quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

MIMOS!

Hoje em dia há estudos para tudo e mais alguma coisa. E são tantos que por vezes duvidamos do interesse que possam ter. Contudo, de vez em quando, "solucionam" mistérios que até então considerávamos insolúveis...

Ao ler que o Rock in Rio foi cancelado em Buenos Aires e em Madrid devido à crise (internacional), lembrei-me de um desses estudos, que revelava que em tempos de austeridade os portugueses (leia-se, classe média) optavam por fazer várias restrições às suas despesas, mas não abdicavam de concertos musicais e... de chocolate! Ou seja, confrontados com menos dinheiro desistiam de o gastar em muitos bens e serviços, mas faziam gala de se "mimarem" com música e chocolates. Daí que, ao contrário do que acontece noutros países, a venda de bilhetes para concertos e o consumo de chocolate tenham aumentado nos últimos anos! 

(Claro que há outra versão mais prosaica e que é a de que muitos estão tão fartinhos de ouvir falar de crise e de austeridade que - verificando que com a constante redução de ordenados e pensões não há como fazer poupanças significativas ou aquela viagem de sonho - preferem estoirar a massa enquanto houver. Depois logo se vê...)

Certo é que em Lisboa o Rock in Rio está agendado para dia 23 de maio e... não tem cancelamento à vista! Será que o tal estudo acertou na 'mouche'?!?

Imagem da net.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A RAPARIGA QUE ROUBAVA LIVROS - filme

Mesmo tendo sido quase esquecido na corrida aos Oscar (apenas nomeado a um - de melhor banda sonora original), não podia deixar de ver este filme baseado no livro de Markus Zusak, cuja leitura tanto me comoveu vai para 6 anos.

É certo que o filme não me comoveu tanto, mas depois de conhecer o enredo o factor surpresa já não tem o mesmo impacto. Mas gostei que o argumento se mantivesse bastante fiel ao livro, das extraordinárias interpretações de miúdos e graúdos, enfim, ficou longe de desiludir, antes pelo contrário.

Espreitem o trailer


O filme decorre durante a II Guerra Mundial, portanto já se adivinha que é triste. Sem deixar de ser ternurento, simultaneamente. A classificação da IMDb não passa dos 7.7/10, mas desconfio que me agradou mais do que alguns dos mais sérios candidatos aos Oscar deste ano agradarão....

Imagem da net.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

DUETOS IMPREVISTOS

Todos temos dias assim, em que a solidão chama por nós e não temos disposição para conversas, mesmo com aqueles que nos são próximos. Mas do que gostei mais foi do imprevisto do dueto, que nem em sonhos supus que funcionasse: "Não queiras saber de mim", nas vozes de Mariza e Rui Veloso


TENHAM UM ÓTIMO FIM DE SEMANA!

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

PROPONHO UM REFERENDO...

... para despedir imediatamente e com justa causa o fulano que elaborou esta lista:

O caso até teria a sua piada - pela canalhice que é propor um referendo para um assunto que afeta apenas uma irrisória fatia da população, enquanto outros temas de relevância nacional e que tocam à esmagadora maioria dos portugueses nunca foram referendados. Já sabemos mesmo que deputados gostam mais de engonhar do que fazer, exceto quando se trata de exibirem o seu poder. No news!

Mas quando em causa estão direitos humanos e, sobretudo, o medo e enorme preocupação que estes pais e mães devem sentir  pelo futuro dos seus filhos menores, no caso deles próprios morrerem, não há piadola que cole. Ou então sou eu que estou a ficar lamechas e não consigo achar graça...

Imagem do facebook.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

MORTALHA PARA UMA ENFERMEIRA

Calma, que é apenas o título de um policial! Que "herdei" recentemente de uma amiga da minha mãe, que se queria desfazer de uns quantos livros velhos... (será que há livros velhos?!?)

Normalmente esta não seria escolha para primeira leitura do ano - costumam ser escritores que gosto muito (desconhecia esta autora, até à data!) e/ou livros que me pareçam divertidos à partida. Para começar com o pé direito, que eu cá não sou supersticiosa, mas há questões que são ponto de honra! E, como tal, até já tinha decidido que Murakami iria ser o escritor que se seguiria.

Mas como o que tem de ser tem muita força (onde é que já ouvi isto?) e quase 600 páginas de livro não dão muito jeito para alancar de um lado para o outro, tomei a irrevogável decisão de começar por este mais maneirinho.

A primeira consideração a tecer sobre Phyllis Dorothy James - aqui divulgada como "a nova rainha do crime" - é que na verdade  é uma inglesa de 93 anos, cujas obras de ficção lhe valeram o título de baronesa James de Holland Park, sendo membro da Câmara dos Lordes. Ou seja, o desconhecimento era apenas meu, em Inglaterra é mais que suficientemente famosa: recebeu vários prémios literários e alguns dos seus policiais foram adaptados à televisão.

Quando uma estudante de enfermagem morre durante uma aula prática da Escola de Enfermagem do Hospital John Carpendar, suspeitou-se desde logo que tinha sido envenenada. A polícia local investiga, mas quando uma segunda aluna morre, o inspetor-chefe da Scotland Yard, Adam Dalgliesh, é chamado para desvendar o mistério da morte das jovens. Nada a apontar como enredo, portanto! Gostei e li rapidamente as 247 páginas escritas em 1971 (e que diferença de mentalidades se nota!), não obstante a letra minúscula.

Entretanto o Clube de Leitura vai retomar as suas sessões, a próxima está agendada para dia 15 de Fevereiro. Com o livro "Teias de Cinza", de Camilla Lackberg, que por sinal também já acabei de ler, mas sobre o qual só escreverei após a discussão com as minhas companheiras. 

Boas leituras para todos!

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

SER BOM OBSERVADOR...

... não é para todos! E mesmo aqueles que se consideram a si próprios bons observadores, muitas vezes "caem" em ilusões de ótica corriqueiras, daquelas que um simples mágico é capaz.

Acontece que entre os bons observadores também existem os iluminados: não só são bons observadores como conseguem reproduzir fielmente, com um lápis, o que os seus olhos captam. É o caso de Diego Fazio, um jovem italiano que escolheu o nome artístico de Diego Koi, para dar a conhecer as suas obras. Há quem lhes chame hiperrealistas, dado os seus trabalhos parecerem fotografias, mas na verdade são verdadeiros artistas.

Aqui podem ver Diego durante a execução de um dos seus trabalhos mais famosos, e quem tiver curiosidade pode ainda espreitar o seu site. Agora digam lá que não julgavam que se tratavam de fotos? 

(Obrigada, Michel!)
Imagens da net.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

ADMINISTRADORES (MUITO) OCUPADOS?!?

Como alguns se lembrarão, em setembro/outubro estive 23 dias internada no hospital. Naquele serviço, as várias enfermarias são constituídas 4 camas cada e as equipas médicas costumam juntar-se uma vez por semana para conferenciar sobre o caso de cada paciente. Visitam uma por uma e, junto à cama de cada doente, um dos médicos relata naquele parlapié mais ou menos incompreensível qual é o problema, que exames foram feitos ou vão fazer e que tratamento está a ser ministrado. 

Se percebia minimamente do que estavam a falar sobre mim é porque já me tinham explicado aquilo tudo tintin por tintin, das restantes pacientes ficava apenas com uma vaga ideia do que se passava (muito até pelo que elas contavam). Impossível era não ouvir, porque estamos a falar de enfermarias relativamente pequenas e um grupo de 10 ou 12 médicos lá plantado a conversar normalmente.

Numa dessas ocasiões, um dos médicos suscitou o problema de uns exames que precisavam de autorização da administração do hospital para se realizarem, mas que essas autorizações estavam a demorar cerca de mês e meio a ser concedidas. "E de quem é a culpa?", perguntava ele aos colegas, sem necessitar de esmiuçar se se referia ao agravamento da doença ou à morte do doente. A discussão foi curta, pois uma médica afirmou logo não se sentir culpada pela incompetência da administração hospitalar e foram saindo da sala, falando vagamente nos cortes orçamentais a nível hospitalar. Obviamente, esperei ardentemente nunca precisar de um exame desses...

Mas preciso: no início da quimioterapia o médico tratou logo de pedir um PET, sabendo de antemão que é necessário um termo de responsabilidade da administração - pois o exame é efetuado num outro hospital privado - e este demora algum tempo. Pelo que entendi, o dito PET serve para verificar se o tratamento está a resultar e suponho que dará indicações sobre os procedimentos seguintes. Devendo ser realizado, portanto, mais ou menos a meio das sessões de tratamento, como é agora o meu caso. Já adivinharam, não já? Volvidos 3 meses, a autorização ainda não foi dada...

Longe de me considerar a única "vítima" desta burocracia - infelizmente, e pelas últimas notícias, há casos bem mais graves - a indiferença destes administradores perante o sofrimento que estas delongas acarretam para os doentes (e respetivos familiares) de quem deviam zelar, não devia ser punida, pelo menos com a sua demissão? Caramba, uma assinatura demora apenas meia dúzia de segundos a rabiscar!

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

LIVROS: TOP + 2013


2013 não foi um ano de leituras variadas: dos 28 livros lidos 5 foram de Murakami, 5 de Camilla Lackberg, 2 de Ken Follett, 2 de Lars Kepler e 2 de Afonso Cruz. Ou seja, como gostei, fui ler mais dos mesmos escritores. Claro que Murakami e Ken Follett já tinha lido anteriormente, os restantes foram novidade. Bem como John Grisham, Vikas Swarup, Donna Leon, Teolinda Gersão e João Tordo. Da maioria dos quais também tenciono reler outras obras. Curiosamente, também li pela primeira vez Jorge Amado. Com olhos de ler, porque em tempos já tinha folheado "Gabriela" e por razões que não relevam a não ser no momento inoportuno também deixei "Tieta" a meio. Mas "Capitães de Areia" entra direto para a lista dos preferidos do ano, como um clássico a não perder.

Portanto, mesmo dada a pouca variedade de escritores, as minhas escolhas foram as seguintes e por esta ordem, para:

Romance - "1Q84" 1, 2 e 3, de Murakami, logo seguido de "Kafka à Beira-mar" do mesmo Murakami e "Cinco Quartos de Laranja", de Joanne Harris.

Policial - Tinha de ser de Camilla Lackberg: "Os Diários Secretos". De notar que também gostei bastante de "A Confissão" de John Grisham, que me pareceu escrito para argumento de filme - que provavelmente vai acabar por ser!

Lusófonos - "O Tímido e as Mulheres", de Pepetela e "O Pintor Debaixo do Lava-loiças", de Afonso Cruz.

Clássico - "Capitães de Areia", de Jorge Amado, tal como já foi referido. 

Não li poesia, ensaios, ou livros técnico-profissionais ou de auto-ajuda. Cada qual tem as suas preferências e essas não são as minhas. Eis o "ramalhete"!


E que 2014 seja um ano de muitas e boas leituras...  para todos os que gostam de ler! 

domingo, 5 de janeiro de 2014

12 ANOS ESCRAVO

Pelo título adivinha-se que se trata de um drama. Histórico, porque baseado numa história verídica. Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), um violinista negro, vive com a sua família no estado de Nova Iorque, como homem livre. Quando é contratado por dois homens ligados ao circo para tocar durante um número de magia, não desconfia das suas más intenções e, findo o contrato, os três homens vão jantar a um restaurante, onde estes o embebedam. Ao acordar já se encontra num calabouço, devidamente acorrentado e agrilhoado, e onde acabam por se juntar outros negros, igualmente raptados para serem vendidos nas plantações sulistas. O ano é o de 1841, a Guerra Civil Americana só se iniciaria vinte anos mais tarde. 

Nos anos que se seguem, Solomon, agora apelidado de Platt pelos seus "donos", trabalha em várias plantações, mas de alguma maneira consegue sobreviver, seguindo o conselho de um seu companheiro de cárcere: falando o mínimo possível, não dizendo que sabe ler e escrever e não confiando em ninguém. E fechando os olhos às atrocidades que vê diariamente. Mesmo assim, quando ao serviço de Ford (Benedict Cumberbatch) enfrenta um dos seus capatazes que o pretende enforcar, acaba por ser vendido a Epps (Michael Fassbender), o dono de uma plantação de algodão, que é meio louco e tem uma "preferência" por uma jovem escrava, Patsey (Lupita Nyong'o), que por sua vez é odiada pela senhora Epps. Sem ninguém em quem possa confiar, como poderá Solomon voltar para junto da sua família?

Um excelente leque de atores (praticamente desconhecidos, pelo menos para mim) nos principais papéis, um drama ainda mais tocante porque a escravatura não foi ficção, uma boa fotografia, fazem deste filme um dos mais nomeados nas principais categorias para os Globos de Ouro 2014 - e provavelmente para os Oscar também. 

Fiquem com o trailer:


Realizado por Steve McQueen (o segundo na história da sétima arte), está classificado com 8.6/10 na IMDb.

Imagem da net.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

OS DIÁRIOS SECRETOS

Tal como prometido, segue a minha opinião sobre os dois últimos livros lidos em 2013. Este primeiro foi o 5º livro de Camilla Lackberg que li este ano e por sinal o que mais gostei. São 516 páginas que envolvem uma investigação de dois homicídios na atualidade, mas que parecem estar relacionados com um segredo guardado desde finais da II Guerra Mundial.

Erica encontra no fundo de um baú os diários que a mãe escreveu quando tinha 15 anos, juntamente com uma medalha nazi embrulhada numa camisa manchada. Curiosa como sempre, entrega a medalha a um velho professor de história para ele a estudar e analisar, sem saber que este é um dos rapazes com que a mãe brincava na juventude. Alguns meses depois o professor é assassinado e a polícia investiga o crime. Contudo, à medida que lê os diários da mãe, ela não deixa de se interrogar se esse assassínio não estará relacionado com a medalha nazi e quando Britta - outra velha amiga da mãe que sofre de Alzheimer - também aparece morta, Erica e Patrik começam a pensar que não se trata de uma mera coincidência...

Resumindo, dos 6 livros da escritora traduzidos e publicados em Portugal só me falta ler um, que já está ali pendurado na estante, mas não será já a seguir. Para variar um bocadinho...

Citações:
"Enquanto estavam ali, na cozinha, enfrentando-se como dois combatentes, ambos captaram um vislumbre do que tinham sido, dos tempos em que tinham rido juntos, em que tinham feito amor. Nesses outros tempos em que o amor ainda não se tinha transformado em algo frágil e quebradiço. Tornando-o vulnerável. O nó que sentia no estômago endureceu ainda mais."

"A igualdade entre sexos ainda não tinha chegado às organizações neonazis. E quase de certeza nunca chegaria."

"A quanta dor podia ter-se poupado se soubesse naquela época o que sabia agora? Que uma pessoa não pode dar-se ao luxo de amar de mais."  

Bom, sobre este pouco mais há a dizer para lá do óbvio: é de Erle Stanley Gardner, o criador de Perry Mason. Como tal é mais um enredo policial, em que o famoso advogado defende um inocente de uma condenação certa, pois um conjunto de fatores e uma armadilha bem montada apontam na sua direção. Ou seja, um típico livro de Perry Mason, que em tempos de juventude li com sofreguidão, se bem que o enredo seja sempre muito semelhante. Numa altura o grau de exigência com as leituras era bem menor...

Mas claro que são apenas 229 páginas de um livro de bolso, que se leem num instante. Calhou vir parar-me à mão nas vésperas de um compasso de espera que sabia ir demorar 3 ou mais horas, de modo que tendo lido (ou não?) em tempos idos e sem nenhum outro livro começado, foi este que marchou E não me arrependi, embora não me livrasse da sensação de déjà vu!

Quanto ao balanço dos 28 livros lidos em 2013 ficará para uma próxima postagem, mas desde já vos digo que a maior dificuldade é eleger os que mais gostei - gostei muito da grande maioria... cada um no seu género, evidentemente!