terça-feira, 30 de julho de 2013

EM FÉRIAS DOUTROS TEMPOS...


... à séria, nunca prescindíamos de uma visita a este local. A foto é antiga (meados do século passado, segundo a legenda) e da net - há muito que desapareceram as azenhas. Mesmo assim - excetuando em dias particularmente movimentados e previamente estabelecidos - uma paisagem que sempre nos transmitia uma sensação de serenidade e descanso, para lá da própria beleza e do convite a uns mergulhos, quando as temperaturas estavam mais amenas...

Muitos banhos tomei neste rio, nem todos exatamente aqui: numa água sempre gelada, mas de uma transparência que nos permitia contar os seixos no leito do rio, se porventura o desejássemos.  Já em adulta e num fim de tarde com um grupo de amigos, resolveram ir todos ao banho. Friorenta, não fui. E foi a melhor opção, já que eles saíram da água refrescados, mas completamente picados por uns insetos que pairavam à tona d'água naquela hora.

A minha irmã está a programar uma visita àquelas bandas ainda este verão, já lhe "encomendei" uma fotografia atual do local onde fomos tão felizes noutros tempos. Sem recurso às técnicas de pesquisa da net, alguém sabe identificar o local?

post-scriptum -  se há "população" unida nesta terra, a das melgas, mosquitos ou insetos quejandos é uma delas: atacam tudo e todos de norte a sul, ontem como hoje, e são de uma ignorância tão crassa, que nem sequer sabem ler os rótulos de "repelente"!

ADENDA a 1 de agosto de 2013: Trata-se de Vilar de Mouros, nas margens do rio Coura, onde durante vários anos decorreu um festival de música com o mesmo nome, que tornou o local bastante conhecido dos portugueses mais jovens. Entre 1971 (1ª edição) e 2006 (última edição) foi palco de 11 festivais que reuniram artistas nacionais e estrangeiros. Nunca assisti a nenhum, mas a beleza do rio e daquela paisagem sempre me encantou. O primeiro a acertar foi o JP, via mail, logo seguido pela Rosa dos Ventos. Parabéns a ambos e obrigada a todos pela participação.

domingo, 28 de julho de 2013

MÚSICAS DE SEMPRE - 2

Uma das músicas mais românticas de todos os tempos, de Cole Porter, poderá não ter consenso para quem não aprecia jazz ou ritmos afins. Mas a sensação é universal, para quem ama...

Aqui na voz de Ella Fitzgerald, uma das primeiras a cantar o tema,, mas igualmente tocante noutras versões de pop/ rock:



Imagem da net.

sábado, 27 de julho de 2013

O LIVRO DOS HOMENS SEM LUZ

Talvez não tenha sido a melhor leitura para trazer de férias, mas facto é que já tinha lido as primeiras páginas em Lisboa. Que, assim como assim, me lembraram vagamente o filme "A Janela Indiscreta", de Alfred Hitchcock, embora com umas tonalidades mais negras. Mas se no primeiro capítulo encontramos um homem solitário e amargurado - após a perda da mulher e da filha num incêndio - que passa os dias a seguir outros homens ou a observar a vida dos vizinhos da janela de um apartamento londrino, no segundo o cenário muda de figura: ainda em Londres, e durante os bombardeamentos da II Guerra Mundial, Joseph e a sua mulher Helena ficam soterrados num abrigo, construído debaixo da casa onde residiam e que se tornou num amontoado de escombros. Durante um tempo (propositadamente) indefinido, mas suficientemente prolongado para se assemelhar a uma história de terror.

Quatro capítulos e 214 páginas depois descobrimos os elos que unem as diferentes personagens, se bem que pelo meio e nas histórias entrecruzadas algumas pareçam fantasmagóricas ou sonhos e pesadelos resultantes de noites mal dormidas ou de passados mal resolvidos. Quer dizer, se bem entendi, porque não tenho a certeza de ter entendido todas as ligações, nas sequências de um tempo vago e longínquo.

Dito isto, gostei da escrita de João Tordo e da estrutura original do enredo que se completa tipo puzzle, à medida que vamos avançando na leitura. Mas não tanto das histórias sombrias, solitárias e soturnas dos "homens sem luz"...

Mesmo assim, espero que a próxima leitura seja mais adequada à beira-mar!

Citações:

"Compreendia que a nação se encontrasse em guerra; compreendia´até que o mundo inteiro se encontrasse em guerra. Mas não compreendia que inimigos eram estes que nunca tinha visto, e que lhes tinham destruído a casa, que era a única coisa que tinham."

"Nesses momentos de solidão - uma solidão tão potente e irrevogável que julgava ouvir vozes à distância - parecia-lhe que o único destino possível era extinguir a luz e deitar-se sobre o colchão, onde se abandonaria. Parecia-lhe que o único final era apodrecer." 

"Senti-me aterrorizado ao ver a gigantesca montanha de escombros, algo irreconhecível que não fazia lembrar uma casa, mas a imagem exacta do que acontece à própria existência dos homens, ruína atrás de ruína."

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A LUA MUDOU...

... e a eventual futura rainha de Inglaterra pariu o primeiro filho. Ela e o marido declararam estar muito felizes, como é normal. It's a boy... George?!?

... e o Papa Francisco decidiu visitar o Brasil, quando as contestações populares andam pelas ruas e a influência da Igreja Católica diminuiu significativamente... Será que chega para acalmar os ânimos exaltados?

... e na Tugolândia, uma espécie de governo irrevogavelmente desacreditado pelas medidas de austeridade seguidas durante dois anos, regressa após uma remodelaçãozeca e com o apanágio do presidente da República?

OK, vou ali dar mais uns mergulhos... e já volto!

segunda-feira, 22 de julho de 2013

TREINOS... PARA QUÊ?

A programação era a de férias repartidas - e ainda treinámos num fim de semana prolongado - mas acabaram por ser "férias" divididas: eu nos Algarves com familiares e amigos, o maridão em Lisboa em compromissos profissionais que se atrasaram, devido à recente remodelação da empresa.

Bom, se adiantasse alguma coisa, certamente não me importaria de mudar a data e vir noutra altura. Mas o mais certo é o adiamento corresponder a uma redução efetiva e obviamente lá para o Natal não haverá praia ou piscina para ninguém.

É chato? Pois é! Mas longe de estar numa ilha deserta, resta-me aproveitar a boa companhia de todos os que me rodeiam (que também não têm culpa nenhuma de remodelações empresariais alheias), na esperança que dentro em breve se possa juntar ao grupo de veraneantes...

CARPE DIEM!

domingo, 21 de julho de 2013

MÚSICAS DE SEMPRE - 1

Ao contrário de filmes ou livros, não consigo elaborar uma lista minimamente coerente sobre as músicas, vozes ou grupos que mais gosto de ouvir - muitos géneros diferentes e de várias épocas, sendo que por vezes só aprecio uma e outras quase todas deste ou daquele artista ou compositor. Assim, sem qualquer tipo de ordem ou graduação, este verão e aos domingos publicarei algumas dessas músicas da minha vida, correndo o risco de esquecer tantas... que tiveram a sua época!

E para começar nada melhor que a Beatlemania, que no meu caso não surgiu na época de ouro da mítica banda, só uns anos mais tarde. Esta é uma das minhas preferidas:


E claro que estão todos convidados para escolher a(s) vossa(s) preferida(s), caso também sejam fãs do(s) artista(s) em causa.

Imagem da net.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

QUE DUCHE!

Acontece a todos... de vez em quando!

BOM FIM DE SEMANA PARA TODOS!


Imagem do facebook, segundo banda desenhada de Charles Schulz.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

REFLEXOS E ANTIGUIDADES...

Não se pode dizer que a visita ao museu foi um fiasco, até porque ficámos encantados com metade do que vimos. O problema foi esse mesmo: só conseguimos ver metade da exposição, que exibe parte da vasta coleção de obras de arte de Calouste Gulbenkian! Culpa nossa, evidentemente, que nesse domingo de grande caloraça calculámos mal o tempo que o percurso precisa e merece e, ao chegarmos ao final da Arte Clássica e Oriental, estava na hora do museu fechar. Ficou toda a Arte Europeia para apreciar... numa próxima oportunidade!

Bom, mas a questão não é essa. Se existem peças que não exigem explicação, outras sem ler o pequeno letreiro ao lado dificilmente entenderíamos para o que serviam. Como no caso destas exibidas na fotografia: são várias enfileiradas num expositor envidraçado e iluminado, daí o resultado fotográfico ser este com tantos reflexos, porque obviamente não usei  flash.

Para que serviriam? "Mistério" que deixo nas vossas mãos para resolver...

quarta-feira, 17 de julho de 2013

POLICIAIS, EM SÉRIE...

Em criança e adolescente era vidrada em televisão: via tudo o que me deixavam ver! De desenhos animados a filmes ou séries, aos programas de culinária da Maria de Lurdes Modesto ou de decoração de France de Vasconcellos, ao cartaz TV de Jorge Alves, tudo o que viesse à rede era peixe. E os pontos altos do ano eram sempre o Festival RTP da Canção, o da Eurovisão ou os concursos de misses. Jogos Olímpicos, campeonatos internacionais de ginástica ou de futebol, patinagem artística, bailado, danças de salão, enfim,(quase) tudo marchava. 

Depois veio o 25 de abril e chateei-me da televisão... durante o período do PREC. Via uma coisa ou outra, mas a programação estava sempre a mudar, devido a debates, discussões políticas e mesas redondas que se prolongavam horas a fio, até fartar. Se lá para o final dos anos 70 e inícios de 80 me reconciliei com a TV, com as telenovelas brasileiras, "A Visita da Cornélia" de Raul Solnado e Fialho Gouveia ou, posteriormente, "O Passeio dos Alegres" de Júlio Isidro, também é certo que me tornei mais seletiva e o vício televisivo evaporou-se... 

Atualmente, quase não vejo! Um filme, se o apanho no início, o "Masterchef" australiano (que gravo, para quando tiver disponibilidade), "E Depois do Adeus" se estou em casa, um ou outro programa quando calha. Mas as séries chateiam-me à brava: umas já têm barbas, outras até parecem giras, mas continuam na semana seguinte?!? E lembrar-me do horário e canal? 

Vai daí que, se o verão não é grande espiga para cinema, para as séries policiais o AXN até teve uma boa ideia: repetir compactos de 5 episódios seguidos. É evidente que não há tempo nem pachorra para passar a tarde ou a noite a papar todos de enfiada, mas sempre se grava. Não é a falha de um que interessa muito - de "Castle" não perdi o fio à meada - mas pode ser que finalmente perceba o seguimento de "O Mentalista"...


Imagem da net.

terça-feira, 16 de julho de 2013

ONDE FICA O CASTELO?

Num curto passeio primaveril - num dos raros dias soalheiros deste ano - fomos visitar um castelo, na sequência de um velho projeto de conhecermos um pouco melhor o nosso país atual.

Assim, embora calcule que estes dois apontamentos fotográficos não sejam particularmente elucidativos, alguém sabe responder à pergunta: onde fomos e que castelo visitámos?

Se for muito difícil, depois acrescentarei outras fotos mais evidentes. E sim, tenho quase a certeza que alguém chega lá depressinha, mesmo que a blogosfera ande um pouco a "meio gás", com tanta gente de férias...

*******
Então aqui vão mais umas fotos, estas já com pistas mais visíveis ou reconhecíveis:

O "miolo" do castelo.

Do lado de dentro das muralhas exteriores.

A porta de saída  do castelo, propriamente dito!

*******
Está difícil, de modo que acrescento mais algumas. Mais, só se puser a placa da entrada com o horário de funcionamento... 

Ao entrar no portão exterior do castelo, avista-se...

... uma pequena igreja, sendo visíveis também as muralhas em ruínas do que foi em tempos idos a residência dos seus aristocráticos senhores.

Parcialmente em ruínas - só restam as muralhas e as paredes exteriores - e situado numa encosta, permite uma boa visão sobre as redondezas, quer dos montes onde ainda se podem avistar moinhos, quer do rio que corre por perto lá no vale...

O local já foi de importância vital, na história de Portugal.  E mais não digo, que já têm aí muitas dicas e mais fotos!

Divirtam-se!

ATUALIZAÇÃO a 18 de julho de 2013: Trata-se do castelo de Torres Vedras, tal como a Papoila acabou por palpitar, obtendo a concordância da Catarina, do Pedro Coimbra, do Rui da Bica (que também já lá chegara, antes de verificar os novos comentários) e do Kok. Parabéns à Papoila e obrigada a todos pela animada participação! 

segunda-feira, 15 de julho de 2013

ENCONTROS E DESENCONTROS

 Num fim de semana cheio de encontros e de desencontros, por razões várias, o encontro do Clube de Leitura foi adiado de sábado à noite para domingo ao final da tarde (uma delas sendo uma viagem profissional a Angola de uma das participantes), tendo eu já agendado um almoço familiar para essa data. Por sinal muito aprazível, porque o desagradável são mesmo os desencontros... Mas almoço é almoço e final da tarde é final da tarde, embora deteste estes compromissos sociais de enfiada, foi a programação possível.

Não reli "Dom Casmurro", de Machado de Assis, até porque o emprestei logo de seguida e a leitura ainda era relativamente recente. E a discussão também foi mínima, fiquei com ideia que todas consideraram mais difícil do que eu entrar naquela escrita, com mais de um século de existência. Mas conversas à desgarrada não faltaram, da viagem a Angola até à "viajante" pretender saber o que se tinha passado por cá na comunicação presidencial. OK, ninguém foi de grande ajuda para a esclarecer, mas os palpites sucederam-se, desta vez também em torno de umas pratadas de caracóis. 

Foi assim que chegámos à conclusão que, na próxima sessão, preferíamos um livro um pouco mais atual e a escolha acabou por incidir em "O Estilete Assassino", de Ken Follett. Isto de ler ou reler clássicos tem os seus dias, nem sempre apetece. E também faz todo o sentido que a próxima reunião tenha sido marcada para dia 5 de outubro, para comemorar a República, naquele feriado que deixou de ser... (ou nem por isso?)

  
Imagem do facebook.

sábado, 13 de julho de 2013

A INTELIGÊNCIA FOI DE FÉRIAS?

Evo Morales, o presidente da República da Bolívia, esteve em Moscovo e parece que declarou numa entrevista ter alguma simpatia pelo ex-agente americano Edward Snowden, que revelou ao mundo que os serviços de espionagem dos EUA continuam a funcionar em grande e a vários níveis, incluindo indústrias, empresas ou simples privados, dentro e fora do seu território. Mas alguém tinha dúvidas nesse capítulo?

Claro que os governantes norte-americanos não simpatizaram com a divulgação dos casos e andam a perseguir Snowden, que de momento está em Moscovo e à espera de asilo político em algum país da América latina. Isto porque Putin concorda em asilá-lo, mas ele tem de permanecer de boca fechada. (ou a fazer o mesmo serviço, para as autoridades russas?!? Hummm...)

Pior é que o presidente Morales estava de regresso à Bolívia no dia 3 de julho - nós por cá a assistir a demissões sucessivas... - e a suspeita (não se sabe lançada por quem?!?) de que o ex-espião americano estava escondido no avião, determinou que Portugal, Espanha, França e Itália recusassem o reabastecimento do aparelho, necessário para prosseguir viagem. Acabou por aterrar de emergência na Áustria e as autoridades locais revistaram o avião, não encontrando o "criminoso" a bordo...

Agora se isto pode acontecer com um avião presidencial - que não era só o presidente a ir lá, mas toda a comitiva e tripulantes - já imaginaram num vulgar voo comercial, com pessoas anónimas? Medo, muito medo!

Mas o ponto da situação é este: tanto quanto se sabe, Julian Assange continua alojado na embaixada do Equador, em Londres, sem poder seguir viagem para o país que lhe concedeu asilo, com estes "polícias" à porta...

E cartazes e manifestações em defesa de Snowden também não faltam, pelo mundo inteiro, porque por muito medo que nos queiram inculcar, uma coisa é certa:

nenhuma destas arbitrariedades revela o mínimo de dignidade em relação aos direitos humanos, à liberdade ou à democracia. Verdade seja dita, nenhum sensato cidadão comum aprova estes métodos de invasão e profanação de tudo o que é elementar para uma salutar convivência em sociedade.

A inteligência dos "donos do mundo" também foi de férias? Perseguir, enclausurar (mesmo noutro território), prender, "julgar", condenar, matar ou executar sumariamente numa qualquer esquina o dito "inimigo", fará com que todas as vozes se calem? Pois...

Imagens da net e do facebook

sexta-feira, 12 de julho de 2013

ESPLANADAS E VERÃO

Faça Sol ou não, é sempre tempo de esplanadas no verão. À beira-rio ou beira-mar, na praia ou no campo, numa ruela da cidade ou numa aldeola distante e recôndita. E de aproveitar bem todos os momentos deste "Summertime", com a certeza de que não se repetirão:


DIVIRTAM-SE!
(em férias ou nem por isso... 
e com a milésima vez em que coloco esta música aqui!)

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O TERCEIRO GÉMEO

A leitura é empolgante, mas bastante previsível muito antes de chegarmos ao final das 515 páginas. No que toca ao mistério do enredo, não ao desenvolvimento da ação em si. Também já li por aí que Ken Follett não tem o estilo literário mais apurado, embora a sua escrita seja eficaz para convencer o leitor a não parar de ler o livro até ao final. Como foi apenas o segundo que li do escritor, não tenho a certeza da veracidade da afirmação, mas no caso funcionou em cheio.

Jeannie Ferragami é uma cientista recentemente contratada pela universidade Jones Falls, para dar aulas e desenvolver uma investigação sobre gémeos criados separadamente, na tentativa de determinar se a potencial criminalidade lhes advém do sangue e genes, ou de fatores educacionais e ambientais. Para o efeito, cria um programa que cruza dados de ADN, para depois entrevistar os candidatos que acedem a colaborar na sua pesquisa. Steve Logan é um dos primeiros entrevistados, mas pouco depois ele é acusado  de violar uma mulher, que por sinal é a grande amiga de Jeannie. Mas ela estranha, porque nos testes psicotécnicos ele não revelou o perfil de um criminoso. E o gémeo dele está preso por crimes semelhantes, portanto também não foi ele a perpetrar o crime.

Entretanto e simultaneamente os jornais divulgam o caso como devassa da privacidade das fichas médicas de cada cidadão, a par da venda milionária da empresa Genetico, que patrocina as investigações genéticas na universidade e a candidatura à presidência dos EUA de um dos proprietários da dita empresa. Jean é despedida sumariamente pelos seus superiores, no dia seguinte terá de enfrentar um conselho universitário, supostamente imparcial. Mas, por esta altura, ela já percebeu que há demasiadas coincidências em todas estas histórias e suspeita vagamente da sua origem, sem a conseguir provar. Além de se apaixonar por Steve e logicamente desejar ilibá-lo de acusações tão graves...

Manipulações de vária ordem (ou métodos ainda menos ortodoxos), pela ambição desmedida da conquista de mais poder, influência ou riqueza dão um dos motes a este livro. Ou seja, a ficção que se baseia na realidade deste mundo. Porque mesmo não sendo adepta de teorias da conspiração, elas são como as bruxas: "que las hay, hay!" Gostei muito! Há melhor que um livro cuja leitura nos prende até ao final, mesmo adivinhando parcialmente o mistério da trama?

Citações:

"Quando as feministas radicais vinham dizer que o pénis era o inimigo, Jeannie tinha vontade de lhes responder: «Fala por ti, pá!»" 

"Tinha bons motivos para tremer. Na prisão, os homens estavam sempre a ser espancados. Muitos eram feridos, alguns mortos. Lá fora, a opinião pública estava-se nas tintas, pois se os bandidos se mutilassem e matassem uns aos outros teriam mais dificuldade em roubar e matar os cidadãos cumpridores da lei." 

"Manipular a imprensa era perigoso: um bom repórter podia ignorar a história mais óbvia e começar a perguntar porque motivo ela fora contada." 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

REGRESSO À PRÉ-HISTÓRIA!

Há dias assim, que não correm tal como os programamos. As terças-feiras parecem predestinadas a isso, cá em casa. Já não bastava a caloraça - a temperatura baixou um pouco lá fora, mas aqui nem se notou - o que também se traduz em falta de inspiração e, de repente, tudo deixa de funcionar: o computador (a parte da net), a televisão e o telefone.

Vale que não faltou a eletricidade, porque para quem não tem ar condicionado, a ventoinha é essencial. E estive a ler. Tudo o resto desligado, porque uma hipótese era que os aparelhos MEO estivessem, também eles, a aquecer demais. Compras no supermercado, jantar, volta-se a ligar. E nada! Continuei a ler, enquanto o maridão lá falou com a assistência da MEO. E nem eles davam com o problema, até que a funcionária se lembrou de perguntar se estava ligado o cabo não-sei-das-quantas na "porta" tal. Não estava, estava noutra ao lado!

Resumindo: a auxiliar de ação doméstica ao passar com o aspirador no local, com a destreza que lhe é habitual (eufemismo para "à bruta"), reparou que caiu e toca de o enfiar num buraco que lá entendeu! Só lá para as onze e meia da noite regressámos ao presente, porque a sensação era a de termos voltado à pré-história...
  
Imagem da net.

terça-feira, 9 de julho de 2013

ALEGRIA...

... é indispensável! Nem que o mote seja só este...

Imagem do facebook, segundo BD "Peanuts", de Charles Schulz.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

O GRANDE SALÃO

O facebook, (re)visitado numa noite muito caliente, teve mais piada do que é habitual, já que as conversas cruzadas decorreram... em palco! No Tivoli, onde estará em exibição até (quase ao) final do mês. Entrecortado por vários momentos musicais, que incluem temas como o da abertura de "Os Marretas", o  de "Cabaret" ou "A Casa da Mariquinhas", entre outros. No salão, como no facebook, cada um tem voz para falar o que lhe dá na gana, mas nem com toda essa liberdade e democracia as pessoas se entendem...

São 18 artistas em palco (quer dizer, um está fora dele, mas é criticado por ainda não ter aderido às conversas do "salão"), outro a um canto a dormitar ou a tentar silenciar os restantes e a roubar galinhas à excêntrica jogadora de farmville - no outro canto, que não faz mais nada e só desafina, para além de convidar toda a plateia a jogar com ela, "que ali sim, são produtos do melhor, todos da horta biológica"!

As personagens sucedem-se, enquanto uns debitam pensamentos filosóficos (?!?) ou opiniões sobre politiquices atuais, outros entretêm-se com banalidades e trivialidades, a contar a sua vidinha ou a elogiar os seus maravilhosos familiares e amigos. Há mascarados e disfarçados e pessoas que parecem muito reais, tentando aparentar o que não são. Uns gostam de tudo, outros não gostam de nada. Dias de grande animação e euforia, outros de tédio generalizado. Ou de zangas, histerismos ou alucinadas partilhas do mesmo acontecimento, notícia, cartoon ou foto do dia. Os que mal sabem escrever, os que tentam engatar, os sempre revoltados ou defensores de causas, os humoristas, poetas, escritores e sonhadores, os publicitários, saudosistas ou os que batem com a porta. E o pateta da praxe, que ninguém entende. No masculino ou no feminino, tanto faz. That's facebook, folks!  

A peça dirigida por Martim Pedroso já foi representada no teatro São Luís, agora está em cena no Tivoli. - que gostei de revisitar, tantos anos depois de ter encerrado como sala de cinema. Para quem puder e/ou quiser vê-la, deixo este link informativo sobre o espetáculo e respetivo elenco.

Sem grandes vedetas ou rasgos de genialidade, pessoalmente...



As duas últimas imagens são da net.

sábado, 6 de julho de 2013

RACHACUCA

Os brasileiros têm expressões giras, esta da "cuca" é uma delas, com o significado de "cabeça", "tola", "mente" ou qualquer outro do género.  Que tanto quanto me lembro ouvi pela primeira vez na telenovela "O Casarão", que havia lá uma fulana sempre muito "encucada" (protagonizada por Renata Sorrah), que por sinal me chateava à brava, sempre com crises existenciais, conjugais e não sei que mais.

Mas do que recordo melhor da telenovela (e a introdução delas deu-nos a conhecer muito boa música brasileira) é este tema que acompanhava o reencontro entre as personagens principais, cujo amor contrariado pelas famílias determinara o seu afastamento - "Fascinação", na voz de Elis Regina:


Bom, pelo meio do enredo também havia um velhote com Alzheimer ou demência (não me lembro se especificavam ao certo), doenças essas que segundo alguns  entendidos se podem precaver exercitando a mente com problemas de lógica, sudokus ou outros. Se é verdade ou mito não sei, mas como não quero que vos falte nada, é aqui que entra este site de "RachaCuca", que tem jogos desses para (quase) todos os gostos. Igualmente brasileiro - portanto há que ter em consideração algumas diferenças linguísticas - pelo menos proporciona algumas horas de boa diversão, para quem aprecia este tipo de passatempos....

DIVIRTAM-SE!

Imagem da net.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

ÁGUAS PASSADAS...

... não movem moinhos? Há ditados populares que entendo, mas que nem sempre aceito como verdade  absoluta e universal. Este é um deles, porque mal de nós que não aprendêssemos com o (nosso) passado...

E "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura"? Pois, até pode ser, mas quantos milénios dura esse processo?!? Para além de depender muito da pedra, que isto de "pedra e cal" tem dias que sim... e outros que não!

Como muito bem diz o Rui da Bica, a lógica não é uma batata! Mas desta vez nem é para decifrar a lógica da sequência fotográfica, em vários passeios domingueiros (e não só, eheheh!), com motivos e perspetivas diferentes. 

Por Lisboa, que o mar e as férias ainda me parecem muito longínquos... e a "marcação" está complicada. Mas para refrescar um bocadinho desta caloraça, há melhor do que "passear" junto de várias águas, passadas ou não?

Fontes de inspiração há por toda a cidade. Na blogosfera, também. No caso desta última foto, ela veio direta de uma foto publicada pela Afrodite que, não sendo tão talentosa em termos fotográficos, teve o condão de captar um laivo de arco-íris...

UM REFRESCANTE FIM DE SEMANA PARA TODOS!
(com ou sem férias incluídas...)

quinta-feira, 4 de julho de 2013

CINOFOBIA


Nunca tive medo de cães, não tenho qualquer fobia em relação a eles. Se desde pequena fui habituada a lidar com cães - a certa altura a minha avó tinha sete cães e um gato (e desse eu pelava-me de medo na época!) - depressa aprendi que cão que ladra também morde, num incidente a caminho da escola primária: ia com a minha irmã e uma amiga para as aulas da tarde, um cão da vizinhança desata a ladrar e a correr na nossa direção... até afinfar a bocarra na pernoca da nossa amiga. Sorte nossa, azar dela! Mas sem dúvida um episódio marcante...

Episódios com cães agressivos foram vários, uns mais caricatos que outros: lembro-me de um antigo namorado da faculdade, que sofria da fobia, a correr desvairado em volta de um carro com um minúsculo canídeo a tentar alcançar-lhe as canelas; da estúpida cadela de uma amiga me ter mordido o sapato durante um lanche, com receio que eu lhe roubar os ossos da refeição (explicação dos donos); de uma das minhas sobrinhas ter sido mordida pelo cão de outros miúdos conhecidos, enquanto brincavam; de outra amiga que mandou abater o cão, que um dia se virou a ela e lhe fez um lanho no braço, por ciúme da bebé que acabara de nascer (explicação da própria). Ou seja, são episódios esparsos, acumulados ao longo de anos, nenhum deles me faz ter receio destes animais. Embora costume estar atenta a cães desconhecidos.

Durante as mini-férias-algarvias-de-junho, assim que cheguei ao estacionamento da praia vi as alcachofras naquele tom lilás tão característico da primavera junina. Apesar de nem sequer estar muito virada para sessões fotográficas, lá saquei da máquina, tirei uma, cliquei no zoom para esta e ainda cliquei mais uma vez. Coisa de menos de um mínuto, acompanhado por um ruído estranho, depois transformado num nítido rosnar, acabou num cão a sair debaixo de uma auto-caravana próxima e a correr na direção das minhas pernas. OMG, mais do mesmo?!?

Nestas situações, grito que nem uma desalmada. É certo que os cães ficam mais excitados, mas se houver um dono por perto pode ser que os acalme. Mas do que me diz a experiência é que os donos consideram sempre o seu bicho de estimação tão querido, manso e fofinho, que raramente intervêm. A cena prolongou-se por vários minutos, comigo a gritar em stéreo e sem o deixar aproximar-se dos meus tornozelos - não, não era muito grande, o focinho dele apontava para aí - só o meu marido tentou acalmar-me, a uma certa distância. Como não parei com a gritaria (já tinha recuado vários passos, mas o raio do animal continuava a tentar morder-me), o dono acordou da sesta e lá disse da janela com imensa sabedoria, sem sair da auto-caravana: "Não mostre medo, que ele é manso!" "Muito!"- pensei vagamente no meio da confusão momentânea. Entretanto o meu marido já se estava a aproximar devagar, trazia o chapéu-de-sol ao ombro, aí o dono lembrou-se de chamar o amoroso canídeo: "Viens ici... VIENS ICI!" Obedeceu ao segundo chamamento.

Já vínhamos embora, quando o tanso dono de tão "mansa" criatura resolveu ainda dar-nos uma didática instrução sobre como lidar com cães: "É preciso calma e não mostrar medo!" Cansada de gritar, nem respondi. "Pois, mas o seu cão é que a tentou atacar, sem ela ter feito nada!" - respondeu o maridão.

Continuo sem a tal de cinofobia, mas ando a desenvolver outra em relação a donos de animalejos tão "estimáveis"...

quarta-feira, 3 de julho de 2013

741, 742, 743...

No meio de todo este imbróglio político em que mais uma vez somos mergulhados - em que provavelmente só os próprios protagonistas percebem tantas jogadas de bastidores (ou não?!?) - só tenho pena de Vasco Palmeirim, que pelo andar da carruagem ainda vai ter umas quantas noites em claro...

Locutor, animador e humorista das manhãs da Rádio Comercial, habituou os seus ouvintes a alterar as letras de temas musicais conhecidos, para dessa forma brincar com as politiquices nacionais (em parceria com Pedro Ribeiro, Vanda Miranda e Nuno Markl, note-se!). Ontem, dedicou esta a Vitor Gaspar, após este se ter demitido do governo:


E agora, quando é que ele vai conseguir dormir, se Paulo Portas se demitiu no 742º dia e, segundo consta, ao 743º ainda haverá mais duas demissões? E Pedro Passos Coelho também não tem direito a uma cançonetazinha, com o "não me demito" ou o "não aceito a demissão do parceiro da coligação"? E Cavaco Silva a empossar a nova ministra das Finanças - no que mais parecia uma cerimónia fúnebre - não merecia um novo versejar? Coitado! Não vai ter mãos a medir, que o governo está a cair em duodécimos... como já li por aí!

(por via das dúvidas, vou manter a garrafa de espumante no frigorífico! Ou fazer um swap com outra de vinho branco, já que adormeci enquanto Seguro estava a discursar...)

terça-feira, 2 de julho de 2013

A CIDADE DE ULISSES

Ao encontrar Teolinda Gersão na Feira do Livro de Lisboa 2013, ainda mais com um título tão sugestivo, pensei: "é desta que a vou ler!"

E foi! Simpática, autografou o meu livro com uma daquelas letras difíceis de entender, com as seguintes palavras: "Para a Teresa, esta história de amor passada em Lisboa, que é também uma história de amor por Lisboa."

Verdade: para além do romance, também é! E não me venham dizer que, sendo ou vivendo noutras cidades nacionais ou internacionais, não vibram com as ruas, fontes, lagos, pontes ou  jardins da terra que amam. Seja uma grande e cosmopolita urbe ou uma pequena aldeia (quase) desconhecida.

Paulo Vaz é um artista plástico já reconhecido internacionalmente quando o convidam para fazer uma exposição sobre Lisboa na Gulbenkian. A sua primeira reação é a de recusar o convite, pois mantivera esse projeto, muitos anos antes, com a mulher que amara profundamente, Cecília Branco, também ela artista plástica. Mas depois de uma serena e cúmplice  vivência de quatro anos em comum - em que as únicas discussões eram sobre o gato Leopoldo que ela recolhera e ele tivera dificuldade em aceitar - a relação acaba intempestiva e violentamente, quando ela lhe revela estar grávida. Durante a contenda ela cai na escada do apartamento (ele não sabe ao certo se a empurrou?!?) e acaba no hospital, apenas com umas mazelas, mas perdendo o feto que germinara no seu ventre. Paulo arrepende-se e acompanha-a no hospital e leva-a de volta para casa, mas poucos dias depois encontra-a vazia: Cecília partira, levando consigo Leopoldo e os esboços que criara durante esse período.

Apesar de a procurar incansavelmente junto de familiares, a recusa sistemática em voltar sequer a falar com ele evidenciam  que ela pusera um ponto final no relacionamento, de uma vez por todas. E também ele parte para outras partes do mundo, avançando com os projetos que acalentara, mas que adiara para ficar junto de Cecília. "Lisboa desapareceu contigo." - conclui. No entanto, 19 anos depois da sua errância pelo mundo, Paulo regressa  à sua terra natal, para encontrar outra companheira, Sara, que novamente o prende à cidade, embora exerça outra profissão - ele não é Ulisses, a regressar aos braços de Penélope, após tão longa ausência, mas de alguma forma aquela mulher está à espera dele. Mas o convite para a exposição traz memórias antigas, que finalmente ele parece ultrapassar ao aceitar...

Em suma: o romance pode ser banal, igual ou semelhante a tantos outros pelo mundo - as desilusões amorosas acontecem a (quase) todos e são um maná para romancistas! - mas gostei da escrita, de encontrar o reflexo da minha cidade em muitas destas 206 páginas, para além das lendas e teorias referentes a Ulisses, personagem de ficção e à qual Lisboa (talvez) deva o seu nome: "Ulisseum, transformado depois em Olisipo através de uma etimologia improvável."

Citações:

"De qualquer modo no meio da crise generalizada a nossa felicidade pessoal era um bem precioso, um pequeno milagre a defender ciosamente da enorme turbulência à nossa volta." [o ano referido é 1982...]

"Tinham-se passado muitos anos, mas os amigos mantinham-se. Esse foi sempre na minha vida um território particularmente estável, em que fui conservador e fiel: escolhemos os amigos e eles escolhem-nos, e tornamo-nos mais próximos à medida que a vida passa."

"Ulisses ama Penélope acima de tudo no mundo, se entre eles estiver o mar e ele puder amar todas as mulheres, dirias. Com a lucidez que sempre te conheci."

segunda-feira, 1 de julho de 2013

RÃ... ZINZICES!

Sentada numa esplanada, à beira de um lago, um estranho ruído interrompeu-me a leitura. O barulho parecia  vir daqui e fui saciar a minha curiosidade:

À primeira vista... nada!

Mas apurando a visão, lá estava o bicharoco pequenininho que tanto estrilho fazia. Quer dizer, ele/a e todos os parceiros que lhe respondiam com a mesma gana...

E encontrá-los, no meio de toda a vegetação?

Nenúfares e outras plantas e folhagens cobriam quase todo o meio aquático circundante.

Mais adiante, uma parceira mais silenciosa tecia a base da sua alimentação. Com relativo sucesso, note-se!

E, por fim, outra das coaxantes criaturas dava o ar da sua graça, se bem que igualmente bem camuflada naquelas águas calmas.

De costas e de frente:

Não sei se são rãs ou se são sapos (não beijei nenhum!), nem como tão pequeninos conseguem fazer tamanho chinfrim. Sei que compensou interromper a leitura...