esqueceu, por duas vezes, de citar a fonte - uma publicação estrangeira - que copiou quase integralmente. Outra foi "desmascarada" por se copiar a si própria, de uns livros para os outros. Ou seja, tem de escrever uma cena de amor, por exemplo, vai buscar uma narrativa anterior, faz umas ligeiras alterações, muda o nome das personagens "Et voilá!", eis que surge uma "nova" cena amorosa...

Outro bloguista queixava-se que o seu blog foi copiado também quase integralmente por um moçoilo de Braga. O intuito? Pois, ganhar dinheiro com a publicidade incluída no novo canto, sem que para isso se tivesse de gastar mais de 5 minutos diários a fazer a cópia do original. Segundo creio, o caso seguiu para tribunal! Hummm... ou Braga tem muitos trapaceiros, ou este indivíduo é o mesmo que aqui há uns anos queria que eu lhe enviasse por mail cópias das notícias dos principais jornais portugueses, para ele colocar numa publicação on line. O plágio seria meu, o trafulha limitar-se-ia a negar saber a origem das notícias e, claro, o dinheirinho da publicidade cantaria do lado dele. Contactos? Nenhuns, está claro! Só o do telemóvel, mas nem por aí se conseguia detectar sequer se o nome do sujeito era verdadeiro. Muita gente "dinâmica" há nesta Terra!

Com tantos e "bons" exemplos, não é de admirar que os estudantes achem que, para fazer um trabalho, basta ir à net e copiar um qualquer texto que tenha minimamente a ver com o assunto. É que escrever e pesquisar dá cá uma trabalheira...

domingo, 22 de junho de 2008

O ANIMADOR

Foto de Márcia Marton, daqui.

Todas as religiões possuem mistérios indecifráveis e eternos...

Não me compete a mim avaliar se são boas, más, assim-assim ou se os indivíduos que dão a cara cá na Terra estão mais interessados no seu poder pessoal ou em enriquecer, espoliando os crentes. Certo ou errado, é a sensação que tenho de quase todos os leaders religiosos. O que não tem nada a ver com a Fé de cada um, que aceito perfeitamente e até admiro!

Educada como católica, dou comigo a executar pequenos gestos rituais, como beijar um resto de pão duro antes de o deitar no lixo ou a dar 3 pancadinhas numa superfície de madeira, com a lengalenga d' "o diabo seja cego, surdo e mudo", quando alguém vaticina desgraças. Hábitos antigos! Mas hábitos que não fazem o monge... ou a freira!

Assim, sem pretender quaisquer controvérsias religiosas, que estão longe de ser a minha praia, segue um clip que considerei delicioso, numa imagem bíblica diferente da habitual...



(Obrigada, Ni!)

sábado, 21 de junho de 2008

CHEGOU O VERÃO!


Foto de Ian Britton

Depois de uma Primavera que praticamente não deu ares da sua graça (mais de "desgraça", a vários níveis), a chegada do Verão é bem-vinda!

Na escola do rapaz, os jovens andavam um pouco excitados: "agora como é que vou dizer isto à minha mãe?" cismava uma rapariga em voz alta para a colega que a acompanhava; na secretaria, a lentidão dos funcionários contrastava com a pressa dos alunos "é só um carimbo!", "ó faxavor!", "preciso de um novo cartão!", todos acelerados para seguirem de férias e apenas voltarem a relembrar as carteiras das aulas lá mais perto do Outono...

As notas do filhote foram razoáveis, que é o que se pode dizer de variáveis entre os 12 e os 14. Não basta, se quiser estar à vontade para escolher o curso universitário que provavelmente quer realizar, mesmo ainda não tendo decidido qual: alguns numerus clausus rondam médias de 15 e 16, na área! Avisei-o desse "pormenor", como suponho ser obrigação de mãe, mas também já está crescidinho para discernir as "linhas com que se cose".

Confesso que não entendi a alegria de alguns destes adolescentes do 10º ano, que passaram com média de 8 a uma ou duas disciplinas, que também não sabia que era possível! 8 chumbos (retenções, para não traumatizar as coitadas das "criancinhas") ou anulações de matrícula, numa turma de 28 alunos e com estas condições, não é demasiado???

Mas pronto, é Summertime, uma musiquinha que fechava quase sempre as discotecas algarvias, quando dançava por lá noutros Verões... (neste clip, com excelentes fotos)

BOM FIM DE SEMANA!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

DIFERENTES FORMAS DE ARTE

Conhecem este ditado popular?

"O café deve ser:
Negro como o demónio,
Quente como o Inferno,
Puro como um anjo
e doce como o amor."

Então, seguem-se alguns exemplos de como o café também pode ser artístico...



Hummm... não ficaram com vontade de ir beber uma bica (ou cimbalino)?

quarta-feira, 18 de junho de 2008

TODO O TEMPO DO MUNDO

Já há largos anos que não trabalho fora de casa!

Não por escolha própria, mas pela simples razão que os negócios do patrão não estavam a correr pelo melhor, resolveu fechar parte deles - provavelmente os menos lucrativos - saí nessa leva! Ainda tive sorte, que mais tarde ele foi à falência, alguns dos funcionários que permaneceram na empresa não receberam os seus ordenados na totalidade! Quase aos 40 anos, casada e com o filhote ainda pequeno? Pois, levei um susto!

Inscrita no IEFP, calculava que as hipóteses de emprego não seriam muitas. Se mais nova, solteira e sem filho me eram recusados por "excesso de habilitações"?! Exigências, não fiz nenhumas! Obviamente, também não tinha ar de pobre coitada que aceita ir limpar retretes num centro comercial suburbano, com uma remuneração inferior à da mínima nacional. Acrescente-se também que nunca tive de alugar um camião TIR para trazer para casa os proventos do meu trabalho. Longe disso! 22 anos a trabalhar (em várias empresas), 22 a estudar, alguns em simultâneo, para dar nisto?

Por muito que custe, a malta habitua-se a tudo! A bocas foleiras de "tu não queres é fazer nenhum!", a presunções de "já que não tens nada que fazer..." (segue-se um rol de actividades convenientes ao próprio) ou simpáticos conselhos de "aproveita para sair e divertires-te, não fiques enfurnada em casa". Bitolas variadas!

A enorme desvantagem do desemprego é depender dos outros, monetariamente.

A grande vantagem é ter "todo o tempo do mundo" para acompanhar filhos, pais, cônjuge, familiares e amigos, quando eles mais precisam...

O que ainda me custa mais, hoje em dia, é verificar que cada vez mais amigos e conhecidos de 40 ou 50 e tal anos entram nas filas do desemprego, enquanto aos mais jovens também não é fornecida nenhuma alternativa viável, exceptuando a via da emigração!

Assim, não se segue em frente!

Foto daqui

segunda-feira, 16 de junho de 2008

SAPATOS DE REBUÇADO

Para todos os que se deliciam com histórias de encantar, este romance de Joanne Harris é um livro a não perder!

Com uma estrutura semelhante aos contos de fadas infantis, a narrativa na primeira pessoa vai entrelaçando a vivência de três mulheres, cada uma debatendo-se com os seus próprios segredos e "fantasmas" do passado e do presente.

Yanne Charbonneau, mãe da adolescente Annie e da pequena Rosette, assevera: "Ser mãe é viver com medo; medo da morte, da doença, da perda, de acidentes, de estranhos ou do Homem de Preto ou, simplesmente, das pequenas coisas de todos os dias que conseguem magoar imenso: um olhar de impaciência, uma palavra de irritação, a história não contada à hora de deitar, o beijo não dado, o momento terrível em que uma mãe deixa de ser o centro do universo da filha e se converte em mais um satélite na órbita de um sol menos importante."

A misteriosa Zozie de l'Alba, mulher de muitos nomes e talentos insuspeitos, que se junta ao trio familiar e cativa novos clientes para a minúscula loja de chocolates de Montmartre, quase à beira da falência, enquanto de algum modo se identifica com os problemas da jovem adolescente: "É difícil imaginar uma coisa desse género nos dias de hoje. Mas acontece... e por muito menos. Aconteceu aqui na escola de Annie... e simplesmente por causa de uns lenços na cabeça. As aves selvagens matam as aves exóticas; os papagaios, os periquitos e os canários amarelos que escaparam das gaiolas na esperança de terem um sabor de céu normalmente acabam no chão, estraçalhadas pelas suas primas mais conformistas."

Annie (Nanou, para os amigos) enfrenta o estigma de ser diferente num meio escolar onde imperam modas juvenis, decididas por alunos que se sentem capazes de definir esses ditames:
"- O que é que há de errado comigo?
Fitou-me durante um momento. Foi então que tocou a campainha e, com um sorriso rasgado, estendeu-me um pedaço de papel dobrado.
- Toma, fiz uma lista."

Tal e qual verdadeira feiticeira, a escritora usa ingredientes que apelam aos 5 sentidos, tanto no paladar dos diversos chocolates, como nos aromas de cacau que se evolam das panelas, na luminosidade e variedade das cores, nos gestos simples ou sofisticados de moldar várias "massas", ou em tons de voz que nem sempre são transparentes ou sequer audíveis. É essa magia que transborda das 504 páginas de "Sapatos de Rebuçado", num enredo onde perpassa a feitiçaria e o misticismo, não num mundo feérico e distante, mas em Paris, nos tempos que correm.

ADOREI!

Não acrescento mais nada, para não estragar o prazer de uma leitura fascinante. Excepto que este livro pretende ser uma sequência de "Chocolate", da mesma autora, que também se celebrizou no cinema com o mesmo título, numa realização do sueco Lasse Hallström, contando com um elenco de luxo: Juliette Binoche, Johnny Depp, Judi Dench e Lena Olin.

sábado, 14 de junho de 2008

AS DOIDAS DAS GAIVOTAS...


Foto de Ian Britton.

Alguém se lembra de Fernão Capelo Gaivota, livro de Richard Bach e filme de 1973 realizado por Hall Bartlett, com música de Neil Diamond? Pois as doidas das gaivotas da Praia da Rocha parece que não aprenderam nada da filosofia da sua congénere cinematográfica e literária: não faziam mais nada senão grasnar... dia e noite!

Bom, se tivessem sido só elas a coisa nem seria muito má, mas um vizinho resolveu fazer-lhes concorrência e no dia do jogo com a República Checa vai de dar música em altos berros para toda a rua ouvir. Das 5 da tarde à 1 e meia da manhã. Chamei música áquilo? Bom, eram mais uns batuques, alguns em ritmo de samba, outros tipo rap. Então o Sérgio fazia anos - nunca o vi nem mais gordo nem mais magro, mas ao cantarem-lhe os parabéns o nome foi bem audível - e a festa continuou até às 4 e tal da manhã, se não já para a rua inteira, para toda a vizinhança do prédio. Acrescente-se ainda que houve samba, com as convidadas dançando de saltos altos na tijoleira da sala... Um mimo!!!

Exceptuando essa dor de cabeça (ninguém ficaria incólume a tamanha chinfrineira) e alguma histeria generalizada visível nos noticiários, as férias decorreram lindamente, com Sol, praia, mergulhos, passeios à beira-mar, esplanadas, gelados, petiscos e livros. Com o fiel da balança a pender para a serenidade...

O "bronze" mal se nota, mas também não se pode ter TUDO!

Música boa, pois, a das viagens, como por exemplo esta, num poema lindíssimo de Viriato da Cruz, com cheirinho a África:




Fausto Dias - NAMORO


sexta-feira, 6 de junho de 2008

BRONZE NATURAL

Foto de Ian Britton

A vaidade humana nunca se cansa de me espantar: já existiam aquelas caixas semelhantes a sarcófagos ou caixões, para receber umas quantas doses de raios UV e adquirir uma nova tonalidade de pele; cremes autobronzeadores, também; mas bronzeamento a jacto, efectuado em locais específicos, com escolha da cor do "bronze" numa paleta, confesso que foi surpresa!

De qualquer forma sou adepta de métodos naturais. E é esse que vou experimentar nos próximos dias, lá para as bandas algarvias. Ah, e se o Sol resolver fazer greve (tão na moda, actualmente)? Paciência! Há sempre passeios a dar, petiscos a provar, livros para ler, um imenso mar a admirar...

Fiquem bem! Bom fim de semana e feriado para todos!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O GRAVADOR

Foto de Ian Britton

O aniversário hoje é duplo: a minha mana, companheira e amiga de sempre, e a Van (A Grafonola que sabia falar, fica aqui o link para quem a quiser parabenizar), amiga virtual quase desde o início deste "canto", sendo uma das primeiras comentadoras. Com um imenso LOLÃO, muito ao jeito dela, eh, eh, eh!

Óbvio que a rosa é "presente" meramente simbólico, mas aqueles bolos de anos ingleses que encontrei têm cá um aspecto... que nem os mais gulosos devem ter vontade de provar!!!

A música escolhida, tem uma história antiga: a minha irmã, a certa altura do final da adolescência, juntou dinheiro e comprou um gravador, daqueles já a cassetes das grandes, que os anteriores eram a bobines. Podia-se levar para todo o lado, desde que houvesse tomada eléctrica onde o ligar. A chatice era que passar do disco (do gira-discos igualmente portátil) para a cassete, a casa tinha de estar no mais absoluto silêncio, porque todos os outros barulhos eram registados também. Tarefa quase sempre inglória!

Aí, um amigo nosso, que possuía uma aparelhagem mais sofisticada, ofereceu-se para nos fazer umas gravações. No caso, um álbum com os grandes êxitos dos Beatles, o "Hotel Califórnia" dos Eagles e este "Anytime... Anywhere" da Rita Coolidge. E durante anos levámos o dito gravador e respectivas cassetes para o quarto - comum às duas - que ouvíamos enquanto tagarelávamos, líamos, estudávamos, ceávamos ou adormecíamos. Desligava sozinho, no fim! (alta tecnologia, ahn?!)

We're All Alone -Rita Coolidge



UM DIA MUITO FELIZ, PARA AMBAS!
(e já agora, para todos que por aqui passarem!)

terça-feira, 3 de junho de 2008

IMPRESSÕES DIGITAIS

Foto daqui.

As palavras são como impressões digitais. Portuguesas ou estrangeiras. Por quem faz gala de utilizar estrangeirismos, palavrões ou calão, já para não referir aquela "escrita sumária" de sms, cada vez mais extensiva a mails ou blogs. E sem sequer entrar em onomatopeias (palavra carota, oriunda da nossa gramática) do TRIM-TRIM do telefone ou do TOC-TOC do bater os nós dos dedos na madeira da porta - convenhamos que ambos os exemplos caíram em desuso... :) (ná, não vou falar de grafismos!)

Fica a 1ª impressão!

As imagens, fotos, músicas, clips, avatars, templates - mais, ou menos, viradas para o próprio umbigo - fornecem a:

2ª impressão!

A organização e a dinâmica de um blog depende da vida pessoal do seu autor: quando encontro um "novo", cheio de speed (chamar-lhe-ia "estrica", mas para não dizerem que invento palavras que não constam no dicionário...), com tudo muito estipuladinho, tipo à 2ª feira posto uma anedota, à 3ª um vídeo, à 4ª uma foto, etc. e tal, percebo logo que não vai bater certo...

3ª impressão!

O tom de brincadeira, agressivo, conflituoso, didáctico, amargurado, opinioso, cultural, saudoso, indignado, noticioso ou poético também é bastante revelador! Enquanto alguns gritam e ameaçam - dignos mentores de uma III, IV e V Guerra Mundial -, outros choram e desabafam, ideias disparatadas e preconceituosas há muitas. Manter o equilíbrio entre o humor, a crítica e a alegria ou a tristeza nem sempre é fácil, mas consegue-se...

4ª impressão!

A mensagem transmitida, para mim, é essencial! Mais do que tudo o resto!!!

Com a 5ª impressão, não vejo a palma da mão nem o destino de ninguém (não uso turbante na cabeça, nem sou ligada à quiromância), mas "adivinho" um pouco vivências semelhantes ou diferentes... As que prefiro, estão conformes e em sintonia com a razão e a emoção do que deve ser dito!

Last but not least (ai, ai, lá tinha de vir a inglesice a servir de muleta), leio muito mais blogs do que aqueles que comento. Para quem tem ideia que o seu blog é só uma converseta privada entre amigos, iluminados, o melhor é privatizar! Quando não, ou apanham uma curiosa, como eu, ou, de vez em quando, têm de se utilizar do balde e da esfregona e limpar as bostas (anónimas ou não) que por lá passam... :D

domingo, 1 de junho de 2008

CRÓNICAS DO SUL

Embora prefira os contos de Luis Sepúlveda - nomeadamente "História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar" e "O Velho que Lia Romances de Amor" - de vez em quando calha ler as suas crónicas, como agora foi o caso com estas "Crónicas do Sul". Escritas entre a Primavera de 2005 e Dezembro de 2006, data da morte daquele tirano facínora que dava pelo nome de Augusto Pinochet, o escritor chileno nunca se cansa de denunciar o saque de que o seu país foi alvo nas mãos do ditador, tanto em termos de vidas humanas, como das suas riquezas.

Justamente indignado com a impunidade do criminoso, com o compadrio de alguns dirigentes políticos e económicos internacionais, a páginas tantas o autor conta-nos esta curiosa história, exemplificativa da hipocrisia vigente:

Ao conhecer Evan Hunter (1926/2005 - nascido Salvatore Albert Lombino), reconhecido escritor e argumentista norte-americano, que usava vários nomes literários como Ed McBain, Sepúlveda admirou-se com a sua extensa obra, abrangendo géneros tão diferentes como o romance, o policial ou a ficção científica e perguntou-lhe como ele tinha tempo para escrever tanto. "Respondeu-me que o que lhe levava mais tempo era escrever romances de ficção científica. Sem ar de superioridade e sem dar a menor importância, confessou-me que escrevera uns trinta, com diferentes pseudónimos." Não se espantou, portanto, que o americano vivesse confortavelmente num bungalow frente ao mar em Santa Mónica, na Califórnia, possuisse um carrão e uma conta bancária agradabilíssima, de cerca de 2 milhões de dólares. Fruto do seu trabalho, ao longo de uma vida!

Em contrapartida, suspeito era que um chileno praticamente desconhecido, Ramón Ugarte, vendesse no Chile 28 milhões de exemplares dos seus "bestsellers": dois livros (embora um fosse em três tomos), que lhe renderam outros tantos milhões de dólares em direitos de autor, depositados em várias contas bancárias norte-americanas. Num país com 14 milhões de habitantes dá para entender o sucesso de vendas: dois por cada cidadão, independentemente de alguma iletracia reinante! Mas quem era esse autor tão consagrado, que o mundo não conhecia, já que a sua obra não foi traduzida, nem extravasou fronteiras? Augusto José Rámon Pinochet Ugarte, está claro! Com uma fortuna incalculável em bancos estrangeiros e paraísos fiscais...

"No te calles, Luis!"