quarta-feira, 23 de setembro de 2015

SE PASSAREM POR MIM NO ROSSIO...

... não se esqueçam de entrar e apreciar a especialidade da casa, porque o outono (que, se bem se lembram, começou hoje logo de manhã cedo, lá pelas 8h e 21m) convida a bebidas mais "quentes" e aromáticas. E não deixa de ser uma maneira tão boa como outra qualquer de comemorar a nova estação...

TCHIM-TCHIM!
(e já lá vai o tempo em que a ASAE, no seu auge fundamentalista, me fechou as portas!)

domingo, 20 de setembro de 2015

O CENTENÁRIO QUE FUGIU PELA JANELA E DESAPARECEU

É óbvio que os livros não se vendem pelas capas, mas também me parece lógico que algumas capas não suscitem o mínimo interesse do comprador desinformado do conteúdo. Será o caso desta, no entender da maior parte dos membros do Clube de Leitura.

Que um centenário internado num lar fuja pela janela, até pode ser invulgar, mas certamente já terá passado pela cabeça de muitos, mesmo que só octo ou nonagenários. Que depois desapareça sem (quase) deixar rasto, é que é mais difícil. Mas os leitores deste livro são uns privilegiados: não só ficam a par das peripécias da fuga de Allan Karlson (o homem que fazia cem anos no dia em que se escapuliu pela janela), como o escritor vai intercalando episódios marcantes da sua vida, que por sinal também coincidiram com momentos importantes da História do século XX e respetivas personagens - Estaline, Mao, Churchill, Franco, Truman, entre outros, são algumas das que perpassam ao longo destas 364 páginas, como conhecimentos esporádicos do protagonista e que, de alguma forma, influenciaram o rumo dele (e da humanidade). E agora, já centenário, alguém acredita que conheceu todos esses figurões do passado, ainda por cima quando ele próprio detesta conversas sobre política ou religião? Pois!

Vagamente a lembrar Forrest Gump, que por acaso encontra todos os presidentes dos EUA, com a diferença que o Allan Karlson não tem nada de tolo...

Numa sessão que reuniu todos os membros do Clube, que não sei porquê começou com a nota sobre a infeliz capa - maioritariamente apelidada de "berucha" - praticamente não houve discussão sobre o enredo elaborado pelo sueco Jonas Jonasson, unanimemente considerado divertido, surpreendente, delirante, absurdo e hilariante. Uma leitura a não perder, portanto!

Citações:

"Disse para consigo que fizera mal em pensar em morrer quando ainda estava sentado na cama do Lar. Porque, mesmo atacado pelo reumatismo, era muito mais divertido andar fugido, longe da irmã Alice, do que ficar deitado e quieto debaixo de seis palmos de terra."

"O grande líder era inteligente, culto, era bom dançarino e até tinha uma bela voz - mas era completamente doido! Só porque Allan tivera a infelicidade de citar o poeta errado, um jantar ameno tinha-se transformado numa verdadeira catástrofe."

"[...] muitos indivíduos de origem chinesa tinham sido simplesmente expulsos da Indonésia com a etiqueta de comunistas, e tinham precisado de se refugiar na China, onde de imediato eram tratados como capitalistas."

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A próxima reunião do Clube de Leitura foi agendada para dia 22 de novembro de 2015, com o romance "Quando o Diabo Reza", de Mário de Carvalho.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

VAI MAIS UMA PINGUINHA?

E pronto o passatempo "Gota d'água" chegou ao fim, depois da perseverança da Afrodite (e do Rui Espírito Santo) ter levado a melhor e identificado todos os fotógrafos das fotos que me enviaram para publicação neste contexto.

Portanto, todas as fotografias já estão devidamente identificadas com o nome do respetivo autor e blogue (em link), pelo que quem ainda tiver dúvidas sobre quem fotografou o quê pode ir espreitar ao post anterior.  

A mim resta-me agradecer mais uma vez a simpática participação de todos, desejando que tenham um...

MARAVILHOSO FIM DE SEMANA!

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

GOTA D'ÁGUA

Então vamos lá descobrir quem fotografou o quê ou em que águas "navegaram"... A ordem da publicação das fotografias foi sorteada e ficam sabendo à partida que os participantes foram os seguintes (em desordem, evidentemente!): Luisa, Graça, Catarina, Maria Semedo, Ricardo Santos, Ematejoca, Kok, Manu, Redonda, Afrodite, Susana Rodrigues, Pedro Coimbra, Tons de Azul, Janita, Fatifer, Angela, Cantinho da casa, Rui Espírito Santo e eu própria - não havendo prémios e estando fora da "competição" no que toca à adivinhação, não havia razão para não colaborar também na parte fotográfica. Eis as 19 fotos:

Foto nº 01 - Redonda

Foto nº 02 - Graça

Foto nº 03 - Rui Espírito Santo

Foto nº 04 - Janita

Foto nº 05 - Pedro Coimbra

Foto nº 06 - Ricardo Santos

Foto nº 07 - Fatifer

Foto nº 08 - Kok

Foto nº 09 - Tons de Azul

Foto nº 10 - Manu

Foto nº 11 - Cantinho da casa

Foto nº 12 - Luisa

Foto nº 13 - Catarina

Foto nº 14 - Susana Rodrigues

Foto nº 15 - Angela

Foto nº 16 - Afrodite

Foto nº 17 - Teté

Foto nº 18 - Maria Semedo

Foto nº 19 - Ematejoca

E pronto, agora só faltam os vossos palpites que, ao contrário das fotos, não convém que metam (muita) água... Divirtam-se!

ADENDA a 17 de setembro de 2015 - o Rui Espírito Santo deu a seguinte sugestão, com a qual concordo inteiramente: "sugeria que avisasses que quando alguém tivesse a certeza da sua grelha completa (ou a faltar uma ou duas) que ta enviassem por mail para não "estragar" o divertimento aos outros !"
Enfim, ainda me parece longe da grelha estar quase solucionada, mas fica o aviso!

ADENDA a 18 de setembro de 2015 - Ontem, às 22h e 55m, a Afrodite mandou-me a grelha completa de identificação das fotos (via mail), pelo que foi ela a grande vencedora deste passatempo; 7 minutos depois, às 23h e 02m, o Rui Espírito Santo também me enviou a sua grelha completa, pelo que foi o segundo a terminar este desafio; os autores de cada fotografia já estão identificados, bem como os seus respetivos blogues (clicando no link). Parabéns à Afrodite e ao Rui Espírito Santo (e também ao Fatifer, que identificou os autores de 15 fotografias), e muito obrigada a TODOS pela disponibilidade e simpática participação. Bem hajam!

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O TEJO (QUASE) DESCONHECIDO

O plano era antigo e simples: conhecer um pouco melhor os mistérios que o Tejo esconde, não aqui junto a Lisboa e à foz onde existem as pontes, o Cristo-Rei, o Padrão dos Descobrimentos, a Torre de Belém, etc. e tal, todos sobejamente badalados nos roteiros turísticos, mas algures no seu percurso até aqui chegar, povoado que é de bancos de areia, pequenas ilhas e ilhotas e uma fauna e flora diversificada.

Assim, tentámos aproveitar estes últimos dias de férias - "fazer férias cá dentro" adquiriu o seu significado máximo: sem pernoitar fora de casa! - para dar este passeio. Contudo, eles só se realizam ao fim de semana, pelo que poderíamos nem sequer estar em férias... mas adiante. Contactámos a empresa Rio-a-Dentro e marcámos lugar para dois no barco que partia do cais de Escaroupim (aldeia próxima de Salvaterra de Magos), às 17 horas de sábado passado. Como a ideia também passava por observar a passarada, achámos ser essa a melhor hora, já que o pôr do sol determina a hora em que as aves diurnas se preparam para dormir.

Escusado será dizer que a primeira ave que vimos foi uma animação - o barco levava 12 pessoas a bordo, algumas das quais percebiam imenso de pássaros, não perguntei se pertenciam a algum grupo de birdwatching. Uma garça branca, que deve ser a mais corriqueira ali na zona, pois vimos muitas mais, pousadas em grupos nas árvores, a esvoaçar, tomando os seus lugares para a noitada no meio de uma grande chinfrineira.

Mas antes que imaginem que vão ver uma série de belíssimas fotos fica o avisa que o guia muito simpaticamente nos vez logo à partida: "se conseguirem tirar 2 ou 3 fotos boas, estão cheios de sorte". A posição dos assentos, os balanços do barco, a passarada assustadiça, os próprios acompanhantes dificultaram em muito a vida dos fotógrafos amadores que lá seguiam, que era praticamente metade do grupo - a outra metade usava os binóculos para ver mais de perto a bicharada.
Por outro lado, tornou-se bastante notório, especialmente nos canais mais pequenos e menos movimentados porque é que o Tejo tem essa "alcunha" de espelho d'água:

Os primeiros sinais de outono também não passaram despercebidos...

Embora aqui e ali possa não parecer, todas as fotografias foram tiradas a cores, a luminosidade inconstante do dia é que por vezes dá a sensação de serem a preto e branco.

Avistámos garças-reais e...

... aves de rapina, que segundo os entendidos pertenciam a duas espécies: a águia-pesqueira, que se alimenta dos peixes do rio, e a águia-calçada. O guia explicou as diferenças entre umas e outras, mas em duas horas e meia foi informação a mais para uma leiga, de modo que esta... é uma delas!

E esta suponho que a outra! Tem a ver com a cor das penas do peito...

Um bando de cegonhas representava a espécie e as ibis ficam sempre alvoraçadas com qualquer pequeno barulho - o comandante e guia normalmente desligava o motor quando se aproximava das aves, mas nem assim. Diga-se em abono da verdade, que algumas das parceiras de viagem falavam que se desunhavam, o que não ajudava muito a sossegar a passarada. No entanto, não deixou de ter a vantagem de reinar um ambiente saudável de alegria e boa disposição...

Ah, os cavalinhos também deram um ar da sua graça. Quer dizer, éguas e respetivos potros, segundo o guia, embora uma teimasse que tinha visto um cavalo!

Que mais ninguém viu, mas pronto, a rapariga lá saberá o que diz...

O pôr do sol não se chegou a vislumbrar dadas as nuvens existentes, mas estava na hora da passarada voltar aos ninhos e/ou às árvores onde pernoita.

Calculámos que já estavam todos a postos, cada espécie dividida pelas árvores prediletas, quando de repente surgiu um barco que as assustou e provocou enorme algazarra...

E depois do barco passar a algazarra continuou, quando quiseram regressar aos seus poisos, que eventualmente já estariam ocupados por outros.

Quer dizer, todos menos os corvos, que não se assustaram tão facilmente com um barulhinho à toa e permaneceram serenamente no seu galho.

E este jovem goraz, que julgava ser apenas nome de peixe, mas afinal existe uma ave com a mesma designação. Jovem por ainda ter aquelas malhas brancas na penugem castanha, fiquei a saber.

E pronto, o passeio chegou ao fim, novamente no cais de Escaroupim, de onde se pode avistar a ilha das garças, que é o local onde elas, as ibis e os corvos costumam pernoitar. Adorámos o passeio e felizmente íamos bem equipados com um corta-vento impermeável, porque não imagino o frio que alguns dos nossos acompanhantes de viagem devem ter passado, com apenas uma t-shirt em cima da pele. É Tejo, minha gente, está sempre mais fresco e húmido e então nesta altura do ano em que as noites começam a esfriar, não há volta a dar.  Fica aqui em jeito de aviso à navegação de outros eventuais interessados na passeata, que custa 25 € por pessoa. Bem empregues, no nosso entender!

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§ único - a propósito de água, estão todos lembrados que acaba hoje às 23h e 59m o prazo de envio de fotos para o passatempo "Gota d'água", não é verdade?

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

SÓ DE OLHAR...

... fico cansada! OK, bem sei que está na moda praticar desporto, ir ao ginásio, fazer corridas ou caminhadas. Lamento, mas não é a minha praia - são muitos anos de vida sedentária, uns passeiozitos ao fim de semana e tal, até que sabem bem, mas nada de caminhadas destas por montes e vales, de cerca de 8 quilómetros e sem maneira nenhuma de desistir a meio.

Ontem, em conversa com antigos colegas de liceu - uma das quais não via há 38 anos, imagine-se! - descobri que para os padrões da malta da minha geração sou uma verdadeira lontra: todos caminham, correm, ginasticam-se, etc.e tal... e eu, nada! Quer dizer, tirando esses passeiozitos de fim de semana que nem contam, até porque nem contabilizo os quilómetros. Mas todos têm histórias sobre essas aventuras, um demorou 7 horas a subir à ilha do Pico, a outra meteu-se neste percurso em Arouca e às tantas já estava meio assustada, por ser um percurso tão difícil que entretanto anoiteceu, enfim, relatos emocionantes não faltaram.

Mas alguém convencia a filha mais velha da minha mãe a enfiar-se num trilho destes? Sem bancos (está bem que tem escadas, mas não é a mesma coisa), sem saídas, íngreme, escada acima escada abaixo, sem sequer uma bica onde beber um pouco de água, sem poder desistir a meio... durante 8 km? Por mais bela que seja a paisagem...

E sim, a parte do poder desistir é importante. Porque às vezes damos passos mais largos do que as nossas pernas, para constatarmos que afinal não temos a pedalada que imaginávamos. Depois, como é óbvio, acabamos a chatear quem nos desafiou para a passeata e/ou os restantes caminhantes. Ná, a mim ninguém me apanha nessa!

Imagem de João Paulo Coutinho, no Google Maps - Passadiço do Paiva, Canelas, Arouca.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

SALSA E COENTROS

Lançar as sementes na terra, regar e depois ver despontar os frágeis caules verdes deve ser uma daquelas experiências que ninguém esquece. Quer se trate de semear uma árvore forte e robusta no campo, uma roseira ou buganvília no quintal ou apenas umas ervinhas para uso culinário, num sexto andar.

Certo é que dá mais gosto observar as plantas crescer do que metê-las na panela. Mas um dia lá chegará... até porque a alternativa de secarem no vaso não é mais apelativa. Agora é que entendo a minha avó, que nunca quis uma horta no seu quintal! Apesar disso, não deixa de ser uma poupança relevante, se calculada a nível anual... 

C'est la vie!

sábado, 5 de setembro de 2015

O POSTAL QUE VEIO DE (MUITO) LONGE!

OK, de Cascais a Lisboa não é assim tão longe - uma meia horita, se o percurso for feito de carro pela autoestrada, ou duas horas e picos, se for efetuado por um atleta da maratona. 

Assim, estou fartinha de perguntar ao postal por onde ele andou, já que levou com o carimbo dos CTT dia 17 de agosto, mas só entrou na minha caixa de correio dia 31. Mas ele, teimoso, recusa-se a responder...

As más-línguas dizem que deve ter andado a banhos pela linha, mas cá para mim foi passar as férias às Seychelles, antes de regressar a Lisboa... para o triste e inexorável destino de ser enfiado numa gaveta. Quer dizer, pelo menos espero que o atraso tenha um motivo (nobre) desses, porque se não resta-nos constatar que os serviços dos CTT já nem sequer estão ao nível alcançado no início do século passado, mas ao dos mensageiros da Idade Média! 

Qualquer que seja a distância e/ou destino onde se encontrem, tenham um excelente fim de semana e...

DIVIRTAM-SE!

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

VINGANÇA A SANGUE-FRIO

E pronto, este ano Jo Nesbo está a marchar a eito, até por causa daquela confusão de ter lido uns mais para a frente e outros mais para trás, dadas as peculiaridades das decisões editoriais. Tal como a Camilla, que já está em dia, esta série de Harry Hole está quase, quase.

511 páginas e vários desfechos ao longo delas (como é que é possível os crimes já estarem resolvidos, se ainda há tanto para ler?), descobrimos que nada do que parece é, numa reviravolta final bastante imaginativa. Característica que já não surpreende no autor, mas sempre agradável para manter o interesse e a expetativa.

Desta vez Harry Hole investiga o assalto a um banco, que termina com o cruel e desnecessário homicídio da empregada bancária. Ao contrário do que é habitual noutros assaltos, pelo menos na Noruega. É neste volume que também se inicia a parceria com Beate Loon, que tanto ajuda a inocentá-lo do assassínio de uma antiga namorada que aparece morta após um jantar com ele, como também desconfia da bondade de Tom Waaler, um colega da força policial que ele há muito suspeita estar implicado na morte da sua anterior parceira. E que, diga-se em abono da verdade, o leitor sabe ser realmente um polícia corrupto, mas ainda não é neste livro que Hole arranjará as provas necessárias para o provar. Mas, como quem não quer a coisa, o escritor já vai dando um "cheirinho" do próximo...

Citações:

"Os ciganos não fazem um burburinho especial em relação ao Holocausto porque o modo como fomos perseguidos não era muito diferente das perseguições a que estávamos habituados."

"Tanto o amor como o ódio vencem as guerras. São inseparáveis como gémeos siameses. A fúria a e a compaixão são os vencidos."