Na brincadeira infantil era assim: um puto fazia de "mamã", os restantes obedeciam às suas ordens. À partida todos os miúdos estavam na mesma linha, mas a "mamã" ia-lhes dando a medida dos seus passos - à bebé, à coelho, à tesoura, à caranguejo, à canguru, à gigante, etc. e tal. Claro que no final ganhava quem a "mamã" queria, mas depois outra criança assumia o papel e o resultado era diferente. Melhor ainda, ninguém se chateava!
Vem isto a propósito do Carnaval! Não para repetir a mesma dose anterior (esperem pelas seguintes!) - e a já aqui evidenciada pouca perspicácia dos governantes que o pretende(ra)m eliminar do calendário - mas para dar conta do patronato desta terra, a dar os mesmos passos.
Para quem não sabe, ainda existem contratos coletivos de trabalho que estipulam a terça-feira de Carnaval como feriado (ou dia de descanso?) para os trabalhadores. Efetivos, evidentemente, e provavelmente extensível aos contratados a prazo, sem sombra de dúvida excluindo os que trabalham a recibos verdes... (os eternos mal-amados!)
Pior é que alguns patrões, possivelmente entusiasmados com as novas leis laborais deste "passos de caranguejo" (que é como quem diz "oh tempo, volta para trás!"), resolveram fazer "vista grossa" sobre os ditos contratos coletivos e determinaram que lá no estaminé deles também não havia "tolerância de ponto"! Queriduchos como sempre, mas com que razão? Tolerância seria para quem não tinha esse direito adquirido, ou andamos todos a brincar à "mamã, dá licença"?!?
(Ah e tal, que nada disto me afeta a MIM? Pois então esperem pela "pancada"...)
Enquanto que há orgãos de governo (sejam regionais ou não) que fazem vista grossa e continuam a "dar o dia" há patrões que se aproveitam de todas as migalhinhas para chuparem mais umas horas ao trabalhador.
ResponderEliminarEu estou numa situação ainda mais caricata porque ainda não sei se na 3ª tenho de trabalhar ou tenho de ficar em casa.
Este país regride a alta velocidade para as relações laborais do século XIX, aliás a fazer jus às mentes tacanhas que governaram Portugal durante vários séculos.
ResponderEliminarSó não concordo com o dizerem que "passos de caranguejo" é andar para trás. Os caranguejos andam de lado, já os coelhos não tenho tanta certeza... Beijocas!
ResponderEliminarAqui, ninguém vem trabalhar dia 21.
ResponderEliminarE depois acho esta história de tirarem feriados e aumentarem a carga horária (pelo mesmo salário, o que, na prática, se traduz em redução efectiva de salário) um tremendo disparate, um autêntico tiro no pé que só vem piorar as coisas. Um trabalhador desmotivado produz muito menos, portanto, o efeito inverso ao pretendido.
Aproveite-se de forma correcta o horário de trabalho e já não há necessidade de tirar pontes, feriados e mais não sei o quê.
Aqui, festejámos o Carnaval, sem feriados, nem mesmo nas escolas é feriado na terça-feira de carnaval.
ResponderEliminarE então, a mania das pontes é irritante: uma vez, em Gaia, esperei 5 dias para poder entrar na biblioteca.
Outras terras, outras mentalidades!
A brincadeira era fixe! E sei de alguns casais que replicam essa ideia do "a mamã dá licença" noutros contextos, eheh
ResponderEliminarBjs
isto é como ter diarreia na discoteca é muito giro quando acontece aos outros mas... só se deixarmos de ir à discoteca!
ResponderEliminarEsses empresários de que fala são em grande parte responsáveis pelo estado do país. Normalmente também fogem ao Fisco...
ResponderEliminarMamã dá lincença?
ResponderEliminarQuantos passos?
Como ninguém responde vou andando devagarinho sem a mamã ver (também era assim que se ganhava este jogo)...
Por acaso soube hoje que um certo patrão decidiu que terça-feira era dia de trabalho, mas curiosamente deixou ao critério dos empregados ir ou não ir...
E fico por aqui porque não entendo porque de repente a terça-feira de carnaval passou a chamar-se "tolerância de ponto"...
Beijinho :)
Essa do teu patrão também é uma boa técnica, W. Não diz nada e assim os trabalhadores sentem-se obrigados a ir trabalhar... :P
ResponderEliminarE podes crer que há muito patrão fajuto nesta terrinha! :S
Podes crer, VITOR! Se as mentes tacanhas se ficassem apenas pelo século XIX, estávamos nós bem... ;)
ResponderEliminarO que era verdade ontem, é mentira amanhã!
ResponderEliminarDás licença Teté?
Bj
No jogo, passos de caranguejo eram para trás, RAFEIRITO! Na realidade é mais de lado, sim! :)
ResponderEliminarOs saltos à coelho eram aos pulinhos, portanto nada de conotação política - Coelhos que dão grandes pulos para trás, não entravam na brincadeira! :S
Beijocas!
Completamente de acordo contigo, ANA! Mesmo os que vão trabalhar dia 21, compulsivamente, vão contrariados e desmotivados, portanto não se ganhará muito em produtividade. Isto se não forem mascarados, para a palhaçada ser maior... :)
ResponderEliminarQuanto a malta que finge que trabalha o ano inteiro, é outro problema, mas que também não vai lá com legislação. Acho que essa, sim, seria uma justa causa de despedimento! ;)
Cara EMATEJOCA, a Alemanha tem os seus feriados próprios e, tanto quanto sei, mais férias que os trabalhadores portugueses, para já não falar em salários!
ResponderEliminarAqui a 3ª feira de Carnaval sempre foi dia de descanso e de folia, não consigo saber desde quando exatamente, mas foi a corte portuguesa que levou o Carnaval para o Brasil durante as invasões francesas, já lá vão mais de 200 anos!
Portanto, não há comparação possível...
Ahahah, pois, mas não era a esses contextos entre casais que estava a referir, WHITE_FOX! :)
ResponderEliminarBeijocas!
CÓRRROR, MOYLITO! Achas piada que um amigo tenha diarreia na discoteca?! Pronto, percebo a parte do é melhor a ele do que a mim, mas um dia pode ser ao contrário... :))
ResponderEliminarÉ, se deixas de ir à discoteca com medo que a diarreia te deixe mal, acabas por não sair de casa para lado nenhum... ;)
Absolutamente de acordo, CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA, eles fogem ao fisco, mas acham-se no direito de explorar quem trabalha! :P
ResponderEliminarMas a "mamã" às vezes dava pela batota, não era, MARIA? :))
ResponderEliminarEstou mesmo a ver todos os empregados aos pulos e a gritar entusiasmados: "eu venho, eu venho, quero mesmo vir trabalhar!" :D
Mas também ouvi falar de um que primeiro decretou não haver tolerância de ponto, depois disseram-lhe que o feriado estava consagrado no contrato coletivo, e por fim, benemérito, disse que afinal não eram obrigados a trabalhar, mas quem quisesse podia ir... Ri até às lágrimas! =))
Só desde aquela primeira tentativa do Cavaco eliminar o Carnaval é que soube que, por uma qualquer razão estranha, não era considerado um feriado como os outros, mas sim apenas "tolerância de ponto"! Mistérios... ;)
Beijocas!
Infelizmente, a política portuguesa é assim há anos demais, KIM! :S
ResponderEliminarDou-te toda a licença para dares todos os passos que quiseres! :D
Beijocas!