segunda-feira, 29 de junho de 2009

CONTOS DE MORTE


O entusiasmo pelos livros de Pepetela é recente, com o "grande" Jaime Bunda a abrir caminho, com dois policiais hilariantes, tal como escrevi aqui no ano passado. A Sun já tinha aconselhado a leitura destes "Contos de Morte", que se lêem assim numa penada (94 páginas, com uma letra granjola, qu'é que querem mais?!) e algum dia havia de calhar...

Pelo título pode dar ideia que estes contos são algo tenebrosos e tristes, mas longe disso, Pepetela (nascido Artur Pestana) narra vivências de gente comum, no presente e no passado, com o sentido de humor e o espírito crítico que o caracterizam, onde por vezes também pairam a mesquinhez, a ignorância e a maldade que reside em cada ser humano.

Transcrevo duas citações, só para dar um "cheirinho":

"Faustino ainda não tinha aprendido com os outros colonos que em Portugal se habituavam a ter só gente acima deles e, de repente, caídos em África, descobriram ter muita gente abaixo deles afinal. E exerciam até à exaustão sobre esses deserdados da vida o pequenino poder com que de repente se maravilhavam."

"-Esse país é bué, mãe, esse país é bué!
Dona Fefa bem conhecia os entusiasmos repentinos do filho pelo país, aprendidos nos livros da escola, embora contrariados constantemente na rua. Desta vez ele vinha daí mesmo, da rua, se espantava ainda mais ela por tanto patriotismo. Parou de mexer a colher de pau na panela de feijão com óleo de palma, limpou as mãos ao avental, disse com voz cansada, explica então como esse país é bué, que mentira mais te pregaram? Que não era mentira, não, ele tinha visto mesmo, mãe, petróleo a sair do chão, aí no quintal de Dona Isaura."

domingo, 28 de junho de 2009

NOVAS "LIGAÇÕES PERIGOSAS"?!

A tradução para português dos títulos de filmes estrangeiros sempre me pareceu de gosto (ou de conhecimentos linguísticos?) duvidoso. Como é que "State of Play" (2009) recebe um título igual a "Dangerous Liaisons" (1988)? Será que a mudança de século apagou algumas memórias?! Adiante!

A realização de "State of Play" pertence ao escocês Kevin MacDonald, que conta com um elenco de actores sobejamente conhecido: Russel Crowe, Ben Affleck, Rachel McAdams, Helen Mirren, Robin Wright Penn e Jeff Daniels, entre outros.

Ao entrar na sala de cinema pouco mais sabia do que isso, para além da acção envolver os bastidores políticos e jornalísticos americanos. Depois, na net, descobri que este thriller se baseou numa série de 6 episódios que a BBC One exibiu em 2003/4 e que recebeu uma quantidade de prémios. Nada de novo, portanto!

O argumento resume-se ao seguinte: o senador Collins - que põe em causa uma grande empresa que factura milhões de dólares, com a sub-contratação de mercenários para as guerras do Iraque e do Afeganistão - é informado que a sua assistente (e amante) morreu num "acidente" no Metro. A sua carreira política parece estar prestes a terminar, mas Cal, jornalista e antigo amigo do político, interessa-se pela investigação, que está a cargo da jovem Della, editora 'on line', faceta jornalística que ele despreza completamente. Acabam por se entender, até com Cameron (a directora do jornal à beira da falência), mas com um homicida à solta, uns meliantes de 5ª categoria envolvidos, a polícia à perna, empresas a dar "tudo por tudo" para não perder os seus lucros milionários e a cambada de políticos corruptos que encontram, que remédio têm?!

O filme tem piada, mas as reviravoltas no enredo são tantas, que porventura se pode perder o "fio à meada" nas múltiplas teorias da conspiração...

Trailer aqui
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Imagem da wiki.

sábado, 27 de junho de 2009

A IMAGEM QUE FALTAVA...

No último post referi a exposição "Retrospectivas", do pintor Mário Rebelo de Sousa, que visitei no "Solar do Alvarinho" em Melgaço, e que estará patente ao público até ao dia 30 de Junho.

Mas, há sempre um mas, encontrei uma imagem exemplificativa dos trabalhos exibidos na exposição, no blog de Carlos Vaz (Textualino), que me autorizou a usar as fotografias que publicou, para divulgação da obra do artista. Esta é a que melhor se enquadra dentro daquilo que observei e de que gostei imenso - pese ser uma leiga no que respeita a pintura e arte, note-se! - ficando como mero apontamento. (clicar no link, para ver mais)

BOM FIM DE SEMANA!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

CASA ONDE NÃO HÁ PÃO...

... come-se broa! Nada daquelas manias que atribuem (creio que falsamente) a Maria Antonieta, de que se os miseráveis não tinham pão, que comessem bolos. A História tem sempre imensas historietas para contar, facto é que ela ainda era adolescente quando casou com o futuro rei de França (também ele ainda um rapaz imberbe) - portanto seria compreensível uma certa dose de disparates, da parte de ambos.

Até comemos parte da broa, em Melgaço, no Solar do Alvarinho, mas do que gostei mais foi do presunto e da exposição de quadros do ancorense Mário Rebelo de Sousa (que julgámos ser confusão com o nome do comentador político, uma vez que o do pintor se encontra incorrectamente impresso na agenda cultural camarária), de que infelizmente não saiu uma fotografia de jeito para amostra, dada a má iluminação local, condizente com a do exterior:

Oh, e agora, que fazer? São Gregório, pois está claro, a aldeia mais a norte de Portugal, banhada no vale pelo rio Minho, passando o rio Trancoso nas proximidades, sem conseguirmos perceber se se vislumbra lá do alto (a visibilidade não estava nos seus melhores dias).

E o aroma daquelas terras tão densamente arborizadas, hein? Pinheiros, eucaliptos, cedros (ou ciprestes) transportam aqueles cheiros que associo aos meus tempos de férias em criança, que infelizmente quase se esquecem nas cidades...

E pronto, a partir dali, para quem não pretenda visitar a Galiza, o rumo segue para sul...

Mas continuo a preferir pão (bucha, carcaça, papo-seco, vianinha, o que quer que lhe queiram chamar) a broa ou bolos, OK?! (para quem acha que só provei a industrial, dos hipermercados lisboetas, eh, eh, eh!)

terça-feira, 23 de junho de 2009

LOOOOOOOOOOOOOL!!!


Concordo plenamente que "rir é o melhor remédio", para quase tudo! Mas atenção, que esse "fármaco" está a cair em extinção nas gerações mais jovens: os putos já não riem, em vez disso dizem: "LOL"!

Confesso que ainda há relativamente pouco tempo nem fazia a mínima ideia do que significava, dado que a minha linguagem de telelês também é reduzida, mas aqui o mestre juvenil elucidou-me, com aquele arzinho sabichão que o caracteriza: "Não sabes nada! Quer dizer 'Lots Of Laughs'!" OK, de inglês ainda percebo um bocadinho, a ideia é designar "muitas gargalhadas" em apenas 3 letras, o que se entende ser útil para os teclantes da comunicação escrita. Mas ao vivo?! Um LOLzito com ar enfastiado, em vez de uma sonora gargalhada??? Tenham dó com os "cotas", pá!

Estas modernices, quando se propagam entre adolescentes, são como epidemia de sarampo (para já não falar de pediculose, vulgo piolhos...) na escola: apanham todos!!!

"Rir dá trabalho", como uma miúda vivaça declarou à avó preocupada? Ui, ui, venham muitos trabalhos desses pela vida fora! Para ela, e para todos nós!!! Ah, ah, ah!


Imagem da net.


segunda-feira, 22 de junho de 2009

O SEGREDO DA CASA DE RIVERTON

A leitura deste romance absolutamente fascinante de Kate Morton (com o título original de "The Shifting Fog") foi demorada, até porque depois não resisti à tentação de ler e reler mais umas passagens, para garantir que não perdera nenhum dos fios desta teia de enredos, que se encontram tecidos numa malha muito semelhante à da famosa série inglesa "Família Bellamy" - que a RTP exibiu lá para meados dos anos 70, para quem se lembrar. Os acontecimentos sucedem-se nos nobres salões, com todo o orgulho e preconceito de uma aristocracia inglesa quase a entrar em vias de extinção, a par de na cozinha, onde a criadagem se reúne, sofrendo também as perdas e amarguras de uma sociedade em transformação, durante e após a I Guerra Mundial.

Grace, a única sobrevivente desta história, tem 98 anos e vive num lar, até ao dia em que recebe uma carta de uma jovem cineasta, Ursula, a pedir-lhe que "desse uma olhada nos cenários" que representam a casa de Riverton, onde a 22 de Junho de 1924 ocorreu a trágica morte de um poeta. Essa carta despoleta uma série de recordações na velha senhora, que passou a vida a fingir esquecê-las, resolvendo, entretanto, relatar ao seu neto, Marcus, todos os segredos que guardou ciosamente para si. Ela entrou em Riverton aos 14 anos, como criada, precisamente pouco antes do início dessa guerra, e manteve-se ao serviço da família por mais de uma década. Agora, velha e cansada, nem forças tem para escrever essas memórias, de modo que as dita para um gravador, numa voz "indistinta, gasta, quase inaudível", diferente da que ouve na sua cabeça e nos seus sonhos.

Entrecortando passado e presente, aos poucos vamos conhecendo as personalidades distintas das duas irmãs, Hannah e Emmeline Hartford, cujo destino se vai entrevendo em cada linha das 472 páginas, lembrando o som do relógio da sala de visitas de Riverton e a "discreta insistência com que marcava a passagem do tempo: paciente, inflexível, frio - como se de algum modo soubesse, mesmo então, que o tempo não era amigo de quem habitava naquela casa." Mas ilusões e desilusões não acontecem apenas na fidalguia, estendem-se aos serviçais, sendo que estes têm uma maior liberdade para sair daquelas paredes ancestrais, mas nem sempre o fazem...

Excelente!!!

CITAÇÕES:

"Desejava independência e aventura, no entanto, era prisioneira - uma prisioneira confortável e bem cuidada, mas ainda assim prisioneira. A independência exigia dinheiro. O seu pai não tinha dinheiro para lhe dar e não a deixavam trabalhar."

" - É um crime absoluto. É o que é. Um inconveniente atroz. A melhor semente de Inglaterra deixada apodrecer nos campos de França, enquanto as jovens senhoras ficam a ver navios, sem sequer ter par para o baile. É uma conspiração, digo-te. Uma conspiração alemã - os seus olhos dilataram-se perante a possibilidade - para impedir a elite inglesa de procriar!"

"Regressámos a Londres no dia 19 de Julho de 1919, o dia da procissão de paz. [...] A tinta com que se redigira o tratado estava ainda húmida, as sanções que levariam à amargura e exclusão responsáveis pela guerra mundial seguinte, mas as pessoas lá na terra desconheciam tudo isto. Pelo menos naquela altura. Estavam apenas felizes por o vento sul não arrastar mais o som da artilharia através do canal. Que nas planícies de França não iriam morrer mais rapazes às mãos de outros rapazes."

"A desilusão era inevitável; depois dos anos 20 veio a depressão dos 30 e depois outra guerra. E as coisas ficaram diferentes depois desta. Da nuvem de cogumelo da Segunda Guerra Mundial não emergiram novos memoriais, triunfantes, desafiadores ou optimistas. A esperança pereceu nas câmaras de gás da Polónia. Uma nova geração de feridos de guerra foi enviada para casa e uma segunda lista de nomes foi gravada na base das estátuas que já existiam; os filhos debaixo dos pais. E nas mentes de todos havia o atormentado conhecimento de que um dia os jovens iriam cair uma vez mais."

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PARABÉNS, MOYLE!!!

(Obrigada, TONS DE AZUL, pela recomendação deste livro fantástico!)

domingo, 21 de junho de 2009

SUMMERTIME...

Fotografia de Ian Britton

Assim que começa o Verão, recordo sempre esta música, que me transporta a sonhos em cálidas noites de outras eras...



A Primavera acabou num dia de grande caloraça, que coincidiu com a festa escolar da minha sobrinha mais nova e a entrega do seu diploma do 4º ano. A comoção era enorme entre estas catraias (sim, não vi nenhum dos rapazes chorar!), que ao final de vários anos de convívio quase diário se vão dividir por várias outras escolas da zona, encontrando novos professores e colegas em ambientes ainda desconhecidos. Mas tal como o saudoso Louis Armstrong cantava no tema "What a wonderful world", espanta-me sempre "ouvir bebés a chorar, observá-los a crescer, saber que aprenderão muito mais, do que (eu) alguma vez aprenderei." (tradução livre para "I hear babies cry, I watch them grow, they'll learn much more, than I'll never know.")

Há letras que estão sempre actuais! Mas para aquelas meninas, hoje tão tristes na despedida desta fase da vida, os sonhos só agora começaram...

Que venha aí um Verão do contentamento delas e de todos nós, já agora!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O GÉNIO DA LÂMPADA


Então, se de repente um génio saltasse de dentro de uma lâmpada tal-e-qual-a-de-Aladino, mas ainda mais benemérito e nos quisesse conceder "8 desejos antes de morrer" (credo, estão sempre a recordar-nos que o nosso tempo é limitado?!), quais escolheriam?

O desafio partiu da Ematejoca, já nem me lembrava (sorry, uns diazitos de férias dão nisto, parece que foi um fartanço de comezainas de queijo, o que está longe da realidade!), mas entretanto a Lopesca reiterou o convite, que segue para todos que o quiserem apanhar.

Hummm... e agora? Então cá vai, numa ordem mais ou menos aleatória:

1 - Ler todos os livros da minha "biblioteca" (1246), o que a este ritmo "calmo", dava prái mais uns 200 anos de vida - mesmo tendo em conta que já li bastantes, alguns serem de mera consulta e outros nem parecerem especialmente interessantes...

2 - Sendo assim, o melhor também é pedir ao dito génio, que a qualidade de vida melhore na velhice de todos, que isto de 250 anos não é mole... (os médicos conseguem prolongar a quantidade, mas em forma de vegetal, interessa?!)

3 - Dar a volta ao mundo, conhecer cantos e recantos do planeta, também era fixe! Assim tipo Marocas, mas sem necessidade de grandes comitivas, apenas alguns familiares e amigos eleitos, preferencialmente com tendência à boa disposição! (não me venham com a treta do Euromilhões, que génio que é génio não precisa nada dessas coisas!!!)

4 - Claro, os aviões nunca caíam, os barcos não naufragavam ou eram pirateados, nem os comboios descarrilavam, até os motoristas e taxistas não aceleravam por aí além, só viagens calmas e prazenteiras!

5 - Guerras e fome? Qu'é isso? Completamente erradicados em todos os planetas do sistema solar...

6 - Criminosos, corruptos, terroristas trancafiados em cadeias durante longos anos (nada daquelas cenaças que um video ou uma gravação não serve em tribunal, ou só serve para "apanhar" os que as fizeram, que os gajos-com-múltiplos-advogados safam-se na boa), em certos casos, até deitando fora a chave!

7 - Oportunidades para todos, nos estudos e em trabalho, consoante os seus conhecimentos e competências, não excluindo ninguém devido a preconceitos de sexo, idade, raça, religião, nacionalidade, orientação sexual e por aí fora... ("Epá, génio, não me digas que é demais para a tua lâmpada?!")

8 - Mas pronto, como os desejos estão a acabar ("Oh, geniozinho, estou a acordar do devaneio...?!") vê lá se ainda consegues trazer um:

EXCELENTE FIM DE SEMANA PARA TODOS!

Foto da net (suponho que os créditos são visíveis)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

ARE YOU LADRATING TO ME?!?

Não há provérbio mais falso do que aquele que assume que "cão que ladra, não morde!", tal como constatei ainda em criança, quando ao regressar à escola primária depois da hora de almoço, acompanhada pela minha irmã e uma amiga, vimos um cão de médio porte, negro e a fazer uso das suas cordas vocais, a correr na nossa direcção, afinfando a dentuça na perna da coitada da Filomena. Ainda recentemente topei com cena idêntica, nas ruas de Caminha, com a dona a "acalmar" que o canito não fazia mal nenhum, mas certo é que o bicho não parava de ladrar em torno das minhas canelas, nem ouvia as meigas ordens da dona (quiçá para não traumatizar muito aquele minúsculo pedaço de pelo ambulante), em suma: nem trela, nem pegar no bicho irritante - e sim, não me venham com coisas, que os há bem irritantes, parece que quanto mais pequenos mais enressabiados! - e eu sem sair dali, teimosamente, sem lhe dar acesso directo às minhas canelas, pondo o pé em riste para o caso de um ataque. Aí já a mulher agarrou logo no ridículo pedaço de cão, não fosse o bichano sair magoado da "contenda"... coitadinho! E não, não gosto de dar pontapés aos animais (aliás, nem me recordo de alguma vez ter dado em nenhum), mas tem o limite de não me tentarem morder, certo?! Adiante!

Vem isto a propósito do "Are You Ladrating to Me?!?" do Rafeiro Perfumado - que só acabei de ler agora, dadas as múltiplas actividades do início de Junho - que não foi surpresa: ri-me à brava, mesmo com textos que já tinha lido anteriormente no blog! E também com os originais, inéditos ou outros sinónimos, que se enquadram perfeitamente dentro do sentido de humor a que já nos habituou. Na verdade, em livro, não escapam "pérolas" como esta, em "Como condensar um fim-de-semana em 23 minutos" sobre uma visita à Isla Mágica, em Sevilha, num dos "brinquedos" aí existentes:

"[...] Ao meu lado sentou-se uma jove muito bem fornecida de glândulas mamárias (aquilo era no mínimo uma copa J), só que aquilo não lhe fez muito bem à saúde. Quando chegámos ao ponto mais alto, ainda as suas amigas cá estavam em baixo, e vice-versa, pelo que quando saiu de lá só faltou metê-las às costas. Tenho a certeza que se aquilo abanasse para os lados em vez de na vertical, ainda hoje me estavam a tentar reanimar, a mim e a mais uns quantos à volta dela..."

Certo é que as gargalhadas fluem, à medida que "reconhecemos" alguma gente que cruza o nosso caminho constantemente, como o autor bem explica numa das notas finais: "Gostaria muito de garantir que todas as personagens e acontecimentos referidos aqui são fictícios mas, para mal dos nossos pecados, as personagens andam por aí à solta e os acontecimentos sucedem-se quase diariamente, o que não augura nada de bom para o nosso futuro."

"Ladrar por ladrar", antes seja com bom humor e espírito crítico, mesmo retratanto uma "Tugolândia" (e não só!) ridícula e meio amalucada. Quanto aos verdadeiros canídeos, quezilentos e barulhentos, tenho a certeza: também mordem, basta colocar a pernoca a jeito!!!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

DOIS ANOS DEPOIS...

... não lamento um dos muitos minutos que tenho passado aqui no computador, a partilhar experiências e vivências, entre sonhos e realidades, alegrias e tristezas, risos e medos ou até algumas indignações salutares. Em forma de prosa ou poesia, de imagens ou sons, ou num composto variado.

Rir e chorar são emoções que fazem parte da vida - confesso que já as tive frente a este ecrã - por diversas razões! Mas, na verdade, tenho aprendido imenso com outros "mundos" que desconhecia completamente, a quase todos os níveis...



OBRIGADA!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

AINDA NAS PASSEATAS!

Na Casa da Música a visita não foi guiada, mas mesmo assim gostámos bastante da arquitectura e do espaço aprazível, de caminho ouvimos algumas explicações dos guias a outros excursionistas (miúdos e graúdos) sobre a propagação do som, a escolha das tintas nas paredes, as vidraças onduladas, os revestimentos pejados de furinhos e mais não-sei-o-quê! Pormenores que provavelmente serão interessantes para alguns. A sala Suggia é realmente espectacular, mas esta da fotografia - salvo erro, denominada VIP - apresenta um conjunto de azulejaria fabuloso, com representações históricas, num conceito arquitectónico diferente do habitual. Através dos seus vidros que dão para a rotunda da Boavista ainda se pode vislumbrar esta estátua:

Há quem prefira presumir que se trata de uma representação clubística, mas não tem nada a ver! Trata-se de um monumento representativo da vitória de portugueses e ingleses sobre os exércitos napoleónicos que invadiram Portugal entre 1807 e 1810. O leão simbolizando a aliança anglo-lusa, a águia o Império erguido por Napoleão. Tomara que todas as estátuas nacionais alcançassem metade do nível...

(em pequeno aparte para a nina Parisiense: estás a ver como o tempo estava belíssimo? não sei o porquê da segunda foto ter teimado em sair quase a preto, branco e cinzento, na 3ª feira passada, perto das 11 da manhã.)

No Museu de Serralves tivémos de conter o riso com algumas obras emprestadas e doadas, que em nossa casa eram lixómetro garantido! Com algumas excepções, obviamente, mas confundir trastes e velharias com antiguidades, em "inspirações artísticas" sui generis, pois, deve ser apenas para meia dúzia de eleitos, intelectuais e afins! Mas lá que nos fartámos de rir, lá isso...

(não sei quem me avisou, em directo ou indirecto, que não seria muito o meu género de exposição, mas acertou em cheio!)

sábado, 13 de junho de 2009

DEPOIS DA TEMPESTADE...

A ideia era simples: visitar o Porto, os jardins e o museu de Serralves, a Casa da Música, e ainda aproveitar para umas passeatas ao longo dos rios e vilas nortenhas. Isto se a meteorologia não tivesse resolvido que os dias seriam de chuva tão intensa, que mais parecia um dilúvio. Resumindo, fizemos os percursos indoors - quase todos, porque, além do mais, deparámos com excursionistas por todo o lado, de turistas nacionais e estrangeiros a putos de escola - mas lá exteriores, 'tá quieto!

As fotografias do Douro foram tiradas no cais de Gaia, num pequeno intervalo das chuvadas, mesmo que de vez em quando caisse um pingo ou outro.

Mas quando o rio Minho acorda estremunhado e mal disposto em Caminha, não há muita volta a dar ao texto...

Quatro dias de tempestade, mas nem todo o tempo foi perdido, algumas "rotas" ficarão para outra altura. A bonança chegou, na véspera do regresso a casa. O rio Lima surgiu numa margem assim...

... e na outra desta, em dia de festa, como, aliás, em muitas das vilas do norte, com ruas e vielas atapetadas de pétalas e corolas de flores, onde iriam passar as procissões.

"Ninguém ouve a canção, mas o riacho canta!
Canta porque um alegre deus o acompanha!

Quanto mais tombos, mais a voz levanta!
Canta porque vem limpo da montanha!"
Miguel Torga, in "Odes"
(citado por Joaquim Almeida Lima, no livro "O Rio Frio")

O rio Coura, onde o comboio do Porto a Valença (e no sentido inverso) passa por cima desta ponte antes de entrar na estação (ou apeadeiro?) de Caminha já sorria, e o Âncora também festejava o sol, num fim de tarde iluminado:

O rio Âncora
(onde só não me afoguei em criança, dada a atenção da minha vovó)

O Minho finalmente dispôs-se a reflectir o azul do céu, mas já era tarde, que tínhamos de nos fazer à estrada e voltar para Lisboa. "Porquê antes de um fim de semana?", poderão perguntar. Resposta simples: o maridão, companheiro, amante, amigo e pai do filhote (todos em um!) faz hoje anos e viemos comemorar o aniversário com a família. Noblesse oblige!

BOM FIM DE SEMANA!

Post-scriptum - para quem veranear em terras algarvias, nomeadamente em Faro, não esquecer a apresentação do livro do Rafeiro Perfumado, que terá lugar na Bertrand do Forum Algarve, às 16h04m de hoje, 13 de Junho de 2009. A não perder (para quem já perdeu as anteriores)!

sábado, 6 de junho de 2009

OS RIOS CANTAM?

Se o mar marulha e até se enraivece em certas marés altas, como se apelida ao suave som do correr dos rios? Eles riulham? Não sei se tem palavra adequada e precisa, mas para mim eles cantam, num doce e sereno cantar...

Já nem me lembro daquelas cantilenas de miúda, em que era obrigatório decorar todos os afluentes dos principais, como se fossem nossos inimigos fidagais: "Não sabes? Toma lá mais [reguadas]!" Felizmente os tempos mudaram e é com enorme prazer que vamos (re)conhecer outros rios, margens e gentes, porque nunca é tarde demais! (quer dizer, pelo menos enquanto a "idade da bengala" não chegar...)

Namorar também é bom, para quebrar as rotinas habituais:



Para os mais distraídos, o Rafeiro vai estar numa "lufa-lufa" na apresentação do seu livro "Are You Ladrating To Me?!?" este fim de semana, nestes locais (e reparem que as horas são pontuais!):
- 6 de Junho, às 16h06m, na livraria Bertrand do Norte Shopping, no Porto;
- 7 de Junho, às 16h08m, na livraria Bertrand do Dolce Vita, em Coimbra.
(exijam o carimbo, pá!)

Se ficasse em Lisboa também não faltaria ao lançamento do livro de poesia "In Pulsos", da Cleo, a 6 de Junho, pelas 19h no Auditório do Campo Grande, 56. Parabéns!!!

Entretanto, vou ali escutar uns rios cantar e volto já de seguida. Até lá...

D I V I R T A M - S E ! ! !

sexta-feira, 5 de junho de 2009

OH, VALENTES TOUREIROS!

Estava para ser apenas um pacato jantar de aniversário, num restaurante de boa comida a preços acessíveis, com cerca de uma dúzia de familiares e amigos mais próximos, mesa marcada com antecedência.

Mas o azar (azarão?!) foi grande, que o dito restaurante ficava nas imediações do Campo Pequeno... em dia de tourada!!! Resumindo: cheio até à porta e com fila de espera! OK, como existia marcação, poderão pensar "qual o problema"? Passo a explicar: a malta que ali abundava! Ninguém falava, todos gritavam! Os que iam ver ou participar nas lides e todos os restantes, que não se conseguiam fazer entender de outro modo, incluindo os empregados.

No canto ao fundo da sala, a festa era rija! Mesa grande, cheia de machos de faces coradas, tal como se tivessem bebido uma pipa de vinho, e animados que nem eles, que um até imitava a corneta da entrada do touro em campo, furando os tímpanos dos amigalhaços e de todos os comezainas presentes na sala. E ultrapassar barreiras? Oh, oh, não houve pai para eles (em todos os sentidos), botifarras em cima da cadeira, da mesa, da cadeira do outro lado e chão, com a enorme alegria de demonstrar a sua enorme valentia!

Já disse, e repito, que odeio touradas! Mas, francamente, desconhecia que os amantes da tauromaquia desenvolvessem estes instintos... boçais?... medievais?... matarruanos?... (provavelmente, um 3 em 1!), antecipadamente, num local que é suposto ser minimamente civilizado...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

ANDAVAM NA FLORESTA...


Era uma vez... uma linda menina, que tinha um capuchinho azul! Não se sabe porque era azul, mas era azul porque sim, e pronto! Ela gostava da cor, que ainda por cima era a do seu clube, sem que ninguém entendesse porquê, já que a rapariga era algarvia... (ui, ui, é melhor não entrar por aí, mas mesmo assim fica a pista - não era o Belenenses!) Adiante!

Então um dia a mãe disse à moça: "Olha leva esta cestinha com bolos à tua avózinha, que vive lá do outro lado da floresta. Mas tem cuidado, que já avisaram que por lá circulam uns quantos bloguistas de ar suspeito e aterrador, brrrr!!!" Como todas as mocinhas, aquele aviso aguçou a sua curiosidade e pensou com os seus botões: "Ah! Se der só uma espreitadela, não faz mal nenhum!" E faladora (sei quem a alcunhou de grafonola, mas não digo!) e escrevinhadora acelerada, depressa fez uma série de amigos e descobriu que naquela floresta blogosférica não faltavam boas ondas e diversão. E estando ela nesse alegre convívio, apareceu a avó de braço dado com o seu namorado, o caçador - avós modernas são assim - a perguntar o que se passava.

Todos tremeram e temeram pela própria vida (pois o homem vinha de espingarda à tiracolo, além que os bolinhos já iam pela metade), mas a senhora - que ainda estava ali para as curvas, rectas e mais que fosse - sossegou a malta e tirou da sua cesta um enorme bolo de aniversário. Aí o prestável caçador apressou-se a acender as velas e todos cantaram em uníssono:

PARABÉNS, VANI!

(ah, enquanto comiam uma fatia de bolo e tilintavam os tchim-tchins das taças de champanhe, que a precavida senhora também trazia no seu inesgotável cesto, tornou-se óbvio que o namorado afinal não era caçador, mas o cozinheiro que confeccionara o bolo, a espingarda tinha encontrado no caminho e ia entregá-la à polícia, para não cair em mãos inocentes ou erradas...)

Noutro recanto mais citadino surgiu este galante desconhecido, para oferecer uma rosa à outra aniversariante do dia:

PARABÉNS, PALICHA!

Desejo a ambas um dia E S P E C T A C U L A R!!!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

IDEIA FANTÁSTICA!

Fotografia de Ian Britton

Trata-se de um anúncio televisivo que faz publicidade a uma marca de telemóveis, mas, na verdade, qualquer telefone portátil serve para o efeito, desde que tenha dispositivo fotográfico. E como vem aí um curto período de férias (para quem as tem, ih, ih, ih), em que se calhar alguns vão aproveitar para dar umas escapadelas por paisagens estrangeiras, quiçá em países que não entendem patavina da língua, aqui segue uma sugestão útil:



Pessoalmente não vou precisar de tanto, que a minha escapadinha há-de ser por terras lusas, mais precisamente até ao norte e ao Museu e Jardim de Serralves (lacuna grave, que fez agora 10 anos e nunca visitei), eventualmente Casa da Música (idem) e se alguém quiser fornecer algumas dicas dos espaços a visitar e a conhecer lá pela Invicta, força aí!

Já repararam na bonecagem que agora podem utilizar na caixa de comentários? Um dia acordei "iluminada" e num vaipe desatei a colocar smiles e afins à vossa disposição? Nááá! O seu a seu dono: Obrigadão, Vício!!!

terça-feira, 2 de junho de 2009

DIZ-ME, ESPELHO MEU...

Fotografia de Ian Britton

... se há mulher mais sortuda que eu???

À conta do "nick" (que nem o é, só um tratamento carinhoso de alguns familiares e amigos), continuo a receber mensagens extremamente convidativas. Senão leiam:

Um gajo que reside em Babainho (onde raio fica isso?) escreveu sobre si próprio: "Soy un chico que quiere conocer gente y pasarlo bien". OK, chico, conhecer gente é bom, já o passar bem, nem entendo exactamente o que queres dizer...

Um outro, do Porto (aí, sei onde mora) resume a um "Hola". Credo, mas isso não é uma revista espanhola?! Pronto, está no seu direito de só querer jet set lá pelas suas bandas!

E de São Paulo, um tal de Sérgio afirma que "gostaria de tc. apenas com mulheres mal amadas e comprometidas para uma boa amizade". Nem sei o que o tc significa (tarado completo?), mas o acréscimo diz bastante sobre a personagem.

Ainda por cima também aparecem gajas no rol, se bem que elas, numa sedução inigualável, repitam palavras de poetas e filósofos. Para o entendimento ser melhor, 'tão a ver?!

Bom, não estou particularmente interessada, mas para que as "invejas" não pululem por aí, basta quererem, que reenvio o mail a quem assim o desejar. (notem que é semanal, portanto, vejam lá bem o que é que pedem...)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

QUAL É A TUA CASOTA?

Fotografia de Ian Britton

Bom, a festa era do Rafeirito, com a publicação do seu segundo livro - que decorreu nos "trinques", diga-se de passagem - mas de alguma maneira acabou por ser também um encontro de bloguistas. (sorry, RAUF, mas foi mesmo!)

Adivinha quem é quem na blogosfera, foi uma espécie do renascer da criança que reside dentro de todos nós, espero que durante muitos anos e bons...

Curioso é que alguns nunca reconheceria - OK, no meio da multidão! - e outros foi pôr os olhos em cima e TRUFAS, és tu! (é o que vale haver gente que apesar do nick, do avatar e do anonimato, escreve de modo a não existirem dúvidas sobre quem é). Um ambiente animado, com algumas surpresas que se cruzaram de caminho - a bem dizer, antecipava um concurso de baleias ou baleotes, a avaliar pelas dietas que as "meninas" fazem, ih,ih,ih! E por aí, garanto: as "pistas" foram falsas!

Quanto ao livro, será lido já a seguir - o fito da apresentação, como é lógico - mas adorei (re)conhecer os donos de várias casotas...