Não sou grande adepta do cinema francês, como muitos saberão, onde abundam filmes para connaisseurs - que não tenho a menor pretensão de ser! - de autor, parados até mais não... Enfim, há quem goste! Mas, evidentemente, há honrosas exceções: vi grandes comédias (que saudades de Annie Girardot) e outros que se encontram na pequena lista d' "Os Filmes da Minha Vida", como "Les Uns et Les Autres" (intitulado em português como "Uns e os Outros"), de Claude Lelouch - filme de 1981, que tem a miserável pontuação de 7.1/10 na classificação da IMDB - ou, e curiosamente do mesmo ano, "A Guerra do Fogo" de Jean-Jacques Annaud, que obtem a pontuação ligeiramente mais elevada de 7.3/10. Enfim, no fundo nem interessa muito, porque não vou mudar a minha opinião sobre esses grandes filmes...
Ora estes "Amigos Improváveis" ("Intouchables", no titulo original) dificilmente se perfilará como filme da vida de alguém, atendendo até ao facto de ser uma comédia. Mas a invejável pontuação de 8.4/10 é um indicador que o filme agradou ao grande público. E, na verdade, representa um bom momento de cinema, de pôr num chinelo muita americanice!
Philippe (François Cluzet) é um milionário francês tetraplégico, que vive rodeado de pessoal auxiliar para lhe garantir uma melhor qualidade de vida e lhe satisfazer as suas mínimas vontades. Mas encontrar a pessoa certa para lhe fazer companhia e auxiliar na sua higiene diária não é tarefa fácil, apesar da auto-proclamada vocação e abnegação dos candidatos. É assim que, numa nova seleção, encontra Driss (Omar Sy), que não esconde o motivo da sua entrevista: precisa de uma assinatura no papel, para continuar a receber um subsídio estatal! Ao contrário dos restantes, não demonstra a sua comiseração pela situação do milionário, o que leva este a contratá-lo por um mês à experiência, para em troca receber a ambicionada assinatura. Driss é um negro suburbano que acaba de sair da prisão e cuja mãe não o aceita de volta em casa, mas mesmo assim não deixa de ser um homem bem-disposto e pragmático, de modo que acaba por aceitar as condições do milionário. E estabelece-se uma amizade improvável entre os dois, como podem observar no trailer:
Realizado por Eric Toledano e Oliver Nakache é um filme a recomendar, pelo menos para aqueles que não têm preconceitos arreigados sobre os "coitadinhos" dos deficientes e conseguem rir despretensiosamente de piadas "politicamente incorretas"...
Imagem de cena do filme, da net.
o motivo da assinatura do milionário é uma prova que a pena muitas vezes estraga muita coisa!
ResponderEliminarmas existe tanta gente que exclama "coitado" por tudo e por nada...
No geral, não sou adepto do cinema francês. Excepção, excepção foi o O Artista!
ResponderEliminarO último filme que vi (francês) foi O Ladrao de Bicicletas, que esteve há pouco tempo no cinema. (não tenho a certeza do título). Mais uma vez foi uma desilusão.
Já tinha lido criticas positivas acerca deste filme Amigos Improváveis.
É como dizes, quem gosta de comiserar estes seres humanos, nem vale a pena irem ao cinema ver o filme.
Tentei por três vezes, mas não consegui ver o vídeo :(
ResponderEliminarO filme, apesar de francês, parece-me bom, pelo menos um filme que gostaria de ver...digo apesar de porque estou tão habituada a ver filmes americanos, que a primeira reação é torcer o nariz a um filme de outro país, mas da mesma maneira que se faz muita "porcaria" nos Estados Unidos, também se fazem coisas muito boas nos outros países...falando de cinema, claro...
Beijinho :)
"Ziemlich Beste Freunde" é o título em alemão e conquistou o coração de todas as minhas amigas e das minhas 2 filhas (a minha filha mais velha só gosta de policiais, Hitchcock e Chabrol em especial).
ResponderEliminarEu como não podia deixar de ser, não vi este filme, vejo-o quando chegar o vídeo.
Agora vou para o laréu, volto à noite!
Pah! toda a gente fala desse filme, e eu não o vi!
ResponderEliminarAgora só em vídeo, é, Teté?
"A Gueera do Fogo" e "O Urso" são excelentes.
ResponderEliminar"Uns e os Outros" marcou-me pel0 Bolero de Ravel: gostaria de o ver novamente, porqur na altura não me agradou.
Se este não é maçudo ( e já li noutro blog que não) gostaria de o ver,
Beijinhos. linda
Este filme acho que vale a pena ver e é como dizes as piadas são mesmo politicamente incorrectas sobre a condição de deficiente, eu gostei muito.
ResponderEliminargosto da descrição e ficará registado para visionamentalizacionalização futura :D
ResponderEliminarOlá Teté,
ResponderEliminarNão tenho nada contra o cinema francês.
Já vi "Amigos improváveis" e gostei. Não liguei ao facto das piadas serem politicamente correctas ou incorrectas.
Gostei da forma hilariante como nos transmite uma mensagem séria e adorei as gargalhadas que ouvi na sala de cinema. Já há algum tempo que não ria tanto com um filme, e rir, nestes tempos de crise...
Bjs.
A amizade não é exactamente uma coisa que se explique.
ResponderEliminarCertamente por isso é que quando nasce fica e num constante aumento de intensidade.
Será por isso que algumas existem e se mantêm, apesar de improváveis.
Gosto de comédias, francesas ou outras pouco importa. Certamente gostarei desta!
Beijos e sorrisos!
Meu Deus! A cinéfila que eu era quando vivia em Lisboa. Agora quase nem sei que filmes estreiam! (Também por alguma preguiça, diga-se!) A idade não perdoa...
ResponderEliminarSou suspeito, porque gosto muito do cinema francês e lamento que muitos bons filmes nem sequer por cá passem. Aproveito sempre o Festival para ver alguns.
ResponderEliminarEste fui vê-lo na sexta-feira santa. Também recomendo. Até porque numa época em que tudo nos deprime, aborda uma temática muito séria de uma forma que nos convida a múltiplas gargalhadas e um permanente sorriso nos lábios. Fez-me muito bem e poupei na ida ao psiquiatra :-))
Eu gosto... até por afinidade linguística, mas a verdade é que já fui muito mais ao cinema do que hoje em dia. O filme "Les uns et les autres" foi um dos que mais gostei de ver nos meus tempos de faculdade. E não é só pela força do Bolero de Ravel. Só para falar da música vale a pena lembrar os temas do compositor Michel Legrand... Mais recentemente, fiquei encantada com O Artista. Este ainda não consta da minha lista de vistos, mas parece-me bem... :)
ResponderEliminarTu dás tão boas dicas para filmes mas eu que já preenchi tanto os meus dias, que me começa a faltar tempo para uma saída cinéfila. Às tantas da noite tenho entretanto (re)visto alguma coisa no Hollywood, mas não é a mesma coisa. Se calhar vou ter de refazer os calendários e, de qualquer modo, obrigado pelas informações.
ResponderEliminarOi Teté! Miga tbm não sou muito chegada a filmes europeus, hehehe... Minha páscoa foi ótima, tbm espero que a sua tenha sido maravilhosa. Mais miga vc tá muito adiantada já em ritmo de natal? Beijokinhas!!!
ResponderEliminarA "assinatura" do milionário é relativa, que ele não "assinava" nada, como deves calcular, VÍCIO! ;)
ResponderEliminarE não gosto da expressão "coitado", de um modo geral! :P
Claro que "O Artista" também é exceção, MIGUEL! Mas recente, ainda está para ver se fará parte daquela listinha de filmes preferidos de sempre... :)
ResponderEliminarDeves estar a fazer confusão com esse título, que "Ladrões de Bicicletas" é um filme italiano de Vittorio De Sica, de 1948. ;)
A comiseraçãozinha por outros seres humanos, normalmente, é de lamentar... :S
Ah, MARIA, sabes que estes programas às vezes têm amoques, fazer o quê? ;)
ResponderEliminarMas sim, também costumo torcer o nariz ao cinema francês, mas que há filmes muito bons, que são realmente exceção aos tais demasiado eruditos para o meu (nosso) entender, também é verdade. E deste gostei muito! Suponho que tu também gostarás... :))
Beijocas!
Já te disse que a tua filha mais velha tem bom gosto, não já, EMATEJOCA?!? :))
ResponderEliminarBom passeio! :)
Não, VIC, está em exibição numa série de cinemas! Mas tenho a certeza que não vais resistir à curiosidade... :))
ResponderEliminarTambém gostei desse "O Urso", SÃO, mas tanto "A Guerra do Fogo" como especialmente "Les Uns et Les Autres" encheram-me mais as medidas! E o Bolero de Ravel é apenas um mero pormenor, que o filme é bastante mais que isso... :)
ResponderEliminarEste não é nada maçudo, acredita! :D
Beijocas!
Ainda há poucos dias falaste nele, RAINHA, bem sei que também gostaste! Já estava naquela de o querer ir ver, pois já tinha ouvido outras críticas positivas... ;))
ResponderEliminarPenso que não te arrependerás, MOYLITO! :))
ResponderEliminarÉ, TERESA DIAS, nos tempos que correm dar umas boas gargalhadas é quase um luxo! :)
ResponderEliminarQuanto ao cinema francês, são manias que me ficaram de outros tempos, quando bastava ver 5 minutos de filme sem palavras, nem música e quase sem ação, para perceber logo que era francês... e mudar de canal de TV! :D
Mas que sempre existiram exceções, também é verdade!
Beijocas!
Claro que não se explica, KOK! E quando é mútua, raramente esmorece... :))
ResponderEliminarÉ, deves gostar mesmo... :D
Beijocas sorridentes!
Olha, eu ADOREI o filme :DDD ri-me imenso :D e como podes imaginar percebo perfeitamente o porquê de oi Philippe ter escolhido o Driss. Porque o Driss se esquece e não o tratava como um coitadinho nem o via como um aleijado nem fazia da condição dele aquilo que ele era.
ResponderEliminarDeu-lhe a mão qd ele precisou e como ele precisou, apesar de todos os problemas pessoais. Influenciaram-se um ao outro, ajudaram-se, misturaram conhecimento e culturas sem preconceitos.
ADOREI!
Não me parece que tenha a ver com a idade, perdoando ela ou não, GRAÇA! O facto de se viver fora dos grandes centros urbanos e estando o cinema a atravessar também uma fase menos boa, acaba por condicionar o acesso de grande parte da população! E aí admito que a pessoa vá acabando por desligar um bocado... :)
ResponderEliminarBeijocas!
E giro giro tb é isto ser uma amizade verídica. E o Driss ser na realidade um marroquino ihihihih :) Dá alento à alma saber q há pessoas assim no mundo, q se entreajudam e não colocam rótulos de q espécie forem.
ResponderEliminarSei que é apreciador do cinema francês, CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA! Cada um com os seus gostos, claro! :)
ResponderEliminarNão sendo fã, reconheço que existem alguns filmes franceses que conseguem ser tão bons ou melhores que os bons filmes americanos.
Mas sim, apesar da temática séria, a abordagem leve e bem disposta faz-nos rir e sorrir. O que, nos tempos que correm, faz bem a todos... :D
De certeza que vais gostar, LUISA! Não só pela tal afinidade linguística de que falas, mas pela própria abordagem leve e bem disposta, sendo que a temática não o é tanto!
ResponderEliminar"Les Uns et Les Autres" continua a ser um dos filmes da minha vida, mas nem sequer pela componente musical, embora também seja boa. Sobretudo os vários pontos de vista, sobre a mesma realidade, em tempo de guerra e depois já no pós guerra, a história mundial através da vivência de várias famílias de diversos países, o que as motiva e interessa, continua a parecer-me uma obra de génio... :)
Também gostei muito d' "O Artista", mas o facto de ser recente não me deixa perspetivar se entrará na lista dos meus preferidos. Ainda é cedo... ;)
Não é nada a mesma coisa, VITOR, embora também veja alguns filmes, que perdi na época, na TV! Mas quer dizer, cada um tem as suas próprias prioridades, não é? Também não costumo ir aos fados, por exemplo... :))
ResponderEliminarEheheh, SANDRA, brincadeirinha, só estava a tentar dizer que estes ciclos passam tão depressa, que daqui a nada estamos novamente no Natal... :))
ResponderEliminarBeijocas!
Percebes tu e toda a gente, ANA, alguém gosta de ser tratada como coitadinha, a tempo inteiro?! E aqueles hipócritas a responder ao anúncio? Da missão humanitária, ao compreender lindamente os coitadinhos, etc. e tal, era cada um pior que o outro. Vá que ainda houve um que dizia que fazia aquilo por dinheiro, que não sendo especialmente honroso, sempre foi mais sincero... :D
ResponderEliminarE sim, a ideia é que pertencendo a mundos tão diferentes, acabavam por se auxiliar mutuamente! Muito bom mesmo! :))
É, no fundo não interessava nada se era preto, marroquino, ou qualquer outra coisa - ali foi a diferença que os uniu! E a falta de preconceitos com que se encaravam, também! E com que se encaram, pois continuam amigos... :)
Lindo!
Exactly :)
ResponderEliminarBem sabes que sou adepta de cinema francês e este, pela tua opinião e traile, parece ser bastante interessante de se ver. ;)
ResponderEliminarÉ, ANA! :)
ResponderEliminarA minha opinião, TONS DE AZUL, e a de todos os que passaram por aqui e já viram o filme! O que diz mais do que ser só a minha opinião... Vais gostar, de certeza! :)
ResponderEliminarVi a apresentação e chamou-me logo a atenção :)
ResponderEliminarE é bem divertido mesmo, LOPESCA :D
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ResponderEliminarOra bem... concordo contigo quando dizes que este "Amigos Improváveis" dificilmente se perfilará como filme da vida de alguém... mas o facto é que alguém o escolheu para apresentar no desafio do nosso amigo Rui e os motivos são excelentes.
Beijinhos!
(^^)