Olhei muito tempo para o branco da página, procurando lembrar-me de algo que me transmitisse esperança para o futuro deste país que também é o meu.
Veio-me à memória o BPN, o buraco orçamental da Madeira, os julgamentos intermináveis e inócuos dos poderosos, a crise de valores da juventude, a elevação do Fado a património imaterial da Humanidade... Espera, este é suposto ser um aspecto positivo! Adiante...
Lembrei-me então das paisagens verdejantes dos Açores, da beleza única de Sintra, do pôr-do-sol no rio Douro, da brancura das praias algarvias, do dourado das searas alentejanas e de mim, pois claro, que vivo por cá desde que me lembro e mesmo antes disso!
Claro que há motivos para acreditar neste país bafejado pelos deuses, que nos ofereceram condições naturais únicas no mundo. Infelizmente esses mesmos deuses têm um sentido apurado de ironia, pois povoaram este pequeno paraíso com uma raça que se tem mostrado indigna do mesmo. Li, em tempos e algures, que era estranho um povo descendente daqueles que deram novos mundos ao mundo pudesse ter decaído tanto. Não faltou quem contrapusesse que nós éramos descendentes não dos que partiram, mas dos que ficaram.
Se não se pode mudar o povo, mude-se então a mentalidade, combata-se o fado (não o do património), mostre-se que estamos à altura do país que temos. E aí sim, voltarei a acreditar em Portugal.
Rafeiro Perfumado
há que reconhecer que a premissa deste texto é quase imbatível. Portugal é um país extraordinário mas tem um problema gravíssimo que é o de estar cheio de... portugueses.
ResponderEliminarAi Moyle, ao ler o teu comentário, lembrei-me de uma saída do meu filho Jochen durante umas férias no meu querido PORTO.
ResponderEliminar- Mamã, eu até gostava de viver em Portugal, se não fossem os portugueses!!!
Ao ler este texto, que até gostei, fiquei com a mesma impressão do Moyle: Portugal seria um país maravilhoso, caso o nosso povo se deitasse ao mar.
ResponderEliminarAfinal não é só o meu filho (ainda miúdo), que pensa, que o mal de Portugal são os portugueses.
Há portugueses... e portugueses, MOYLITO! :)
ResponderEliminarOs miúdos às vezes saem-se com cada uma, EMATEJOCA! :)
ResponderEliminarPois bem, o meu filho Jochen não queria dizer mal dos portugueses, o que ele queria dizer é que não compreendia o que eles diziam.
ResponderEliminarAcontece a muitos miúdos que nascem e crescem no estrangeiro, desde que os pais portugueses não falem o português em casa, EMATEJOCA!
ResponderEliminarTenho exemplos desses na família e com amigos! ;)
Quando ambos progenitores são portugueses deve-se falar a língua portuguesa em casa!!!
ResponderEliminarJá com um pai alemão, que só sabe dizer: "Por favor, um café duplo" é muito difícil que os filhos falem português, no entanto, têm chovido imensas críticas por eu não ter ensinado a nossa língua às ditas criancinhas.
Como o saber não ocupa lugar, não tinhas perdido nada em ensinar a nossa língua aos teus filhos, EMATEJOCA! Embora, está claro, vivendo todos na Alemanha, a língua materna deles fosse essa... :)
ResponderEliminarMas agora não vale a pena criticar e cada um sabe de si! ;)
ematejoca,
ResponderEliminarem português também devia saber mais algumas coisas que são verdadeiramente fundamentais: "são duas bifanas e uma mini, fáxavôr!"; "Glorioso SLB"; "Passos e Sócrates? qual é a diferença?" e minudências destas. ajuda muito numa conversação em português :)
Eheheh, concordo MOYLITO! Se bem que uma mini, para um alemão, deve saber a pouco... é de ensinar logo caneca!!! =))
ResponderEliminarFiquei curioso em saber o que é uma "crise de calores"... Beijoca!
ResponderEliminarA "crise de calores" costuma dar nas mulheres de meia idade, RAUF, mas obviamente não era esse o sentido do texto, que já alterei! Mea culpa, ao digitar! :)
ResponderEliminarBeijocas!