terça-feira, 6 de novembro de 2012

TOP CHEF

Sou espetadora assídua de programas televisivos de culinária. Sem pretensões a grande cozinheira, facto é que se aprende sempre qualquer coisa com os grandes mestres-cucas do mundo inteiro, inclusivamente a inovar um pouco os sabores e paladares das ementas do dia a dia ou a empratar de uma forma mais atraente e apelativa, já que "os olhos também comem"... 

Bom, mas enquanto alguns chefes procuram ensinar algumas das suas técnicas a "donas de casa", quando toca a concursos, estrangeiros ou nacionais, a coisa fia mais fino. Os concorrentes costumam ser profissionais, o júri também, mas as exigências destes raiam o absurdo: frequentemente dão pouco tempo para a confeção e o uso obrigatório de ingredientes que não combinam torna a tarefa mais complicada. Depois, no final, ainda torcem o nariz ao provar - ou porque ficou demasiado simples, ou porque a salganhada é grande, ou mais uma série de críticas parvas, face às circunstâncias. O que também dá azo a cenas caricatas, como daquela vez em que nenhum dos concorrentes conseguiu cozinhar a galinha ou o pato em 20 minutos, de modo que os jurados provaram o "pitéu" semi-cru. Eheheh, fartei-me de rir!

"Top Chef" é um desses concursos americanos, que já está a exibir em Portugal a sua 7ª temporada.  Das que vi (falhei as duas primeiras), a 6ª foi, sem dúvida, a competição de mais alto nível - fiquei absolutamente fascinada  pela dedicação e perícia dos finalistas, os irmãos Michael e Bryan Voltaggio e Kevin Gillespie. O primeiro acabou por vencer,  mas os outros dois deram luta renhida até ao fim e sem "golpes baixos", como vem sendo habitual. Engraçado é que mesmo sem provar ou sentir o aroma dos pratos, logo de início ficamos com uma ideia bastante clara que quem são os prováveis vencedores. Embora o júri seja exageradamente crítico, picuinhas e arrogante em relação a todos...

Escapou-me que a RTP também estava a exibir a versão portuguesa do programa. Que já vai no 9º episódio, mas perdi os seis primeiros. Porém, desta vez, não tenho a mínima pista de quem poderá vencer. Porquê? Porque muitas vezes a apreciação do júri faz-se mais por esgares e caretas - fala pouco e de modo imperceptível, para lá de um "não presta", "não gostei" ou um raríssimo "tá bom" e... fim de conversa. Sem duvidar da competência profissional dos jurados, facto é que nem toda a gente é capaz de falar clara e concisamente perante as câmaras de televisão, que é  técnica que também se aprende!

As provas são igualmente disparatadas, numa sessão os candidatos tiveram de confeccionar um prato usando três técnicas da gastronomia molecular e, claro, houve quem achasse que os pratos não faziam sentido nenhum. Mas então não foi o que pediram? 

No entanto, diga-se em abono dos concorrentes portugueses que a competição entre eles é muito mais salutar, sem as sacanices dos seus congéneres americanos, que não se acanham em alterar as temperaturas do forno dos colegas, "esquecer" a porta de um frigorífico aberta ou, cerejinha no topo do bolo, gamar literalmente um molho ao parceiro do lado, sem que este possa provar o gamanço. Valha-nos isso!

Imagem da net.

28 comentários:

  1. Anónimo11/06/2012

    Nunca vi o português, mas já vi vários programas do americano.
    Como me habituei a ver o Masterchef, não aprecio este porque não aprendo nada, pela rapidez da confeção e porque não se veem os detalhes da mesma.
    Aqui há dias também me ri com a cara do júri, quando a prova não foi a pretendida.:))

    beijocas

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    1. Pois eu optei por gravar, NINA, porque assim quando tenho algum tempo livre vejo um ou outro, em vez de ficar em zip-zap sem encontrar nada de interesse... :)

      Mas sim, cenas caricatas dessas acontecem, o que não é para admirar: eles são chefes, mas não são super-homens! :D

      Beijocas!

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  2. eu apenas vi umas cenas mas posso dizer-te que, à semelhança da noticia deste fim de semana sobre restaurantes "finos" que estavam em "promoção", esses pratos fazem-me cocegas...

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    1. O tal das três técnicas de gastronomia molecular num prato é absurdo, VÍCIO, mas olha que feito com conta peso e medida e a enquadrar os restantes ingredientes, até pode ser bem agradável. Para quem sabe, evidentemente, que não me passa pela cabeça fazer em casa... :)

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  3. Segui há tempos um destes programas, mas com miúdos dos 7 aos 12 anos e fiquei pasmado com a competência dos miúdos, em todos os aspectos ! :))
    Vi alguns dos portugueses e não achei mau de todo.
    O que mais me impressionou pela negativa (do trato)(?) foi o do Chef Ramsay, pelo seu "excessivo protagonismo autoritário p'ró show", embora o reconheça como um dos melhores Chefs do mundo !
    Vi também um outro, estrangeiro, que não me pareceu nem carne nem peixe ! :)))
    De qualquer modo são sempre divertidos ! :)))
    .

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    1. O chefe Ramsay é outro que abusa da gritaria, RUI! Confesso que de princípio via naquela de me certificar se ninguém lhe atirava uma panela à cabeça, que não sendo concorrente era o que me apetecia... :)

      Os portugueses são muito cópias dos congéneres americanos, mas mais longos e maçudos, pois falta-lhes um bocado ritmo. E os júris podem não ser tão mauzinhos, mas não se percebe o que dizem. Os concorrentes, esses sim, é que estão longe das competitividade excessiva (para não dizer sacana) dos colegas americanos! Ah, e claro, normalmente os nossos baseiam-se mais em culinária portuguesa, que é melhor que a mistela de várias influências em que a americana resulta! ;)

      Mas sim, antes programas de culinária, do que muitos outros programas ou séries que já enjoam... :D

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  4. Não sou má cozinheira, mas como vivo sózinha há trinta anos, cozinho pouquissimo....

    Um abraço, Teté

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    1. Pois, a minha mãe vai pelo mesmo, SÃO! Era uma excelente cozinheira, mas fazer comida só para ela dá-lhe alguma preguiça... :)

      Uma abraço!

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  5. Anónimo11/06/2012

    Só há dias soube que havia uma versão portuguesa - ao que sei com grande sucesso- mas não sou frequentador.

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    1. Pois, também imaginava que não, CARLOS! :)

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  6. Ah, eu sou mais de Masterchef... Mas não vejo as versões portuguesas. Chamem-me snob, mas aquilo é muito mau, uma fraca, fraquíssima, adaptação dos conceitos originais. Não conheço o jurí do top chef, mas se for parecido com o do masterchef Portugal é natural que não se aprenda grande coisa. Até o Gordon Ramsey aos berros é mais agradável do que os nossos empertigados chefes. Não tenho mesmo paciência.
    Bjs

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    1. Pois, um dos jurados é o mesmo, SAFIRA! Os outros dois mudaram, um deles então parece que tem a boca cheia de favas quando fala... :)

      Também gostei bastante do Masterchef australiano, e aí júri e concorrentes eram mais simpáticos e menos competitivos, naquela versão tão americana de tentar-por-todos-os-meios-lixar-o-parceiro-do-lado! :P

      Mas para o Ramsay aos berros já deixei de ter pachorra! :D

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  7. Esta tarde, quando uma das minhas cunhadas me disse, que não compreendia, que eu ficasse esta noite até às 7 da manhã a ver TV, só para saber quem vai parar à Casa Branca; lembrei-me deste teu post, que li esta manhã, sem comentar, e respondi-lhe que ela não perdia nenhum programa de culinária e há tantos, tantos... e que eu só perdia uma noite por altura dos óscares, e outra noite de quatro em quatro anos.
    Ainda nos rimos!!!

    Em resposta ao teu comentário:

    Não tenho a certeza, que este filme seja baseado no romance "Mães e Filhas" de Evan Hunter, que narra a história de quatro mulheres, porque ainda não vi o filme, e o romance ofereceu-mo a minha mãe já lá vão muitos anos; ao ler o teu comentário, Teté, fui buscá-lo ao armário, onde guardo as minhas relíquias.

    Sei que o filme "Sementes de Violência" é baseado no primeiro romance de Evan Hunter, em 1954, e conquistou sucesso imediato. Neste caso, vi o filme que gostei imenso, mas não li o livro.

    Espreita à IMDb... e diz-me alguma coisa, pois fiquei com grande curiosidade.

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    1. Pois há muitos programas de culinária, sim, aliás há um canal cabo só dedicado ao tema, EMATEJOCA! Mas garanto que não vejo todos, de vez em quando vejo um ou outro desirmanado, neste momento só sigo este... :)

      E claro que perco a noite dos Oscares, a dos Globos, mas lá a das eleições americanas... nem por isso! Perdia parte da noite, nas portuguesas, mas agora os resultados sabem-se quase logo quando fecham as urnas... :D

      Pelo que li, não faz referência nenhuma ao autor e tendo sido o livro escrito em 1961 é provável que o título seja apenas coincidente - o filme já é de 2009 (e cá passou em 2011). Já esse filme também vi, mas depois de ler o livro, que é muito melhor e mais duro! Mas não creio que seja o primeiro romance de Hunter, que escreveu com outros pseudónimos, nomeadamente de Ed McBain (para os policiais): segundo a wiki os primeiros livros foram publicados em 1952 e este é de 1954. :)

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  8. Para mim, no meio de todos os programas culinários, o que gostei mesmo de ver foi o Master Chef - Austrália. Dava na Sic Mulher, era genial. Os cozinheiros eram amadores, mas acho que faziam coisas que muitos profissionais não sabem fazer e eram todos giros e super amigos, de uma competitividade muito saudável... Lindos! E, claro, por muito utópico que possa parecer, gosto de pensar que aprendo algo e técnicas de empratar e tal... só me falta começar a por em prática... =)

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    1. Também não perdi um desse Masterchef, BRISEIS! E sim os concorrentes não tinham curso de cozinheiros, mas o que faziam não estava ao alcance de qualquer um! E a anos luz da competitividade americana, que tem requintes de malvadez de alguns participantes... :)

      Pôr em prática... é uma questão de tempo! :)))

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  9. Minha querida amiga!
    Também gosto deste tipo de programas, apesar de não ser um seguidor nato. Desgosta-me, particularmente, as atitudes e palavras tiranas que são atiradas aos concorrentes por alguns dos júris. Isso desgosta-me profundamente, mas parece que aumenta as audiências.
    Estou a lembrar-me dos Ídolos e quejandos. Incrível aquele desprezo por quem não sabia cantar e até julgava que sabia. Afinal até estes "crânios" se enganam.

    Quanto aos selinhos, as minhas desculpas. Sou um distraído nato e nunca me apercebi disso. És um amor e eu seria incapaz de ser deselegante contigo, até porque, por norma, não o sou com ninguém.
    Um beijinho Teté

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    1. Bom, KIM, esses das danças e cantos vejo esporadicamente, até porque já perdi qualquer veleidade de um dia deixar de desafinar... E para ver júris parvos e arrogantes, fico-me com estes da culinária, que ali sempre aprendo qualquer coisinha de útil! :)

      Quanto aos selinhos, não tens nada que te desculpar! Nunca insisto, porque sei que alguns não gostam, pensei que fosse o caso. Mas não voltes a dizer que nunca tos ofereceram, OK? :)))

      E sei que nunca és deselegante com ninguém! :D

      Uma grande beijoca, amigo!

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  10. Por acaso também perco o meu tempo a ver os episódios dos top chef (americano) quando o apanho a passar na food network. Gosto de ver como é que a malta descalça a bota quando os ingredientes são de uma originalidade que mete medo.
    Ainda assim, o meu programa preferido do género (concurso) é o Chopped. Mas, tal como dizes, tem um júri que sofre da doença da televisão e que "inventa" desculpas para não dizer que o prato está bom ou que simplesmente é deplorável.

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    1. Ah, o Chopped é muita bom, W: agora pelo dia das bruxas os cestos tinham patas de galinha, drops coloridos e uma parafernália de coisas bem mais complicadas que nos top chef! Fartei-me de rir, porque aquilo é que é mesmo dar a volta ao prato!

      E quando fazem um ar totalmente reprovador, por terem apanhado uma espinha no prato? Hello, peixe tem espinhas, em 20 ou 30 minutos não dá para tirar todas se o peixe é espinhento... :D

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  11. Por acaso até já vi várias eliminatórias do Top Chef português que a RTP está a passar e também gosto de me perder nas correrias dos concorrentes. :)

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    1. Então deves ter visto o chefe de 20 anos a agitar o azoto líquido como se fosse um shaker, que só por sorte não deu num azar maior, LUISA... :)))

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  12. Gostei muito e acompanhei desde o 1º episódio o Masterchef Austrália, gostei do júri e dos cozinheiros, eram todos amigos e apesar de todos quererem vencer apoiavam-se uns aos outros, até o júri era simpático quando tinha que dizer que não gostava. Era impressionante de ver o que eles faziam com os ingredientes e o tempo que lhes davam.

    Gosto de ver e de aprender, pena que esqueça tudo no dia seguinte :p

    Há dias vi um episódio, penso que era o que falas e não gostei de nada...

    Ah, "roubei" o selinho, sei que não é para blogues como o meu, mas é tão lindo e como disseste que eu podia...(assobiando)

    Beijinho :)



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    1. É, o Masterchef australiano era diferente do espírito americano destes concursos, que é o de atropelar tudo e todos os adversários pelo caminho, MARIA! E deu gozo ver também pela parte didática que acompanhava... :)

      Bom, a este nível de gastronomia molecular, nem tento em casa. Mas ainda ontem vi um JA - Ao lume, em que o cozinheiro fez um rolo de carne que me pareceu fácil de fazer e apetitoso... :D

      Não é para blogues como o teu porquê?!? Se distribuí por todos os linkados favoritos, e tu estás lá, é porque é... Leva, sim! Nem percebo qual é a dúvida!

      Beijocas, ó assobiadora-mor!

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  13. Gosto de ver programas de culinária mas não esses. Prefiro os pratos mais acessíveis para quem cozinha e gosta de pratos fáceis de confecionar.
    Já são 23:38, estou a ver a CNN desde as 19! O senhor presidente Obama ganhou! Yahoo!!!!!

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    1. Bom, CATARINA, mas os que tento fazer a nível doméstico também são desses mais fáceis... :)

      Fiquei contente com a notícia das eleições americanas! A alternativa fazia-me tremer... :P

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  14. Também gosto muito de ver concursos ou programas de culinária na tv e nem sei bem explicar o porquê... ;) Vejo a versão portuguesa do "Top Chef", pois não tenho tv cabo e gosto bastante, apesar do júri ser a maior parte das vezes intragável. Já tenho o meu preferido e espero que ganhe o Alexandre Silva. :) Também gosto da humildade do algarvio, Rui Sequeira. ;)

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    1. Bom, na versão americana o júri ainda é mais intragável, TONS DE AZUL, se apanham uma espinha num prato parece que vem a casa abaixo! Mas também acho que esse chefe Alexandre Silva tem boas hipóteses de ganhar, já o moço algarvio (bem giraço, por sinal) ainda é um bocado inexperiente, teve sorte daquela coisa do azoto líquido não ter dado para o torto... :)

      Por mim é pela aprendizagem: mesmo que não seja para cozinhar aqueles pratos tão sofisticados, aprende-se sempre alguma coisa! E gosto de ver os empratamentos... quase autênticas obras de arte! :D

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)