segunda-feira, 29 de junho de 2015

O MELHOR DE ROMA (2)

O Tibre é o rio que serpenteia ao longo de Roma, com este tom esverdeado que se observa na fotografia. É atravessado por várias pontes, sendo que a de Sant'Angelo (em frente ao castelo com o mesmo nome) é uma das mais bonitas, decorada por vários anjos e outras figuras bíblicas - que foram sendo adicionados por diferentes Papas. E a propósito de Papa, só o vi aqui:

Quer dizer, nos túneis da estação de metro da Praça de Espanha, com o ar bem disposto do costume: soubemos pelas notícias televisivas que ele tinha viajado para Turim. Mas pronto, verdade seja dita que não fui a Roma para o ver, por muito que até simpatize com o atual Papa Francisco...

Ponte de Sant'Angelo

Voltando ao Tibre, no meio do rio existe uma pequena ilha em forma de barco (Isola Tiberina), na qual funciona uma das maternidades da cidade.

Ilha Tiberina

Na pesquisa que fiz sobre Roma antes da viagem descobri que a cidade tem cerca de 150 museus e mais de 900 igrejas, pelo que estava fora de questão visitar nem que fosse só um décimo - 5 dias não dão para tudo! Os museus do Vaticano e a Capela Sistina eram um must, obviamente, mas de resto era mais ou menos o que calhasse em caminho. Por curiosidade, calhou que quase todas as igrejas que vimos se denominassem de Santa Maria (in Cosmedin, in Trastevere, Maggiore).

A Bocca della Veritá, na basílica de Santa Maria in Cosmedin, deve ser uma das imagens mais conhecidas, devido à lenda que reza que mordia a mão dos mentirosos que ousassem enfiá-la na sua boca.

No entanto, a igreja mais sumptuosa que visitámos foi a de Jesus (Chiesa de Gesú), que dos lustres às talhas douradas, das pinturas às estátuas, da maior pedra de lápis-lazuli do mundo a adornar o túmulo de santo Inácio, não poupa nada em grandiosidade.

Por outro lado e a nível exterior, a igreja a que achámos mais piada (e que nem sequer estava no nosso "mini-roteiro" de visitas) foi esta de Sant'Andrea della Valle, precisamente pela razão que levou o Papa da época a "reclamar" da obra do seu escultor, Cosimo Fancelli: a fachada é assimétrica, pois só tem um anjo do lado esquerdo. Porém, o artista recusou-se a esculpir o do lado direito, respondendo que "Se quer outro, que o faça ele!" Artistas são assim, até com Papas...

Igrejas à parte e por muito católica que seja a população romana, no final do século XIX também ergueu uma estátua ao filósofo Giordano Bruno, uma das vítimas da Inquisição, precisamente no Campo de' Fiori, local onde era habitual realizar as execuções. A estátua, de autoria de Ettore Ferrari, não deixa de ser sinistra... 

Para terminar este "capítulo" que já vai longo, no último dia ainda nos demos ao luxo de dar um pequeno passeio por um jardim romano - Villa Borghese, o segundo maior de Roma, onde também se situam dois museus (Galeria Borghese e a Galeria Nacional de Arte Moderna).

Contudo, o objetivo era verificar in loco como os romanos passam os seus domingos de manhã, a remar no lago ou sentados nos bancos do jardim.

Aqui também há fontes e arcos e o lago, onde pululam gaivotas, patos e tartarugas (ainda dei o gosto ao clique!), é enquadrado por mais um monumento tipicamente romano.

Um passeio muito agradável, devo dizer, que terminou a comermos um gelado no café local.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

O MELHOR DE ROMA (1)

Sem desdenhar a imponência do Coliseu e a história desse império romano que tantas ruínas e artefactos deixou precisamente no centro de Roma - a recordar também os primórdios do cristianismo e os espectáculos bárbaros levados a cabo nesse anfiteatro - o que mais me deslumbrou foram as belíssimas fontes que proliferam na cidade. E também as inúmeras bicas que encontramos ao longo das ruas ou praças, umas mais bonitas que outras, obviamente. De sede, os italianos não morrem, até porque quase todas elas funcionam (ao contrário do que acontece noutras cidades que bem conhecemos) - e eles usam-nas realmente, com a mão em concha, para encher garrafas vazias ou copos de plástico (como, providencialmente, vi sair de uma mala de senhora).

Entre essas fontes há a destacar as existentes na Piazza Navona: a dos Quatro Rios, ao centro, e a de Neptuno e a de Moro, uma em cada lado da praça.

A fonte dos Quatro Rios, como o nome indica, é constituída por um obelisco sustentado por quatro homens que representam quatro rios de quatro continentes:

o Ganges, na Ásia;

o Nilo, em África (de cabeça tapada, porque na época em que Bernini construiu a estátua ainda não se sabia onde se situava a sua origem);

o De la Plata, simbolizando as Américas; e o Danúbio, da Europa, simulando amparar o obelisco.

A fonte de Neptuno.

A fonte de Moro.

Contudo, a praça tem uma vida própria, onde se cruzam diversos pintores e outros artistas que pretendem vender as suas obras ou ganhar o seu sustento. 

Proliferam também vendedores ambulantes, alguns sem licença, como descobrimos quando os vimos fugir desesperados a uma rusga, um deles largando tudo de caminho, evitando assim ser preso em flagrante. Um momento algo assustador, para eles, evidentemente, mas também para os transeuntes que assistiram. Aliás, coisa que não falta em Roma é polícia, carabineri e tropa, sendo que estes últimos costumam estar armados de metralhadoras. Mas num país onde ainda existe Mafia e onde durante tantos anos atuaram grupos terroristas, suponho que é normal...

Ah, e claro, outra coisa que não falta são restaurantes, bares e esplanadas, para admirar calmamente o fantástico e ininterrupto movimento da praça. ADOREI!

(xi, para a próxima prometo resumir, que isto assim tão em pormenor dá para uns meses de posts...)

terça-feira, 23 de junho de 2015

UM SONHO ANTIGO

Visitar Roma era um sonho há muito acalentado: uma cidade romântica e plena de história, onde em cada esquina há um museu, uma igreja, uma estátua ou uma fonte de onde brota água fresca; e uma esplanadinha florida onde se pode tomar uma bebida, comer um dos típicos gelados italianos e onde também não faltam os bons pratos da gastronomia local para uma refeição ligeira (ou até mais completa, se o apetite assim o desejar).

O problema dos sonhos e das elevadas expetativas é que são constituídos apenas por momentos mágicos, esquecendo que a realidade está longe de ser um roteiro realizado para convencer turistas incautos. Escusado será dizer que algumas desilusões se avizinhavam... 

A primeiríssima das quais a própria quantidade de outros turistas que tinham tido a mesma ideia  que nós, em simultâneo. Alguns ainda viajando em grandes excursões, que de um modo geral punham toda a populaça a fugir a sete pés. Ninguém deve imaginar bem as filas incomensuráveis à porta do Coliseu, dos museus do Vaticano e da Basílica de S. Pedro - vale que que íamos prevenidos e tínhamos comprado bilhetes on line para os dois primeiros. Quanto à Basílica (cujo acesso é teoricamente gratuito) temos pena de não ter visitado por dentro, mas de pelo menos umas duas horitas à torreira do Sol não nos safávamos e... passámos! 

Por outro lado, e embora haja muitas ruas pedonais no centro da cidade, o trânsito em Roma é absolutamente caótico - os romanos guiam a grande velocidade, ligam pouco ou nada às passadeiras e as lambretas são aos milhares. E todos buzinam por dá cá aquela palha. Isto aliado aos buracos e assimetrias de estradas e passeios, tem de se estar com uma atenção redobrada para andar na rua. Por seu turno, o metro é composto apenas por duas linhas que se cruzam na estação central de Termini - consta que há outras linhas em execução, mas que em cada escavação vão encontrando novos elementos arquitetónicos e arqueológicos, de modo que praticamente não avançam - que, tanto quanto pudemos constatar, funcionam a tempo e horas. No entanto, as paredes e carruagens estão cheias de pichagens, as escadas rolantes e os placards informativos avariam com frequência e as infiltrações de humidade são visíveis a olho nu. O que no conjunto lhe dá um ar degradado. 

Contudo, a grande e verdadeira desilusão foi esta: a Fontana di Trevi está em obras (pelo menos desde agosto do ano passado) não houve moedinha atirada de costas para a fonte, que segundo a tradição garante o regresso a Roma numa futura ocasião. As lendas valem o que valem, não é? 

Ah e tal que só foquei os aspetos negativos da viagem? Pois só! Mas os positivos e histórias caricatas foram mais que muitos, pelo que sobre eles escreverei noutro post! E que fique bem presente que vale sempre a pena sonhar...

segunda-feira, 22 de junho de 2015

QUEM TEM BOCA VAI A ROMA!


Sendo assim, FOMOS!
(e já voltámos, mas com tanta coisa para contar... nem sei por onde começar! Amanhã logo se vê)

Imagem do facebook (de Ronald West).

quarta-feira, 17 de junho de 2015

A MINHA BIBLIOTECA...

... começou com a construção desta estante, faz agora 8 anos. Primeiro foi a pintura, depois o carpinteiro iniciou a sua obra. Com os livros espalhados por toda a casa, o polvoró era imenso, mas deu para os contabilizar e catalogar - eram 1128 títulos, sem contar com livros de estudo ou do crianço. 

Entretanto, sem que soubesse porquê, o acesso ao anterior blogue estava vedado (o meu e os outros, entenda-se!), pelo que nem foi tarde nem foi cedo para criar um novo endereço, desta vez no blogger. E foi assim que este blogue começou - a estante está boa e recomenda-se, se bem que o espaço para os livros está a reduzir a olhos vistos: já vamos nos 1505 títulos e mesmo assim alguns ainda não foram contabilizados, nomeadamente os (poucos) que comprei este ano na Feira do Livro.

(os preços foram bons, a carteira é que não deu para mais!)

E pronto, desta vez o aniversário é do blogue, que como qualquer coisa da vida teve muitos bons momentos e outros... menos simpáticos, digamos assim. E não, nunca tive um anónimo de "estimação", mas uma vez por outra aparecia aí algum a insultar, chatear ou a ter a veleidade de vir práqui fazer publicidade. Também nunca tive pejo em "apagá-los", quando as "setas" eram dirigidas a outros comentadores - mas os que eram apenas comigo deixei-os ficar. As ações não ficam com quem as pratica? Então porque é que um cobarde, que nem sequer tem a coragem de assinar com o seu nome ou até de simplesmente inventar um pseudónimo, conseguiria que lhe desse essa importância? Deve haver gente com uma vidinha bem tristonha!    

Aos amigos que aqui vêm comentar e dar as suas opiniões, que felizmente é a grande maioria, só tenho a agradecer a atenção e o carinho que me deram ao longo destes anos. Mesmo que nem sempre estejamos de acordo...

FIQUEM BEM!
(que eu volto em breve!)

segunda-feira, 15 de junho de 2015

ANDAVA NA "FLORESTA"...

... um diligente funcionário camarário a cuscar. E a fotografar. E com todo o zelo fotografou terrenos urbanos, que mais pareciam um matagal: há muito descuidados pelos seus proprietários, tornava-se urgente que os mandassem limpar, evitando assim as tragédias já habituais nos incêndios de verão.

Chegado à câmara ampliou as fotos e fotocopiou-as, fazendo com que seguissem conjuntamente com uma contra-ordenação para os proprietários, notificando-os da necessidade da limpeza dos terrenos e da possível coima entre os 24 e os 2400 euros, caso não o fizessem. Não se sabe se o fez pessoalmente ou se delegou a tarefa nalgum outro funcionário.

Preocupados com a situação do terreno, onde a avaliar pelas fotos se via um denso arvoredo e um barracão, os proprietários deslocaram-se ao local para verificar pessoalmente o que se tornava urgente retificar. E qual não foi o seu espanto quando descobriram que afinal aquele não era o seu terreno. Onde existe igualmente a necessidade de limpeza, mas de alguns arbustos, canas e ervas rasteiras, já que não existe lá uma única árvore para amostra. Mais, não conseguiram sequer perceber onde aquelas fotos foram tiradas, já que não se trata de nenhum terreno vizinho - o casinhoto tem duas chaminés, coisa que não acontece com o barracão ali existente.

Quer isto dizer o quê? Que algures naquela zona há um local a necessitar de uma limpeza urgente, mas a inépcia e incompetência dos funcionários camarários faz com que nem sequer consigam identificar o legítimo proprietário. E se eles não conseguem, quem há de conseguir? E depois admiram-se que os fogos proliferem no país nos meses de verão, não bastando já uns quantos "malucos" que se divertem a ateá-los... 

Imagem da net.

sábado, 13 de junho de 2015

PARA TI, MUCHACHO!

Em tempos idos andei na rua a pedir um tostãozinho pró Santo António, queimei alcachofras para saber se era correspondida no amor (coitadas, não tinham culpa nenhuma!), saltei fogueiras, fui a bailaricos vários, percorri as ruas de Alfama e abanquei na Feira Popular a comer sardinhas assadas.

Mas isso foi antes de te conhecer, porque a partir daí tudo mudou: é o dia do teu aniversário e, para o comprovar, até te puseram o nome do santo. Continuou a ser dia de festa, mas vivida mais entre familiares e amigos do que nas ruas de Lisboa. Ou, por vezes, em curtos períodos de férias. O que sei é que, dê por onde der, o dia de Santo António é sempre um dia feliz! Nem que se comemore uma nova década, como este ano é o caso, e tenhamos de enxotar alguma tristeza e nostalgia... Porque ainda ontem éramos crianças e agora já somos adultos maduros - e o tempo não pára!

Para ti, muchacho compañero de mi vida, Caetano Veloso e Ivete Sangalo (rodeados de estrelas) cantando "Se eu não te amasse tanto assim":


FELIZ ANIVERSÁRIO, MUCHACHO!

sexta-feira, 12 de junho de 2015

MOSAICO ÚNICO

Consta que este mosaico, realizado por 216 artistas, é único no mundo. Isto porque se clicar em qualquer dos quadrados que o compõem surge uma outra imagem completamente diferente. Experimente! (não no da foto, mas no deste site, de onde esta fotografia foi tirada)

Recebido por mail.
(Obrigada, Palicha!)

BOM FIM DE SEMANA!

quarta-feira, 10 de junho de 2015

O PRESO Nº 44

Daniel Oliveira não é suspeito de ser sócratista ou sequer de alinhar nas fileiras do PS. E resume a recusa de Sócrates em usar pulseira eletrónica da seguinte forma: 

"Mandar Sócrates para casa com uma pulseira electrónica era a única forma de reduzir a pressão pública para que haja uma acusação formal sem dar o braço a torcer. Mas José Sócrates não está disposto a facilitar a vida aos investigadores. E, nesta matéria, faz bem. Quem, ao fim de meio ano, continua a não ter uma acusação para apresentar, tem de permitir que o arguido aguarde em liberdade. Não se prende para investigar, investiga-se para julgar."


Imagem da net.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

LONGE É UM BOM LUGAR

"Longe é um bom lugar" (o resto são histórias) é um livro que reúne 20 pequenos contos de Mário Zambujal, num total de apenas 150 páginas. 

O primeiro, e mais engraçado no meu entender, conta a história de um homem que é um dos elos de um triângulo amoroso, que tenta a todo custo esconder. Médico bem sucedido, tem como um dos principais objectivos na vida escrever um livro, mas tem ideias muito definidas sobre o seu conteúdo:

"Dizem que os romances contêm sempre alguma coisa de autobiográfico e isso eu não queria. Nada de memórias ou traços de identificação com personagens, a primeira preocupação era justamente evitar situações e comportamentos da minha própria existência. Havia de mover-me por imaginários lugares e com gente inventada.  O melhor que me ocorreu foi situar a história em época anterior ao meu nascimento, com esse cuidado impediria o protagonista de imitar-me."

"Julgo-me prevenido contra o uso de lugares-comuns. No meu livro não terão metáforas gastas como a cereja no topo do bolo, a ponta do iceberg e a caixinha de surpresas. Todavia, sejamos justos, o lugar-comum tornou-se comum pelos seus méritos. Ninguém lhe reconhece autoria mas começou por rasgo criativo e chegou a propriedade pública. O mesmo digo de outra trivial asserção, as aparências iludem. Não há modo de traduzir em menos palavras tão robusta verdade."

Hummm... será que com tantas condições, a empreitada teve sucesso?

sábado, 6 de junho de 2015

VIVAM AS CARACOLADAS!

Comecei a desconfiar que o ataque às caracoladas estava para breve, quando vi um masterchef (Nova Zelândia) a indignar-se com uma concorrente, por ter atirado uma lagosta para dentro de uma panela de água a ferver. Segundo a criatura, a lagosta precisava de ser morta com uma facada na cabeça antes de "mergulhar" no tacho. Porque era uma crueldade, blablablá. Isto vindo de um cozinheiro parece-me do mais caricato possível: óbvio que ninguém no seu juízo perfeito deseja ver os animais a sofrer antes de servirem de refeição, mas daí a uma facada ser mais "humana" do que um caldeirão, pois, são outros cinco paus. Aliás, embora nos últimos 30 anos nunca tenha cozinhado lagosta (por outros motivos que não o sofrimento da bicha), também foi assim que me ensinaram a cozinhá-la. E como não sei ao certo onde se deve espetar a faca para a tal morte rápida, desconfio que, no meu caso, a tentativa de lhe infligir menos sofrimento resultaria infrutífera. 

Mas quer dizer, se já estavam com esses pruridos com a lagosta (como com sapateiras, navalheiras, lavagantes e afins), de certo não iria faltar quem se lembrasse das amêijoas, cadelinhas, mexilhões e quejandos, bem como dos benditos caracóis. E foi assim que esta semana surgiu no facebook mais um grupelho a exigir que se acabassem com as caracoladas. Escusado será dizer que esta gente é vegetariana, vegan ou só parva, porque na verdade ninguém lhes diz que alfaces, tomates e outros vegetais e frutos gostem de ser comidos - e a maior parte das vezes "esquartejados", antes de ingeridos. Desconfio que não, mas isso sou eu!

Não façam confusão: não tenho nada contra vegetarianos ou vegans (já não direi o mesmo em relação a gente parva), desde que não tenham a veleidade de me "obrigar" a seguir a sua dieta. Tal como os nossos antepassados desde tempos imemoriais sou omnívora e não pretendo mudar a minha alimentação. Infelizmente, a insistência de que eles é que estão cobertos de razão e que portanto todos lhes devem seguir as pisadas é uma das características que costuma transformar vegetarianos (ou vegans) na tal gente parva...

Bom, mas verdade seja dita, que o que mais gosto nas caracoladas nem sequer são os caracóis: servem como pretexto para reuniões entre amigos, que por vezes já não se veem há muito. E há alguma coisa melhor do que pôr a conversa em dia com velhos amigos, frente a uma bela petisqueira? Foi o que aconteceu esta semana, quando me juntei ao Rafeiro Perfumado, à Gata Verde e ao FatiFer frente a uns belos caracóis, retomando assim uma antiga "tradição" - que teve um interregno no ano passado, por razões óbvias. Um encontro bastante animado, que nenhum activista anti-caracoladas se atreveu a interromper!

quarta-feira, 3 de junho de 2015

DESCINEMIZADA!

A palavra não existe? Pois, é possível, mas devia existir, ou outra afim, que quisesse dizer qualquer coisa como sem cinema onde ir. É que 90% dos filmes que via, sem ser na TV, era nestas salas, que agora encerraram de vez. O que já se adivinhava, até pela programação cada vez menos interessante dos filmes em cartaz e respetivas sessões às moscas. Lisboa ficou mais pobre em termos de cinema e, qualquer dia, a única solução para ver os filmes mais recentes é sacá-los da net. O que, em princípio, não me parece nada boa onda.

Quanto ao centro comercial em si, vamos ver se sobrevive. Consta que vão lá fazer grandes obras, mas como já tem algumas lojas fechadas, sei não...

Que tristeza!

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O PÁSSARO DE PEITO VERMELHO

Julgava ser este o primeiro livro da série Harry Hole, mas afinal enganei-me. Isto porque ao contrário do que seria normal, os primeiros livros de Jo Nesbo publicados em Portugal foram os últimos e, como tiveram sucesso, começaram a editar os anteriores em ordem inversa. Pelo que qualquer leitor desatento, como eu, tem andado para trás na história. Não é que faça grande diferença, que cada policial tem o seu próprio enredo que termina no final do volume - mas Hole, ao contrário da maioria de nós, vai rejuvenescendo em vez de envelhecer. Além que começamos a conhecer a sua vida pessoal pelo fim: que já viveu com Rakel, que Oleg o considera uma figura paterna, etc. e tal. 

Bom, sendo assim, este é afinal o terceiro livro da série - o primeiro é "O Morcego" e o segundo ainda não foi publicado em Portugal. Nem os dois últimos que o autor escreveu. E se por um lado é um policial, cujo crime é motivado pela vingança e a traição (não é novidade, diz na capa!), por outro leva-nos a conhecer uma faceta da Noruega que, pelo menos eu, desconhecia completamente: a Noruega foi ocupada pelos alemães durante a II Guerra Mundial e alguns dos jovens noruegueses alistaram-se no exército alemão para combater nas trincheiras em Leninegrado. Isto enquanto o governo e a família real abandonava a Noruega e se instalava em Londres, com todas as regalias a que estavam habituados - e os nazis decretavam o fim da monarquia na Noruega, arranjando um governo fantoche para ocupar o lugar vago. Após o final da guerra a família real e o governo voltaram, aplicando a pena de morte aos colaboracionistas e, pasme-se, penas de prisão aos combatentes e também ao pessoal médico ou de enfermagem... quer dizer, a alguns, como é sempre nestas coisas, né?

Para os amantes de policiais, este é um daqueles livros (série) a não perder!

Citações:

"Ignorar os avisos dos maços de tabaco podia não ser o acto mais extravagante de rebelião que um homem podia ter, mas pelo menos podia dar-se a esse luxo."

"Aune referira que se alguém não tivesse a capacidade de sentir medo, essa pessoa não iria sobreviver um único dia."