A indignação saiu à rua em 951 cidades de 81 países do mundo, para protestar contra o capitalismo feroz e desvairado e os governantes que o apoiam e sustentam, exigindo cada vez mais sacrifícios à população, já de si a debater-se com o desemprego, o trabalho precário, salários baixos e uma acintosa perda dos seus direitos laborais. 99% da população mundial sustenta o enriquecimento desmedido e desenfreado do 1% que lidera a economia e controla os políticos a seu bel-prazer. Mesmo em países democráticos estes rapidamente se esquecem que representam o povo que os elegeu e cedem à ganância do poder económico. Afinal, que justiça é esta?
Não sendo apoiante de nenhum partido, muito menos dos três que nos têm governado nos últimos 30 e tal anos (já estou a descontar o desvario do período do PREC), com a incompetência e a troca de cadeiras conhecida, desta vez alinhei no protesto - mais que justo! - e marchei do marquês de Pombal até à Assembleia da República. Convém também salientar que se tratava de uma manifestação pacífica e, tanto quanto vi, ordeira.
Do alto do meu metro e sessenta não deu para vislumbrar se eram muitos ou poucos os manifestantes que participaram. Sei que caminhei entre eles, rodeada de pessoas de todas as idades e de extratos sociais aparentemente diferentes (à exceção do tal 1%, suponho).
Ao longo do percurso, muitos assistiam das suas janelas ao desenrolar da marcha. Eram essencialmente idosos, mas também famílias com crianças pequenas. Estas, evidentemente, acenavam alegremente aos participantes, que muitas vezes lhes correspondiam, com sorrisos e acenos. Era um protesto, não exatamente uma marcha fúnebre!
Gritavam-se palavras de ordem e cantavam-se músicas de Zeca Afonso, no largo do Rato, os apupos, as vaias e os assobios aumentaram. Naquele palacete ninguém estava à janela e as portas interiores de madeira estavam até semicerradas. Imagina-se o porquê!
Mas o caminho era em frente, via rua de São Bento, havia que continuar. Aí o cenário manteve-se: mais pessoas à janela, mais palavras de ordem, mais cantorias...
Quando chegámos ao palácio de São Bento, ainda não havia muita gente, mas foi chegando cada vez mais, que aproveitou para descansar um pouco da caminhada que, não sendo longa, foi lenta com algumas paragens.
Fiquei cansada, mas não dei os meus passos por perdidos!
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E pela forma como as pessoas estão vestidas, esteve um dia agradável para fazer essa caminhada que teve uma boa causa.
ResponderEliminarVim à aldeia, mas comovi-me ao ver as notícias. No próximo sábado, pela 1ª vez, estarei numa manifestação e por lá andarei todos os sábados, se puder. (adiro às greves, mas nunca fui para a rua. É altura de começar, porque o olhar preocupado do meu pai já não engana)
ResponderEliminarbeijinhos
(esqueci-me de referir que o meu pai tem 61 anos-62 em Fevereiro próximo- e a sua pequena empresa de instalação de gases medicinais permite-lhe, apenas, trabalhar para o estado e tirar um pequeno ordenado para si, uma vez que as taxas, os impostos, os seguros e formações exigidos lhe levam tudo o resto. A sabedoria do meu pai e a do meu amor levaram-me a prever esta catástrofe)
ResponderEliminarGrande caminhada por uma boa causa espero que surta efeitos
ResponderEliminarEsteve até bastante calor, vale que parte do percurso foi feito à sombra dos prédios, CATARINA! E sim, a mim também me parece uma causa justa! :)
ResponderEliminarVou ser franca, NINA, não previa uma catástrofe destas, porque por muito que não goste de políticos, sempre confiei que tinham um mínimo de sensatez. Tudo isto não passa de uma ditadura económica, que mais tarde ou mais cedo vai dar maus resultados!
ResponderEliminarEm Portugal o caso do teu pai não será único, a preocupação de todas as famílias aumentou, porque normalmente estas coisas têm um efeito de bola de neve. Porque se as pessoas não tiverem dinheiro para gastar óbvio que não o gastam, mas por outro lado muitas pequenas empresas também vão à falência, aumenta o desemprego ainda mais e há um ponto em que nada disto tem retrocesso - a economia do país é arrasada e todos ficamos na miséria! Isto se não aparecerem aí uns outros ditadores ou revolucionários, ou ambos! :((
Beijocas!
Vamos esperar que sim, LOPESCA! ;)
ResponderEliminarComo sabe, também lá estive. Pode não servir de muito, mas pelo menos desopilei e fiquei menos stressado. Boa reportagem :-)
ResponderEliminarFiquei com a mesma sensação, CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA, assim como se se tratasse de um dever cumprido... :))
ResponderEliminarEstarei na próxima. garantidamente. nunca são passos perdidos. podemos duvidar, mas perdidos não são.
ResponderEliminarDuvidar até podemos, mas certo é que ficamos com a consciência tranquila que fizemos o melhor que pudemos, MOYLITO! :)
ResponderEliminarConcordo com manifestações mas não concordo que sejam feitas aos fins-de-semana. Se a avenidas forem entupidas durante a semana creio que o efeito sairá amplificado e, talvez aí, alguém faça alguma coisa.
ResponderEliminarMas, na falta de melhor, vamos lá prá rua fazer barulho
Mas durante a semana como, se as pessoas estão a trabalhar (as que não estão desempregadas), FAUSTO? Quer dizer, só se for manif em dia de greve geral... ;)
ResponderEliminarO barulho é o que menos importa... :)