Este filme de 2007, realizado por Julian Schnabel, relata a história verídica do editor da revista Elle, Jean-Dominique Bauby, que aos 43 anos de idade e após sofrer um AVC entra em coma, para acordar alguns dias depois numa cama de hospital, totalmente paralisado à exceção do olho esquerdo, num síndrome raro conhecido como de encarceramento (locked-in syndrome).
À revolta inicial do jornalista (Mathieu Amalric), por se sentir mentalmente lúcido mas confinado a um corpo que não consegue reagir ou comunicar com o exterior, segue-se um período de contemporização, sobretudo devido a dois fatores: à sua ortofonista (Marie-Josée Croze), que lhe ensina uma nova forma de comunicação, valendo-se de um abecedário que recita pausadamente das letras mais usadas na língua francesa para as menos, até ele indicar com uma piscadela de olho que é aquela que deseja e assim construir palavras e frases completas, num método moroso mas eficaz; ao aperceber-se que, apesar do corpo inerte, a sua memória e imaginação continua intacta. É nestas circunstâncias que o jornalista e escritor leva avante o seu projeto de escrever um livro, tal como contratado anteriormente com uma editora, com a inestimável ajuda de Claude (Anne Consigny), uma secretária que traduz as suas piscadelas de olho para o papel. Porém, o tema agora é o dessa nova vivência...
Podem espreitar o trailer aqui:
Ao contrário do que possa parecer, dada a temática, não é um filme de "fazer chorar as pedras da calçada". Sem dúvida uma história de vida impressionante, pela dimensão humana que possui, sem pretensões a moralismos bacocos! O que menos apreciei, foi o que alguns críticos cinematográficos mais elogiaram - os ângulos de câmara, do ponto de vista do paciente, mas que por vezes parecem andar aos saltos por trancos e barrancos...
Classificado com 8.1/10 na IMDB, o filme ganhou os Globos de Ouro de melhor estrangeiro e melhor realizador, para além de outros prémios no Festival de Cannes, nos BAFTA e de quatro nomeações para os Oscar. Sucesso que o escritor francês não teve oportunidade de ver, uma vez que morreu de pneumonia 15 meses depois do AVC, 10 dias após o seu livro ser publicado, em 1997!
Imagem de cena do filme, da net.
Encarcerado num corpo inerte como é enorme a vontade de comunicar que até trancende a debilidade humana. Uma história de vida impressionante, sem dúvida.
ResponderEliminarNão vi o filme. Far-nos-á repensar sobre a fragilidade da vida, a resiliência e determinação de certas pessoas e a sua grande vontade de continuar a viver.
ResponderEliminarnão lhe chamava "vivência" :|
ResponderEliminartem pinta :)
ResponderEliminarÉ isso mesmo, PAULOFSKI, a vontade de comunicar ultrapassa todas as barreiras... :)
ResponderEliminarA determinação em contar uma história, acima até da própria vontade de viver, suponho, CATARINA! Sem cair em lamechices, o que seria fácil neste caso... :)
ResponderEliminarSerá 'sui generis', mas não deixa de ser vivência, VÍCIO... ;)
ResponderEliminarPor acaso tem, MOYLITO! :)
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