... contavam-se histórias de encantar, de rir ou de pasmar, até que o sono espreitava, as pálpebras tremiam, as chamas apagavam e o aconchego das camas proporcionava uma noite de sonhos descansados. Em tempos longínquos, nunca vividos pela minha geração, que nasceu para depressa ouvir falar em guerra...
E depois de revoluções, numa felicidade tão rubra quanto um cravo vermelho, a tal guerra ia acabar de vez, iam desaparecer do mapa do país novas mulheres de luto e homens a embebedarem-se nas tabernas pelos seus filhos mortos em África. A fome, a miséria e os presos "às molhadas" também tinham os dias contados.
Mas a História não se compadece dos povos, muito menos alinha em finais felizes de contos de fadas ou de filmes hollywoodescos, com tantos erros de casting no percurso.
Num fim de tarde de inverno, sem lareira por perto, a conversa decorreu numa tasca habitual e quase às moscas. Agradável, como sempre que (re)encontramos uma grande amiga, mas simultaneamente emocional: os pais e mães velhotes que nos preocupam pelos achaques e redução de pensões, o cada vez maior número de amigos desempregados e os filhos de todos nós, em debandada para países estrangeiros, para prosseguir a sua carreira profissional. Que já não se contam pelos dedos de uma só mão, nem de duas...
Saímos para a noite fria e despedimo-nos com um voto de "boa noite" aos funcionários da casa. Noutra mesa, onde um grupo de homens já jantava e regava a refeição com tintol, as vozes repetiram o voto, como se lhes fosse dirigido. E é nisto que Portugal não muda nunca: um povo simpático e acolhedor, mas com mentalidade de aldeia, até numa grande cidade. Um aspeto positivo, que até nos fez sorrir!
Saímos para a noite fria e despedimo-nos com um voto de "boa noite" aos funcionários da casa. Noutra mesa, onde um grupo de homens já jantava e regava a refeição com tintol, as vozes repetiram o voto, como se lhes fosse dirigido. E é nisto que Portugal não muda nunca: um povo simpático e acolhedor, mas com mentalidade de aldeia, até numa grande cidade. Um aspeto positivo, que até nos fez sorrir!
concordo contigo! e até alguns que vieram de outros países mantém os hábitos das aldeias de lá...
ResponderEliminarHábitos antigos e enraizados, VÍCIO! ;)
EliminarSabes que até os principais detractores estrnageiros de portugal reconhecem essas amabilidade'
ResponderEliminarUm dos meus próximos posts vai ser sobre o mais recente livro que li e isso nota-se.
tem um dia agradável como uma lareira bem calorosa numa noite de Inverno
Infelizmente não tenho lareira, SÃO! Só uns aquecedores... :)
EliminarQuanto aos estrangeiros, só podiam reconhecer, porque esses então são tratados nas "palminhas"! :D
Boa noite para ti!
Claro que esse é um dos aspectos do nosso atraso - a mentalidade do povo. Mas atenção estou a pensar no quotidiano, nas pequenas coisas. Não me refiro p.e. ao facto como muitos dizem que isso tem incidência nas escolhas políticas que se fazem. Quando os resultados para uma gente "bem pensante" não vem ao encontro desses desejos. Diz-se que o povo é ignorante.
ResponderEliminarNão tenho dúvidas que o povo é ignorante, CARLOS II, já que a grande maioria da população não teve oportunidade de estudar, dadas as políticas obscurantistas do salazarismo. Mas isso não quer dizer que seja estúpido, que é confusão que muitos fazem...
EliminarE também escuso de te explicar como é que a ignorância serve aos políticos fajutos!
De qualquer forma, aqui não era essa a questão! A mentalidade de aldeia não tem só aspetos negativos... :)
Estamos todos e todas metidos num barco à deriva!
ResponderEliminarMas a esperança de dias melhores continua a habitar o nosso coração!
Abraço
É isso mesmo, ROSA! E que nunca nos falte a esperança... :)
EliminarAbraço
Somos um povo que precisa de auto-estima. Estamos sempre a falar mal de país e dos portugueses. Precisamos olhar mais para as coisas boas que temos.
ResponderEliminarA mentalidade de aldeia tem aspetos negativos e positivos, aqui até estava a realçar um dos positivos, LUISA! :)
EliminarE sim, concordo contigo!
Só é pena que não estejamos mais unidos...
ResponderEliminarBeijinho :)
Porque senão o povo unido jamais seria vencido, MARIA? Tens razão! Assim, como muito bem diz a Rosa, estamos todos num barco à deriva... ;)
EliminarBeijocas!
Gostei muito de ler o teu texto. O positivismo é contagioso.
ResponderEliminarBoa noite : )
Também acho, CATARINA! E se há coisa que não gosto é esta tendência nacional para o faduncho... ;)
EliminarBoa noite! :D
Verdade, verdadinha, Teté.
ResponderEliminarE há muito mai coisas bonitas e positivas no nosso País.
A passar por um mau momento que, insisto, vai ultrapassar.
Beijocas e votos de bfds
Claro que sim, PEDRO COIMBRA! Tanto no que respeita a outros aspetos positivos do país, como ao de irmos ultrapassar estes maus momentos. Todos sabemos que "não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe"... ;)
EliminarBeijocas e bom fim de semana!
Em matérias de afectos devemos ser imbatíveis e revejo-me neste post, pelas inúmeras vezes que asi sou saudado quando ando em trabalho por esse país fora ( agora, infelizmente, muito menos...)
ResponderEliminarMas tudo tem um reverso: somos dos povos mais panhonhas e conformados do mundo!
Infelizmente é verdade, CARLOS! Panhonhas ou pamonhas, mas até isso tem limite... ;)
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