Se há assunto que da direita à esquerda (quase) todos são unânimes é que hoje, em Portugal, vive-se muito melhor do que há 40 anos atrás. As exceções vêm de radicais de direita e de alguns taxistas, que gostam de falar por falar - em abono da verdade quase todos se esquecem (ou se calhar nem sabem, por ainda serem pequenos ou nem sequer terem nascido) que se fossem tão "faladores" na época, o mais provável era baterem com os costados na PIDE, num encontro pouco amigável com algum dos seus inspetores.
Um dia destes, em conversa com o maridão, concluímos que tínhamos tido muita sorte. Não só por viver aqueles tempos - na primeira semana pós 25 de abril a alegria esfuziante estava estampada na cara da grande maioria dos portugueses, como só voltei a ver anos mais tarde (e mais moderadamente) durante a Expo 98 - como por sermos a próxima geração a encaminhar para a guerra do ultramar. Quer dizer, eu estava safa, porque as mulheres não podiam ingressar no exército (ou marinha ou aviação), mas não deixaria de ver os meus amigos partir. Ou fugir do país, sem poderem voltar...
Por muito que aqui e ali os trilhos escolhidos não fossem os melhores, por muito que se possam criticar todos os governantes pelos erros do passado, certo é que o país teve um desenvolvimento inusitado, nomeadamente a nível de saúde e de educação - o analfabetismo rondava os 25% da população, quando atualmente está nos 5,2%. E de infraestruturas habitacionais, quando sobretudo no interior existiam inúmeras terras onde esgotos, água canalizada e eletricidade não chegavam. Quem se lembra de o único telefone da aldeia ser no café do ti Manel? Ou o televisor?
Bom, mas mesmo que hoje não nos possamos regozijar do governo que temos, que segundo dizia ontem Constança Cunha e Sá "a única promessa eleitoral que conseguiu cumprir foi a de empobrecer os portugueses", certo é que foi eleito democraticamente. Certo também é que o povo dificilmente cometerá a burrada de votar neles novamente (se bem que o líder da oposição também deixe muito a desejar - também ele formado nos jotinhas, com um perfil em tudo semelhante ao do PM). Mas os "homens dos tanques" não têm culpa nenhuma dessas más escolhas populares e estamos muito a tempo de lhes agradecer o que fizeram por todos nós! Já tenho um cravo vermelho a postos, em sinal dessa gratidão eterna...
Imagem do mural realizado por 4 grafitters dos Underdogs, na avenida de Berna, em Lisboa, tendo como figura central Salgueiro Maia (numa foto de há 40 anos, de Alfredo Cunha)
Um dia destes, em conversa com o maridão, concluímos que tínhamos tido muita sorte. Não só por viver aqueles tempos - na primeira semana pós 25 de abril a alegria esfuziante estava estampada na cara da grande maioria dos portugueses, como só voltei a ver anos mais tarde (e mais moderadamente) durante a Expo 98 - como por sermos a próxima geração a encaminhar para a guerra do ultramar. Quer dizer, eu estava safa, porque as mulheres não podiam ingressar no exército (ou marinha ou aviação), mas não deixaria de ver os meus amigos partir. Ou fugir do país, sem poderem voltar...
Por muito que aqui e ali os trilhos escolhidos não fossem os melhores, por muito que se possam criticar todos os governantes pelos erros do passado, certo é que o país teve um desenvolvimento inusitado, nomeadamente a nível de saúde e de educação - o analfabetismo rondava os 25% da população, quando atualmente está nos 5,2%. E de infraestruturas habitacionais, quando sobretudo no interior existiam inúmeras terras onde esgotos, água canalizada e eletricidade não chegavam. Quem se lembra de o único telefone da aldeia ser no café do ti Manel? Ou o televisor?
Bom, mas mesmo que hoje não nos possamos regozijar do governo que temos, que segundo dizia ontem Constança Cunha e Sá "a única promessa eleitoral que conseguiu cumprir foi a de empobrecer os portugueses", certo é que foi eleito democraticamente. Certo também é que o povo dificilmente cometerá a burrada de votar neles novamente (se bem que o líder da oposição também deixe muito a desejar - também ele formado nos jotinhas, com um perfil em tudo semelhante ao do PM). Mas os "homens dos tanques" não têm culpa nenhuma dessas más escolhas populares e estamos muito a tempo de lhes agradecer o que fizeram por todos nós! Já tenho um cravo vermelho a postos, em sinal dessa gratidão eterna...
Imagem do mural realizado por 4 grafitters dos Underdogs, na avenida de Berna, em Lisboa, tendo como figura central Salgueiro Maia (numa foto de há 40 anos, de Alfredo Cunha)