sábado, 31 de maio de 2008

PARA TI, PAULINHA!



Andava à procura de uma fotografia para te "oferecer" hoje - dia do teu aniversário - mas o meu amigo Michel facilitou-me a tarefa: visitou recentemente o Rio de Janeiro (cidade maravilhosa) e tirou estas belíssimas fotos, que colocou no Youtube. Enfim, não é Porto de Galinhas, mas espero que gostes!

Que tenhamos sempre tempo para rir, conversar (fofocar não consta no nosso dicionário, pois não?), afastar "sombras" e, sobretudo, conquistar a nossa felicidade...

PARABÉNS, PAULINHA!
(espero dentro em breve dar-te um abraço, "ao vivo e a cores"!)

sexta-feira, 30 de maio de 2008

CANTO DO CYSNE


Foto de Ian Britton.

Sem pretender voltar ao tema do "maldito" acordo ortográfico, sem conseguir identificar onde li ou ouvi esta história, acabei por resolver partilhá-la convosco:

Após um decreto que alterava as regras de ortografia da nossa língua (o de 1911, calculo), consta que Fernando Pessoa o acatou, ressalvando uma única excepção: "Mas vou continuar a escrever cysne, com Y, porque condiz mais com a elegância da ave."

A propósito, para quem quiser conhecer a lenda d'o Canto do Cysne, deixo aqui o magnífico poema de António Feijó (1859-1917). Mas prompto (oops... pronto!), não me batam se não perceberem qualquer coisinha, OK? (xi, e o K pode utilizar-se, só por ser uma abreviatura anglo-saxónica?)

BOM FIM DE SEMANA PARA TODOS!

quinta-feira, 29 de maio de 2008

A RAPARIGA QUE ROUBAVA LIVROS

A Tons de Azul e a Jasmim aconselharam vivamente a leitura d' "A Rapariga que Roubava Livros", de Markus Zusak, que por sinal já se aconchegara aqui na prateleira dos "próximos a ler".

A narração compete a uma figura macabra: a Morte! Que não se assemelhando a uma ceifeira cadavérica, encapuzada de preto de foice na mão, vai observando a "estranha natureza dos humanos", num dos períodos mais negros da Humanidade - o Holocausto! Num zelo incansável recolhe 40 milhões de vidas (embora actualmente alguns pretendam "apagar" essa realidade histórica), enquanto de passagem encontra a pequena Liesel Meminger três vezes.

A menina, de 9 anos, assiste ao último suspiro do irmão mais novo, quando ambos vão ser entregues pela mãe a famílias de adopção, por circunstâncias que só posteriormente nos são reveladas.

Na Rua Himmel*, nos arredores de Munique, encontra um novo lar na casa dos Hubermann, onde reina uma Rosa aparentemente despótica e de linguajar ordinário, submetendo um Hans doce e compreensivo, pintor de paredes quase sempre desempregado, a ganhar alguns cobres como acordeonista. O crime dele? Pertencer aos 10% da população alemã que não concordava com os ideais de Hitler. Este pai adoptivo vigia o sono pejado de pesadelos da rapariga e, mesmo sendo pouco instruído, vai-lhe ensinando as letras e as palavras, através do primeiro livro que ela "roubou" (ou achou?), perdido na neve após o funeral do irmão: "O Manual do Coveiro"!

Muitas outras personagens se entrelaçam neste enredo: Rudy, o grande amigo, deslumbrado pelo atleta negro Jesse Owen; Max, o pugilista judeu encafuado na cave da família, devido a uma promessa antiga; a infeliz mulher do Presidente da Câmara, que deixa a janela da biblioteca aberta para que a rapariga possa entrar, sair ou roubar; e, claro, uma série de nazistas empedernidos.

Julgava-me incólume a emoções tão avassaladoras, desde que na adolescência li o"Diário de Anne Frank" ou "O Meu Pé de Laranja Lima", com os quais chorei desalmadamente. Erro! Uma lagriminha à toa sempre escorrega de vez em quando, mas um caudal interminável assim à conta de um livro, pois, desde essa época...

Sem pretender desvendar o final, fica uma única citação:

"Sabem, as pessoas podem dizer-lhes que a Alemanha nazi foi edificada no anti-semitismo, um líder um tanto ou quanto zeloso, e uma nação de fanáticos empanturrados de ódio, mas tudo isto teria dado em nada se os alemães não adorassem uma actividade especial.

Queimar.


Os alemães adoravam queimar coisas. Lojas, sinagogas, Reichtags, casas, artigos pessoais, gente assassinada e, é claro, livros. Eles apreciavam realmente uma boa queima de livros [...]"


*******
* Como alguns certamente sabem, "himmel" significa "céu" na língua alemã. E não é que os habitantes da rua acreditavam que nunca iriam ser bombardeados, porque ninguém se atreveria a bombardear o "Céu"?

terça-feira, 27 de maio de 2008

AMOR É...



Tribalistas - Velha Infância

Tal como os cavaleiros da Távola Redonda andava em busca do Graal. Claro que o cálice era outro (por muito que me tenha divertido, Dan Brown não passa de uma leitura passageira), a demanda consistia numa música do século XXI que me tivesse agradado e ainda trauteie, de vez em quando...

Nada fácil! Ai, ai, é desta, pesquisa-se, ná, anos 90 (com sorte)!

De facto, a memória nunca me ajudou a recordar cantores, álbuns, títulos musicais. Dirigida para outros aspectos, suponho! Mas sem cavalo ou armadura encontrei esta, de que gostei muito e consigo cantarolar.

Este clip, especificamente, lembrou-me umas tiras de primeira página do jornal "A Capital" (que encerrou as portas já há alguns anos), que recortava em adolescente depois do meu pai o ter lido, que se intitulavam "Amor é..."

*******
Esqueçam lá os erros ortográficos. O amor não é... LINDO?

sexta-feira, 23 de maio de 2008

OLHAI AS PAPOILAS DO CAMPO...

Foto de Isolano (Isabel) , no Flickr.

O "IV Festival Internacional de BD de Beja", que visitei quinta-feira passada, constituíu uma agradável surpresa:

As 500 pranchas de banda desenhada dividiam-se por vários locais da cidade alentejana, mas, sendo feriado, só a Casa da Cultura mantinha as portas abertas, de modo que o visionamento da exposição foi parcial - se bem que aí se situasse o cerne do evento. Mas nem por isso desiludiu! Autores alemães, brasileiros, franceses, galegos, ingleses, italianos, norte-americanos e portugueses evidenciaram o seu (novo ou antigo) talento na 9ª arte, dedicado a leitores de todas as idades. O certame incluía também a venda de álbuns, alguns a preços (bem) moderados. Mas não fui comprar, apreciar é o termo certo...

"Azar" foi a máquina fotográfica ter ficado sem bateria! Quer dizer, sem pilhas, que estou farta de saber que convém uma munição sobresselente. Apagou-se, népias, kaput! (rsss) Nem o meu telelé tem essas mariquices.

Uma pequena pausa para olhar as papoilas do campo, de caminho, mostrou-se extremamente benéfica. Ná, não houve cá "pontes", só bons momentos, que se tentaram aproveitar ao máximo!

*******
Para quem gosta de desafios, alguém consegue definir quais são as 9 (ou 11) artes? Após uma breve pesquisa internética descobri que não existe consenso sobre o assunto...

ADENDA: Escrevi parte do texto dia 23, mas só o publiquei a 26! Alterar a data??? Nem por isso! Foi a primeira e última vez que utilizei um "rascunho"...

quinta-feira, 22 de maio de 2008

ENSANDUICHADOS...

Foto de Ian Britton.

Nunca se sentem assim, ensanduichados, por tantos compromissos e obrigações que têm de cumprir? Com o trabalho (ou a procura ou perda dele), com filhos ou sobrinhos a exigirem atenção, com os pais carenciados de mimos e de apoio na velhice? E os amigos, muitas vezes também precisando de "colo", para desabafar as suas mágoas?

Num País em que proliferam leis obsoletas ou inadequadas à realidade, mas os próprios governantes imaginam-se acima delas? E ambições desmedidas por bens, dinheiro, estatuto ou fama? Do cidadão mais humilde a quase todos os "ilustres" representantes do povo?

Não simpatizo com inglesices, mas "twilight zone" parece-me o termo mais indicado para o momento...

*******
Não tendo varinha de condão para mudar o mundo, "lavei" a careta ao blog...
Depois digam-me o que acharam da "plástica"!

Bom feriado para todos!

quarta-feira, 21 de maio de 2008

INDIANA JONES 4

O filme estreia amanhã: "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal".

Sou fã, confesso! Vou ver um dia destes...

A única dúvida que subsiste é o porquê dos actores hollywoodescos continuarem a sua carreira até aos 60 anos ou mais, enquanto as actrizes vão ficando pelo caminho, lá para os 30 ou 40...

Feminista, EU???


segunda-feira, 19 de maio de 2008

ORGULHO E PRECONCEITO

Imagem da BBC, com Colin Firth e Jennifer Ehle como protagonistas da mini-série "Orgulho e Preconceito", adaptada do romance de Jane Austen por Andrew Davies e realizada por Simon Langton, em 1995.

Jane Austen é uma paixão da minha adolescência! Primeiro, porque em casa da minha avó, durante umas férias grandes, encontrei o "Parque de Mansfield" numa das prateleiras da estante e li-o de rajada. Mais tarde, numa Feira do Livro - e desse assunto nem vale a pena falar agora, até ver onde páram as "modas" - o meu pai ofereceu-me "Orgulho e Preconceito" numa edição de bolso da Europa-América (nº 115). Que é, foi e será um dos grandes romances que li (e reli)!

A escritora teve uma vida curta e pacata, circunscrita à região Sul de Inglaterra, numa época de muitas convulsões europeias: Revolução Francesa, guerras e invasões várias. Mas o que ela retrata nos seus seis livros resume-se à sociedade inglesa rural onde sempre viveu, mesmo que com uma breve incursão por Bath. Com ironia e espírito crítico q.b.!

"É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro na posse de uma bela fortuna necessita de uma esposa." - reza a primeira frase do livro.

Também é uma verdade universalmente aceite pelas meninas de hoje que tantos fanicos do mulherio, bailes estupendos em mansões aristocráticas e casamentos por conveniência não se enquadram no dia a dia de cada uma, quase dois séculos depois. Tem de ser lido (ou visto) com a "visão" de 1813...

O romantismo perpassa nas entrelinhas, sem cenas "calientes", nem beijos hollywoodescos a apimentar. Um amor simples e suave, que as personagens pretendem negar. Esta série é a mais fiel ao enredo - se bem que tenha um mergulho no lago a mais...

Sendo este o 200º post cá do "canto" (dois não contam muito por serem meramente experimentais, mas pronto), adorei dedicá-lo a este grande romance! Sem orgulhos, nem preconceitos...

Só de paixão!!!

domingo, 18 de maio de 2008

NÃO GOSTO DE SURPRESAS!

De voltas e reviravoltas, no tal "mundo composto de mudança" que já Camões anunciava, todos suspeitamos. Algumas são esperadas, até desejadas, outras esquecidas, muitas temidas. Mas um dia somos apanhados totalmente de surpresa, enredados como pequeno insecto nos fios de uma enorme teia. Nesse momento, apaga-se a luz ao fundo do túnel, porque tal e qual adivinhos de artes premonitórias já prevemos o que se vai seguir... O futuro deixa de ser misterioso e distante, encontra-se ali transparente como água perante os nossos olhos. Antes continuasse um ilustre desconhecido...

Não gosto de surpresas! Nem de pessimismos ou de fatalismos. Mas há realidades incontornáveis!

Entretanto, entretive-me a folhear umas listagens publicadas pela revista Rolling Stone em 2004, sobre as 500 melhores canções, álbuns, músicos ou bandas de rock & roll. Sem surpresas, os Beatles estão no topo da tabela dos denominados "imortais", mas a partir daí os critérios não são totalmente coincidentes com as minhas preferências pessoais. E esta que é, sem sombra de dúvida, uma das minhas músicas de sempre ficou colocada num modestíssimo 316º lugar, obtendo uma classificação um pouco melhor na categoria de álbuns: 209º. O grupo nem sequer está incluído entre os 100 "imortais" da lista, figurando nela nomes que me são completamente estranhos. Mas enfim, gostos não se discutem...




Pink Floyd - "Wish You Were Here"

Foto da net.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

DE VOLTA A CASA

A intenção era festejar aqui, o regresso da Laurinha à sua casa, desejando-lhe uma rápida recuperação, após duas cirurgias complicadas...

Não sei escrever poesia, desentendo-me constantemente com a informática, mas aprendi muito contigo, nina das Résteas! Em amizade, mesmo que em formas de estar e viver diferentes (em quase tudo, não é?)

Admiro a tua fé (que não partilho), a tua maneira de amar, a tua força para enfrentar a Vida, a tua capacidade de recordar, mas, acima de tudo, essa tua enorme sinceridade!!!

Mesmo que a festa não seja exactamente a que tinha programado (ai, ai...), levanto a taça de champanhe, para um grande:

TCHIM-TCHIM!

Um óptimo fim de semana para todos!

quinta-feira, 15 de maio de 2008

GIRA-DISCOS

Sem prestar muita atenção à programação televisiva, ontem escapou-me um programa que gostaria de ter visto de fio a pavio - um Especial da RTP 1 - sobre como o ano de 1968 mudou o Mundo.

Era miúda, na época, de modo que todas as questões políticas e históricas passaram completamente ao lado (exceptuando a queda da cadeira do ditador de serviço, que uns lamentavam e outros festejavam). Mas das músicas lembro-me bem!

Por essa altura, apareceu o primeiro (e único) gira-discos lá em casa. Que foi um sucesso!!! Consistia numa caixa que abria, em que a tampa servia de coluna, ligava-se à electricidade, repousava-se o disco no prato, escolhiam-se as rotações - "modernaço", já só tinha duas (45 e 33, que as de 78 não constavam) - colocava-se a agulha cuidadosamente sobre o vinil, regulava-se o volume de som e aí estava ele a cantarolar. Como ainda não tinhamos discos, só dois, um de contos infantis (pois, está claro!) e o "Obladi-Obladá" dos Beatles, tornava-se cansativo ouvir durante muito tempo. Mas todos deliciados com a inovação do aparelho...

A colecção de singles e LPs começou a aumentar, com muita espanholada e ópera pelo meio (gostos diferentes dos nossos pais), mas um dos primeiros que se seguiu foi este, que eu e a minha irmã adorávamos, sem perceber patavina de inglês:



MARY HOPKINS - "Those Were the Days My Friend"

Do pouco que vi do Especial, acrescento que considero o Júlio Isidro um dos melhores comunicadores televisivos, nomeadamente na área musical portuguesa, com um enorme contributo para a sua evolução, nem sempre com o devido reconhecimento. Um Senhor em tudo o que fez e faz, com bom gosto, educação e moderação...

Ah e estou à-vontade para dizer isto, porque nunca o conheci pessoalmente, nem mais gordo, nem mais magro, só mais novo e via TV!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

DUELOS JUVENIS?

Foto de Nicolas Moulin na net.

Os namoros entre adolescentes sempre originaram vários conflitos. Quando os jovens acabam a relação, choram, gritam, zangam-se, queixam-se aos amigos, como se o mundo estivesse prestes a desabar perante o "drama". Enfim, consoante o feitio de cada um, uns mais a cair para a tristeza, outros mais a pender para a agressividade, com o tempo tudo se resolve.

Contudo, nos últimos anos, surgiu uma nova moda entre esta maralha: com intrigas e queixinhas, algumas puras e castas meninas, convencem os amigos, irmãos ou primos a dar uma "lição" no bandalho que as tratou tão mal. E eles, como gentlemen de primeira linhagem, lá vão defender a "honra da donzela"... Sozinhos? Ná! Um grupinho atrás de bom tamanho, para a explicação ser frutífera! Como é que todo este enredo acaba? Normalmente mal, com o ex-qualquer coisa a ir parar ao hospital. Ah, e a rapariga fica a rir-se, que ele teve o que merecia? Não por muito tempo! Ao tomar conhecimento do sucedido, as amigas do rapaz organizam-se e dão uma coça à moçoila...

Esta prática elegantérrima generalizou-se de tal modo que, actualmente, os genuínos cavaleiros andantes e os garanhões que pretendem confrontar vêm todos com uma equipa de futebol (e suplentes) atrás. Modernaços, todos eles, combinam o encontro por telemóvel. À molhada juntam-se mais uns quantos mirones e uns chungas desejosos de um arraial de pancadaria.

Sexta-feira passada ao fim da tarde, aqui na zona de Benfica, entrou tudo em polvorosa: alguns lojistas até fecharam as lojas, que os bandos de rapaziada à solta eram mais que muitos. A PSP tomou conta da ocorrência, deslocando agentes para o local, apelando a reforços que surgiram em carrinhas. Não tão simpática como aparece na notícia, que às tantas um desabafou para um colega: "Fosga-se [ou palavra idêntica]! Devíamos ter deixado que andassem à porrada e vínhamos cá separar!" Porque a luta de garnisés, obviamente, não deu em nada...

Como incauta cidadã passei pelo local pouco depois, não reparei se as roupas eram de marca, não vi uma única mota (nova ou usada) e se no meio daquele ajuntamento todo alguns ostentavam um cigarrinho na mão - ao ar livre, note-se! - também me passou despercebido. Sei lá! Se calhar andam a treinar para PM!


terça-feira, 13 de maio de 2008

1808

"Imagine se, num dia qualquer, os brasileiros acordassem com a notícia de que o Presidente da República tinha fugido para a Austrália, sob a protecção de aviões da Força Aérea dos Estados Unidos. Com ele teriam partido, sem aviso prévio, todos os ministros, os integrantes dos tribunais superiores de Justiça, os deputados e senadores e alguns dos maiores lideres empresariais. E mais: nessa altura, tropas da Argentina já estariam a marchar sobre a Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a caminho de Brasília. Abandonado pelo governo e todos os seus dirigentes, o Brasil estaria à mercê dos invasores, dispostos a saquear toda e qualquer propriedade que encontrassem pela frente e assumir o controlo do país por tempo indeterminado."

É com estas palavras que Laurentino Gomes, jornalista e editor brasileiro, inicia "1808" (publicado pela D. Quixote) - sobre o período da ida da corte portuguesa para o Brasil, na época.

O livro esteve em discussão no "Clube de Leitura", Sábado passado, mas por razões várias que não interessa agora explicitar, só uma das pessoas presentes acabou de o ler. Pessoalmente, parei na página 90 e decidi não ler mais. Como expliquei na reunião, o critério inicial parece-me completamente adulterado: como é que se pode avaliar, actualmente, a vivência de outros tempos?

Não contesto que o autor escreve bem, que efectuou uma pesquisa e investigação enorme (ele ou alguém por ele, já se sabe), mas tratou os dados de uma forma jornalística, como se estivesse a realizar uma entrevista com o passado. A debitar uns pontos de vista de permeio, para ilustrar a sua visão: "Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil."

Porque é que a rainha enlouqueceu? Porque é que o príncipe se amedontrou? Nenhuma dessas questões é desenvolvida e ainda surgem umas opiniões sobre a Inquisição, a escravatura, o comércio esclavagista, a ignorância vigente, a higiene doméstica (no tempo do "água vai"), etc. e tal. Na perspectiva de HOJE???

Com mais personagens que qualquer romance russo (até à dita página), sofre do problema de muitos jornalistas que se metem a escritores: querem colocar toda a pesquisa no livrito! O que gera um calhamaço...

*****
Bom, mas a próxima sessão ficou agendada para 5 de Julho, com "Os Filhos do Imperador" de Claire Messud.


domingo, 11 de maio de 2008

UM DIA DE DOMINGO


Normalmente, ao Domingo, no fim da tarde, vamos distribuir o lixo que se destina aos ecopontos. Com frequência, encontramos um vizinho - pessoa para aí dos seus sessenta anos - sentado ao volante do seu automóvel a ler o jornal.

Intriga-nos tal hábito, por automaticamente pensarmos "mas porque é que o homem não lê o jornal em casa?" E daí "conclusões" que deve ser para estar mais sossegado, por se dar mal com a mulher ou alguém lá de casa, enfim, várias hipóteses deste género, daquelas que nos passam pela cabeça momentaneamente, num exercício algo fútil de mera curiosidade...

Hoje, lá o encontrámos novamente no seu poiso, com uma variante: a seu lado estava a mulher, com quem comentava calmamente uma notícia jornalística. Acabou-se o mistério, com contornos de romance policial: ele gosta de ler o jornal no carro e é só!

E cada um sabe de si...



UM DIA DE DOMINGO - GAL COSTA e TIM MAIA

sábado, 10 de maio de 2008

PALAVRAS ASSOCIADAS

E lá vem mais um jogo de associação de palavras a sentimentos e sensações, que proveio da Inês. Segue para quem o quiser agarrar, evidentemente:
Qualidades: sou um autêntico poço das ditas;
Defeitos: nenhum... um ou outro... pois, está bem, bastantes! (mas não quero falar sobre isso, OK?)
Gostos: não se discutem!
Não passarei: batatas quentes;
Detesto: mentiras! Piora, nas deslavadas...
Família: adoro, mas às vezes complica!
Homem: tem nome, mas não digo!
Mulheres: as amigas verdadeiras!
Sorriso: grande e sincero!
Perfume: Quartz!
Carro: o boguinhas, que está quase a fazer 20 anos...
Paixão: assolapada, não dá jeito e é má conselheira! (já passei essa fase)
Amor: muito e sempre!
Olhos: castanhos... de encantos tamanhos...
Sal: e pimenta, e piripiri, e noz moscada, ao gosto de cada um;
Chuva: nos campos, que nas cidades só atrapalha...
Mar: imensidão!
Livro: o último, mais fascinante, ainda é "A Sombra do Vento" de Carlos Ruiz Záfon;
Filmes: o último, continua a ser "Babel";
Músicas: de (quase) todos os géneros, "What a wonderful world" de Louis Armstrong é a minha preferida;
Dinheiro: dá jeito! Em demasia, gera toleirões!
Silêncio: dos inocentes?
Solidão: prefiro que não seja uma constante...
Flor: todas em geral, mas cravos vermelhos, sempre!
Sinceridade: com quem se pode; (não é para todos, julgavam o quê?)
Sonhos: bons!
Cidade: a minha Lisboa, tão "desprezada" nos últimos anos, à conta de negociatas que não entendo! Em beleza natural, o Rio de Janeiro é lindíssimo...
País: Portugal, qual é a dúvida?
Nunca deixar de... pensar, viver, sonhar...

Foto da net.

BOM FIM DE SEMANA!


sexta-feira, 9 de maio de 2008

AS PALAVRAS SÃO COMO AS CEREJAS?

Foto de Francisco Oliveira, daqui.

"Quem escreve muito não lê, quem lê muito não escreve!" foram as sábias palavras que um amigo me revelou há anos.

Se as tivesse lembrado na altura certa, escusava de ter embarcado numa aventura entre leitura e escrita, cujo saldo foi negativo: li imensos artigos daqui e dali, consultei livros, investiguei na net, mas o resultado final (do post) assemelhava-se a uma manta de retalhos sem nexo, num tema que me é muito querido. Quase em plágio, porque não "desligava" das palavras lidas ...

Excesso de informação atrapalha, na hora de passar ao teclado. Se conduzida em simultâneo, evidentemente! E pronto, o assunto ficará para depois, com mais calma e tempo para organizar ideias. Afinal, qual era a pressa???

Hoje provei as primeiras cerejas desta Primavera... e souberam-me que nem ginjas!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

CONSCIÊNCIA INTRANQUILA...

Desde um certo desafio que sonho com músicas e fico com elas no ouvido o dia inteiro, a cantarolar (e mal, não é necessário repetir, né?) sempre que me dá a "travadinha", desde que não esteja ninguém por muito perto...

Ah, isto deve ser uma consciência intranquila, por me ter negado a recordar canções da infância e início da adolescência - quando se escolhe, tem de se optar por certos critérios, não é verdade? - e agora, TARUZ!, levas com a musiqueta em fartote. Diga-se de passagem que, em épocas mais revolucionárias, com as rádios a tocar sistematicamente músicas de intervenção (não, não era só Zeca Afonso e Sérgio Godinho), ouvir uma mais romântica tornava-se aperitivo!

Como o cantor já morreu há muitos anos, os clips são escassos, alguns excessivamente datados pelas roupas e efeitos especiais que acompanham. Mas continuo a gostar de o ouvir, por mais "pindérico" que possa parecer:




JOE DASSIN - "Et si tu n'existais pas"


terça-feira, 6 de maio de 2008

QUAL ACORDO?

Já disse, e repito, que vou continuar a escrever como sempre escrevi!

Mas a verdade é que as línguas vivas estão em constante mutação, nas palavras mais utilizadas vulgarmente, como em todas aquelas que caem em desuso.

Li num jornal, há tantos anos que nem lhe (re)conheço o rasto (dai não saber o autor do artigo), que um dia o Eça foi abordado por um purista da língua, que lhe comunicou que uma determinada palavra, escrita num dos seus livros, não constava no dicionário. Ele riu-se, e acalmou o homem com um "não tem importância, se não consta, vai passar a constar!"

Bom, agora passo à parte difícil: não assino nenhuma petição on line, muito menos se provierem das vertentes Pacheco Pereira, Vasco Graça Moura, Zita Seabra, Lopo Xavier e afins. Não sei se são todos anti-Santana Lopes (o "brilhante" Secretário de Estado da Cultura, que aprovou o acordo há uma catrefa de anos atrás), mas que agora venham todos protestar em sintonia, é um coro que não se aguenta. Duvidoso, até, se não terá uns contornos políticos com outras subtilezas...

Concordo com o acordo? NÃO! Porque os diferentes rumos do linguajar não se alteram por decreto! Nem em Portugal, nem nos outros países lusófonos, francófonos, anglófonos...

Foto de Gustavo_Saulle, na net.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

EFEITO BORBOLETA

O esvoaçar de uma borboleta, num qualquer recanto do planeta, pode gerar uma catástrofe natural em qualquer outra parte do mundo? Não sei! Este é só um aspecto da "teoria do caos", no que tem de mais nefasto.

Sei, de antemão, que os miseráveis não se revoltam, porque a sua questão é sobrevivência! Os mais queixosos costumam viver de "barriga cheia": não passam sem o seu belo carro, aparelhagens XPTO, roupas de marca, então sem telemóvel topo de gama é um stress...

Faz-me confusão que existam adultos que só giram em volta do seu umbigo, "ocupados" com trivialidades destas, quando o caos está em vias de se instalar! Na prática, não em teoria!!! Por uma qualquer razão de mercado, economicista, de bolsas ou coisa, os produtos alimentares vão subir brutalmente. Em Portugal, como em todo o lado! E como será naqueles países mais pobres, em que as guerras e a fome já grassam abundantemente???

Quando for grande quero ser borboleta, para voar à volta da chama sem me queimar...

Foto daqui.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

PEDRA FILOSOFAL



A amizade é inexplicável!

Não partilho temas musicais especiais com ninguém, excepto este, com a minha amiga Ana. Por sinal, a mais antiga, à excepção da minha irmã (que já entra no capítulo familiar, né?).

Suponho que tudo começou porque o irmão dela tocava viola e cantava isto lá por casa. E a Ana apaixonou-se pelo tema. Estávamos em férias grandes e o pai de uns amigos nossos costumava levar o pessoal para a praia, durante os meses de Verão. Grande Elias, que tinha uma enorme paciência para nos aturar! E lá iamos, cantando e rindo, apertadinhos como sardinhas em lata, que a história dos cintos de segurança só veio depois...

Um dia, ela começou a cantar este poema e adorei cada palavra! Arranjou-me a letra e começámos a cantar em conjunto (para "desespero" dos companheiros de viagem, que a afinação não é, nem nunca foi, grande)!

A última vez que o cantámos, em (im)perfeito uníssono, foi numa festa de aniversário já há alguns anos. As palmas foram fraquinhas, ainda revejo os olhares assustados dos restantes convidados...

Mas a amizade, minha querida amiga, mantém-se firme, perene, sincera e leal como SEMPRE!!!

PARABÉNS, ANINHAS!