domingo, 30 de março de 2008

CONSTRUÇÃO

Esta música dos Housemartins, um efémero grupo de meados/finais dos anos 80, pode parecer um bocado lamechas, mas faz-me recordar umas deliciosas férias em Caminha - até porque, no regresso a Lisboa, tocou na rádio do carro várias vezes...

De algum modo, também a associo à percepção de independência que, mais cedo ou mais tarde, (quase) todos adquirimos.

É a penúltima música de resposta ao desafio da Ahlka, por sinal suponho que da época em que o grupo se separou, e intitula-se:
BUILD


sexta-feira, 28 de março de 2008

O CARECA MEGALÍTICO


Foto de Jon Sullivan, na net
.

Ao ler um post sobre memórias dos tempos de liceu nos anos 50 (excelente relato, por sinal), dei comigo a recordar um professor de história que tive duas décadas mais tarde, um homem que nos aterrorizava completamente: era muito alto e magro, para não dizer escanzelado, tinha uma cor amarelada - que hoje em dia associo a uma possível ascendência indiana – e a cabeça coroada por uma ampla careca. A sua cara angulosa parecia ter sido esculpida em pedra, onde exibia uma expressão sisuda constante. Estas características valeram-lhe a alcunha de “careca megalítico”.

.

No primeiro dia, chegou à aula, caminhando com passadas largas até à secretária em cima do estrado - com cerca de 40 raparigas de 12 anos em frente - pegou no livro de ponto, bateu com ele na mesa com tamanha violência e estrépito, que todas estremecemos nas cadeiras, ao mesmo tempo que se levantava uma enorme nuvem de pó na sala. O discurso que se seguiu foi igualmente inquietante: que lá por sermos todas raparigas não tinha pejo nenhum em dar-nos dois pares de estalos, que não admitia insubordinações, rebeldias, más-criações, enfim, o rol de todos os “crimes” que poderíamos cometer.

.

Nas aulas, explicava a matéria empenhado - o único brilhozinho nos olhos surgia-lhe quando falava em ôuuro (assim pronunciava ele a palavra). De seguida, caminhava entre as carteiras e fazia perguntas sobre o que tinha ensinado. Como? Na passeata, de repente, virava-se para uma aluna, esticava o indicador magro e comprido em frente ao nariz dela e, como se o gesto ameaçador não bastasse, resolvia: “TU!” Quer dizer, até mesmo as marronas se engasgavam, as restantes raramente conseguiam articular algum som...

.

Foi um ano devastador nas nossas vidas, mais de 25% da turma chumbou (cerca de 11 alunas, se bem me lembro), até porque existiam outros professores igualmente intolerantes. A “sopeira” de matemática, por exemplo, também tinha uma boa máxima: “Ai não percebeste? A mim só me pagam um ordenado, portanto não explico segunda vez!”

.

Naquele tempo (pouco antes do 25 de Abril de 1974), era comum terminar o terceiro período com uma valente raposa, até porque mais de uma negativa dava logo direito a ela. Aliás, conheço pouca gente destas gerações que não tenha tido um “azarito”, pelo menos uma vez. Claro que não é motivo de orgulho para ninguém e não é história para contar a filhos ou netos: “Olha, vê lá tu, eu era tão cábula e estudava tão pouco, só pensava na brincadeira, que acabei por chumbar um (dois ou mais) ano(s)!” O que me choca, é esta malta ter a lata de mentir descaradamente à sua prole, afirmando: “EU, fui um excelente aluno!!!”

Tão amigos que eles eram das "raposas" e agora saem-se com uma destas???

BOM FIM DE SEMANA A TODOS!!!

quinta-feira, 27 de março de 2008

CORES DIFERENTES

Uma avó, um pouco preocupada com as relações sociais da sua neta de 4 anos com os seus colegas da infantil, acaba por lhe perguntar, como quem não quer a coisa:
- Então e tens lá algum preto na tua aula?
- Não, vó, não tenho! - respondeu a criança.
Depois de pensar mais um pouco, possivelmente pensando que a avó teria ficado desconsolada com a sua resposta, acrescenta:
- Ah, mas tenho lá um castanho!

quarta-feira, 26 de março de 2008

A POESIA DO NUNCA...

Em tempos, um rapaz de 14 anos de família modesta, escreveu um poema, em resposta a um TPC pedido pela professora de português. Depois de entregar o trabalho aos alunos, a docente chamou-o à parte e perguntou:
"- O menino tem a mania que é poeta?"
Perante o ar espantado do miúdo, acrescentou:
"- Pois saiba que nunca vai ser!"
Na verdade, durante anos a fio ele nunca mais voltou a escrever poesia, tornou-se médico, mas como a escrita continuava a correr-lhe nas veias participou em vários concursos de contos, ganhando alguns prémios.
Um dia, já entrado nos quarenta, pensou: "Mas porque raio não hei-de escrever poesia?" E claro, mãos à obra, porque nunca é tarde! Concorreu a uns jogos florais camarários e obteve dois dos 3 primeiros lugares (salvo erro o 1º e o 3º), a par de uma menção honrosa.
Por sorte, essa Câmara publicou um livrinho com os melhores poemas desses jogos, que ele teve a gentileza de enviar à antiga professora...
E sabem? Continua a escrever prosa e poesia!
Os sonhos, meus caros amigos, nunca morrem!!!
*****
Esta história vem a propósito de quê? Pois, para dar os PARABÉNS à Dulce, que publicou agora o seu primeiro livro (aquele da imagem) que, não sendo de poesia, é certamente de uma prosa bastante poética, pelo que tenho seguido nas memórias unidas a preceito do seu blog!

segunda-feira, 24 de março de 2008

ESTE PAÍS NÃO É PARA VELHOS

Está visto! Há muitos anos que não assistia a uma sangreira tão desatada, num filme de Hollywood, consagrado por quatro Óscares nas categorias mais importantes. De violência em violência, ao fim dos primeiros 5 ou 10 minutos já tinha deixado de contar os mortos...

.

Texas nos anos 80, quando um xerife se desencanta com a única profissão que quis seguir na vida, moldada pela do seu pai e avô, que conduziam as suas carreiras sem utilizar armas.

Um negócio de droga que correu mal para todos os intervenientes, um ex-combatente do Vietnam que supõe que se safa com a massa, um psicopata atrás dele, mais um sem número de polícias (locais ou de departamentos federais ou governamentais), traficantes e bandos atrás da dinheirama, da droga ou de ambos os protagonistas, seguindo o rasto de sangue.

.

Não gostei! Mas para quem quiser ver o trailler, basta clicar. Contesto ainda que Javier Bardem seja actor secundário, nesta sua interpretação de psicopata, bem credível por sinal.

.

“Juno”, “Expiação” e “O Lado Selvagem” são excelentes momentos de cinema, se bem que dificilmente comparáveis entre si. Até “Michael Clayton – Uma Questão de Consciência”, movimentando-se em teorias da conspiração, assume um papel mais simpático...

.

Este filme só serve para quem aprecie muito, mas mesmo muito e muito sangue no ecrã. Nem o Drácula conseguiu tanto!!!

domingo, 23 de março de 2008

CÃO QUE LADRA NÃO MORDE?

O desafio partiu da Ignota e consiste em descrever 6 características que pensamos que melhor nos definem. Passo, desde já, a todos que o queiram apanhar...

.

Então, começando pelo aspecto mais negativo: sabem aquelas pessoas cheias de coragem e bravura, que são capazes de partir para a mais intrépida aventura? Pois... não sou uma delas! Sou claustrofóbica, detesto andar de avião, de metro e evito todos os outros locais demasiado acanhados – quer pela sua exiguidade, quer pelo excesso de gente que lá se movimenta. Também me assusto com cães que ladram em redor das minhas pernas (sem pretender verificar a veracidade do provérbio, que dita que estes não mordem) e com pessoas que na rua ou em qualquer sítio ostentam um comportamento duvidoso ou agressivo. Isto para já não referir o pavor por abelhas. Resumindo, sou uma grande medricas!

.

Preguiça, é outro dos traços menos abonatórios: faço o que tenho a fazer e depois deixem-me sossegada no meu canto! Não propriamente para dormir – só o mínimo indispensável – mas para ler, escrever, conversar, ver filmes, enfim, para me dedicar áquilo que gosto. De ginásios, tão em voga, prefiro distância...

.

A sinceridade não significa que pretenda ser dona da verdade, nem que imponha aos outros os meus pontos de vista. Agora não me peçam para só dar palmadinhas nas costas e que diga amén a tudo com que não concordo. Normalmente sou compreensiva com opiniões alheias, mesmo que as considere facciosas em termos religiosos, políticos, sociais, culturais, raciais ou sexuais. Cada um sabe de si e ninguém é perfeito! Mas que não acuse o vizinho do lado por não ajuizar os padrões de forma idêntica. Que aí, raramente me calo!!!

.

Lealdade a familiares e amigos, bem como a causas em que acredito piamente – direitos humanos, direitos dos animais, não às guerras ou à violência e por aí adiante.

.

Optimista por natureza, (quase) sempre! Com mais bom-senso de todos, muitos sonhos tornar-se-iam realidade. Como a Primavera voltou... quem sabe???

quinta-feira, 20 de março de 2008

O BOLERO


Pois, o de Ravel, que ouvi mais atentamente no espectacular filme de Claude Lelouche, "Les Uns et Les Autres", de 1980.

Um argumento fantástico, que conta a história de várias famílias de diferentes nacionalidades e o impacto que a II Guerra Mundial teve na vida de todas elas. Franceses, alemães, russos e americanos sofrem na pele todos os dissabores dessa guerra e das que se lhe seguiram, em encontros, desencontros e perdas irremediáveis. Uma sessão de cerca de três horas, em que as emoções são diversas, entre o riso e o choro, a alegria e a tristeza, entre a parafernália da guerra e a inteligência da arte - na música, na dança e na própria poesia. Garantida também a certeza que essas vidas comuns, de outras eras, sairam das "memórias" do realizador e podiam ter acontecido com qualquer um de nós... Um filme imperdível, uma música inesquecível e fabulosas interpretações.

É a quarta resposta ao desafio musical da Ahlka, que requer que indiquemos 6 músicas que consideramos marcantes na nossa vivência (quem quiser, ainda o pode apanhar)! Complicado é dizer pouco, para quem não se limita a gostar de um único estilo - o clip tem cerca de 9 minutos, as versões mais curtas cortavam o delírio...

Bolero de Ravel, num excerto do filme "Les Uns et Les Austres", na dança de Jorge Donn



Para todos os católicos desejo uma boa Páscoa, para os restantes (de outros credos, agnósticos ou ateus) um bom feriado!

quarta-feira, 19 de março de 2008

DIA DO PAI (e da Inês)

Este nenúfar é para ti, INÊS, bem como a música, que espero ser a teu gosto...

FELIZ ANIVERSÁRIO, AMIGA (virtual, mas o que é que isso interessa?!)!!!

*****

Bom, depois de mais uma passeata na blogosfera encontrei mais uns quantos blogs que erradicaram comentários. Estava tão satisfeita por nunca ter apagado nenhum - patetas que não lêem o post e a dizerem-me para ir ver o blog deles, digo que sim e está bem - um dia destes calhou-me um na rifa: páginas e páginas de um discurso em inglês, anónimo, sobre política, religião e terminando com uns insultos, provavelmente em spam (não confundir com SPAM, certo?). Tive alguma dúvida em apagar? Nananinaná! Algum dos outros comentadores tem de levar com uma milonga daquelas, muitíssimo longa por sinal? Que me insultem a mim, é como o outro, que entra a 100 e sai a 200 (esta foi uma antiga explicanda que me ensinou, eh, eh, eh!). Mas a malta que passa por aqui, em tom de concordância ou discordância? Ná!!! Há gente que parece não ter mais nada para fazer, a não ser chatear os outros...

Hoje também é dia do pai, os que puderem aproveitem para estar com o seu. Como já não tenho (há muitos anos, não é caso para choradeiras), dou mais valor! Sabem? Ainda sinto saudades dele...

terça-feira, 18 de março de 2008

ELOGIO DA LOUCURA

A net ontem parecia andar em câmara lenta, para não dizer lentíssima. Mesmo assim, depois de uma passagem pela blogosfera, concluí já não existirem temas por explorar. Na loucura generalizada dos poderosos deste mundo, em abono da defesa de todos nós - pobres, incultos e inocentes cidadãos – decretam-se mais uns quantos ensinamentos e mandamentos, que devem ser cumpridos à risca, sem escutar opiniões diversas.

.

O papa Bento XVI resolveu que 7 pecados mortais não eram suficientes – gula, luxúria, ganância, preguiça, vaidade, inveja e ira – toca de acrescentar uns pecados sociais, a saber: poluição ambiental, manipulação genética, acumulação de riqueza excessiva, infligir pobreza, tráfico e consumo de drogas, causar injustiça social. Estou em crer que em manipulação genética não se está a referir ao uso de preservativos (mas nunca se sabe), quanto à acumulação de riquezas excessivas... pensará ele doar o vasto património da Igreja Católica Apostólica Romana???

.

Segundo a administração Bush, a China entrou no bom caminho de respeito pelos direitos humanos. O primeiro ministro chinês atribui a culpa dos confrontos no Tibete ao... Dalai Lama! Ná, não teve nada a ver com a repressão exercida pelas forças policiais chinesas, tudo gente pacata e amistosa. Nem se percebe porque houve mortos e feridos em número indeterminado, que eles só chegaram ao local e disseram aos tibetanos “olhem lá... portem-se bem... que este ano temos Jogos Olímpicos, queremos a admiração mundial e boas fotografias.”

.

Por cá, a mulher de António Costa (Presidente da Câmara Municipal de Lisboa), professora, participou na manifestação dos 100 mil docentes que percorreram as ruas da capital. Que não abalou as certezas do governo, na teimosia de estar sempre coberto de razão. Não podia ter direito a opinião própria, diferente (ou não) do marido? Quase foi acusada de “agente infiltrada”, por alguns jornalistas...

.

O Presidente da República visitou o Brasil, na maleta levava a ratificação do “novo” acordo ortográfico. Depois de tanto barulho por nada, de petições on line e de bloguistas inflamados no contra, a malta acatou. Só entra em vigor daqui a seis anos, para quê preocupações?

.

Na esfera do privado, congemina-se uma nova lei proibitiva de piercings e tatuagens para os mais jovens. Mesmo não sendo adepta de tais práticas, parece-me mais um passo na prepotência vigente! Tudo com a boa intenção de vigiar a saúde de todos, certo?

.

Erasmo, meu amigo, quando elogiaste a loucura não imaginavas nada assim, pois não?


domingo, 16 de março de 2008

SAUDADE SEM FRONTEIRAS

Ainda no seguimento do desafio da Ahlka - lembram-se? o de escolher 6 canções especialmente significativas, que nos trazem recordações de certos momentos - a seleccionada foi a música de Cole Porter, "Everytime We Say Goodbye". E explico porquê: à medida que os anos foram avançando, em que se instalavam rocks da pesada, discos, punks, hip hops e sei lá que mais, fui recuando no tempo, em termos de preferências musicais. Jazz e blues entraram então no meu cardápio de favoritos, com Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Billie Holiday, entre tantos outros, gosto que perdura até aos dias de hoje. Influência, está claro, dos bares com música ao vivo que frequentei, dos vinte e picos em diante...

Como, sem ser por acaso, até já aqui coloquei "What a Wonderful World" do Louis, lembrei-me desta, que tem uma particularidade: descreve em várias palavras, o que em português se traduz numa - saudade! O que significa que, embora esta palavra seja única na nossa língua, o sentimento em si não possui fronteiras nem nacionalidades. Suponho que esta canção foi criada inicialmente para Ella, e é na voz dela que o som me parece mais melodioso, mas existem versões (instrumentais ou vocais) de John Coltrane, Cliff Richard, Mick Hucknall (Simply Red), Annie Lennox e Carly Simon, pelo menos. Passando despercebida nos EUA, a música foi um grande sucesso em Inglaterra, daí a grande quantidade de interpretações!

Ao seleccionar o clip, encontrei esta pérola dos desenhos animados - também da BD, mas que não conheço tão bem (se e quando encontrar o fim desta historinha, aqui num momento triste, adicionarei ao post):

"It changes" - Charlie Brown e Snoopy, de Charles Schulz


sexta-feira, 14 de março de 2008

PROMETIDO É DEVIDO!

Prometi um lanchinho ao visitante 10.000 e cumpri! Enfim, não foi bem um lanche, bebemos umas imperiais (ná, ninguém caíu para o lado) ao fim da tarde de ontem, enquanto trocámos dois dedos de conversa!

Ora, ora, ia lá seguir o exemplo dos políticos da nossa praça, que prometem mundos e fundos e depois esquecem-se do que prometeram?

Nestas andanças ajuda um bocado as pessoas serem tal e qual aquilo que espelham no seu blog, para não haver constrangimentos - e o Fausto é, realmente, um jovem alegre e bem-disposto! (também já tenho o meu pin do Sushi!!!)

BOM FIM DE SEMANA A TODOS E DIVIRTAM-SE!

Post-scriptum - Estou a ler o livro que vai estar em discussão no "Clube de Leitura" no próximo Sábado, daí andar com menos tempo para blogar e mailar. Não dá para tudo...

quarta-feira, 12 de março de 2008

PASSAR A ESPONJA

É uma febre como outra qualquer: assim, de repente, indivíduos cheios de certezas passam uma esponja no passado, próprio ou alheio.

O holocausto deixou de existir nos livros de história ingleses, para não atrapalhar as relações com os muçulmanos...

O Lucky Luke perdeu o cigarro ao canto da boca, como qualquer cowboy que se preze. Em vez do dito, tem um palito??? Isto para não influenciar as gerações mais jovens a fumar?

“Palavras para quê? É um artista português e usa pasta medicinal Couto” foi frase que também desapareceu deste anúncio, que repassou na TV durante anos a fio...

Brincamos, não?

Pobres vítimas do(s) holocausto(s) – Anne Frank, por aqui ninguém te esqueceu! – pobre cowboy solitário, que já não te permitem fumar um cigarrinho em paisagens desérticas, do artista nem vale a pena falar...

Passem as esponjas todas que quiserem, mas as memórias, ninguém as apaga!
Mainada!

Imagem de Zemoko, na net

terça-feira, 11 de março de 2008

MUDANÇAS JUVENIS

Continuando na saga do desafio da Ahlka, esta música disse-me bastante no fim da adolescência, início da idade adulta (assim pensava, na época). Não era um grupo da minha especial predilecção, mas esta tocava várias cordas dentro de mim, num período de muita insegurança e mudança...
Com várias questões em causa! Ah, só os jovens de hoje é que têm direito a esse privilégio de se questionarem a si próprios? Nananinaná! Sempre aconteceu! As respostas do ego saem de dentro para fora, de tudo aquilo que nos foi ensinado e que começamos a não engolir como garantido: amores, amizades, religião, política, modo de estar na vida, com encantos e desencantos...
Certezas, ainda hoje em dia são poucas, por mais "músicas" que ouça, mas fica esta de uma fase:
Black Sabbath - Changes




*****
Para a resposta de ontem, o último bigode da nossa história política dava pelo nome de António Óscar de Fragoso Carmona, Marechal Carmona no sucinto, Chefe do Estado desde 1926, Presidente da República de 1928 a 1951.

segunda-feira, 10 de março de 2008

BARBAS E BIGODES

Consta que o efeito prático dos homens escanhoarem a face diariamente surgiu durante a II Guerra Mundial: a pediculose (vulgo, piolhos) não alastrava! Ideia de americanos, seguida pelas restantes tropas Aliadas, a par de um cabelo cortado “à escovinha”.

.

Os Beatles (re)implantaram a moda dos cabelos compridos, barbas e bigodes, para as novas gerações dos anos 60/70, o que desencadeou um acréscimo de pilosidades nos jovens de todo o mundo, como sinal de rebeldia contra os sistemas instituídos – movimento hippy, Maio de 1968, pacifistas contra a guerra do Vietnam e revolucionários pós-25 de Abril.

.

Cá na terra, foi vê-los a (quase) todos com fartas cabeleiras e barbas farfalhudas, em discursos inflamados e zangados à população, que assustaram mais do que cativaram, numa teoria de politização muito própria...

Facto é que a desconfiança do povo português neste excesso de pelos e cabelos resultou em muitas idas ao barbeiro, por diversos políticos cá da praça, antes das aspirações a protagonismo se concretizarem: Guterres, Santana Lopes, Marcelo Rebelo de Sousa, Jorge Coelho, Luis Filipe Menezes são alguns dos exemplos conhecidos no activo, mas existem muitos mais! Outros até já ficarão em casa de pantufas, a ver futebol e telenovelas, lendo jornais e resmungando aqui e ali que “no meu tempo, não era nada assim!”

.

Mickey Rourke em “Nove Semanas e Meia” (1986) reabilitou a barba por fazer, três dias está no ponto de arranhar, muito sexy! Pegou na moda das barbas masculinas de várias gerações, se bem que nem todos, actualmente, desejem “abraçar” a Kim Basinger.

Homens podem seguir estas modas, políticos com veleidades de governação é que não! Em Portugal, como na maioria dos países europeus...

*****

Já agora, alguém sabe quem foi o último governante português a ostentar bigode?

sábado, 8 de março de 2008

O DIA D(EST)A MULHER!

Hoje é o dia Internacional da Mulher!

Hoje há uma (espera-se que grande) manifestação de professores em Lisboa, já foi divulgado que várias ruas do centro da cidade vão estar cortadas ao trânsito.

Hoje também é a data do meu aniversário, portanto há lanchinho cá em casa, para familiares e amigos mais próximos.

Confesso que sou como os putos pequenos: adoro fazer anos! E está bem que para eles é por causa dos presentes (não, não digo que não gosto de presentes, mas não é o mais importante), cá por mim gosto de conviver com o pessoal ao vivo e a cores, pôr as conversas em dia, saber das últimas novidades - o que nem sempre se consegue conjugar, nas rotinas diárias e preenchidas de cada um...

T C H I M - T C H I M !

Post-scriptum - Estão todos convidados, como é lógico!!!

Foto da net

sexta-feira, 7 de março de 2008

SUBIR A CALÇADA


Anda, Luísa. Luísa, sobe,
sobe que sobe, sobe a calçada.

Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu a sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.

(excerto do poema "Calçada de Carriche" de António Gedeão)

Ainda há muita calçada pela frente, para que a vida de nenhuma mulher se assemelhe a esta descrição. Está nas mãos de todos nós...

Bom fim de semana!


quinta-feira, 6 de março de 2008

MELANCOLIA JUVENIL

No seguimento do desafio da Ahlka, esta música é uma das primeiras a trazerem-me recordações que perduram com o passar dos anos...
O dia? 28 de Setembro de 1974!
Estava de férias em casa de uma amiga, em Vila Nova de Ourém - sim, porque naquela época as aulas só recomeçavam depois do dia 5 de Outubro, eram férias grandes mesmo!
Havia um baile lá na terra - da Uva, para comemorar o fim das vindímas - em que nos tinhamos comprometido a ajudar na organização. Trabalho de adolescentes, nestes eventos, passava por cobrar os bilhetes à porta, servir às mesas, mas por turnos, que a malta também se queria divertir e dançar. Tudo muito metódico e organizado.
Só que nessa tarde, começaram a surgir boatos de um golpe militar em Lisboa, cada um acrescentava mais uns pós da sua fértil imaginação: a minha cidade a ferro e fogo, pejada de mortos, a preocupação a crescer, já não conseguia conter as lágrimas, que brotavam em catadupa. Telefonei para casa, atendeu a minha irmã, que os meus pais tinham ido ao cinema (este gosto cinéfilo é de família), ela nem tinha dado por nada de anormal, mas também começou a ficar preocupada... Enfim, bem me tentavam acalmar, assim com umas palavras simpáticas, tipo "não, parece que só há meia dúzia de mortos", mas não estava nada convencida que me estivessem a dizer a verdade...
Só sosseguei quando a minha mãe telefonou, perto da hora do jantar, tinham ido e vindo do cinema sem reparar em qualquer golpe militar em curso. Claro que aí já não havia nada a fazer pelos meus olhos, vermelhos e inchados q.b. depois de tamanha choradeira.
O baile correu bem - depois de um susto destes, o que é que não corre?
Mas lembro-me que o grupo local tocou e cantou esta música:

Melancholy Man - Moody Blues


quarta-feira, 5 de março de 2008

UMAS FACADINHAS NO CORAÇÃO?

A notícia saiu mais ou menos assim, na net: um segurança do centro comercial Colombo foi encontrado morto, por volta das 13 horas, suposta vítima de esfaqueamento.

Curiosa, assisti ao noticiário televisivo da noite (SIC) e a informação era a seguinte: “o homem apresentava três facadas na zona do coração [...] mas não foi descartada a hipótese de suicídio.”

Oh! Nem percebi se isto são visionamentos dos episódios de CSI a mais, se uma pateguice completa de jornalistas e policiais, a tentar “tapar o Sol com a peneira”! (que o Colombo não pode perder clientes, não é verdade?)

Alguém - nesta ou noutras terras - vai trabalhar e a meio do expediente resolve suicidar-se, com 3 facadas no coração??? Numa zona não visionada pelas câmaras??? E a facilidade de realizar o acto? Agora aponto aqui, direitinho ao coração, se acertar ao lado volto a tentar, todas as vezes que forem precisas...

Por estas e por outras, quase não vejo noticiários televisivos. Manhosos, no mínimo!

*****

E não, não vou deixar de ir a grandes centros comerciais - este até é o mais próximo – se bem que não sejam locais da minha predilecção, que só frequento se tiver um objectivo definido.

terça-feira, 4 de março de 2008

10 MIL?


Sem desprimor para o fotógrafo, esta imagem do Big Ben não faz lembrar uns olhos tristes e cansados, na pressa e correria de todos os dias? Ou aquele chatérrimo coelho da "Alice no País das Maravilhas", que não ouve nada nem ninguém a não ser o Tic-Tac do seu próprio relógio?

Bom, suponho que o visitante 10.000 vai surgir ainda hoje ("presunção e água benta, cada qual toma a que quer!"), quem for que se acuse!

A gerência deste blog tem estado um pouco ausente de fim de semana e no aniversário de uma sobrinha (Oops! Isto não era para revelar?!), mas vai reunir, durante horas a fio, para decidir qual o prémio e o candidato mais provável... se ninguém se pronunciar!

Mas muito a sério, obrigada a TODOS!

sábado, 1 de março de 2008

GRACIAS A LA VIDA!

O desafio da Ahlka é musical: escolher 6 canções/músicas que nos marcaram ao longo dos anos.

Para quem o queira apanhar...

Não consigo decidir-me só por 6, de modo que resolvi colocar uma que me despertou num dia bom!!!

Muitas das outras seguem em carruagem, quando me apetecer...