quinta-feira, 29 de novembro de 2007

SAI UMA MINI...

... festa, é claro!

Para quem ainda não reparou, o meu primeiro post na blogosfera saíu aqui, faz hoje um ano! Para quem já reparou na minha azelhice informática, não, não demorei mais de seis meses a fazer o segundo: só mudei de “casa”! Temporariamente, como se nota...

Enfim, ainda não sei pôr links, nem fotos, nem música de fundo (essa duvido que alguma vez a ponha), com o tempo hei-de lá chegar. De qualquer forma, o principal intuito do Quiproquó era o de partilhar histórias e experiências, trocar pontos de vista e argumentos, aqui e ali promover uma salutar discussão. E esse objectivo tem sido alcançado, graças à vossa participação.


TCHIM TCHIM!
E
OBRIGADA A TODOS!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

AGRESSÕES PRECOCES

Um dia fui buscar o meu filhote à escola – ainda na infantil - e encontrei a vigilante, mulher dos seus 50 e tais, pálida e tremelicante: tinha acabado de ser agredida por um aluno da primária, com uma murraça no peito! Ela tinha-lhe segurado o braço e repreendido a meio de uma asneirola qualquer e ele alça do punho e vai disto. Com tanta “sorte” dela, que ao cair para trás acabou sentada numa cadeira, sem se estatelar no chão. Não contente com a proeza, o mariola de 8/9 anos, ainda afirmou: “Tu, a mim, não me podes bater!”

No Domingo vi de passagem uma mini-notícia, protagonizada por uma jovem de 15 anos, que a própria relatava mais ou menos do seguinte modo: “Andava com uns colegas atrás de uma professora e um deu-lhe um ‘calduço’. Ela voltou-se e deu-me um estalo. Eu, depois, também dei um estalo à professora.” Já viram este primor de EDUCAÇÃO? E a mini-reportagem seguia, com a mãe toda exaltada a dar razão à coitadinha, que iam fazer queixa à polícia... E a rapariga, muito segura de si, que não estava nada arrependida!

Nem sei se o que me irritou mais foi esta gentalha que só sabe resolver problemas a chapadão, se a comentadora, de risinho cínico, a “varrer” com um aceno de mão o assunto, que era SÓ um “incidente escolar”!

Talvez se o incidente escolar caísse em forma de calduço na tola da comentadora, o caso mudasse de figura...

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

500 PALAVRAS DE NON-SENSE

Desafio do Fausto, de Cenas e Coisas: escrever 500 palavras de non-sense, sem falar de coisas sérias, cenas políticas, bola, religião, tempo, nem acontecimentos reais. Aqui estão elas:

Um dia acordei virada do avesso, e disse NÃO! Não foi um NÃO embaraçado, tímido, agradável de se ouvir numa manhã aparentemente calma. Segundo me relataram posteriormente, o meu “grito do Ipiranga” (não se pode falar disto, que é um facto supostamente real e histórico?) fez ruir vários prédios nas redondezas, sem que me tivesse apercebido...

Odeio, detesto, abomino leite, porque raio é que me dão aquela beberagem horrível ao pequeno almoço? Nada impressionada com o meu NÃO, a minha mãe não se demoveu do seu intuito de me obrigar a beber aquela zurrapa, nem com as ruínas dos edifícios dos arredores. Achocolatado, para não ter um sabor tão mau, mas mesmo assim saí para a rua alucinada. A resmungar, que leitinho devia ser para vitelos e não para gente depois dos seis meses de idade... ‘Tá, o meu pai chupou nas tetas da mãe até aos 3 anos, mas isso foi noutros tempos, de vacas magras (ainda não vi o das gordas, mas pronto!)

Bom, estava eu alucinada no meio da rua – isto para ninguém perder o fio à meada – e tal como a carochinha comecei a perguntar se alguém queria casar comigo. A lengalenga era um pouco diferente: “Quem quer casar com uma menina que odeia leite e para se safar da prepotência da mãezinha, troca uma vida sem grandes preocupações, por um trabalho árduo de doméstica a 100%?” As respostas não foram grandiosas: um velhote deu-me umas bengaladas nas costas, com receio que lhe quisesse roubar a “mariconaire”; um puto estava quase a solidarizar-se (e amigar-se) comigo, quando o pressuroso pai, lhe fez ver que era uma idiotice, que era velha demais para ele, que lhe comprava a PS3, pedia o Sport TV à TV Cabo (também não?!), aumentava a mesada, xauzinho do rapaz, mesmo que o dito paizinho me mirasse da cabeça aos pés com olhares libidinosos, mas como percebeu que antipatizava com a bigodaça farfalhuda e as unhas negras, só desculpáveis num cavador de batatas, murmurou entredentes: “sua... pedófila!”; debaixo de um calhau de um prédio que ruira parcialmente, encontrei um gajo bem jeitoso, com cerca de 40 anos, esforcei-me imensamente para o livrar daquele suplício sem o magoar, começa ele a benzer-se e a rezar ó Deus que o salvou e a gritar pela sua Alzira, que ocupadíssima a estender a roupa no terraço, nem tinha dado pelo desmoronar da sua casa, mas ainda apareceu de alguidar à ilharga, para acalmar o seu homem... que tinha caído com a varanda, enquanto estava a fumar um charro, aproveitando a ausência da mulher, que levava a mal essas modernices.

“Estou feita!” – pensei, desanimada. Baldei-me às aulas e fui jogar matraquilhos, para evidenciar o meu carácter rebelde! E foi no salão de jogos que encontrei o Sebastião José - que não era marquês, embora a mãe fosse monárquica, à conta de ler tantas Holas – que de momento estava entre empregos, mas tinha um futuro promissor como biscateiro.

Casámos e foi bom, até porque NUNCA MAIS BEBI LEITE!

domingo, 25 de novembro de 2007

TANTO MAR - Chico Buarque

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

RESULTADOS DO TESTE DO PORQUINHO

DESENHA O PORQUINHO PRIMEIRO!!!!!!!! (ver post anterior)

JÁ DESENHASTE, TENS A CERTEZA???



Agora vem o interessante... O porquinho serve como um teste de personalidade, baseado na pessoa que o desenha. Se o porquinho foi desenhado:

Na parte superior do papel: Tu és positivo e optimista.

No centro: és realista.

Na parte de baixo: és pessimista e com tendência a conduta negativa.

Se está a olhar para a esquerda, acreditas em tradição, és amigável e lembras-te de datas com facilidade (tipo aniversários, anos de casamento, de namoro, de noivado...)

Se está a olhar para a direita, és inovador e activo, mas não tens um forte sentido da família, nem dás importância às datas importantes a isso ligadas.

Se olha para frente, na tua direcção, és directo e gostas de ser o advogado do diabo, não tens medo de enfrentar as situações.

Se colocaste muitos pormenores, és analítico, paciente e desconfiado.

Se o desenho não tem muitos detalhes, és emotivo e ingénuo, não és muito metódico e arriscas-te muito.

Se desenhaste menos de 4 patas, és inseguro, ou então estás a viver um período de grandes mudanças na tua vida.

Se desenhaste as 4 patas, és seguro de ti, obstinado, apegas-te muito aos teus ideais.

Se desenhaste mais de 4 patas, és palerma.

O tamanho das orelhas indica se és bom a ouvir os outros. Quanto maiores, melhor...

O comprimento do rabinho indica a QUALIDADE da vida sexual que estás a ter... (outra vez, quanto maior, melhor...)

OK, quem não desenhou o rabinho???

UM BOM FIM-DE-SEMANA PARA TODOS!

TESTE DO PORQUINHO

Como não me apetece escrever sobre coisas sérias e como isto não é um diário, aqui segue um teste simples, que me foi enviado por mail pelo meu amigo Michel:

“Pega numa folha em branco e desenha um porquinho.”

Não é necessário ter talento para o desenho, não precisa de ser colorido, nem pretendo falar das eventuais batotas... Guardem!

Como também não sou parente de nenhuma bruxa mefistofélica, depois da meia-noite podem conferir os resultados. Hora do crime e do terror... tchan, tchan, tchan!!!

*****
Recebi mais um prémio (o 6º), desta vez do Psycho_Mind: “Diz que até não é um mau blog!”. Agradeci, lisonjeada como sempre, e distribuo por todos os favoritos do Quiproquó. O selo está lá no “My lanzudo domain”, para quem o quiser postar.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

ACORDO ORTOGRÁFICO

A semana passada o meu marido precisou de ir ao otorrino. Por sinal uma otorrina, mas não vem para o caso. Como a sede da empresa dele se situa na região do grande Porto, telefonou a avisar que se ia ausentar para ir a uma consulta, mas que ainda voltava ao escritório.

Quando regressou, ligou novamente para informar que já se encontrava na empresa.
“Afinal, o que é que a médica disse?” – perguntou a colega, simpática.
“Que tenho uma inflamação no ouvido e receitou-me uns pingos, para pôr 3 vezes ao dia” – respondeu.
“Pingos? O que é isso?”
“Ahn?!... Então, é um líquido que se põe...”
“Ahhh! Aqui chamam-se gotas!” – esclareceu, satisfeita.

Topam? Ainda o novo acordo ortográfico não entrou em vigor e já se adivinha um próximo, bem mais complicado. E para uniformizar isto? Vamos passar a ter “pintas” ou “gogos”?

terça-feira, 20 de novembro de 2007

FILMES NATALÍCIOS

Além das árvores de Natal, da correria das compras, das encomendas para o jantar de consoada, esta época também é pródiga em estreias de desenhos animados. Que supostamente ajudarão a ocupar o tempo livre das crianças, durante as férias.

E NÃO VIVERAM FELIZES PARA SEMPRE
(Happily N’Ever After, no título original)
De: Paul Bolger e Yvette Kaplan
EUA 2007

Lembra-se dos contos de fadas tradicionais, que acabam sempre com um final feliz? Esqueça! Desta vez a maquiavélica Frida, madrasta de Ela (também denominada Cinderela, Salmonela ou Mozzarela, pela sua despistada fada-madrinha) usurpa os poderes do feiticeiro do Bem e do Mal - que se ausenta de férias, para praticar golfe na Escócia – aproveitando-se da trapalhice dos dois aprendizes de feiticeiro, Munk e Mambo. A megera baralha todas as histórias, alterando o destino das personagens, enquanto Ela, Rick (um lavador de pratos) e alguns amigos tentam a todo o custo reinstaurar o Bem. Um filme engraçado e agradável, mas que poderia ser mais trabalhado a nível de argumento e diálogos.

E é só? Nananinaná! “Beowulf”, já está em exibição e ainda vão estrear “Encantada” da Disney, “Bússola Dourada” baseado na trilogia “Os Reinos do Norte” de Philip Pullman e “A História de uma Abelha” da Dreamworks, a partir de uma ideia de Jerry Seinfeld, que também dá voz à personagem principal.

Um prato cheio de iguarias para a criançada (cof! cof!)... e não só!

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

TRAVESSURAS DA MENINA MÁ

A paixão doentia que um modesto tradutor peruano nutre por uma misteriosa e ambiciosa menina, desde o momento em que a conhece - mas também ao longo das cerca quatro décadas seguintes - é o ponto de partida deste romance. Que, simultaneamente, evoca as transformações políticas e sociais ocorridas na Europa e na América do Sul, na segunda metade do século XX.

Os encontros e desencontros das duas personagens, Ricardo Somocurcio e Lily, percorrem vários cenários: Lima, Paris, Londres e Madrid, cidades onde o escritor também viveu grande parte da sua vida. Entrelaçando sentimentos como o amor e o ódio, a revolta e a resignação, a solidão e a mundanidade, Llosa desenvolve uma escrita madura, realista e por vezes crua, embora acessível.

A breve incursão pelo Japão, dominado por barões do crime, evidencia uma referência metafórica a Alberto Fujimori, ex-presidente do Peru de origem nipónica - contra o qual o próprio Llosa concorreu e perdeu as eleições presidenciais de 1990 - posteriormente acusado de corrupção, enriquecimento sem causa e genocídio.

Este livro não suscitou grande polémica no Clube de Leitura, que quase todos gostámos de ler, se bem que vários de nós tivéssemos vontade de “puxar as orelhas” a Ricardito, o menino bom, pelo seu imenso masoquismo...

TRAVESSURAS DA MENINA MÁ
Mário Vargas Llosa (2006)
Círculo dos Leitores

CITAÇÕES:

"Naquele último dia do Verão de 1950 - eu acabava de fazer também quinze anos - começou para mim a vida a valer, a que divorcia os castelos no ar, as miragens e as fábulas, da crua realidade."

"Mas ela e todos os que vivem uma parte da sua vida em fantasias que constroem para abolirem a verdadeira vida, sabem e não sabem o que estão a fazer. A fronteira eclipsa-se-lhes por períodos e, a seguir, reaparece."

“- Não tenho assim tanta certeza, tio. Sim, é verdade, tenho uma profissão que me permite viver numa cidade maravilhosa. Mas lá, acabei por me converter num ser sem raízes, num fantasma. Nunca serei francês, mesmo que tenha um passaporte que diga que o sou. Lá serei sempre um métèque. E deixei de ser peruano, porque aqui ainda me sinto mais estrangeiro que em Paris."


*****
Próxima sessão no dia 26 de Janeiro, com o livro “Rio das Flores” de Miguel Sousa Tavares.

domingo, 18 de novembro de 2007

UM MUNDO MARAVILHOSO

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

PASTELARIA FINA

Era apenas um café de bairro, pequeno, estreito e escuro. Foi obrigado a modernizar-se por um qualquer antepassado da ASAE, tornando-se um pouco mais iluminado. Já não existe, mas no toldo de entrada ostentava o pomposo título de “pastelaria”.

Os proprietários / balconistas costumavam ser simpáticos com os clientes, em estilos bastante diferentes – um com alguma prosápia de pseudo-intelectual, outro mais o homem lá da sua terra, com pronúncia axim - mas eram verdadeiros esclavagistas para os empregados. Resultado: semana sim, semana não, aparecia uma cara nova a servir às mesas. Contavam-se histórias mirambolantes, de um que fugira tão esbaforido dos patrões, que até lá deixara o próprio relógio...

A pastelaria era encomendada fora e muito má. Ríamos! Era como o bolo-rei, trazia “brinde”, nem sempre identificável. As sandes de pão com pão denunciavam um ténue vestígio a queijo, fiambre ou presunto, fatiados no mais transparente possível. Um cliente ocasional voltou lá a queixar-se que os chocolates que tinha comprado tinham bicho. Os preços praticados eram iguais aos das grandes e boas pastelarias da zona (que as há e essas ainda têm clientela!) Afinal eram ou não eram uma pastelaria fina? Hummm... Bom, adiante!

A frequência não podia ser mais variada: estudantes de todos os anos e cursos, donas de casa, vizinhos que passavam para beber um cafézinho, pessoal das barracas, homens que não prescindiam do seu fim de tarde, a discutir política e futebol, diante de uma imperial. Áquele antro chamávamos carinhosamente... o “entulho”!

Foi o local onde estudei e convivi com amigos, onde festejámos alegrias e partilhámos tristezas. E não é que o “entulho” deixou saudades em alguns de nós?

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

CURSO RÁPIDO PARA "TIAS"

Recentemente enviaram-me um mail sobre um “Piqueno Dicionário das Tias”. Li, achei piada e guardei dentro da gaveta (que é como quem diz, no PC). Ontem, a propósito de um post alheio, lembrei-me de o consultar. E daí até resolver dar um “Curso Rápido para Tias” foi um passo.

Antes de tratar o visual de forma conveniente a fazer passar-se por uma, convém aprender o léxico que deve utilizar em TODAS as circunstâncias. Esqueça desde logo os pronomes possessivos, quando se referir a familiares. Diga o pai, a mãe, o avô, como se todos tivessem a obrigação de conhecer os seus parentes. O marido (nunca, mas nunca, esposo) deve ser tratado pelo nome próprio ou diminuitivo, como se fosse mundialmente famoso. E filhos, crianças, putos, miúdos, jovens passam definitivamente a ter um único significado – piquenos.

Dada esta primeira introdução, saliente-se que há um assunto absolutamente TABU: é de mau tom falar em dinheiros! Portanto, palavras como salário, ordenado, juros, preços, etc. não têm tradução. Uma verdadeira Tia compra (ou fica a dever), nunca pergunta “Quanto custa?” Ao não cumprir esta regra, é imediatamente escorraçada do Jet7!

Com coragem para empreender esta demanda? Então seguem algumas das expressões que deve treinar, para usar no dia-a-dia:
LONTRA (em vez de Gorda)
MONSTRA (em vez de Feia)
MEDONHA (em vez de Pior que feia)
CARTEIRA (em vez de Mala)
JEANS (em vez de Calças de ganga)
PINDÉRICO (em vez de Sem classe)
POSSIDÓNIO (em vez de Piroso)
RÚSTICA (em vez de Saloia)
ESPERTA (em vez de Inteligente)
TOU GORDÍSSIMA, ENORME (em vez de Estou um bocado pró cheinha)
TOU PÉSSIMA (em vez de Estou chateada, aborrecida, doente ou gorda)
TOU UMA LONTRA (em vez de Estou Gorda)
DE TODO (em vez de Não é isso, jamais, etc.)
PRESENTE (em vez de Prenda)
GRIFFE (em vez de Marca – roupa e acessórios)
CRIADA (em vez de Empregada)
MOTORISTA (em vez de Chauffer)
CASA/MORADIA (em vez de Vivenda)SALAMANDRA (em vez de Lareira)
CATURREIRA (em vez de Divertimento)
CATURRA (em vez de Divertido)
IMENSO (em vez de Muito) CARRO (em vez de Automóvel)
GUIAR (em vez de Conduzir)
SEI LÁ (em vez de Não sei, Não faço ideia)
TIVE EM LONDRES (em vez de Fui a Badajoz)
QUE MÁXIMO! (em vez de Ganda pinta!)
GIRO (em vez de Bonito)
GIRÍSSIMO/ENGRAÇADÍSSIMO (em vez de Lindo)
MORRER (em vez de Falecer)
ENTERRO (em vez de Funeral)
TEFONIA (em vez de Rádio)
RETRATO (em vez de Foto)
CESTO DOS PAPÉIS (em vez de Caixote de Lixo)
QUE PIQUENO GIRÍSSIMO (em vez de Aquele gajo é bom com'ó milho)
AQUELE DESPORTO DOS PIQUENOS GIRÍSSIMOS A CORRER ATRÁS DA BOLA (em vez de Futebol)
TOU QUE NÃO POSSO (em vez de Estou Farta Disto)
ADEUS (em vez de Tchau)

PS – Esta primeira lição, com alguns resumos e alterações, vinha assinada pelo Manel, pelo que o curso também serve para “Tios”... As inscrições estão abertas!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

CONTA-ME COMO FOI

... é a série televisiva exibida aos Domingos na RTP 1, por volta das dez e meia da noite.

À partida a história desenrola-se em torno da humilde família de Carlos - um rapaz de 8 anos – que mais tarde narra as suas recordações de 1968/1969, dando um breve retrato de uma sociedade portuguesa ingénua, submissa e tacanha, onde diversos preconceitos imperam...

Como ficção não pretende ser documental e muito menos histórica, embora utilize factos reais que conduzem ao desenrolar do enredo. Uma comédia de costumes que abarca temas como a censura, a repressão, o capitalismo, as lutas estudantis, o papel da Igreja, a falta de direitos das mulheres, a par das conversas de café e de bairro que despoletavam os boatos mais inverosímeis e acicatavam os moralismos mais empedernidos.

Óptimas interpretações de Miguel Guilherme, Rita Blanco, Catarina Avelar, entre outros. A não perder, por todos os que pretendem ter uma ideia da mentalidade vigente da época e no que é que se traduziam os ditos “bons velhos tempos”...

*****

Parabéns, LAURINHA!
A Laurinha publicou o seu livro de poemas, intitulado “Réstias de Sol” e está muito feliz! E eu com ela e por ela! E claro, podem lê-la nas “Résteas...” que está nos favoritos.

domingo, 11 de novembro de 2007

SE NÃO GOSTASSE DE DESAFIOS,

Seria... a última a colocá-los aqui.

Então aqui segue o desafio lançado pela Vanadis e também pelo Fausto, que alguns (muitos?) já fizeram, mas ando nestas andanças há relativamente pouco tempo, portanto não sei bem quem. Segue só para os que quiserem agarrar, mesmo só de passagem...

Se fosse:

Uma hora do dia, seria...
madrugada
Um astro, seria...
distante
Uma direcção, seria...
dirigida
Um móvel, seria...
uma cadeira de balanço
Um líquido, seria... uma imperial, bem fresquinha
Um pecado, seria...
preguiça
Uma pedra, seria... preciosa
Uma árvore, seria... oliveira
Uma fruta, seria... morango
Uma flor, seria... cravo vermelho
Um clima, seria...
temperado
Um instrumento musical, seria...
saxofone
Um elemento, seria...
água
Uma cor, seria...
azul
Um animal, seria... gato, cão, ou os dois em simultâneo...
Um som, seria...
um tilintar
Uma música, seria...
“What a wonderful world”
Um estilo musical, seria...
jazz
Um sentimento, seria...
carinho (no amor e na amizade)
Um livro, seria... uma história para contar
Uma comida, seria...
um pires de caracóis!
Um lugar, seria...
pacífico
Um cheiro, seria...
perfumado
Uma palavra, seria...
felicidade (para todos!)
Um verbo, seria...
aprender (conhecer e saber)
Um objecto, seria...
uma caneta
Uma roupa, seria... umas calças de ganga
Uma parte do corpo, seria...
olhos e mãos
Uma expressão facial, seria...
um piscar de olho
Uma personagem de desenho animado, seria...
Garfield
Um filme, seria... Les Uns et Les Autres
Uma forma, seria...
estranha
Um número, seria...
7
Uma estação, seria...
Primavera
Uma frase, seria... “Só sei que nada sei!”

Vá, tentem ver se é fácil...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

PELA ESTRADA FORA

Não, não vou escrever sobre o livro de Jack Kerouac, ou sobre o filme “Um Bater de Corações” (Heart Beat), que nele se baseia. Nem da geração beatnik de que este escritor foi um dos símbolos.

Estou só a imaginar a sensação que teria hoje, se enchesse uma mochila com meia dúzia de tarecos e partisse assim, pela estrada fora, sem rumo, nem destino, nem hora marcada. Em ritmo de liberdade plena!

Uma sensação que vivi no passado, aos 20 e poucos anos, quando com duas amigas percorremos a costa algarvia de Lagos a Montegordo, todas solteiras e disponíveis para partir à aventura. Nós e o boguinhas de uma delas, que condutora ovo estrelado (leia-se, com a carta tirada recentemente, em que era obrigatório usar um símbolo amarelo ostentanto um 90 - a velocidade máxima permitida a quem tinha carta há menos de um ano) se atrapalhava imenso, sem que a pudéssemos ajudar muito, visto que ainda não possuíamos o referido documento. Contudo, quando nos cruzávamos com um sinal de perigo, ostentando um bovino dentro do triângulo, a outra gritava pela janela: “Afastem-se vacas, que a vida é curta!” E ríamos que nem malucas...

Mas voltando à vaca fria (pró que me havia de dar), hoje como seria? A mochila nunca seria tão leve, porque à medida que os anos vão correndo, cada vez carregamos mais o peso das coisas sem as quais não conseguimos passar: telemóvel, carregador, máquina fotográfica, ipod, quiçá o portátil e o Kangoroo... E mais umas roupinhas, que hoje sou mais precavida e friorenta. Ná! Isso é muita tralha: umas meias grossas, um casaco de malha e a máquina fotográfica estão no ir, o resto fica! Já tenho a “mala” feita, para um dia destes...

Enquanto esse sonho não se realiza, vou ouvindo o Zeca Afonso: “Não me obriguem a vir para a rua gritar, que é já tempo d’embalar a trouxa e zarpar, tiriririri, tiriririri, tiriririri, paracuietaé.”

Um bom São Martinho a todos, com muitas castanhas e vinho!

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

BANHO DE ESPUMA

Um banho de espuma faz milagres pela minha boa disposição. Descontrai-me, liberta-me de preocupações e irritações. Tenho a vaga sensação que nos próximos tempos vou tomar vários, que a saúde dos familiares mais idosos está a descambar em maleitas e doenças cada vez mais constantes e imprevisíveis. Mas como isto não é um diário, toca de seguir em frente.

Quando entro na banheira, lembro-me quase sempre da música da Rita Lee: “Que tal nós dois, numa banheira de espuma? O corpo caliente, um dolce farniente, sem culpa nenhuma...” Sorrio! A banheira dela deve ser bem maior do que a minha, talvez do género hollywoodesco. Aqui, mais do que um adulto ia parecer o Metro à hora de ponta em dia de chuva. Está certo, as actuais servem apenas de suporte para os pés, enquanto se toma um duche rápido. Em ritmos cada vez mais acelerados, que não dão lugar a qualquer pensamento, excepto um eventual e apressado: “Que raio, acabou-se o gel!”

Relaxo ao som do murmurar das bolhas que se vão desfazendo na água quente, brinco com novelos de espuma, observo o engelhar da superfície dos meus dedos.

Está na hora de sair e começar um novo dia!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

ELIZABETH

Gosto de filmes históricos. Tenho a noção que quase todos eles contêm várias imprecisões, não só nos factos e datas, como nas versões romanceadas para manter o interesse do público.

Na sequência de “Elizabeth”, de 1998, surge agora pela mão do mesmo realizador, argumentistas e protagonistas principais:

ELIZABETH – A IDADE DE OURO
(Elizabeth – The golden age), no título original
Realização: Shekhar Kapu
Argumento: William Nicholson e Michael Hirst
Elenco: Cate Blanchett, Geoffrey Rush, Clive Owen, entre outros
Reino Unido (2007)

O enredo, decalcado da História Mundial, transporta-nos para 1585, quando Inglaterra era governada pela rainha Isabel I. Filipe II de Espanha(I de Portugal) reinava então na Península Ibérica, mas tinha também a pretensão de conquistar Inglaterra, de onde baniria para sempre os protestantes, impondo a Igreja Católica Apostólica Romana como única religião vigente.

Naqueles tempos qualquer acto ou suspeita de traição pagava-se com a própria vida, muitas vezes depois de um longo e penoso percurso por masmorras e câmaras de tortura. Se por um lado a Inquisição se encarregava de exterminar todos os que professavam outros credos, os protestantes também eram impiedosos na caça que moviam aos católicos, especialmente os que ousassem conspirar contra a rainha. Relatando as intrigas palacianas, as traições, a espionagem mútua e a conspiração de Babington, que precipitou a decapitação de Maria Stuart, Rainha dos Escoceses, o filme aponta algumas das razões que levaram ao despoletar da batalha naval que destruíu a “Invencível Armada”.

Vivendo de longos diálogos e de uma encenação algo teatral – com cenas escusadas, como a fila de pretendentes à mão de Isabel, que se desenrolou realmente bastante antes, quando subiu ao trono em 1558, não quando ela já tinha 52 anos – não deixa de ser um curioso retrato de uma época, violenta e sangrenta, em que não estavam só em causa valores religiosos, mas a sede do poder e, em última análise, a própria sobrevivência.

Um filme a ver, para quem gosta de dramas históricos!

domingo, 4 de novembro de 2007

A FREIRA DA FAMÍLIA

Uma das minhas tias-bisavós foi freira. Com tanto azar o dela, que a implantação da República apanhou-a no convento e, tal como as outras irmãs, teve de fugir do País. Andou por várias partes do mundo, suponho que chegou a ser missionária, mas em concreto não sei onde.

Um dia, a minha avó foi contactada pela madre do convento onde ela residia lá para os seus 80 anos, para saber se havia possibilidade de ela regressar ao seio familiar. Não dourou a pílula: a velhinha tinha um feitio diabólico, infernizava a vida de toda a comunidade... A alternativa era a expulsão e colocá-la num lar!

A minha avó e a irmã lá se organizaram de forma a receber a tia em suas casas. Mulher de poucas falas, de porte rígido já sem hábito, vestia de negro, o cabelo completamente branco amarrado num carrapito. Não aparentava gostar de ninguém (a nós, muito miúdas, sacudia-nos assim com a mão, como se fossemos moscas inconvenientes), nem de animais, fugia a sete pés de toda a gente que estivesse doente, nunca se mostrou especialmente agradecida às sobrinhas. Era exigente, crítica, teimosa, preconceituosa, não me lembro sequer de um sorriso a iluminar a sua face, nem quando rezava o terço.

Talvez a idade avançada lhe tivesse emaranhado os neurónios, o único benefício da dúvida que lhe dou actualmente. Mas mais mau feitio do que o dela ainda não encontrei em parte nenhuma...

*****
Prós “meninos” que andaram a distribuir/receber diabos da Tasmânia como prémio de mau feitio, eis um percurso exemplar a copiar. Se quiserem vestir o hábito!