sexta-feira, 31 de agosto de 2007

RATATOUILLE

Já disse, e confirmo, adorar desenhos animados.

Mas, e há sempre um mas, não simpatizo muito com ratos e ratazanas. Por mais simbólica que possa ser a parecença com os homens, estou um bocadinho farta de heróis ratos, que começaram com o Mickey e alongaram-se com o Super-Rato, o Speedy Gonzalez, o Jerry, o Fievel e agora com o Rémy. Desculpem, se me esqueci de algum de permeio.

O enredo é simples: o Rémy é um rato com um olfacto mais apurado que a restante família e a partir daí fica ao serviço dela, para detectar venenos. Trabalho burocrático, de que ele não gosta. Tem a vaga noção que é um grande cozinheiro, que misturar sabores é uma arte. E é a partir daí que o filme se desenrola, com uns fantasminhas pelo meio e uns “artistas” a tentarem denegrir a imagem de Lingrini (ou será, Linguini?), um jovem em início de carreira. Ahann, será que nunca vi isto em lado nenhum?

Bom, de qualquer das formas, gostei do filme:

RATATOUILLE
Realização: Brad Bird (2007)
Argumento: Emily Cook e Kathy Greenberg

Para quem estiver interessado, o ratatouille também é uma receita da culinária francesa, que consiste num estufado de legumes: pimento, cebola, curgete, beringela e tomate, condimentada com alho, tomilho e louro. Nunca experimentei, mas para quem me quiser perguntar a receita, envio-a de bom grado. Livresca, é certo...

Têm de esperar uns diazinhos, porque vou de férias, mas de resto, à vontadex!

Jinhos para todos, garanto que volto!

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

PRÉMIOS


Conta-se que estando Alfred Hitchcock muito nervoso e impaciente por causa da atribuição dos Óscares, a mulher o acalmou com as seguintes palavras: “Por amor de Deus, não leves isto tão a sério. Lembra-te que estes são os homens que deram o Oscar a Luise Rainer. Duas vezes!”

Sabem quem foi Luise Rainer? Não? Então eu explico. Luise ganhou o Oscar de melhor actriz principal em dois anos consecutivos - 1936 e 1937. Mas já deve haver pouca gente a saber quem ela era, uma vez que terminou a carreira prematuramente, aos 29 anos de idade. Posteriormente, escreveria na sua autobiografia: “Os estúdios tinham a impressão que contratar uma actriz que tinha ganho dois Oscares era motivo bastante para lhe dar os piores papéis.”

Parece que as sábias palavras da mulher de Hitchcock tiveram o dom de o acalmar. E ainda bem, porque este realizador de reconhecido talento foi nomeado 6 vezes... e não ganhou nenhuma! Mais tarde a Academia deu-lhe o Prémio Irving Thalberg, pelo conjunto da sua obra, mas não é a mesma coisa.

E para quê este palavrório todo? Porque dois companheiros bloguistas – a Kátia do P’ra Te Ver Aqui e o Vício do Pensamento Pro-fundo - me atribuiram o The Power of Schmooze Award. É óbvio que toda a gente fica lisongeada com um prémio. Mas os prémios também podem ser muito injustos, como já demonstrei com a histórinha do Hitchcock. Portanto agradeço, mas passo. Todos os blogs que mais gosto de ler estão ali no cantinho dos favoritos e ainda faltam lá alguns a que tenho de prestar mais atenção.

Para não dizerem que é para me esquivar às nomeações, dou aqui indicação da lista de 5 daqueles que consulto diariamente, mais ou menos por esta ordem:

Teia de Ariana, da Su
Faxavor, do Nelson
Pensamento Pro-fundo, do Vício
Rafeiro Perfumado, do próprio
A Grafonola que Sabia Falar, da Vanadis

Sintam-se todos premiados, se preferirem...

-----
E já agora um grande beijinho de Parabéns para a Isa, que faz hoje anos, e que foi a pessoa que teve a paciência de me ensinar tudo o que sei sobre blogs!

terça-feira, 28 de agosto de 2007

A ARTE DE (BEM) MANIPULAR

Cheguei à triste conclusão, que anda meio mundo a tentar manipular outro meio.

Todos os credos religiosos são peritos no assunto, prometendo grandes alegrias e felicidades, no outro Mundo, a quem cumprir as suas directivas e respectivas infelicidades e desgraças, a quem saia dos eixos. Como não acredito na Outra Vida nem em Reencarnações, por mim o problema fica logo simplificado. Ah sim? Então o que é que me acontece se usar a pílula, por exemplo? Os gurús vaticinam logo que vou parar ao quinto dos Infernos, no meio das labaredas. Ai que preocupação, em vez de ir para uma nuvenzinha no céu a ouvir anjinhos assexuados a tocarem lira? Não tenho nada contra quem acredita piamente em Deus, Alá, Maomé, Buda ou noutro ídolo religioso qualquer, inclusivamente de seitas, mas permito-me ser céptica e vivo em paz, à mesma.

A Imprensa, escrita, radiofónica, televisiva ou internética também vive da arte de bem manipular a opinião pública. Com censura interna, que não se chama censura ou lápis azul como no tempo da PIDE-DGS, mas dá pelo pomposo nome de “linha editorial”, que pura e simplesmente apaga tudo o que não se enquadra no ponto de vista do Director e das suas cores ideológicas. Isto quando não desata a fazer uma tempestade num copo de água, por falta de notícias relevantes. O que nos meses de Verão ainda se torna mais notório. Ontem a “notícia” era uma estátua de Braga, que está no local há 4 anos (não a puseram lá ontem ou anteontem, entenda-se!), em que o sacerdote retratado segura um bordão, cuja ponta a população começou a achar semelhante a um pénis. Ahn? Já agora, porque é que os bracarenses não aproveitam e dão uma passadinha por Lisboa e removem também daqui umas quantas, que uma garanto que é um símbolo muito mais fálico?

A classe médica também utiliza os seus conhecimentos para manipular a malta. Um, queria à viva força que eu entrasse num programa anti-tabágico, sem lhe ter pedido conselho nenhum sobre o assunto, óbvio que não fui. Outra ensinou-me a fazer sopa sem batatas, ‘tá bem, ‘tá bem! Mas a melhor deste género é a de uma senhora de 100 anos, num lar, em que depois de fazer umas análises, o clínico queria que ela fizesse dieta porque tinha o colesterol e mais não sei o quê um pouco elevado. E a grande mulher, lúcida, disse-lhe frontalmente: “Não faço!” Se ligássemos a tudo o que eles dizem, bebiamos litradas de água, comiamos umas três folhas de alface, uma cenoura, um iogurte, um tomate e uma maçã por dia, ainda tinhamos de fazer pelo menos uma boa caminhada diária. Não quero ver quem é que aguenta, recuso-me simplesmente a seguir esses regimes e dietas. Num caso de uma doença específica, até admito! Mas assim virar vegetariana, porque é mais saudável, passo! Ecologistas, ambientalistas e afins, a dar cabo de uma plantação de milho transgénico em Silves, armados em terroristas de caras tapadas? Porque não é saudável? Olha que bom, já cá não bastava o Sócrates a tentar acabar com o tabagismo, os médicos cheios de ideias para morrermos todos saudáveis, ainda vêm estes fulaninhos (palavra baratucha, para designar estes descendentes dos vândalos) cuidar da nossa saúde?

De políticos, governantes ou oposição (qualquer que seja o partido no Poder), suponho que não é necessário falar. Basta observar os resultados estatísticos que dão, num dia de greve: governantes – pouca adesão, talvez de 15%; sindicatos, PCP e BE – uma enorme adesão, da ordem dos 80%; restante oposição – depende do fundamento da greve, mas dá uns valores intermédios de 40% a 60%. Querem baile? Então dancem todos juntos, que não me ralo nada...

Por último, a manipulação familiar faz-me sempre lembrar o Calimero: “It’s an injustice, it is! They do this to me, because I’m little!” São os pequenos, os velhotes, todos a reclamarem imensa atenção, assim a espetarem-nos o ferrete da culpa, se por acaso andamos um pouco mais distraídos. E até há putos (e não só!) muito artistas, que para fazer ou obter aquilo que querem, não se inibem nada de provocar uma guerra familiar, doa a quem doer!

Não tenho, nem quero ter, a arte de manipular. Cada um é como é! Mas a manipulações, digo um redondo NÃO!

-----
O texto anterior, “Crenças”, é de Millôr Fernandes, nascido a 16 de Agosto de 1923, no Rio de Janeiro. É apenas uma pequena parte de um discurso proferido em 1968. Ainda não era “velhinho”, mas suponho que o espírito se mantém... E disso, nem todos se podem gabar!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

CRENÇAS

“Sou um crente, pois creio firmemente na descrença.
... Creio que a Terra à chata. Procuro não sê-lo.
... Tudo o que não sei sempre ignorei sozinho. Nunca ninguém me ensinou a pensar, a escrever ou a desenhar, coisa que se percebe facilmente, examinando qualquer dos meus trabalhos.”

O senhor que escreveu isto é brasileiro e fez a semana passada 84 aninhos. Alguém quer adivinhar de quem se trata?

Por acaso li num blog alheio um artigo escrito por este autor, fui ler mais escritos dele e fiquei fã.

O trecho é só para vos dar um cheirinho do humor deste homem, que depois postarei aqui o nome dele, evidentemente.

BOM FIM DE SEMANA PARA TODOS!

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

LAVAR ROUPA SUJA

Ná, não vou falar de política! Desta vez é mesmo do filhote, que está num campo de férias.

Domingo passado podíamos ir visitá-lo, mas ele não quis, quer lá parecer totó perante os recentes amigos, com a mãe galinha e o pai da mesma família de galináceos, a quererem apaparicar o menino? Não fomos! Falamos quase todos os dias pelo telelé, a saber se está tudo bem e se por ele é melhor assim, respeitamos.

Tem 15 aninhos e julga-se senhor do mundo! É um “génio” da Matemática ou, pelo menos, pertence aos 25% dos alunos que tiveram positiva no exame nacional do 9º ano. Com umas explicações da tia, porque a determinada altura ele andou mesmo a apanhar bonés, mas pronto.

Enfim, não queria visitas, mas queria meias e t-shirts lavadas (supostamente, também engomadas)! E eu, Anh? Mando como, por mail, sms, fax ou telex? Bom a tia foi lá, para visitar as filhas – mais novinhas – ainda lhe levou meias. E ele, “deixa estar, que então no Domingo vou lavar roupa”. À mão, note-se! Quer dizer, não sou perita em fazer malas, mas ele levava uma t-shirt para cada dia, se ao fim de uma semana gastou todas, é justo que seja ele a ir para o tanque, ah, ah, ah! Há aprendizagens que são realmente muito boas...

Não gostou de uma actividade de espeleologia, em que tinha de descer a uma grutinha apertada, lá a 18 metros abaixo do chão, de lanterna na mão, com a vaga hipótese de ainda encontrar uns quantos bicharocos no caminho. Bicharocos, é um bocado força de expressão, cobras e afins. Recusou-se a ir! Dei-lhe todo o apoio, quando me contou. Nem imaginam a alegria que tenho do meu filho não ser “Maria vai com as outras!” Ia lá abaixo fazer o quê? Armar-se em valente? Ele ainda é novinho para ter ataques de pânico, mas eu tinha de certeza numa situação dessas!

Estou cheia de saudades, mas valeu, que ele aprendeu a lavar roupa. Acho?!

RADARES

Não sou acelera – também com o meu boguinhas de quase 19 anos de idade, não dá para acelerar muito – mas os radares faziam falta!

Hoje recebi um mail, em espanholês, que diz mais ou menos o seguinte:

“Só um radar, 77 multas diárias, num ano 28 mil, a 300 euros cada uma, dá 8.400.000 euros” Que grande aldrabice, fiz as contas e dá 8.431.500 euros, de rendimento... ao Estado espanhol, se todos pagarem! E termina: “Não podemos conduzir por ti, estamos a contar o dinheiro!”

Sou contra a caça à multa, mas concordo que têm de se caçar os aceleras. Ou ninguém conhece ninguém que morreu, foi atropelado, ficou estropiado ou paraplégico ou a bater mal da bola num estúpido acidente automóvel? Não me digam que só a mim é que isso acontece...

terça-feira, 21 de agosto de 2007

PONTOS NOS Is

Parece-me que há para aí muita gente preocupada, porque na blogosfera se encontram uma data de mentirosos, vira-casacas e hipócritas, que dizem ser o que não são. O quê? É só na blogosfera? É necessária uma grande dose de ingenuidade, para se acreditar nisso...

Também depende para que é que cada um quer blogosferar: trocar ideias, conhecer outras pessoas, fazer amigos ou engates, divertimento, actualizar informação, passar mensagens políticas ou religiosas, ventilar poemas ou opiniões, é um Mundo!

Mas não considero razoável que tenha de contar aqui toda a história da minha vida, tin-tin por tin-tin, como se fosse um diário muito íntimo. Nem estou à espera disso dos restantes bloguistas.

As fotos não correspondem às personagens? E ainda há quem vá “lampeiro” conhecer uma gaja de 60 anos, que no perfil aparece a foto dos seus 30? E a reclamar que foi enganado? Desculpem! Não é preciso espiolhar muito, para perceber determinadas referências. Mesmo que não digam, “adivinho” a idade de quase todos...

Experimentem, a ver se não acerto... É que eu leio os posts e respectivos comentários, claro, só dos que gosto de ler. Garanto que não tem bruxaria nenhuma! Xi, queimada na fogueira ou afogada num lago com um pedregulho preso aos pés, não ia ser grande paródia!

E se quiserem acertar na minha idade, também estão à vontade... Tenho uma “reles” mania de não mentir, até gostava de conhecer pessoalmente alguns amigos virtuais, mas nem todos! Principalmente os conflituosos, passo! Acho que dá para entender...

Um Bom Dia para tod@s!

domingo, 19 de agosto de 2007

SÉTIMA ARTE

Perdi “O Bom Pastor” na época, agora vi em DVD. Fiquei um bocado baralhada, que para além do realizador ser o Robert de Niro e do excelente naipe de actores, o argumento pareceu-me confuso e dúbio. Fui espreitar à net o que diziam sobre o filme, encontrei vários blogs a dizer maravilhas, que aquela era a verdadeira realidade americana sobre o início da CIA, recrutamento dos agentes e os métodos utilizados durante a guerra-fria, especialmente durante e depois do desaire na Baía dos Porcos.

Ahn? Isto é só ver um filme, acreditar piamente que todo o enredo é verídico e desatar à catanada aos políticos americanos da época, que afinal eram todos uns mafiosos? Roberto de Niro - mesmo com a muita admiração que tenho por ele - e Eli Roth, o argumentista, nasceram assim tão iluminados que saibam a história toda inteirinha daquele imbróglio? E sobreviveram para “contar” e exibir nas salas de cinema dos States e do Mundo? Ná, há aqui qualquer coisa que não bate certo!

Então fui à procura de um blog que consultei várias vezes, mas que por inteira azelhice informática perdi, nestas andanças e “mudanças” dos últimos meses, que suponho ser dos mais abalizados para falar sobre a Sétima Arte. Ou pelo menos, concordo com quase tudo o que a Rita escreve em relação aos filmes que vi, o que também é uma fracção mínima, que ela vê quase todos! Cinerama está nos quiproquós favoritos - a par de uns outros preferidos, a lista ainda não está completa...

E pronto, confirmei o que já suspeitava, é um filme de espionagem de ficção e se bem que os factos sejam verídicos - pertencem à História dos EUA – e que se possa deduzir que alguns actos das personagens não devam estar assim tão longe da realidade, sempre é diferente de ser a verdade nua e crua. Enfim, os Estados Unidos estão lá retratados nas suas piores facetas (ficcionalmente, repito), mas o próprio protagonista acaba por ser pouco credível, por ser tão isento de emoções. Confuso q.b., com certeza se arranja melhor para fazer durante os seus 160 minutos de duração. Mas para quem já viu, e se lembra, alguém aí me sabe explicar o que significou aquela nota de dólar entregue ao russo, quase no fim do filme?

O BOM PASTOR
“The Good Shepperd”, título original
EUA, 2006
Realizador: Robert de Niro
Elenco: Matt Damon, Angelina Jolie, Robert de Niro, Alec Baldwin, John Turturro, William Hurt, Billy Crudup, entre outros
Argumento: Eli Roth

-----
Toda e qualquer queixa sobre possíveis enganos nos favoritos (a lista ainda não está completa, será actualizada assim que possível) deve ser endereçada à Gerência deste blog, que, neste momento, se encontra a descansar!

sábado, 18 de agosto de 2007

CAMPANHA DE VERÃO

Já reparei que nestas lides bloguistas anda muita gente que se diz apreciadora de cerveja. Confesso que também sou fã do líquido dourado. Dourado, quer dizer dourado, não avermelhado, nem castanho ou acastanhado, com umas relativamente novas invenções de misturar-lhe uns sabores. Para quê? Quem não gosta de cerveja, bebe sumo, chá, vinho, coca-cola, água ou que bem lhe apetecer, não é verdade?

Gosto mais de imperial tirada à pressão e Imperial também é a marca que compro para ter em casa. Por 3 razões: é mais leve, mais barata e tem menor teor alcoólico. Bom, mas esta não é a campanha publicitária a que me refiro.

Já notaram os outdoors que a Super Bock tem colocado nas ruas este Verão? Um verdadeiro exemplo de criatividade e boa disposição, muito bem acompanhado por uma óptima fotografia. “Chapéu de praia” é a carica, o rótulo serve como modelo para “Bockini” e “Latin lover”, “Fino dental” não carece de explicação e ainda há a publicidade à mini, “Refrescar numa rapidinha”.

Boa disposição e alegria condizem com o Verão e se esta campanha (também) serve para isso, merece todo o meu aplauso!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

BORBOLETAS

“Borboletas através do tempo” é a exposição que está em curso no Museu Nacional da História Natural, programada até ao dia 16 de de Dezembro.

Mesmo não tendo uma mente virada para a colecção de borboletas, nem para o espírito científico de matar os bichinhos para estudar as espécies, gostei. Aprendi imenso sobre estas pequenas musas que já inspiraram tantos poetas, e não só, como se pode verificar na mostra final, onde se exibem numerosos objectos em que as borboletas assumem lugar de destaque: loiças, cerâmicas, joalharia, castiçais, espelhos, vestuário, renda, acessórios vários.

Ali mesmo ao lado, no Jardim Botânico, existe uma pequena estufa, denominada Lagartagis, onde podem ser observadas borboletas nas diversas fases do seu ciclo de vida: ovos, lagartas, crisálidas e adultas a voar livremente. A maioria das borboletas que se encontrava na estufa dá pelo nome de Monarca, e são grandes, com asas laranja escuro raiadas de preto. Também vimos por lá uma Andorinha, que tem umas tonalidades diferentes, mas que é sensivelmente do mesmo tamanho e outra mais pequena, que não identificámos. O problema é que para ir a um sítio destes não se deve usar gel no cabelo e, infelizmente, eu não sabia disso. De repente, sinto uma bicha a esvoaçar junto à minha orelha, aí deixei de achar graça à brincadeira. Talvez confundida pelo wet gel, a bicha ia matar a sede e acabou por ficar lá agarrada. Os segundos que se seguiram devem ter sido dos mais caricatos porque passei na vida. Eu de borboleta colada à tola, tipo nova versão da Floribela, com a cara-metade a rir e eu a gritar: “Tira-me isto daqui!” Enfim, ela lá se conseguiu soltar, mas depois disso já vi tudo o resto um pouco à pressa, até porque as lagartas não são animaizinhos da minha predilecção e aquelas até eram um pouco nojentas, tipo uns bichos da seda mas maiores e mais gordos, com riscas verdes, amarelas e pretas. E depois ainda havia a vaga hipótese de mais alguma das lindas mariposas se baralhar e no esforço de se “descolar” ainda deixar lá uns ovinhos. ARGHHH! Não quero nem pensar nisso!

Por via das dúvidas, hoje fui ao cabeleireiro.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

O DESERTO

No dia 15 de Agosto, Lisboa costuma estar deserta, especialmente à tarde. São as férias, as festas das terrinhas, a malta a ir para a praia, os velhotes que acham que está demasiado calor para sair à rua, sei lá que mais. Aqui há muitos anos, num desses dias, fui tomar café depois de almoço, atravessei a 2ª circular a pé (ná, olhem que isso não é nada aconselhável, nos tempos que correm), andei três quarteirões e até chegar ao local só vi um rato. Assim a caminho de ratazana, mas não nos incomodámos um ao outro, que ele foi para um lado diferente do meu. Claro que actualmente já não dava, porque há um centro comercial a meio desse percurso e parque de estacionamento, portanto a probabilidade disso acontecer é quase nula. Aliás, o dito café de bairro já nem existe, e nesse dia estava praticamente às moscas.

Então comecei aqui a pensar, olha, hoje é que é um dia bom para falar de política. Não está cá ninguém, assim como assim as pessoas não gostam muito de ler, falar ou escrever sobre o assunto, não ficas traumatizada se não obtiveres nenhum comentário. Nem de propósito, a minha amiga Paula de Faro manda-me um mail, com o título: “António Barreto faz o retrato de Sócrates”. Esfreguei as mãos de contentamento!

Quero desde já esclarecer, que não faço a menor ideia se a autoria do texto é mesmo de António Barreto, porque há por aí muito espertalhão que assina com nomes sonantes, para chamar as atenções. Nem vou transcrever o artigo todo, que é longo, só uma parte, com a qual concordo inteiramente.

“Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates. Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião, mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento. Mas nada de essencial está em causa. Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a gente. As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino são pura diversão. E não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro. É assim que ele os quer, como se fossem directores-gerais. Só o problema da Universidade Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente. Mas tratava-se, politicamente, de questão menor. Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo. Mas nada de semelhante se repetirá.

O estilo de Sócrates consolida-se. Autoritário. Crispado. Despótico. Irritado. Enervado.

Detesta ser contrariado. Não admite perguntas que não estavam previstas. Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber. Deseja ter tudo quanto vive sob controlo.


E agora acrescento eu, alguém já reparou na linguagem gestual do homem, sempre de dedo em riste, como se dissesse a um puto: “Se o menino se porta mal, vai de castigo ou leva tau-tau!” Os Gatos Fedorentos repararam, tanto que se fartaram de gozar com o dedinho do nosso PM, mas eles estão de férias, ai, ai...

Bom feriado para todos!

terça-feira, 14 de agosto de 2007

FUTEBOL

Pois, já estou a ver todos os “meninos” a salivar, finalmente com um tema interessante...

Alguém me apanha descalça, por não saber quem é o Couceiro, o Paulo Bento (Bento havia outro, um grande guarda-redes benfiquista e da selecção), o Scolari ou o Carlos Queirós? Credo! Era preciso estar a dormir na forma...

Aqui eu e o maridão somos benfiquistas, o puto, que é do contra, aos 2 anos de idade já berrava Sportém! E claro, ninguém mais o convenceu a mudar de clube. Por mim, passou bem, mas a minha cara-metade começou com dúvidas existenciais do tipo “onde é que eu errei?” Portanto, já deve dar para perceber que nunca estou alheada de discussões futebolísticas.

Mas essas discussões são infindáveis, do mesmo clube quase desde que nascemos, temos uma contínua. Do tempo em que o Mourinho treinou a equipa. Eu a dizer que o Mourinho tinha razão, não se pode treinar uma equipa a pensar que se leva um chuto no rabo no dia seguinte, à conta das mudanças de direcção. E ele que não, que o “rapaz” ainda não tinha dado provas e “chantagear” o Benfica nem pensar! Topam as diferenças? A discussão voltou à baila este fim de semana, já o meu sogro me apoiava (falar depois também é mais fácil). Pronto, para tira teimas, há a net. Em 9 jogos, o Benfica perdeu o primeiro contra o Boavista (que nesse ano foi campeão) e mais um outro, empatou 2 e ganhou 5, enquanto o Mourinho lá esteve, com uma brilhante vitória de 3 – 0 contra os lagartos. Depois, o “salvador” da Catedral era o Tony, que obviamente não teve mãos a medir e acabou por levar o respectivo chuto, com a pior classificação de sempre do Benfica no Campeonato: 6º lugar!

Em equipa que ganha não se mexe, e mainada!

E se não derem lugar aos novos, no futebol como em qualquer outro sítio, podem crer que o marasmo vai ser sempre o mesmo...

Post Scriptum – Por muito que a “rapaziada” se queixe do mulherio que só vê telenovelas, fala de tricot, croché ou ponto cruz, nunca apanhei um blog no feminino a falar desses temas, a não ser esporadicamente ou de relance. Em contrapartida, os “meninos” põem futebol em quase tudo o que é post!

Isto não é “Guerra dos Sexos”, nome de uma telenovela brasileira muito antiguinha, mas este post vai dedicado especialmente a ELES.

domingo, 12 de agosto de 2007

AS CORES DA MODA

A mais antiga, para mulheres, talvez seja a do “vestidinho preto, com o qual nunca me comprometo”, para acontecimentos sociais mais formais, ao fim da tarde ou à noite. Ainda hoje dura, como as pilhas Duracell, que pelo menos metade das mulheres vão de preto a essas reuniões. Nas praias e piscinas até me parece que está melhor, porque os fatos de banho pretos também foram perenes durante muitos anos, especialmente para as mais velhas e gorduchinhas, com os “ditadores” da moda a estipular que disfarçava umas banhinhas a mais... Está bem, esses gurús devem ter razão!

E os homens? Pois, parece que andam todos fardados em dia de trabalho. Fato cinzento não pode faltar no roupeiro, que também não há muito mais cores à venda nas lojas, pode variar na tonalidade. A camisa e a gravatinha lá dão um toque de cor no pano, mas nem todos se atrevem a usar cor-de-rosa, por exemplo, que alguns associam a amaricados. E meias brancas, depois de algumas décadas de uso constante por quase todos, caíram em desuso.

Os putos usam qualquer cor, a mania é a das marcas, que têm de ser compatíveis com surf, skate, BTT, etc. e tal, mesmo que nunca tenham praticado qualquer destes desportos... Nem vou falar em “góticos”, que me parece uma fase passageira da adolescência, que se ataviam sempre de preto, com uma filosofia muito própria, que confesso desconhecer quase completamente.

E para finalizar, quando chego aqui à janela do meu 6º andar, olho para os carros estacionados na rua e descubro outra monocromia: cerca de 4 em 5 carros é cinzento-metalizado, variando entre tons claros ou escuros, também consoante as marcas.

Temos de colorir tudo a preto e branco, com o cinzento a dar nuances? É um estilo português, que já devia ter passado de moda!

O arco-íris, a paisagem e os sonhos são bem mais garridos...

sábado, 11 de agosto de 2007

CHICOS-ESPERTOS

Não acredito em “Gerações Rasca”! Nem aquelas verborreias de que a nossa geração é muito melhor do que as seguintes, ou anteriores, me interessam minimamente.

Mas é verdade que chicos-espertos me incomodam, qualquer que seja a geração. Então o caso, verídico e recente, passou-se com um rapaz de 16 anos, no 10º ano de passagem para o 11º, portanto, sem problemas de aprendizagem de maior:

Sem se perceber bem porquê, ele lá resolveu que não precisava de passe ou de bilhete para viajar nos transportes públicos de Lisboa. Um dia, foi apanhado por um revisor (ou lá como se chamam agora) e como o autocarro estava na paragem, de portas abertas, resolveu dar à soleca – suponho que esta expressão não precisa de grande explicação. Mas o revisor também não foi de modas e correu atrás, até porque o jovem era a dar para o anafadinho. Apanhou-o! Aplicou-lhe uma multa de 200 euros. A invenção do “menino” pára aqui? Ná, que estamos a falar de um adolescente bastante inventivo. Obviamente, não quis contar a façanha aos progenitores, toca de arranjar um método de angariar 200 euros para pagar a multa, “comovendo” os colegas com essa sua desventura dramática. Convencendo-os a comprar CDs e DVDs que saca na Internet, a 10 euros cada. E não é que houve compradores?

Não é necessário usar um turbante na cabeça ou uma bola de cristal, para se adivinhar qual vai ser o destino deste moçoilo... Pois não?

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

REMÉDIOS PARA AS IRRITAÇÕES

Como era previsível pela minha hora de nascença, 00h55m, sou noctívaga por natureza! Quando estou irritada, piora um pouco...

Utilizo três remédios para a irritação:
- Um bom banho de imersão, com muita espuma;
- Conversar e rir com os amigos, “ao vivo”;
- Ler um livrinho, aqui à mão.

Não só por coincidência, calhou tudo nestes dias, não especificamente por esta ordem. O meu cunhadito fez anos ontem, combinou um jantar num restaurante com familiares e amigos mais próximos, dos que ainda pairam por Lisboa, entre os 8 e os 82 anos. Foi uma risota completa. Claro que alguns ainda não sabiam do despedimento da B., mas o ambiente era de festa, ela não foi lá para amargurar ninguém. Julgavam o quê, que a malta não se apoia nessas andanças menos boas?

Já tinha começado a ler o livro, na véspera. Chorei tanto, que tive de interromper a leitura várias vezes. Não, não foi “O Meu Pé de Laranja Lima” do José Mauro de Vasconcelos, que a seu tempo também me fez chorar as pedrinhas da calçada – outra expressão que fica por explicar, estou a armazená-las, para um dia destes fazer uma profunda pesquisa sobre o assunto.

Fungadelas e assoadelas, idas ao WC, com os óculos a embaciarem, convenhamos, não dá muito jeito a qualquer leitor(a). Aliás, devia de haver uma lei a proibir! E conter as gargalhadas, para não acordar o prédio inteiro?

RAFEIRO PERFUMADO
- A Minha Vida Dava um Blog –

Jorge Pereira
Editores Esfera do Caos
Junho de 2007

Não me arrisco aqui a fazer nenhuma citação do livro, não vá o rafeiro querer morder-me as canelas.

E sobre banhos de espuma, também dispenso comentários de ambientalistas, ecologistas, porcalhões, etc. e tal, que conheço muito bons adolescentes, que passam horas debaixo do chuveiro – acreditando pelo correr da água – sem que, na prática, isso se note muito...

Toda e qualquer inspiração deste post(e) deve ser acartada ao dito Rafeiro Perfumado, que também pode ser lido em:
http://rafeiroperfumado.blogspot.com/

terça-feira, 7 de agosto de 2007

CONTRADIÇÕES


Suponho que a maior parte do pessoal mais informado sabe que os nossos governantes andam a aprimorar um novo Código de Trabalho, ou alterações ao dito cujo, em que a idade da reforma fica lá para os 60 e muitos, “porque é necessário” para não haver um descalabro nas Finanças, na Economia, na Segurança Social. Nem contesto, porque não percebo nada do assunto. O pior da coisa, é que os patrões não estão exactamente de acordo, chutar “velhadas” é mato, assim com uma vã filosofia de dar lugar aos jovens... Pois, estagiários, recém-licenciados, malta baratucha e pouco experiente. Nem todos, mas pronto!

Porque é que estou pior do que uma barata? Porque a minha amiga B., 57 anos, 32 anos ao serviço daquela empresa privada, foi despedida! Só soube ontem à noite, fiquei SEM PALAVRAS... Ela já andava a desconfiar, que os antigos patrões venderam o estaminé – que não é propriamente de vão de escada – mas caíu-me mal no jantar! A mim caem-me mal estas coisas, que mais posso dizer?

Mas voltando à vaca fria – nem quero alinhavar uma teoria sobre a origem desta expressão – se a idade da reforma fica para mais tarde e se os patrões despacham o pessoal a grande velocidade depois dos 40, quem é que vai receber reforma? Hummm, há prái alguma cabala ou alguma teoria da conspiração, de que os políticos tanto gostam de falar?

Tanto quanto sei, só contradições...

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

COINCIDÊNCIAS

Um dia, numa época recôndita lá para o início do meu liceu, vi uma rapariga com uma pasta às costas, daquelas de carneira, onde ostentava todo o seu nome completo, muito idêntico ao meu. Estava a namoriscar um rapaz, que conhecia bem da minha rua, mas que obviamente fingia desconhecer-me, sendo uns dois ou três anos mais velho. No bar. Para comprar uma borla de berlim ou coisa. Arrisquei-me e dei-lhe um toquezinho nas costas e timidamente perguntei:
- Esse é o seu nome? – disse, apontando para a pasta.
A rapariga olhou-me de soslaio, o namoradinho ainda pior, sei lá, talvez com a suspeita que tivesse uma paixão assolapada por ele e lhe quisesse estragar o namoro. Por acaso, nem gramava nada o gajo, que a superioridade para mim era só devida à idade, mas para o restante pessoal da rua era porque ele nunca tinha chumbado nenhum ano e havia por lá um grande lote de repetentes a quem tratava da mesma maneira. Pensando bem, também são as sensações que se têm nessas fases juvenis.
- Sim, porquê? – respondeu ela.
- Nada, nada – e fugi dali a grande velocidade.
Mas nunca mais a vi, ou só de relance!
Convém acrescentar, que na lista telefónica de Lisboa e arredores existiam somente meia dúzia de pessoas com um apelido igual ao meu.
Quando casei, fui viver fora da zona de Benfica, nos arredores. Aí, um dia, recebo um telefonema de um tio desconhecido:
- Olá, então estás boa?
- Hem? Com quem quer falar?
- Não me digas que já não reconheces a voz do teu tio?
- Ahn?
Escusado será relatar o diálogo de surdos que se seguiu, queria falar com a minha quase homónima, lá lhe expliquei a historieta de liceu. A mulher telefona quase a seguir, além do nome está a viver numa rua ao lado, tirou o mesmo curso que eu, tem um único filho uns anitos mais velho que o meu, ainda rimos com as coincidências. Exerce a profissão, mas já está divorciada (nem sei se era daquele namorado, que isso não tive coragem de perguntar), eu nunca exerci, espaireci para outras bandas. Tudo bem, e fim de converseta.
Entretanto, nós mudámos de casa, aqui de volta a Benfica. Uns anos mais tarde recebo uma carta a falar “das maravilhosas férias que passámos juntos, no Brasil”. Por sinal, também tinha ido ao Brasil, em trabalho, mas aquela intimidade de tratamento, onde? Às tantas lá percebi que a destinatária era a outra, telefonei para saber onde endereçar a carta, ela reconheceu o remetente como o de um grande amigo. Estava de mudança para Lisboa, felizmente para um local mais distante, lá para a zona da Expo, ou coisa. Sem ter nada contra ela, será que é desta que me livro de confusões? Tios e amigos íntimos que não sabem o número de telefone ou o endereço? Ná, isso comigo não acontece...

---
E já agora, soube recentemente que há uma professora de uma escola secundária de Lisboa, que é conhecida como Teté, que tem um enorme prazer em chumbar (quer dizer, reter, numa linguagem actual, menos traumatizante!) os jovens estudantes, por uma questão de vírgulas. 9 vírgula qualquer coisa antes do 5. Toda ou qualquer semelhança com essa criatura, também é pura coincidência! E essa, nunca a vi mais gorda...

domingo, 5 de agosto de 2007

OS SIMPSONS

Uma série de desenhos animados televisiva, não especialmente dedicada a um público infanto-juvenil, fez um enorme sucesso nos EUA, bem como no resto do mundo, a partir de 1989. 18 anos depois surge o filme, que mantem o mesmo espírito de crítica a uma sociedade americana muito virada para o seu próprio umbigo, com todas as fraquezas humanas e alguns desequilíbrios do próprio sistema.

Lisa Simpson (e Clinton, um rapazinho por quem ela se apaixona à primeira vista) parecem ser os únicos em Springfield a perceber a importância da lagoa da cidade ser despoluída, convencem o mayor com uma apresentação pública – parodiando “A Verdade Inconveniente” de Al Gore - e todos os cidadãos colaboram. Todos? Bem, não! Há sempre um Homer, que pela lei do menor esforço e para obter uns donuts à borla, descarrega para lá um enorme bidão de porcaria... E daí até um enorme potencial bélico, movido pelos governantes, é um passo!

A família Simpson personifica o melhor e o pior de todas as sociedades, mas que acaba por se unir, na tentativa de evitar que a sua cidade e todos os seus amigos desapareçam do mapa.

Gostei, as caricaturas são muito boas, as alusões fininhas passam ao lado da malta mais jovem, mas estão lá, para rir ou até pensar. Matt Groenig, parabéns!

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

A ACÇÃO ESTÁ PARADA!

Uma antiga companheira das lides estudantis, numa dificuldade liceal num teste de Português, bichanou para a vizinha do lado: como é que se responde à pergunta X? A outra, lá foi indagando pelos colegas mais próximos, e respondeu: “nessa, está tudo parado!”

Como a pergunta era qualquer coisa do género, “Como é que está a acção?” a boa da rapariga resolveu escrever que estava parada e ainda se fartou de explicar, porque os burros estavam a descansar à sombra e não sei que mais. O livro, não sei qual era, possivelmente “As Viagens na Minha Terra” de Almeida Garrett. Não fui verificar!

Só ontem ou anteontem, comecei a perceber que a genica do fim de férias não me dava tempo para tudo, e fiquei como a outra, com a acção parada...

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O FANTASMA


Há pessoas que têm uma imaginação prodigiosa, não é o caso da minha irmã.

Durante vários anos, fomos ao mesmo salão de cabeleireiro, com bastante assiduidade. O dono, profissional nessa matéria, tinha alguns tiques efeminados, mas era casado e tinha vários filhos. Que lhe davam muitas preocupações, porque não queriam estudar, o mais velho até era meio armado em garanhão, tanto que aos 18 ou 19 anos já tinha duas crianças de namoradas diferentes, quem sustentava toda a família era o paizão.

A certa altura, o profissional começou a ir a mais concursos internacionais de cabeleireiros, vinha satisfeito e revigorado, embora se queixasse de umas dores de cabeça, em que também faltava ao trabalho para ir a consultas médicas... sem detectarem o problema. E num dia, antes de regressar de uma dessas viagens, sentiu-se mal, foi parar ao hospital e morreu. De uma coisa qualquer cerebral, aos 53 anos. Familiares, amigos, clientes todos em choque, um funeral em grande. O caixão vinha selado, dado o transporte aéreo.

E não é que a minha irmã garante a pés juntos que o viu recentemente, no Áki de Alfragide, muito mais assumidamente gay? Ela própria considera estranhíssimo que ele rondasse por aqui tão perto, mas ficou tão siderada, que não teve coragem de lhe dirigir a palavra. Gay, é com ele, mas fingir-se morto? E como? Porque motivo? Também existem fantasmas inexplicáveis...