domingo, 31 de maio de 2009

ERA UMA VEZ ... UMA EXPOSIÇÃO!

"Fairy of light" de Ana Garrett

A exposição de pintura de Ana Garrett, subordinada ao tema "Era uma vez" - por se basear no conto "Cem Anos", que Roderick publicou no seu blog, centrado num imaginário infantil de fadas, musas, duendes e criaturas esotéricas - apresenta 27 telas a óleo (de que a da imagem é só mero exemplo) e estará em exibição no Centro de Arte Contemporânea da Amadora até dia 30 de Junho.

A inauguração reuniu familiares, amigos e admiradores da pintora, e até alguns bloguistas (conhecidos e desconhecidos, eh, eh, eh!), num ambiente simpático e agradável, apesar do caloraço.

Claro que podia passar em vão e só falar do assunto um dia destes, mas (há sempre um mas) hoje são duas as aniversariantes: a Paulinha (telefono mais logo!), amiga pessoal, e a Teresa (Ematejoca Azul), amiga virtual - ambas a uma distância considerável, que não permite dar-lhes o respectivo abraço.

E como não sou poetisa, deixo o poema de José Luis Tinoco (que também pode ser lido aqui), numa canção já antiga, interpretada por Carlos do Carmo:



PARABÉNS A TODAS!
(um dia muito feliz, hoje, amanhã e sempre!)

sábado, 30 de maio de 2009

POST-IT

Fotografia de Ian Britton

Assim em jeito de lembrete (que é a grande função dos post-it), a animação blogosférica está no auge:

- Sábado, dia 30 de Maio, pelas 16 horas, exposição de pintura de Ana Garrett, no Centro de Arte Contemporânea da Amadora, Rua Beatriz Costa, 18, Alfragide Norte, como podem verificar aqui.

- Domingo, dia 31 de Maio, pelas 16 horas (e picos), apresentação do livro "Are You Ladrating to Me?!?" do Rafeiro Perfumado, na Livraria Bertrand, Avenida de Roma 13-b, Lisboa, tal como já anunciado aqui.

Indo eu, indo eu, a caminho... destes eventos culturais (Viseu não calha no percurso), espero encontrar alguns companheiros virtuais! Até lá...

UM EXCELENTE FIM DE SEMANA PARA TODOS!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

DIA DE FESTA!


Sabes, querida, hoje vamos ter festa cá no jardim! - sussurra o passaroco, no ouvido da sua amada.
- Festa? Qual festa? - pergunta ela.
- Sim, querida, o Zoo comemora hoje 125 anos!

Metendo-se na conversa, o macaco, sempre à coca de todas as novidades, acrescenta:

- Xi, então vem por aí uma avalanche de pessoal!... Tomara que tragam muitos amendoins, quiçá umas bananas - suspira, sonhador - Já estou fartinho destas dietas de alface! - acrescenta.

- Ah, dizem que vem gente importante e famosa - afirma o pássaro, orgulhoso de dar em primeira mão a notícia ao símio, que todos sabem ser do mais coscuvilheiro que há no jardim.

- Quem? O Brad Pitt? - interroga ela, com um sorriso.

E ele, franzindo o sobrolho (tanto quanto uma ave o pode fazer), zanga-se: "Achas? Não! O Presidente da República ou coisa, segundo entendi!"



- Estou feito! - refila o macaco - Esse não me deve dar nada... Maldita dieta! Grumpfs!

- Mas porque é que tu és assim? - interroga a pequena gazela que por ali passa - Cá por mim, ouvi dizer que ele traz sempre uma série de gente atrás, de modo que pode ser que alguém se lembre de te oferecer uns amendoins, talvez até as tais bananas...

- Será?! - guincha o macaquito, enquanto dá uns pulos na expectativa dessa alegria.


- Os humanos até são simpáticos. A minha mãe diz sempre que são eles que nos sustentam - refere a bicha com um brilho no doce olhar.

- Fala por ti! - relincha a zebra mal humorada - Eles aparecem por aqui, como quem não quer a coisa, e depois copiam-me a fatiota...

- Ora aí está uma frase com a qual concordo - ruge o tigre - às vezes, até fico vesgo de ver tantas riscas! Não conhecem as bolas, os quadrados ou os lisos? Parece que nos querem roubar a pele e a cor. Não são apenas as tuas riscas que copiam. Ora chega aqui mais perto, para compararmos os padrões...

Não se sabe exactamente porquê, mas a zebra fez orelhas moucas ao convite do tigre.

- Devem estar a brincar! O povoléu vem cá é ver-me, para além das cores até o penteado me plagiam! - afirma, arrogante, o grou-coroado, com pose de aristocrata a condizer.

- Bem bonito que é o teu penteado! - reconsidera o tigre - Aproxima-te, para me contares quem é esse teu cabeleireiro, que te fez essas nuances tão perfeitas...

- Nuances?! - indigna-se o bicho - Nada! Estas nasceram com a minha natureza. Vou já aí mostrar-te, para ficares certo de que falo verdade.

Caminhando impante na direcção do tigre, ouve as gargalhadas histéricas do macaco, observa o pelicano a esconder-se atrás de um arbusto e o lémur assustado a tapar o focinho.

"Raça de animais estúpidos!" - pensa com as suas penas.


Como se não bastasse, a girafa retira-se para os seus aposentos, apesar da insistência do filhote em participar na festa.

- Não, meu filho, ainda é muito cedo para assistires a uma demonstração da lei da selva!

- Mas, mãe...

- Não há mas, nem meio mas! Ou julgas que isto aqui é uma democracia?! Já para caselas!

- Mas ninguém faz nada? - reclama o pinguim, reparando no caminhar do grou em direcção ao tigre.









Os passarocos estão tão "in love" que nem vêem ninguém, que a fêmea só falou do actor giraço para espicaçar o macho, a fase é de reconciliação.

O macaco continua a guinchar e a saltitar de galho em galho, vai ter muito que contar por todo o jardim nos próximos dias. A ingénua gazela - tem desculpa que é novinha, a bem dizer, quase recém-nascida - não entende o perigo. A girafa retirou-se de cena. Os golfinhos, quando lhes soou a festarú, começaram a treinar os seus saltos acrobáticos.

Por fim, ouve-se a voz resignada da zebra:

- Grou, volta lá para o teu canto, que o tigre não está especialmente interessado no teu cabeleireiro, mais em provar a tua carne.

A ave pára, estupefacta: "Porque não? Está muito em moda, sabias?" O símio dá uma enorme gargalhada e mais umas quantas cambalhotas no chão. A zebra não está com grande paciência, que estupidez e vaidade têm limite.

- Então vai em frente, para ver o que ele faz com o teu penacho! - rezinga.

- Penacho?! A minha corôa??? - indigna-se o grou, para não variar. Mas dá meia volta, com a desculpa que a fêmea o está a chamar à conta do ovo que está a chocar, mantendo o ar soberano. Algo na sua grande intuição lhe diz que é preferível não ir conversar com o tigre, de perto.

Este limita-se a resmungar para a zebra, a meia voz: "Desmancha-prazeres!"

*******

Amo de coração o Jardim Zoológico de Lisboa, desde esta tenra idade. E é verdade que hoje comemora o seu 125º aniversário!















Não obtive autorização atempada para as primeiras 8 fotografias, que reproduzi a partir do blog "Olhares da Natureza", de Armando Gaspar, fotógrafo amador (?!) . Se o autor assim o desejar, retiro-as, ficando só a historieta e as restantes, que foram tiradas pela minha mummy.

Mas que o fotógrafo amador (?!) foi uma "fonte de inspiração" e que o Zoo de Lisboa merece uma visita, não me restam dúvidas!
(ganda post, não é? mas é o Zoo, tema da minha predilecção...)

terça-feira, 26 de maio de 2009

QUANDO FOR GRANDE...

... quero... paz no mundo!
... quero... justiça a sério: nada de corruptos por aí à solta, fazendo-se vítimas de cabalas imaginárias, o lugar deles é na cadeia, ao lado de todos os restantes criminosos!
... quero... educação nas escolas - onde só leccionem professores vocacionados e sensatos - em casa, na vizinhança, na rua, no trânsito, nos campos de futebol, nos Parlamentos (AR incluída), em suma, em todos os cantos e recantos!
... quero... igualdade entre homens e mulheres, ricos e pobres, novos e velhos, brancos, negros, amarelos ou às riscas, religiosos ou ateus, hetero ou homossexuais, gordos e magros, de direita, esquerda ou ao centro, com ou sem handicaps, mais ou menos cultos, nas oportunidades de trabalho, etc. e tal!
... quero... saúde acessível a todos, e não transformada numa enorme negociata de indústrias farmacêuticas e hospitais privados só para alguns!
... quero... liberdade! (de expressão, de opinião, de viajar, de mudar de rumo, sem que ameaças, preconceitos ou tabús se interponham de permeio, com o devido respeito pelo próximo, obviamente!)

O que mais temo, é nunca chegar a ser grande...



Gostei de te conhecer, Inês (a Outra)! É engraçado como, às tantas, a blogosfera deixa de ser anónima ou traduzida num nick e adquire facies...

Foto de autor desconhecido, recebida por mail.
(Obrigada, Vani!)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

GRAN TORINO

Clint Eastwood é realizador, produtor, actor, compositor e (pasmem-se!) até cantor (?!) em "Gran Torino". No elenco destacam-se ainda Bee Vang, Ahney Her e Christopher Carley nos principais papéis, e ainda um secundário (melhor dizendo, secundaríssimo) especial: Scott Reeves, o filho mais novo de Eastwood, como Trey. Nick Schenk assina o argumento, baseado numa história que escreveu em parceria com Dave Johannson.

Após a morte da mulher, Walt Kowalski - veterano da guerra da Coreia e antigo operário da Ford - leva uma vida solitária e rotineira, já que a relação com filhos e netos se resume a telefonemas esporádicos, quando não a encontros desastrosos. Antiquado, rezingão e racista, não vê com bons olhos a nova vizinhança do bairro, onde começam a surgir vários gangs rivais de diferentes etnias, em que quezílias e confrontos se vão avolumando. E no alpendre da casa ao lado da sua agora está sentada uma velhota hmong, que ele insulta em inglês, enquanto ela corresponde na sua própria língua, sem que nenhum dos dois entenda as palavras do outro!

Entretanto, o jovem e tímido Thao (neto da dita velhota e único membro masculino da família restrita) é pressionado pelo primo Spider a fazer parte do gang asiático e, como prova inicial, tem de roubar o Ford Gran Torino, que Walt mantém orgulhosamente na sua garagem desde 1972. Acontece que o rapaz não tem espírito de assaltante e o vizinho apanha-o em flagrante delito, conseguindo escapar por um triz. Mais tarde, ainda o salva da fúria do bando de meliantes, o que dá azo a um enorme agradecimento de toda a grande família hmong (especialmente de Sue, a irmã de Thao, também ela vítima de confrontos étnicos). Assustados e calados perante estes vilões, depositam-lhe flores e comida à porta de casa, como grata oferenda. Inicialmente ele recusa-se a aceitar, mas aos poucos, vai entendendo a mentalidade e os costumes dessa gente que tanto abomina, percebendo que se identifica mais com ela do que com a própria família. De herói de uns passa a alvo dos bandidos, numa acção em crescendo, mas nem por isso isenta de humor em várias cenas...

E não acrescento mainada, quem quiser que vá ver! Trailer (e legendado, ainda por cima)??? Espreitem aqui.

Enfim, a história não será muito original, mas gostei do filme! (até me comovi um bocadito no final, mas xiiiuu!!!, esse pormenor fica aqui só para nós...)

domingo, 24 de maio de 2009

AS VELAS ARDEM ATÉ AO FIM


"As Velas Ardem Até ao Fim", de Sándor Márai, foi publicado em 1942, em Budapeste, mas a sua vasta obra acabaria por ser proibida pelo regime comunista - que ascendeu ao poder, na Hungria, após a II Guerra Mundial - caindo no esquecimento. Desiludido, abandonou a sua terra natal, vivendo em vários países europeus até se instalar definitivamente nos EUA, onde se suicidou aos 88 anos. Curiosamente, alguns meses antes da queda do muro de Berlim, o que permitiu um renovado interesse pelos seus livros e a posterior consagração como um dos grandes escritores do século XX.

Os grandes temas da humanidade - amizade, solidão, paixão, traição, envelhecimento, morte e a decadência dos valores de uma sociedade aristocrático-burguesa - são abordados por um velho general (Henrik), durante um jantar com um amigo de infância e juventude (Kónrad), 41 anos depois do seu último encontro. Aparentemente, no ancestral castelo rodeado pelos bosques dos montes Cárpatos onde decorre a acção, nada parece ter mudado. Mas as convulsões no mundo e no íntimo das personagens apontam transformações que se sucedem de forma irremediável - a II Grande Guerra já iniciou a sua marcha. Em jeito de monólogo, o protagonista analisa todos os ínfimos pormenores do passado, tal e qual cirurgião ao utilizar meticulosamente o bisturi, traduzindo em palavras todos os segredos guardados durante tantos anos.

Um romance triste e melancólico, mas onde, ao longo das suas 153 páginas, perpassa uma escrita singela e encantadora, de uma magia quase poética...


CITAÇÕES:

"A educação que trazia no sangue da casa, da floresta, de Paris e da sensibilidade da mãe, impunha-lhe que uma pessoa nunca falasse daquilo que o afligia, antes suportasse tudo em silêncio. O mais sensato era não falar de todo, assim lhe ensinaram. Mas não conseguia viver sem afecto, e isso também fazia parte da herança. Talvez fosse a mulher francesa que trouxe à família o desejo de confiar os próprios sentimentos a alguém. Na família do pai não se falava de tal coisa. Precisava de alguém a quem pudesse mostrar o seu afecto: Nini ou Kónrad, e assim não tinha febre, não tossia, o seu rosto de menino pálido e magro tingia-se de cor-de-rosa, de entusiasmo e de confiança."

"No fim, o mundo não importa nada. Só importa o que fica nos nossos corações."

"Temos de nos conformar com aquilo que somos e de ter consciência, quando nos conformamos, de que em troca dessa sabedoria, não recebemos elogios da vida, não nos põem no peito nenhuma condecoração por sabermos e aceitarmos que somos vaidosos ou egoístas, carecas e barrigudos - não, temos de saber que por nada disso recebemos recompensas, nem louvores."

*******
Mais uma sessão do Clube de Leitura, ficando a próxima agendada para dia 10 de Julho, com a discussão do livro "Luz na Neve", de Anita Shreve.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

PEIXINHOS DA HORTA

A pedido de muitas "famílias" (cof, cof... algumas... bem... foram só quatro!), lá resolvi trocar a fotografia (há quem não goste de ver os "caracoles" à mesa), o post e a travessa.

"Peixinhos da horta" é uma das minhas predilecções gastronómicas, desde o tempo em que andava na escola primária e ia almoçar a casa da minha avó com frequência, até porque ambos os prédios se situavam na mesma rua. Ora cá a Je sempre foi "pisca" a comer - para grande ralação dos parentes mais próximos - mas "peixinhos" marchavam que nem ginjas. Vai daí, era rara a semana em que não provava este pitéu, para satisfação de todos, que a menina comera lindamente...

Quando comecei a cozinhar diariamente (que é como quem diz, quando casei, vinte e tal anos mais tarde), de cozinha só sabia o trivial, excepto um prato ou outro mais sofisticado, mas lá me fui desembaraçando, com telefonemas à mamã e consultas a livros de culinária - nessa época, já a minha avó tinha morrido. Um belo dia, confiante nessa nova arte de cozinheira, resolvi fazer os ditos pastelinhos. Péssima ideia: uma grande trabalheira, uma grande sujeira, para no fim o feijão verde fugir para um lado e o polme para outro na frigideira, nada que se pudesse aproveitar como refeição. Nunca mais repeti a dose!

Até que um dia destes (a 26 de Abril deste ano, mais precisamente), o PreDatado colocou uma receita de "peixinhos da horta" lá no seu canto. Hummm... será que é desta?!

Assim, ontem armei-me de coragem - alguém aprecia fiascos? - dispus todos os ingredientes em cima da banca (também lá estão os ovos, grandes, mas tão tímidos que rebolaram para trás da tigela!) e coloquei a mão na massa. De princípio desiludi-me um bocado, que parecia estar a engranitar. Mas depois, com a ajuda de uma vara de arames, foi ao sítio.

Não se aprende nada na blogosfera?! Ai não, que não se aprende!!! Para quem quiser, a receita figura no 3º post daqui (aí não consegui arranjar melhor, que em arquivo não me dava o link, se alguém souber agradeço a explicação). E ao "mestre cuca" PreDatado o meu imenso obrigada, que os "peixinhos da horta" estavam uma delícia! (não se pode comprovar na foto, mas pronto!) Nham, nham...

BOM FIM DE SEMANA!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

REMÉDIO (QUASE) SANTO!

"Lá vamos, cantando e rindo, levados..." Oops, não era esta!

"Canta, canta, amigo, canta, vem cantar a nossa canção, tu sozinho não és nada, juntos temos o mundo na mão!" Hummm... afinal ainda não acertei!

Ah, ora aí está:



E depois da dita banhoca de espuma (sozinha, nada de mal-entendidos, que a banheira não tem dimensão semelhante à de um lupanar), lá vieram os belos dos 'caracoles' e uma converseta animada. Sem ser necessário ir "à ceifa e na lama sujar os pés" (não dava jeito nenhum, após banho)...

A amizade entre mulheres - quando é verdadeira, sincera e leal - ultrapassa toda a solidariedade e camaradagem masculina! Desafio qualquer um a provar o contrário!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

BOLA DE NEVE

Fotografia de Ian Britton

Sabem quando de repente tudo começa a correr mal? Foi o assalto ao "bólide" (pronto, OK, é mais carripana que outra coisa), é a televisão que resolveu adoptar um tom alaranjado, isto quando não lhe dá para apagar, ontem até foi o esquentador que já andava de amoques - com um orçamento de arranjo previsto de 100 euros, quando custou 300 e picos há dois anos e meio - que avariou de vez! De princípio vem a neura e depois a fase da irritação.

Pior ainda é que os meus remédios para as irritações (clicar no link), também passam por um esquentador a funcionar. Ai, ai!

Mas eis que surgem boas novas (e não é só o técnico do aparelho vir cá mais logo sacar a dinheirama), directamente do RAUF, a prometer mais uma sessão de risadas, com textos inéditos e tudo, que nestas alturas dão um jeitaço para aliviar...

RAUF, amigo, vou lá estar contigo!!!
(eu e uma multidão de fãs - a 31 de Maio, às 16 e picos, na livraria Bertrand da Av. de Roma - presumo!)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

RESISTIR ÀS TENTAÇÕES

Guardar a ida à Feira do Livro para o último dia não é boa ideia. Especialmente se o dia está agradável, mas não tanto que convide às delícias da praia. Resultado: um mar de gente! (como, aliás, se nota na fotografia, mesmo de longe)

Bom, tinha decidido que não ia comprar livro nenhum, dadas as quase duas prateleiras dos que aguardam leitura. Quando muito ver se encontrava os três volumes que faltam na colecção da Agatha Christie (de um total de 40, com 80 títulos), mas aí não tive sorte nenhuma. Essencialmente, ia disposta a bisbilhotar...

Nos pavilhões da Leya mal se conseguia andar, até porque vários escritores conhecidos se encontravam lá a dar autógrafos: António Lobo Antunes, Lídia Jorge, José Eduardo Agualusa, Urbano Tavares Rodrigues, Alice Vieira, Daniel Sampaio, entre outros. Portanto, cusquice igual a zero, que a confusão assemelhava-se ao metro em hora de ponta. Por ali abaixo, toc, toc (não é que fosse a cavalgar ou de saltos altos, mas faz-de-conta), alguns pavilhões encontravam-se "às moscas", nos de BD nem era possível aproximar (raistapartiça!), meia volta - da Agatha nem rasto, "talvez nos alfarrabistas", aconselhou um - até que encontrei esta senhora um pouco sozinha, que após um jovial "Hello", me permitiu que lhe tirasse a fotografia, com este enorme sorriso:

Para quem não sabe, ela chama-se Torey Hayden e nos seus livros relata as suas experiências como professora de ensino especial, escrevi sobre um deles aqui. Esta foi a foto que me faltou colocar na altura (embora ainda nem soubesse como). Grande mulher!

E pronto, a volta à Feira estava dada, lá voltámos a descer até aos alfarrabistas (nada, já se sabe), de caminho - atulhado de carrinhos de bebés, que considero muito louvável que os pais ensinem aos filhos o amor pelos livros, mas nessas idades é um grande exagero - encontrei uma pechincha a 2 euritos e um livro do dia a que não resisti (quase a metade do preço de capa):

A Feira segue para o Porto, onde este ano figurará na Av. dos Aliados, de 28 de Maio a 14 de Junho, num novo horário.

(Resistir à tentação de ler publicidade gratuita também deve ser difícil, pelo menos para os gajos que assaltaram o meu "bólide" de 20 aninhos, com um "pé de cabra" que entortou a porta toda. A eles, desejo que da próxima vez sejam mais selectivos nas leituras...)

domingo, 17 de maio de 2009

TÍTULOS NO DESERTO!

Quem puder, pôr a tocar uma das melhores músicas de sempre - "Hotel Califórnia" dos Eagles - classificada em 49º lugar pela revista norte-americana Rolling Stone, só para criar ambiente...



dias difíceis e aquele foi um dos que nunca dará para esquecer: acordaram de madrugada e ainda meio ensonados entraram no autocarro que os levaria a uma aldeia típica no meio do deserto do Saara. O guia explicara-lhes num inglês macarrónico: "Chegou a Primavera, já aquece muito durante a tarde." Apesar da hora matinal, já havia gente muito ocupada a carregar embrulhos mistério, num jogo de cores e volumes, que alguns mais despertos aproveitaram para fotografar no átrio e à entrada do hotel. "Vá lá, um sorriso bonito para a câmara!", pedia uma das fotógrafas mais activas. "Este Sábado vai ser inesquecível e o passeio fantástico", exclamou outra das excursionistas, com optimismo. Nem ela sabia quanto!

Mas... de repente, ao fim de quase duas horas de viagem, o autocarro parou. Alguns passageiros viram o motorista sair, mas só quando este abriu o motor e gritou, se aperceberam das chamas. O alvoroço foi grande, andaram todos definitivamente aos papéis, até pegarem nas suas mochilas e sair porta fora, para verem o veículo arder de longe, enquanto o árabe continuava a gritar palavras imperceptíveis. "Sigam-me... ao meu lado... ficam bem" assegurou o guia, embora em voz insegura, quando no horizonte só restava a carcaça carcomida e ainda fumarenta. Estavam no meio do imenso areal, com todas a bagagens e tralhas que conseguiram salvar, com telemóveis imprestáveis e sem rede. O momento não permitia cair na tentação das indecisões! Quando não dá para mais...

Caminharam durante muito tempo, sobre um sol abrasador, seguindo o esbraçejamento do velho motorista, com o qual não havia diálogo possível. A cara morena e enfarruscada, onde os traços das lágrimas ainda eram visíveis, como um ecrã gigante de desespero, contrastava com o indicador direito que apontava uma direcção precisa. Se dúvida existencial existisse, a felicidade de vislumbrar um oásis à distância deu novo alento ao grupo. "A terra prometida!" murmurou uma das viajantes, cansada. Sentados à sombra das enormes palmeiras, depois de se terem refrescado nas águas azul-esverdeadas do lago insuspeito de nascer naquele chão, alguém declarou que era uma questão de tempo até os encontrarem. "Sim", atalhou outro, "não vamos ficar aqui 10 anos"... "ni para siempre", acrescentou o galego. Comeram os lanches que tinham levado para a viagem, conversaram, mas as horas passavam lentas e o sol começou a pôr-se sem que mais ninguém aparecesse. Sentados ao redor da enorme fogueira que acenderam, pois a temperatura descera brutalmente, uma reclamava: "O meu horóscopo egípcio bem dizia para não me meter em aventuras!" "Que bom que era andar agora a passear pelas ruas da Lisboa antiga...", sonhava outra. "Ou a comer um sushi naquele famoso restaurante do Bairro Alto?" babou-se um que tinha fama de comilão. "Pois eu preferia dar uma volta na Feira do Livro", lembrou uma terceira. "Eu nem queria ter vindo, que acho estes povos feios, porcos e maus, enfim, gente estúpida!", resmungou um. "Quietinha na sala... com os gatos e poesia", suspirou alguém... As vozes foram esmorecendo e enrolados em mantas e sacos-cama que levavam nas bagagens para a noite que pensavam passar na aldeia, em casas da população local, alguns foram adormecendo, enquanto os restantes se limitavam a observar as labaredas da fogueira. "This is THE END?" interrogou alguém, num sussurro desalentado, mas ninguém respondeu. "O maior drama é o das consciências", falou alto um filósofo que dormia, em plena madrugada.

Quando a manhã raiou, os ânimos pareceram recuperar-se com a frase do guia: "Hoje virão reforços procurar-nos!" Trocaram-se conversas diversificadas, sobre o 1º encontro do círculo literário, sobre artesanato e bonecos das Caldas, perguntas de futebol, o Dia Internacional da Família que estava para breve, alguém declamava a célebre poesia "Última Flor do Lácio", outra cantarolava "Love of My Life" dos Queen, outro ria de um amigo que ainda dormia, apesar da algazarra: "Olha, ele hoje dormiu com uma ninfa", ouviam-se algumas rezas de permeio. Mas as horas foram passando... e o alvoroço foi descendo de tom!

Já a tarde ia a meio, quando um jornalista tomava apontamentos sobre o imprevisto decurso da viagem num pequeno bloco, falando baixo com os seus botões: "Nem sei que título devo dar a este..." "Milagre!", gritou uma voz rouca, acrescentando a meia voz "amanhã, vou-me confessar!". E todos observaram aquela nuvem de poeira no horizonte, que se aproximava cada vez mais do oásis. Uma voz comovida proclamou "anseio estar contigo, meu filho!" e os homens que lideravam aquela equipa de salvamento foram recebidos de braços abertos - como heróis - entre risos e abraços de gratidão. Nada na onda do anterior autocarro, a frota era constituída por veículos todo o terreno, especialmente concebidos para esse fim e dotados de equipamento sofisticado. De volta a casa, alguém exclamou: "Lar, doce lar!" E o suspiro de alívio foi audível como um eco em pleno deserto...

The end

(agora só resta adivinhar qual é o título próprio e/ou alheio, dos meus/vossos favoritos... sendo todos eles relativamente recentes!)

Fotografia daqui.

*******

PARABÉNS, BRUNO! Com dias muito felizes hoje, amanhã e... nos anos vindouros!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

DIAS DIFÍCEIS

Fotografia de Ian Britton

Não, não vou aqui falar de intimidades (de TPMs e afins) ou de desgraças pessoais, que, felizmente, nem uma coisa nem outra! Mas em dias de pouca inspiração, quando esbarramos com pesquisas inglórias e mais autorização daqui e dali por causa de uma fotografia (gira, é certo, mas existem outras iguais ou melhores, não é?) o melhor mesmo é deixar o tema para outra altura!

Assim, e já com um pouco de atraso, hoje há distribuição de selinhos para quem os quiser apanhar, em que nomeio TODOS os linkados, como de costume...

Este chegou da LOPESCA e, entre outras regras que passo adiante, pede para dizer cinco coisas que adorem na vossa vida. Cá vão elas:

- Conversar, preferencialmente com amigos, se houver petisqueira a acompanhar melhor ainda;
- Ler (tinha de ser, não é?);
- Aprender mais e sempre mais, sobre vários assuntos;
- Utilizar o PC para blogar, comentar, mailar, jogar, pesquisar, etc. e tal;
- Divertir-me - deixo à vossa imaginação quais as mais aprazíveis...

Este foi-me atribuído pela ISABEL:


E estes dois vieram da TERESA (e também da ISABEL), com um "cheirinho" brasileiro, que as flores roxas e alilasadas do primeiro são brincos-de-princesa, que foram escolhidas como símbolo do Rio Grande do Sul, mas existem em variadíssimas cores:



















Se não quiserem aceitar os prémios estão à-vontade, mas eu agradeço às três a simpatia (o grafismo não está lá essas coisas, mas já sabem que o jeito não é muito), desejando a todos um...

ÓPTIMO FIM DE SEMANA!

(já agora aproveito para relembrar que a 79ª Feira do Livro de Lisboa encerra no próximo Domingo, para quem ainda não deu uma espreitadela por aquelas bandas... :))

quinta-feira, 14 de maio de 2009

13 GOTAS AO DEITAR

"13 gotas ao deitar" é um romance policial em tom de comédia, resultando da parceria de seis escritoras sobejamente conhecidas: Alice Vieira, Catarina Fonseca, Leonor Xavier, Luisa Beltrão, Rita Ferro e Rosa Lobato Faria.

Marina mantém uma relação com Lourenço (inspector da PJ, casado com Gilberta), cuja sogra tem propensão a acidentes, precisamente quando planeiam românticas viagens a Paris ou Londres. Influenciável - e farta de passar Sábados e Domingos sozinha em caselas - ao ver uma série inglesa que relata "a história de uma governanta que aos fins-de-semana despia a farda, metia-se num comboio, saía numa estação em que nunca tinha estado, enfiava-se num hotel e passava a ser Miss Marion Garth, ainda prima afastada de um primo da rainha Isabel, que ali procurava paz e sossego" resolve partir para aventuras do género. Assim, surgem Maria Eduarda, Francisca e Odete, as outras personalidades do seu Eu, também elas muito diferentes entre si, tanto nas vivências imaginadas, como no visual correspondente. Essas passeatas solitárias dão azo a conhecer outros homens, em conquistas efémeras das personagens com que se disfarça...

Mas a vida de Marina está prestes a dar uma grande reviravolta: já nem lhe bastava o sufoco das contas para pagar (5.373,45 euros, de um IRS atrasado), da sua tumultuosa vida amorosa onde Henrique de Castro Ataíde entrara após um pequeno arrufo com o inspector, a morte repentina da mulher deste de ataque cardíaco (nem por isso o "lugar" de esposa ficou vago, que a sogra ficou a tomar conta do genro e dos netos), quando dois agentes da Polícia Judiciária a vão buscar a casa, por suspeita do homicídio do amante: "uma seta cravada no peito e uma espada molhada de sangue no chão foram os sinais e vestígios de quem matou Lourenço. Crime horrendo e sórdido, faltaram adjectivos aos agentes que reportaram o caso para qualificar a dimensão." O interrogatório que se segue é efectuado por D. Querida Flor, que tem o digníssimo posto de "mulher do chefe"!

Os crimes e os mistérios não páram por aqui, todos têm algo a esconder, num enredo com um ritmo alucinante, cheio de pistas em várias direcções, mas em que dificilmente se descobre quem é o violento assassino. Cabe ao inspector Luis Couto Pinto prosseguir com a investigação, que envolve corrupção dentro da própria PJ, um estranho incêndio, trigémeos com percursos diferentes e regressões a vidas passadas, a par de múltiplas relações amorosas inconfessáveis! Será que consegue deslindar o caso no meio de todo este imbróglio?

Super-divertido! (pelo menos para quem considera que rir e ler, em simultâneo, não são actividades incompatíveis...)

CITAÇÕES:

"Nunca vi velha que mais vezes caísse na cozinha do que a sogra do Lourenço.
Também já perdi a conta às pernas que ela partiu.
E às pneumonias."

"No fundo, no fundo, o que acontecia é que ela andara à procura do homem ideal, não podia era confessá-lo ao estupor gigante da Querida Flor. Era esse o impulso que a movia, que movia toda a gente, a procura da metade ideal. E de facto não tivera sorte..."

"Perdera os três homens que alguma vez amara. Mas toda a gente parecia insensível a esse facto. Afinal, a Querida não tem coração. Tem um corpo do tamanho do Entroncamento, uma voz do tamanho da feira da Malveira, uns pés do tamanho da linha do Tua não desactivada.
Mas coração é que não. Coração é que não."

"[...] A minha vida é uma merda! Já fui interrogada duas vezes na Judiciária, arrancada da cama como uma marginal, olhada como uma 'serial killer'."

quarta-feira, 13 de maio de 2009

VERGONHA NA CARA?

Fotografia (e composição) de Ian Britton

O jornalismo tem regras. Muitas. Quem, quando, o quê, onde, como e porquê são as básicas para escrever qualquer artigo. Para conseguir obter a notícia tem de se falar com todas as partes envolvidas, para manter a isenção necessária, mas nem todos concordam em prestar declarações. Adjectivação, opinião própria ou só uma "piadola" relacionada com o assunto não contribui em nada e o mais certo é algum chefe de redacção ou editor riscar com a caneta (de qualquer cor) esses (des)interessantes arroubos de jornalistas imaturos. Que não faz parte da "linha editorial" e está a andar! Eventualmente, podem-se acrescentar algumas informações adicionais, mas mainada!

Em Portugal, o jornalismo de isento passa a cinzento! Excepções existem algumas, em cronistas mais notáveis (ou notórios?), tal e qual verdadeiras estrelas neste circo. E esses têm liberdade para teclar o que lhes dá na real gana, mas por vezes estão vergados ao poder político, ao patrão, aos partidos, sem os quais não tinham sobrevivido na profissão. Murros na mesa? Nada! Uma criticazinha leve e é um pau!

Daí ser tão bom ver e ouvir indignações como esta, sem papas na língua, que os jornalistas não são iguais em todo o mundo...



Caso idêntico ao que chegou aos jornais portugueses, mas, sabe-se lá porquê, nunca teve desenvolvimento! Se alguém souber, que elucide...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

VIRGINDADE!

Ao ler o último post da Licas, que refere Margarida Menezes (também conhecida como Magui) e o seu "Clube das Virgens", não pude deixar de constatar que há muita mulher fútil nesta terra. Então a Magui (26 anos) resolveu ficar virgem até ao casamento - até aí nada contra, que cada um(a) é livre de decidir como bem entender. Criou o Clube em Janeiro de 2008, com estatutos e regulamentos específicos, e intitulou-se presidente do mesmo - o que também não surpreende! Não encontrou aderentes. Entretanto, alguém se lembrou de a convidar para um debate sobre o tema "desejo" e a comunicação social considerou que tinha interesse entrevistá-la, pelo que a sua postura ganhou uma certa notoriedade. Daí até aparecerem 15 sócias foi um ápice, num país em que toda a gente ambiciona "tempo de antena" e impera a carneirada...

Então e quem é o príncipe encantado dos sonhos da Magui? Um homem sincero, leal, inteligente, culto, honesto, atraente, bom companheiro e com excelente sentido de humor, que partilhe interesses comuns e que a ame e respeite? PIIIII! Errado! A "estampa" que ela deseja encontrar deve corresponder às seguintes características: metro e oitenta de altura, olhos claros, dentes direitos e brancos, "corpo Danone" e até 30 anos; como atributos deve ser romântico, bom dançarino e saber escrever poesia. AAAAAH!

Mas, há sempre um mas, ao ler esta historieta relembrei uma um pouco diferente, de uma antiga colega de liceu. A rapariga era (e é) inteligente e culta, mas desde muito cedo teve paixões assolapadas, que normalmente começavam e acabavam num vale de lençóis, namoros intermináveis com fulanos bem giraços, com algumas "facadinhas" de parte a parte. Mas cada um sabe de si, não é verdade? O ideal dela passava também pelo rapaz-homem "estampa", acrescentando-lhe ainda o predicado de ser ou ter família endinheirada. Ao 27 anos, depois do seu milionésimo desaire amoroso, decidiu que chegara a altura de casar, ainda não sabia era com quem. Com algum provincianismo pelo meio, suspeitou que o facto de não se ter mantido pura e casta até ao casório, de alguma forma contribuira para a falta de pretendentes momentânea e mudou de estratégia. Falaram-lhe de um emigrante na Suiça, que vivia muito bem, até tinha terras lá na aldeia, mas que andava um bocado triste, sozinho lá longe da família, depois do divórcio. Escreveu-lhe, solidária, dizendo que também tinha sofrido alguns desgostos e que o compreendia. Resumindo: depois de cartas para lá e para cá (na época ainda não existia net em Portugal, OK?), de múltiplos telefonemas, de se encontrarem uma meia dúzia de vezes nas curtas escapulidas que ele conseguia no emprego, marcaram o casamento. Para onde ela ia "casta", apesar daquela única vez em que um homem desprezivel "abusara" dela e do seu amor...

Viveu os preparativos do casamento como se fossem um conto de fadas, o vestido assim para o pedido, o deslumbrante do dia, o terceiro para depois da cerimónia, a viagem de núpcias, a fabulosa casa que ele lhe alugara até terminar o curso que frequentava, das perspectivas de emprego que teria na Suiça. Mas do noivo, népias! E quando alguém lhe chamou a atenção para tanta dondoquice junta, limitou-se a escarnecer "das invejas"!

O casório durou seis meses, casou recentemente pela terceira vez...




Fotografia da net.

*******
PARABÉNS à minha mana e cunhadito, que completaram hoje 24 anos de casados!

domingo, 10 de maio de 2009

PARA QUEM QUERIA CONCHINHAS...

... e sol, mar e praia, as da fotografia até souberam lindamente, se bem que não fossem exactamente essas que estivessem em mente: amêijoas à Bulhão Pato, um dos petiscos mais tradicionais da cozinha portuguesa que, segundo consta, deve o seu nome à homenagem de João da Mata ("chefe de cozinha do velho Hotel Bragança") a Raimundo António de Bulhão Pato, poeta e ensaísta do século XIX*. Adiante!

Se a intenção não era essa, teve de ficar por aí, com o gostinho de ser numa esplanada à beira-mar na Praia da Rocha. Os meteorologistas (e pessimistas) de serviço já tinham avisado que o tempo ia estar instável, logo de manhã choveu e trovejou, mas à tarde até levantou e...

... se não fosse a ventania, até tinha dado para chapinhar os pézinhos, no mínimo. Mas quando o convite do areal se traduz numa espécie de tempestade em pleno Saara, o melhor é inventar outras distracções: ler, ver televisão ou comer...

... e estas sardinhas assadas, em início de época, até já estavam bem apetitosas!

'Tá-se mesmo a ver que não tenho jeito nenhum para bruxa (aceitam-se outras opiniões, evidentemente!), mas numa acertei em cheio: de regresso a casa, viemos a ouvir os "Beatles" durante quase toda a viagem!!!


* in "Tesouros da Cozinha Tradicional Portuguesa", das Selecções do Reader's Digest.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

TROCAR DE TINTAS!


Não simpatizo com troca-tintas, mas vou experimentar estas (ou minimamente parecidas?), para desanuviar!

BOM FIM DE SEMANA PARA TODOS!




Fotografia da net.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

NÃO SENTEM NO AR...

... o cheirinho da Primavera?

O edredon já saíu da cama, encontra-se a caminho da lavandaria, para depois se anichar no armário até ao próximo Outono. As t-shirts e as camisas de manga curta entram em acção, dispensando as malhas com um ligeiro tom de soberba: "Pfff! Não são precisas para nada!" Estas vingam-se com a ajuda do vento, seu fiel companheiro ao longo dos tempos, soprando de modo a provocar ligeiros arrepios nas peles mais sensíveis, tornando-as novamente necessárias.

E a Natureza grita: "venham para a rua fotografar a minha beleza e as minhas diversas tonalidades!", acompanhada pelo cântico das árvores, das flores, dos pássaros, das águas do lago, dos barcos coloridos, enquanto o sol e o céu sorriem, aprovando o chamamento. E as máquinas fotográficas apressam-se a cumprir esse desejo, não sabem para que lado se voltar, se para o jardim, se para os animais, tamanha é a euforia exibida...

Quando as máquinas finalmente descansam - com umas imperiais fresquinhas à frente e uns pires de tremoços a acompanhar - após cumprida a tarefa proposta, trocam conversas e comparam as imagens conseguidas.

- E esta o que é? - indaga uma, curiosa.

- Ah, apenas uma lagartixa tímida, que me pediu para lhe fotografar o sorriso... de longe! - esclarece a autora.

(sem quaisquer conotações clubísticas, evidentemente! :) )

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O RIO FRIO

O segundo romance de Joaquim Almeida Lima, intitulado "O Rio Frio", decorre no ambiente rural da serra de Montemuro, numa pequena aldeia próxima de Cinfães, banhada por um dos rios que desagua nas margens do Douro.

O livro retrata uma época não muito distante - entre finais dos anos 60 e meados dos 70 - onde a inocência e o medo imperam, no evoluir de um povo inculto e totalmente submisso à Igreja e ao Estado. Medo dos mancebos que vão às sortes para serem incorporados num serviço militar e partirem para a guerra colonial, lá longe, em terras de África. E de toda a família que os vê partir, limitando-se a rezar para que voltem, por vezes em regressos transtornados pelo que viram ou foram obrigados a fazer naquelas paragens longínquas da sua aldeia. A inocência (ou a ingenuidade?) vai-se esbatendo, aos poucos...

Simão Pedro é um rapaz com sorte, no meio dos seus azares: filho único e órfão de pai, faz o 5º ano do liceu*, estudos muito superiores aos dos seus conterrâneos, o que lhe confere um cargo no posto de correios de Cinfães; ao cegar de uma vista, devido a uma pedrada no olho esquerdo durante uma brincadeira de infância, fica livre do serviço militar; e Maria Inácia, "moçoila apetitosa" que trabalha na taberna do Ti Messias, corresponde ao seu pedido de namoro, exigindo apenas o maior respeito. Acabam por casar!

Mas, há sempre um mas, alguns anos mais tarde - com a guerra do ultramar sem previsão de fim satisfatório - Simão Pedro é novamente chamado para ir às sortes. Casado, pai de três filhos pequenos e já chefe dos correios da vila levava a vida que sempre ambicionara. Desesperado, recorre a todos os seus conhecimentos, desde o médico que o declarou inapto até ao cónego Missas, mas o medo também bate à porta desses senhores, que pretendem manter-se acima de qualquer suspeita, não querem pessoas "com poderes especiais a fazer perguntas". Desconsolado e revoltado com as hipocrisias, não obtém qualquer resultado, exceptuando umas promessas de rezas. Após ser dado como apto para o serviço militar, o dilema do personagem avoluma-se. Terá de abandonar a família e o emprego que tanto gosta, dê por onde der. Mas vai andar aos tiros em África ou dar "o salto" para França? Será carne para canhão ou desertor? Dúvidas que nenhum homem devia ter de ponderar...

A D O R E I !!! (tanto pela história, como pela escrita singela e despretensiosa, mas muito envolvente)

CITAÇÕES:

"- Não tenhas ilusões, Maria Inácia, a gente vai para lá uns putos e vem de lá uns monstros. É o que eles fazem da gente. Não fazem de nós homens, como eles dizem, porque um homem não faz certas coisas. Agora os monstros sim, são capazes das maiores brutalidades. Mas eu não quero falar mais disto, desculpa, minha irmã, mas falar disto não me faz bem."

"Tanta fotografia em todo o lado, um jazigo que não uma moldura, um sorriso que já não quer dizer nada. Como pode sorrir assim quem já morreu? Sabia essa pessoa que um dia desapareceria? Decerto saberia, sabemos todos, mas fingimos esquecer, se não, a vida não valia nada. Mesmo assim, sempre acabamos por pensar, o tempo passa a correr e um dia será a nossa vez de habitarmos, sorridentes, um jazigo em forma de moldura. E dirão de nós: coitados, já se foram."

"Havia já quem dissesse: 'Eles que venham cá mexer nas minhas terras que eu os corro à sachada'. E não era por falar, que para aquela gente os animais e a terra vinham logo a seguir a Deus e aos filhos - o que se compreende, se pensarmos que estamos a falar do seu ganha-pão."


* Actual 9º ano.

Obrigada, Inês! (a outra, não a Anja)

terça-feira, 5 de maio de 2009

BIMBALHADAS!

Não sei dizer ao certo há quanto tempo comprei a Bimby, mas há 4 ou 5 anos, no mínimo! A máquina foi cara, mas achei que valia a pena e continuo a achar. Curiosamente, os homens não alinharam muito na ideia (éramos umas 5, em duas reuniões de exemplificação), que as mãezinhas deles cozinhavam muito bem, sem precisar daquele "motor turbo" na cozinha, faziam tudo com as próprias mãos. Pois, na era da pedra lascada!

Na verdade ninguém precisa, mas que dá um jeitaço a quem prepara diariamente as refeições familiares, não restam dúvidas. Tritura, rala, mói, liquidifica e bate claras, enquanto sopas, sumos, massas, doces ou comezainas mais elaboradas se executam rapidamente ou durante o timing em que a maquineta fica a trabalhar sozinha.

Talvez se possa imaginar o porquê do livro de receitas não poder ser comprado, só oferecido com a compra da dita, no caso específico, com uma série de receitas espanholadas e mal traduzidas.

Eis senão quando, na passada semana, o jornal "Público" lança um livro de receitas próprias para a Bimby, longe de baratinho, 11 euros cada. Recebi não sei quantos mails sobre o assunto, mas o livrito desapareceu num instante das bancas de jornais, a algumas nem chegou... Ou o jornal dimensionou mal a publicação ou os "pobres" tugas não prescindem da Bimby como artigo de primeira necessidade! E isso, acho estranhíssimo...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

100 PERSONALIDADES MUNDIAIS

Na pintura (onde não encontrei assinatura) encontram-se retratadas mais de cem personalidades mundiais, o objectivo é verificar quantas conhecemos.

Não sei a resposta para este "enigma" - se assim lhe pudermos chamar - mas identifiquei cerca de quarenta com certeza, mais umas poucas com dúvidas. Desconfio que a tela terá sido pintada por um artista anglo-saxónico ou norte-americano, com algum pendor cristão. Devido às personagens representadas, em que duas ou três me parecem bíblicas, senão mitológicas...

Diz o mail que reconhecer 25 ou mais já é sinal de se estar bem informado, mas bom mesmo era acertar na maioria! (espero que a imagem abra ao clicarem nela)

Obrigada, Isa!

sábado, 2 de maio de 2009

BATEM LEVE, LEVEMENTE...

Fotografia de Ian Britton

... como quem chama por mim, mas é a Aninhas que surge calmamente, na casa dos 50... para o festim!

Conhecemos-nos aos 11 anos, como colegas de turma, mas nunca brincámos com bonecas, porque éramos mais dadas a outras brincadeiras: mata, elástico, apanhada, barra do lenço ou tudo que envolvesse correrias desbragadas no recreio. Creio que bolas não eram permitidas, tratando-se de uma escola só para raparigas, se não até futebol "marchava". Podia não ser o cúmulo da feminilidade, mas quem é que quer saber disso quando tem essa idade?

Conversámos, rimos, discutimos, chorámos, cantámos (aí a dar para o desafinadas, mas pronto!) ao longo de todas as etapas da vida, preciso de te dizer que não existe muita gente com uma amizade assim?! Com a minha mana a integrar todo o percurso conjuntamente, excepto nas cantorias de chinfrim? - espertinha, ela...

Fica aqui o vídeo que escolhi para ti:



P A R A B É N S , A M I G A ! ! !


*******
O poema de Augusto Gil, onde parte do texto foi baseado, intitula-se "Balada da Neve" (suponho que conhecem, mas coloco para quem quiser espreitar...)