domingo, 29 de novembro de 2009

CARROSSEL

Fotografia de Ian Britton

Há precisamente três anos estava aqui em frente ao PC, de língua de fora, a tentar deslindar como se abria um blog! Ajudada por uma cábula que a Isa teve a pachorra de me enviar, não só com o procedimento básico, mas também com outros pormenores de contador de visitantes ou de como colocar música de fundo! Cingi-me ao elementar e, surpresa das surpresas, consegui!!!

O carrossel blogosférico já deu muitas voltas, alguns apearam-se a meio do caminho, por razões óbvias ou alegando que não queriam "brincar mais". Fazer o quê? Se ainda estivéssemos no pátio do recreio da escola perguntaríamos o porquê. Mas esse tempo já passou, portanto só nos resta aceitar as decisões alheias. E logo outros sobem para os cavalinhos de madeira ocupando os lugares vagos e o mecanismo continua a girar, como se nada tivesse acontecido! Aos poucos, a sensação de perda ou abandono vai desaparecendo, como no antigo pátio...

Felizmente, também ainda muitos se mantêm no seu posto - dos amigos (virtuais e não só) desses primórdios, até alguns mais recentes. É com eles (todos vós!) que quero continuar a "brincadeira", mesmo que o corcel tenha altos e baixos... como tudo na vida!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

AO REDOR DESTA LAREIRA...

... EU JÁ TIVE... saudade!
... EU NUNCA... afirmo que desta água (cerveja, vinho, chá, café, laranjada, whisky) não beberei!
... EU SEI... que pouco sei! (mais que Sócrates, topam a "arrogância"?!)
... EU QUERO... ser feliz para sempre, como nos contos de fadas!
... EU SONHO... mais acordada do que a dormir!

O desafio (completar as frases em maiúsculas) da Ematejoca e da Licas segue para quem o quiser apanhar! (e pronto, sê gentil, Sunzinha... eheheh!)

Prémios?! Onde é que eles estão?! Vieram do blog Ematejoca Azul e também são para todos os linkados que os queiram agarrar! Obrigada, Teresa! Um cabaz cheio, a abarrotar, que encontram aqui. Porque o outro bloguito se deve estar a sentir triste e usado, só experiências e prémios, nada de protagonismo. Então, desta vez, a honra de cartaz é para ele...

Fica uma musiquinha de outros tempos, que ainda hoje mexe comigo, nomeadamente como mote deste post:



UM FELIZ FIM-DE-SEMANA PARA TODOS!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

TORTILHA À ESPANHOLA

Bom, não tenho por hábito colocar aqui receitas, mas não há regra sem excepção! Passo a explicar: nos últimos meses recebi, de seis pessoas diferentes, uma corrente de trocas culinárias. Como odeio correntes, que além de atravancarem os mailitos (o meu e os alheios) não servem rigorosamente para mais nada, não respondi a nenhum desses pedidos. Não existiam pragas ou desgraças associadas a quem a quebrasse (oh, que grande preocupação!), mas nem a eventual possibilidade de receber alguns segredos gastronómicos me convenceu - isto, quando adoro cozinhar e experimentar novos pratos!

Daí, em jeito de compensação, ter resolvido partilhar esta receita da minha tia Marita - espanhola de gema, que se refugiou em Portugal durante a Guerra Civil espanhola e por cá ficou, e que recordo quase sempre que descasco batatas, porque esmerava-se a tirar apenas a película mais fina da casca (quando já se passou fome, não se desperdiça nada, não é?!) - que é fácil de confeccionar e barata:

Ingredientes (para 3 pessoas)
6 ovos
6 batatas médias
1 cebola média
óleo
sal

Descascam-se as batatas e a cebola. Cortam-se as batatas em quadradinhos pequenos e a cebola em rodelas fininhas. Depois de lavadas e secas num pano, colocam-se numa frigideira com o óleo quente mas em lume brando, até amolecerem (tipo transparentes), retirando-se do lume em seguida. Devem ficar sobre um papel absorvente, para escorrer o óleo. Batem-se os ovos numa tigela, juntam-se as batatas e a cebola já escorridas, e tempera-se com sal. Entretanto, tira-se o óleo da frigideira, deixando apenas uma fina camada no fundo e vai ao lume (mais forte) com todos os ingredientes já envolvidos. Após alguns minutos e quando lhe parecer que já está tostada na superfície inferior, vire a tortilha (usando a tampa de uma panela ou um prato de diâmetro maior ao da frigideira, preferencialmente no lava-louça, porque pode escorrer algum óleo ou ovo), rapidamente, mas com cuidado para não se queimar. Deixe tostar a outra face e sirva, podendo acompanhar com uma salada. Ah, e claro, também pode ser servida fria, em jeito de petisco!

Na foto, o meu jantar de ontem, eheheh! Bom apetite!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

DIVÃ

Mercedes leva uma vida rotineira e normal ao lado do marido, Gustavo, e dos dois filhos de ambos. Ao consultar um psicanalista por mera curiosidade, e no relato da sua vivência aparentemente perfeita, a mulher de 40 anos começa a questionar o seu casamento (que dura há 20), o seu desejo de seduzir e ser seduzida e a própria realização profissional. As mudanças tornam-se inevitáveis, quando toma consciência que a estabilidade e a segurança alcançadas são mais fachada do que realidade...

O medo do envelhecimento, a traição e a solidão conduzem a novas aventuras desvairadas, em que a personagem se assemelha a muitas outras que cruzam o nosso dia a dia com frequência. Entre risos e choros - a busca da felicidade raramente é fácil - vale a Mercedes a amiga de longa data, Mónica, que mesmo não concordando com todas as suas opções a apoia incondicionalmente.

Gostei do filme realizado por José Alvarenga Jr. e da excelente interpretação de Lília Cabral, bem como da dos restantes actores do elenco: José Mayer, Reynaldo Gianecchini, Cauã Reymond, Alexandra Richter, entre outros.

O trailer contém cenas demasiado reveladoras do enredo, mas deixo aqui para quem o quiser ver.

Diz Gustavo (José Mayer) sobre a separação: "A gente só está tentando transformar uma vida chata em duas divertidas!"


Imagem do filme, da net.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

VAI UM CARTÃOZINHO?

Um dia destes, uma amiga minha atendeu uma chamada no telelé da filha, porque esta não se encontrava por perto.

A oferta era de um cartão de crédito para a adolescente, com múltiplas vantagens, segundo assegurava o vendedor. "Não, ela não está interessada!", respondeu calmamente a mãe. O homem insistiu que a proposta era tentadora, blá, blá, blá, e que se calhar a jovem ficaria entusiasmada...

"Quem não está interessada sou EU!"
- rematou, de forma mais ríspida. - "Ela entrou recentemente para a Faculdade, não tem emprego, de modo que não precisa de cartão de crédito nenhum, nem tem como o pagar!"

"Ah, pois, sendo assim... é capaz de ter razão... E a senhora, não quer o nosso cartão???"


Fotografia da net (autor: Fotero)

domingo, 22 de novembro de 2009

O DIA DO PASTEL DE NATA

O ser humano é um animal de hábitos. Ora se durante anos raramente comia uma fatia de bolo (nem em aniversários, diga-se de passagem), porque é que nos últimos tempos, todos os Domingos, começámos a comprar um bolinho, daqueles tipo caseiro, em que raramente sobrava uma migalha para amostra no dia seguinte? (se bem que não seja eu a comer a maior porção, note-se!) E depois dessa fase, começou a dos pastéis de nata: que se vendem aos magotes, no mesmo local, havendo até gente a fazer fila para a gulodice dominical. Na verdade, têm um folhadinho estaladiço e um creme delicioso, de deixar a um canto os famigerados pastéis de Belém...

Em miúda costumava ouvir a minha avó citar uma frase popular: "Não há Sábado sem sol, Domingo sem missa, nem Segunda sem preguiça!" Como os tempos mudam! Sábados soalheiros este ano foram raros, mesmo quando a malta passava a semana a suar as estopinhas e a sonhar com a praia ao fim-de-semana, que amanhecia invariavelmente chuvoso ou nublado.

Hummm... Domingo sem missa, pois, contam-se pelos dedos de uma só mão os católicos que conheço que ainda lá vão. Porque não simpatizam com o prior da freguesia, preferem ir passear ou ficar na cama a dormir. Obviamente são opções, mas eles é que acreditam em pecado e Inferno... Por aqui o único ritual é o do pastel de nata domingueiro (nham nham) e quando falha, como hoje, porque havia jogo na Catedral (ai, ai!) e a zona estava mais densamente povoada do que o costume, faz cá uma falta. Tanta que tive de a compensar com uns chocolatinhos - e ainda me admiro de ter engordado cinco quilos nos últimos 3 anos! (ai, ai!)

Onde o provérbio continua actual e a fazer todo o sentido é na preguiça de Segunda-feira... (ai, ai!)

sábado, 21 de novembro de 2009

KA... ESTAMOS EM FESTA!!!

Ka... estamos cantando os Parabéns!

Ka... estamos erguendo a taça de champanhe para um Tchim-tchim!

Ka... estamos preparados para provar a deliciosa fatia de bolo!

Ka... estamos desejando muitas felicidades para ti!

Ka... estamos fazendo votos de muita Paz, Amor, Saúde e Alegria! Hoje e sempre!

P A R A B É N S, KA!

E BOM FIM-DE-SEMANA PARA TODOS, está claro!

Imagem da net.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A MÍSTICA DE UM JARDIM

Bruno Torfs é um pintor e escultor sul-americano que, a certa altura, resolveu mudar-se com a sua família para a Austrália, encontrando perto de Marysville (um pequena cidade a cerca de 95 quilómetros de Melbourne) o local ideal para construir a sua casa, galeria e um jardim de sonho...

A galeria destinava-se aos seus quadros e esculturas mais pequenas e o jardim iniciou-se com quinze estátuas de terracota em tamanho real, que foi completando e acrescentando ao longo dos tempos, enquanto atraía a presença de milhares de visitantes de todos os cantos do planeta.

A temática variada denota as viagens que o artista efectuou por vários países do mundo, por vezes com toques místicos e encantados, onde pululam fadas, duendes e feiticeiros, alguns a relembrar as personagens de Tolkien no "Senhor dos Anéis"...

A comunhão com a Natureza era perfeita, já que as esculturas se assemelhavam a uma extensão da floresta circundante, num enquadramento adequado à sua exposição.

Até que a 7 de Fevereiro deste ano um fogo arrasador destruiu tudo à sua passagem, ceifando vidas de pessoas e animais, bem como as casas e a verdejante floresta que acolhia as obras do artista. Bruno e a família ainda conseguiram fugir das chamas a tempo, nem toda a vizinhança teve a mesma sorte...

Quando as autoridades permitiram a família regressou ao local, embora sabendo de antemão que da casa e da galeria não restavam mais que cinzas e destroços. Surpreendentemente, cerca de 60% das estátuas estavam intactas ou podiam ser reparadas, mesmo que a paisagem fosse desoladora, como o demonstra a imagem:

Com a ajuda de familiares, amigos e vizinhos, Bruno Torfs dedica agora os seus dias a reconstruir o seu jardim encantado, como podem verificar no seu site - Bruno's Art & Sculpture Garden.

Aos poucos a Natureza também vai lambendo as imensas feridas do incêndio devastador, fetos e arbustos começam a pontilhar de verde as árvores calcinadas, mas é certo que ainda vão decorrer muitos anos até se parecer ao que era, como podem observar aqui:



Há gente absolutamente fantástica, não há?!

Fotos da net.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

OS HOMENS NUNCA MUDAM?!

Fotografia de Ian Britton

Em finais dos anos 80 trabalhei como secretária do departamento comercial de uma média empresa de informática. Uma certa tarde, apareceram por lá quatro raparigas a pedir para falar com o gerente: pretendiam autorização para falar com os empregados, durante uns breves minutinhos, para divulgar os livros de uma editora e verificar o interesse que eles suscitavam junto ao pessoal - resumindo, eram vendedoras! Afirmavam ainda ser estudantes universitárias e que essa "prospecção" as ia ajudar a angariar pontos, necessários para lhes custear os estudos. O gerente, homem na casa dos trinta e tais, era tudo menos parvo, mas imagino que tivesse ficado bem impressionado com a lábia e a indumentária das jovens: os tailleurs escuros conferiam-lhes um ar profissional, embora as mini-saias a exibir uns bons nacos de pernas fossem escusadas, os saltos bem altos dos sapatos e as maquilhagens cuidadas também. Avisou que ele próprio não estava interessado, mas que tinham autorização para falar com os funcionários, desde que não interrompessem o normal funcionamento da empresa durante muito tempo.

Quando vi aquelas quatro criaturas, bamboleando as ancas, enquanto avançavam pelo corredor na direcção da sala do departamento comercial, até tive vontade de rir. Os gajos também eram vendedores (à excepção do maridão, que ainda estava longe de ser namorado, que por acaso também se encontrava lá devido à análise de um programa ou coisa) de modo que esperava um baile... Santa ingenuidade! As meninas, muito solícitas, começaram por lhes fazer um pequeno inquérito sobre os interesses pessoais de cada um e eles adoraram esclarecê-las com todos os pormenores e mais alguns, quase babavam perante o "insuspeito" interesse delas! Nunca na vida tinha visto uma massagem ao ego tão bem feita... e a maioria nem era dada a literaturas de qualquer espécie! Até o director comercial não resistiu a ir lá meter o bedelho e dois dedos de conversa...

Entretanto saí da sala para fazer não sei o quê, encontrei uma colega de outro sector - essa sim, uma leitora compulsiva - ainda comentámos a patetice dos homens. As moças lá fizeram o "tour" pelos vários sectores, não incomodaram ninguém que dispensasse a "divulgação" (como eu, essa amiga e outros), na verdade sucesso de vendas foi só no comercial. Ao fim da tarde a romaria foi outra, cada um ia lá perguntar o que eles tinham comprado - assim como quem não quer a coisa, só por simples curiosidade... -, um que nem o jornal lia tinha encomendado as obras completas não sei de quem, outro dois livros de culinária e de costura para oferecer à mãe no aniversário e no Natal (ui, a coitada deve ter rebentado de tanta felicidade!), outro idem para a mulher (se o arrependimento matasse...), mais um ou outro livrito solto dos mais moderados, a bem dizer só um dos presentes escapou à "sedução" das vendedoras. Mas que o caso deu risota durante meses, lá isso deu!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

TOLERÂNCIA LIMITADA

Fotografia de Ian Britton

Eleger um dia por ano para escrever sobre a tolerância no mundo parece-me pouco! Na verdade, a minha tolerância é limitada: não suporto intolerantes! Mas, para ser sincera, ao tentar listar todos os preconceitos que a geram, desisti! Sermões (aos peixes ou a outros seres) também não fazem muito o meu género, nem me apetece falar sozinha para sempre! Resta-me a firme convicção que a estupidez humana é ilimitada (ui, já li isto em algum lado!), numa sociedade onde prevalece a lei do mais forte, poderoso, convicto... e, normalmente, intolerante!

Uma das últimas "discussões" que tive com o meu avô - já velhote, rezingão e machista q.b. - foi sobre esta artista, que, segundo ele, não devia cantar por ser tão feia! O vovô era um queriducho (já morreu há muitos anos), mas não usava impermeável contra certas intempéries opinativas! Discordei e continuo a discordar, nem ainda hoje consigo ver a "fealdade" de uma cantora que fascina com a voz :




PARABÉNS, PASCOALITA!
(a rosa é para ti, está claro!)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

SEM RUMO...

Histórias mal contadas têm um certo fascínio: nunca se sabe como vão acabar! E se é válido para uma telenovela mexicana, em que o happy end até é assegurado, para um livro ainda mais - resta sempre a ilusão que as explicações racionais chegarão no final...

Assim, quando um policial começa com um padre a pedir ajuda ao seu melhor amigo - convenientemente, um agente do FBI - para proteger a sua irmã (que anda a ser vigiada e perseguida por um psicopata que ameaça matá-la), ninguém estranha. Quando estes se encontram e ficam desde logo atraídos pelos atributos físicos um do outro, pois, já se viu que também vai ter romance. O grandioso plano, claro, é fingirem-se apaixonados para espicaçar o tal psicopata a atacar, caindo assim numa armadilha que eles e o FBI (em peso) andam a preparar. Hummm.... cheira a banalidade, mas nunca se sabe!

Depois da leitura do livro, o que se sabe com certeza é que a conceituada escritora americana, traduzida em cerca de 28 línguas - que ainda somou mais umas cenas eróticas ou de terror, para apimentar o suspense do enredo - dificilmente venderia qualquer livro, se escrevesse em português. Tão mau, tão mau, que até o SujDesc* (com esta grafia!) não entende uma bomba que surge num momento culminante...

Nada contra a publicidade de editores e livreiros, mas a tolerância é zero, quando enganosa!!! Daí preferir não divulgar o título, a autora, a tradutora ou a editora! (também é possível que o meu grau de exigência literária esteja a aumentar, mesmo em policiais)


SujDesc* - tradução "literal" para sujeito desconhecido (o criminoso)? (nem a tradutora se dignou a colocar nota explicativa)

domingo, 15 de novembro de 2009

NÃO SÃO SÓ PARA MIM...

Fotografia de Ian Britton

... são para quem os quiser apanhar! Mais uns selinhos, pois está claro, que vieram aqui parar ao meu canto e que distribuo por todos os linkados, como de costume. Et voilá:

Violeta veio da Teresa (do blog "Continuando assim..."),


Nota 10
chegou da Myllana (do blog "Loving my Life")

e

Buscando novos caminhos foi oferecido pela Licas (do blog "Licas - ontem e hoje").


A todas: MUITO OBRIGADA!

Post-scriptum - A nota 10 (nota que tive várias vezes enquanto andava a estudar, diga-se de passagem, eheheh!) é a máxima no Brasil! E a Myllana está cá entre nós, mas nasceu e cresceu lá, tanto quanto sei. Para que não surjam mal-entendidos... :)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

CORRUPIO

Fotografia de Ian Britton

Esquecemos-nos sempre que o Outono costuma trazer consigo alguns efeitos desagradáveis, como as constipações e as gripalhadas (não, não estou a falar da famigerada gripá, que essa já enjoa, nem tenho intenção de me vacinar - tenho dito!): um bocado de frio, daí a nada cóf-cóf, atchim-atchim e tudo o resto vem atrelado.

Assim esta semana, nóc-nóc, aí estão elas a bater à porta do quarto do rapaz, que começou a queixar-se de dores de garganta. Foi às aulas munido de umas pastilhas, mas à noite já estava com uma daquelas carraspanas monumentais, lá entraram os comprimidos em acção, os sprays nasais, enfim todo o arsenal. Por via das dúvidas (até ver onde paravam as modas) ficou em casa, não é que a febre fosse muito alta. Mas mãe que é mãe preocupa-se (aliás, pai também), não vale a pena arriscar!

Só que a "excelência" agora tem um cargo importante com muitas responsabilidades e assuntos urgentes a tratar [leia-se: a viagem de finalistas da Páscoa do ano que vem (?!), que aulas e estudos são de somenos relevância...], portanto "se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé" e foi um corrupio de colegas a entrar e a sair durante dois dias. Tudo bem, nem me importei, que a febre estava controlada e melhorou das restantes maleitas. E não é que um desses visitantes, que nunca vi mais gordo, ao segundo dia perguntou, em alto e bom som, em pleno corredor: "Então mas isto agora é a casa do povo?!" Esta rapaziada tem cá uma lata...

BOM FIM-DE-SEMANA E DIVIRTAM-SE!
(para todos, mas especialmente aos que vão ao concerto dos DM!)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O CARTEIRO


Alexandre ("o grande", assim o alcunharam os colegas de liceu, dada a sua elevada estatura, mas também com alguma mesquinhez por ser um dos piores alunos da turma) era um rapaz pacato, educado, obediente, risonho, sem qualquer ambição de se tornar doutor: ele só queria trabalhar, namorar, casar, ter um ou dois filhos, talvez um cão. Não desejava nem mais nem menos do que uma vida semelhante à dos seus pais e avós...

Acontece que os tempos não estavam fáceis, encontrar o primeiro trabalho tornou-se numa tarefa mais árdua do que imaginava. Um biscate aqui e ali, pouco mais! Até que um dia a sorte lhe sorriu e foi chamado para carteiro dos correios. Falaram da crise, que para já era só temporário e a recibos verdes, mas no futuro (quem sabe?!) podia integrar os quadros da empresa. Aceitou, agradecido!

Orgulhoso da sua nova profissão e da sua farda, nem a grande sacola de couro lhe parecia pesar ao sair da estação a cada manhã. Concentrou-se afincadamente no trabalho para não cometer erros, mas aos poucos foi relaxando que o serviço não era difícil. Aprendeu a identificar as pessoas que contactava habitualmente no seu "giro" e cumprimentava-as: "Bom dia, D. Isaltina! Já a passear o Farrusco, antes que o calor aperte, não é?" ou "Ah, menina Graça, acho que hoje ainda não tenho carta para si!"; em alguns casos apenas com um leve aceno de cabeça, nem todos reconheciam o humilde carteiro. Mas, acima de tudo, adorava o movimento da cidade, calcorrear as suas ruas, olhar o céu e prever o tempo, ver as flores a florir nas varandas, o vestir e despir das árvores em estações que se repetiam e renovavam, o ondular das cortinas nas janelas onde alguns se escondiam timidamente. Não existia Sol nem chuva, luz ou sombra que o incomodasse. Era feliz e sentia-se realizado profissionalmente!

Até que chegou o dia em que foi despedido! Não queria acreditar. Chorou. O seu chefe lá pôs uns "panos quentes", que não era definitivo, que a empresa agora não podia suportar mais pessoal nos seus quadros por causa da crise, que os peritos legais afirmavam que a contratação poderia ser considerada suspeita, face à legislação vigente. Mas que daí a uns meses, talvez um ano, logo seria revista a situação...

Encontrei-o recentemente, mais de vinte anos volvidos, com uma farda nova e a puxar um trolley, mas não me reconheceu de imediato! Espantou-se quando o chamei pelo nome, mas depois o sorriso alargou-se: "Ah, menina Graça, há quanto tempo não a via!" Trocámos algumas palavras, sem pressa, mas era fatal que o tic-tac do relógio nos chamasse de volta à realidade. Despedi-me: "Fiquei contente de o ver, Alexandre, e de saber que conseguiu o emprego que tanto gostava!" E aí, pela primeira vez, vislumbrei um sorriso retorcido e meio irónico na sua face, onde já se espraiam algumas rugas: "Não, ainda não sou funcionário dos correios... o que vale é que são poucos a gostar deste serviço! As novas tecnologias não ajudam... 'É a crise', dizem eles!"

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

CANUDOS E CANUDINHOS...

Um amigo meu, que tirou o curso de Engenharia Electrotécnica no Instituto Superior Técnico (vulgo, IST), contou-me que teve um pesadelo repetitivo ao longo de vários anos, em que o obrigavam a voltar a fazer os exames das cadeiras a que já tinha sido aprovado. Na época até me ri, tal nunca me sucedeu!

Isto de rir de pesadelos alheios tem os seus custos (psicológicos, se assim os quiserem chamar!), uma noite destas essa assombrada aflição atingiu-me como um raio! Quanto mais explicava, menos as fantasmagóricas criaturas entendiam, acordei assustada! E, a bem dizer, nem acordada a perspectiva me alegrou...

Nem de propósito, ontem num jantar abordou-se o tema das novas licenciaturas/mestrados "Bolonha", fiquei a saber que os mais recentes estão um grau acima dos anteriores, sem qualquer razão mais plausível ou aparente do que uns simples decretos. (acordados na CE?!)

"Aprender até morrer" é uma coisa, mas reviver as longas horas de estudo e os nervosismos inerentes aos exames nunca tiveram graça nenhuma!

(estou-te a avisar, pesadelo, vai-te embora!!!)


Imagem recebida por mail.
(Obrigada, Nilza!)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

NÃO HÁ NADA MAIS IMPORTANTE?!

Até se poderia supor que o país está a viver num mar de rosas, sem desemprego, com uma justiça eficaz, um serviço nacional de saúde cinco estrelas, um ensino edificante, uma criminalidade controlada até ao nível dos suspeitos de corrupção, enfim, numa democracia digna desse nome, para os temas mais na berra voltarem a ser a avaliação dos professores e os casamentos gay - que já no ano passado foram alvo de todas as atenções, até à exaustão (julgavam os mais ingénuos)!

Há algo mais a acrescentar ao que já foi dito e repisado? NADA!!!

Excepto este vídeo de uma comediante americana, a que achei um piadão, mas que não recomendo aos mais sensíveis, dada a brejeirice do mesmo e a tradução muito mal amanhada (bolinha vermelha, portanto!) O:


Imagem da net.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

AFINAL É TÃO FÁCIL!

Aprender uma língua estrangeira agora é muito mais fácil, com a vantagem de que a aprendizagem se estende ao reino animal. Ou seja, se o aluno não entender muito de Inglês, pelo menos pode conversar com gatos e galináceos oriundos dessas paragens, como se verifica na página deste livro do 5º ano (note-se que, actualmente, até é suposto já terem dois anos de iniciação ao estudo do Inglês):


Para os que nunca tiveram esta fantástica oportunidade, aqui fica a tradução mais ou menos literal:

Meaow! - Miau!
Cheep! - Piu-piu!
Cluck! - Cacaracá!

(a mensagem da mãe na última vinheta fica à vossa inteira criatividade...)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

ONDE ESTAVAM...

... no dia 13 de Julho de 1985? Ah, não estou a imitar aquele inexplicável Baptista-Bastos que, com a sua voz roufenha, perguntava o mesmo a todos os seus entrevistados (mas em relação ao 25 de Abril de 1974). Não! Aliás, até imagino que alguns seriam novos demais para terem recordações deste dia fantástico.

O mega-concerto - organizado por Bob Geldorf e Midge Ure - reuniu a maioria das bandas rock da época em dois grandes estádios (Wembley, em Londres, e JFK, em Filadélfia) e foi transmitido via satélite e em directo para as televisões de mais de 100 países do mundo, ao qual quase dois biliões de espectadores tiveram o prazer de assistir. O objectivo: angariar fundos para a fome que grassava na Etiópia, dadas as guerras e secas que assolavam aquele território africano! E, contra todas as probabilidades (até técnicas, de então!), o evento solidário mobilizou a população mundial, durante cerca de 16 horas (algumas em simultâneo nos dois estádios, com esporádicas apresentações também de Moscovo e de Sidney)!

O dia (e noite) de calor, a convidar a uma praia, passou-se frente ao ecrã, em casa da minha irmã, que na altura residia na zona do Castelo de São Jorge, a comer uns petiscos e a beber umas cervejolas, onde não faltou uma bela açorda alentejana (sopa de coentros, para os lisboetas!), confeccionada por um autêntico estremocense. Todos sensibilizados com a solidariedade e galvanizados pelos espectáculos "em palco"...

Há dias inesquecíveis, não há?! Fica a amostra:




UM EXCELENTE FIM-DE-SEMANA PARA TODOS!



Fotografia da net.

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PARABÉNS, CARLOS (dos iis)!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

CAMPISMO SELVAGEM?!

No Verão passado o panorama do "campismo" nacional era este! Alguns campistas já debandaram para parte incerta, outros esperam "guia de marcha"...

O povo é sereno e aguarda que o campismo selvagem seja erradicado definitivamente do parque! Com rigor e justiça, para não pagar o justo pelo ganancioso, corrupto, incompetente, larápio, pecador, apelido à vontade do freguês.

Quantas barracas abanarão ou serão desmontadas? Algumas, supõe-se, mas a futurologia não reside aqui, embora a esperança nunca morra!

Ilustração de António Martins, recebida por mail (clicar na imagem, para ver melhor).
(Obrigada, Nilza!)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

BANHO DE GEL...

... ou gel de banho? Ontem experimentei os dois e, decididamente, prefiro o último, numa boa banheira de espuma...

Recentemente fui à médica de família, para tentar resolver um problema de tornozelos que tendem a inchar com o calor do Verão e ela decretou: "Então vamos fazer um 'check-up'!" Apeteceu-me grasnar como um pato (quoi-quoi?!), mas só torci o nariz e reclamei vagamente: "Oh, Drª..." Nem me deixou terminar a frase, começou a relatar a longa lista de análises e exames que me mandara fazer nos últimos meses... quer dizer... anos (como o tempo passa depressa, ai, ai!), mas, simpática, lá decidiu quais os mais urgentes, para já! (curiosamente, nenhum tinha nada a ver com os tornozelos...)

Familiares e amigas a insistir que "tem de ser" - todos a quererem certificar-se, por essa via, que o facto de me sentir saudável não é uma mentira piedosa para os acalmar, mas adiante! - lá fui. Resumindo, acabei a levar um banho de gel bem pegajoso, num três em um ecográfico, saí do gabinete ainda meio besuntada com aquela nhanha toda, com a sensação de ser um post-it-em-formato-humano!

(cheia de sorte, ainda por cima, porque esta técnica era bem mais suave que outra que apanhei há muitos anos, que parecia considerar as mamas das pacientes como uma trouxa de roupa muito suja, a esfregar convictamente no tanque improvisado pelas próprias costelas - quando as mamas e as costelas são as nossas, custa!)


Minha rica banheira...

Imagem daqui.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

STELLA AWARDS


Recebi recentemente um mail que enunciava alguns casos merecedores do epíteto "Stella Awards" - que desconhecia completamente - que o povo norte-americano utiliza ao referir-se a processos judiciais bizarros. Embora tivessem um piadão, a maioria dos relatos são falsos, ou tão adulterados pela verborreia dos narradores que nada têm a ver com os factos.

O caso de Stella Liebeck é verídico e ocorreu em 1992, no Novo México: depois de ter derramado café quente sobre si própria, o que lhe provocou graves queimaduras e tratamentos de reabilitação durante cerca de dois anos, a mulher, que na época contava 79 anos de idade, processou a McDonald's com sucesso, obtendo uma avultada indemnização (sendo que o exacto montante é desconhecido, pois foi acordado extra-judicialmente entre as partes). A questão principal e que gerou mais polémica prendeu-se com o facto de ela retirar a tampa ao copo de café, enquanto o segurava entre os joelhos...

Então a própria pessoa não é culpada de uma atitude imprevidente?! Acidentes desta índole já têm acontecido, donde resultam queimaduras de maior ou menor gravidade, mas a probabilidade reduz-se a um... em 24 milhões. Estes americanos são loucos!

Como se abriu o precedente, não tardaram a surgir oportunistas pedindo indemnizações exageradas, para reais ou supostos danos. Julgavam que era só cá, não?!


Imagem da net.