O ritmo era de passeio pelos jardins da Gulbenkian, embora com o fito simultâneo de ficar a par da programação das exposições de outubro: já nos tinha constado que dentro em breve vão ser exibidos no museu obras de Monet, Cézanne, Van Gogh, Picasso e Dali, entre outros grandes pintores. Certo é que recolhemos dois catálogos - da fundação Calouste Gulbenkian e a agenda cultural de Lisboa (publicação da CML) - mas só no primeiro surge o "destaque" (de duas linhas, note-se!) sobre "A Perspectiva das Coisas. A Natureza-morta na Europa (1840-1955)", a referida exposição, que terá lugar entre 21 de Outubro de 2011 e 8 de Janeiro de 2012, como podem verificar se clicarem no link, para melhor informação. Ambos os catálogos bastante confusos e pouco explícitos, daí o recurso à net!
Sobre o homem que nos deixou este magnífico legado, reza a "lenda" que o fez devido a uma galinha com molho de estragão: certo dia, Nubar Gulbenkian (o único filho varão de Calouste) - que trabalhava para o pai sem auferir qualquer remuneração - por não poder ausentar-se da empresa para almoçar, resolveu encomendar a dita galinha para uma refeição no escritório e depois enviou a despesa para os serviços administrativos; contudo o pai recusou-se a pagar a conta, o que determinou uma zanga entre os dois e a demissão do filho, que posteriormente processou o pai em tribunal numa soma avultada, pelos anos de serviço, que acabou por ser decidida extra-judicialmente. E sim, tanto quanto se sabe, a parte do processo jurídico é verídica!
Claro que esta "lenda" não é inteiramente corroborada pelo livro oficial da fundação, intitulado "Calouste Sarkis Gulbenkian - O Homem e a sua Obra", embora evidencie que pai e filho tiveram vários desentendimentos ao longo dos anos, para além de posturas diferenciadas na vida.
Bom, mas passear nestes jardins é sempre agradável, mais ainda em mudanças de estação, quando num final de tarde de calor se adivinham os primeiros sinais de outono, na folhagem amarelecida das árvores, nos lagos serenos que as refletem, nos patos que navegam calmamente sobre as águas, enquanto o sol se prepara para desaparecer no horizonte...
Com ou sem galinha à mistura, certo é que todos temos a agradecer aos Gulbenkian! (e seus representantes, na esperança que não "apaguem" exposições deste género entre oficinas infantis e espetáculos musicais, em catálogos futuros...)
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Oh, se temos!
ResponderEliminarDesconhecia a lenda, mas sinto-me como um patinho na água sempre que entre numa das instalações deste senhor.:)
bji e boa semana!
Sabia dos desentendimentos entre pai e filho, mas não fazia ideia que tinha sido por causa de uma galinha...é sempre assim, quando uma "galinha" se põe entre dois homens, dá nisto ~xf
ResponderEliminarNem sempre vejo as exposições, mas gosto de passear nos jardins :)
Beijinho e boa semana :)
Recordo uma visita que fizemos em família à Fundação Gulbenkian, aquando de uma nossa passagem de férias por Lisboa, teria eu uns 14 anitos! Já foi há algum tempo...
ResponderEliminarE hoje há muitos bons sacanas a mamar em tal vaquinha...
ResponderEliminarNão, não me esqueço dos aspectos positivos, Teté.
Ver se vou aparecendo por aqui para te azucrinar...
Esses jardins foram muitas vezes sala de estudo para mim... :)
ResponderEliminarSó tive uma única vez a oportunidade de passear pelos jardins. Numa próximo espero ver muito mais.
ResponderEliminarDesconhecia a lenda... ;)
Beijinhos
estive lá há pouco e o regresso está, a partir de agora, marcado :) muchas gracias por uma informação que, provavelmente, me passaria ao lado :)
ResponderEliminarNão conhecia a lenda,mas quanto à exposição já estava anotada na minha agenda.
ResponderEliminarA malta tem tendência a esquecer que esta fundação já deve ter feito mais pela cultura em Portugal, do que todos os ministérios e secretarias de estado da cultura dos últimos 30 anos, NINA! :)
ResponderEliminarE sim, as instalações são muito aprazíveis!
Beijocas!
Bom, MARIA, chamei-lhe "lenda", porque nada desta história figura no livro oficial da fundação sobre o milionário arménio. Mas enfim, um desentendimento destes até lhe caía mal... embora os portugueses só lhe tenham a agradecer! :)
ResponderEliminarMas sim, a maioria das exposições também me passam ao lado, daí ter resolvido ir lá buscar os catálogos, porque nesta especificamente estou muito interessada! :D
Beijocas!
Não me digas que já tens 15 anos, PAULOFSKI?!? =))
ResponderEliminarPois, se calhar está na altura de passares pela Gulbenkian novamente... :)
Azucrina sempre que quiseres, SISNANDO! :D
ResponderEliminarApesar de tudo, os aspetos positivos são mais do que os negativos! :)
Nos jardins estive mais a passeio, LUISA, mas na biblioteca estudei algumas vezes... :)
ResponderEliminarCom um prazo tão dilatado, pode ser que na próxima aproveites para passear nos jardins e ver esta exposição, TONS DE AZUL... :)
ResponderEliminarBeijocas!
Suponho que te passava ao lado a ti, como vai passar à maioria dos lisboetas, MOYLITO, dado que nem o catálogo da fundação lhe dá grande destaque! Já há programação infantil e a cursos de fotografia e mais não sei do quê... enfim, não se entende! :-/
ResponderEliminarComo "lenda" vale o que vale, CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA, a exposição é mesmo de não perder... :)
ResponderEliminarA lenda também era desconhecida por mim,mas pelo visto valeu(e sempre vale)a pena vir cá visita-te.
ResponderEliminarBeijinhos e cheiro!
Já sabes que as "portas" estão sempre abertas para uma visitinha tua, KÁTIA, com todo o prazer que me dá "rever-te" por cá... :)
ResponderEliminarBeijocas!
Olá Teté,
ResponderEliminarAo que tudo indica, o episódio da galinha ao molho de estragão é verídico. O mesmo está relatado em matéria sobre Nubar Gulbenkian publicada na extinta revista Life, edição de 15 de outubro de 1965.
Se você e seus leitores quiserem saber mais sobre a figura de Nubar, sobretudo no que diz respeito ao seu gosto em matéria de automóveis, gostaria de convidá-los a visitarem o post que publiquei sobre esse assunto em meu blog. O endereço é: http://adverdriving.blogspot.com/2011/01/uma-espiada-na-garagem-de-nubar.html
Cordialmente,
Paulo Levi - São Paulo, Brasil
Bem-vindo, PAULO!
ResponderEliminarObrigada pela referência ao artigo da revista onde foi publicada essa matéria! Li na Wikipédia (em língua inglesa), que dá como referência este livro: Portrait in Oil: The Autobiography of Nubar Gulbenkian, New York: Simon and Schuster, 1965. Daí que seja natural que tenha surgido noutras publicações da época... :)
E sim, a incompatibilidade entre pai e filho deveu-se a posturas de vida muito diferenciadas: enquanto Calouste era pouco social, só se interessando pelos negócios, jardinagem e arte, Nubar levava uma vida social muito mais ativa, rodeado de todos os luxos, que incluíam bons carros, boa mesa e possivelmente várias mulheres! Modos de estar! :D
Abraço!