Ontem, numa brincadeira de troca de comentários com a Maria, lembrei-me de uma história antiga, que me faz sempre sorrir. Logo no primeiro ano do liceu fiz amizade com a Alex (chamemos-lhe assim!), que se prolongou durante vários anos após a adolescência, mantendo várias amizades comuns. Entretanto a minha amiga casou com um português emigrante na Suiça e viveu lá alguns meses, quando regressou não disse nada a ninguém. O casamento não resultou - acontece a muito boa gente - mas além disso regressou grávida de outro fulano, também ele casado e com filhos pequenos. Talvez por isso não tenha desejado relatar as aventuras algo rocambolescas que vivenciou.
Mas já se sabe que o mundo é pequeno e logo se soube a historieta toda através dos amigos comuns que de algum modo a viram ou encontraram. Não sou de amuar, mas confesso que fiquei ofendida por ela não me ter sequer telefonado. Um dia lá telefonou e fui beber café com ela, já gravidérrima dos seus 7 ou 8 meses, para me dar uma valente descasca por não lhe ter dado apoio naquele período que mais necessitava. E que, por isso, já não seria madrinha da sua filha, tal como tínhamos combinado outrora. Nem houve discussão, porque o meu ponto de vista era completamente o oposto - cabia-lhe a ela ter ligado, que sempre era melhor ouvir a versão dela e tentar dar a ajuda possível, do que ouvir os boatos e a má-língua alheia que aquelas cenas "da vida conjugal" geraram. E óbvio que a amizade esfriou até a um ponto sem retorno.
Mesmo assim encontrámo-nos várias vezes, quando a minha mãe precisou de ajuda para tratar de umas papeladas em notários, falei-lhe na Alex, que para além de ter o curso de notariado, estava a trabalhar por conta própria e em início de carreira, o que é sempre complicado em termos monetários. E ela que sim, que tratava de tudo e tal. E supostamente estava a tratar, de vez em quando ia pedir dinheiro à minha mãe para custas, papeladas necessárias e horas de serviço dela. E um dia desapareceu do mapa: disse aos pais que lhe surgira uma boa oportunidade de trabalho no Algarve e lá foi ela e a filha, sem deixar contato nenhum. Já foi sem surpresa que, uns tempos depois, a minha mãe veio a descobrir que nenhum dos seus assuntos pendentes fora resolvido... E contratou outro fulano que tratou de tudo em cerca de 2 ou 3 meses! Topam a laia da "companheira" de percurso?
Claro que fomos tendo notícias através de alguns amigos, que os "negócios" dela iam de vento em popa, vivia num enorme palacete e uma vida de estadão. A minha mãe, que mantinha amizade com os pais dela, chegou a encontrá-la em festas e a Alex perguntava-lhe sempre "porque é que a Teté e a mana não me vão visitar?". Simples: porque nunca tinham sido convidadas, nem tinham contatos telefónicos ou outros! E mesmo que tivessem, na altura já estavam suficientemente de pé atrás...
13 anos depois da sua súbita partida para o Algarve, aparece no aniversário de um amigo comum, com o qual nunca perdeu contato. Com todo o à-vontade de sempre e fazendo um grande alarido festivo quando me viu. Durante o ameno convívio monologou românticamente sobre o filme "Os amigos de Alex" e como estava feliz por nos reencontrar a todos, mas que infelizmente nunca íamos aos anos dela (sem convite?). E aí alguém lhe relembrou que outra amiga presente fazia anos no mesmo dia, era impossível comparecer aos dois aniversários, a uma distância de cerca de 240 quilómetros. E aí a iluminada criatura teve um vaipe e decidiu na hora: então este ano juntamos as duas festas! E virando-se para a outra, que igualmente não via há 13 anos, explicou a sua ideia:
"- Eu venho do Algarve, trago os meus amigos para animar a tua festa e a empregada doméstica para ajudar nos preparativos e comemoramos na tua casa!"
Só não rebolei a rir, porque a outra minha amiga - a verdadeira - estava de boca aberta e queixo caído perante a "sugestão" da Alex...
BOM E SERENO FIM DE SEMANA PARA TODOS!
Imagem da net.
Lata?!
ResponderEliminarPior do que isso!
Sempre me ri com essa Alex que protagoniza o papel de muitas alexs que passam nas nossas vidas.
E, afinal, a festa fez-se ou não?:)))
beijocas
Houve festa, sim, NINA, mas da amiga lisboeta, que da outra eram apenas "postas de pescada"... :)
EliminarPor acaso não tive muitas Alex na vida, esta desiludiu-me bastante (e continuo a gostar dela e a desejar que a vida lhe corra bem, apesar de tudo!), mas a certa altura virou anedota. Que é o que acontece quando percebes que todas as verborreias são treta... :D
Beijocas!
Felizmente que não conheço nenhuma Alex!
ResponderEliminarÉ obra! :-))
Abraço
Esta Alex é uma obra rara, ROSA, mas simultaneamente foi uma aprendizagem sobre amizade, lealdade e falsidade! Rara, por ser tudo num único "pacote", ao longo dos tempos e na evolução das personalidades... :)
EliminarAbraço
Agora amuei :(
ResponderEliminarPa começar, eu não sou a Alex, nunca estive na Suiça nem moro no Algarve, ok? (assobiando)...
É verdade que me convidei para a tua consoada, mas não disse que ia levar a família e muito menos o mordomo ou a cozinheira, parti do princípio que eras tu que fazias tudo...(assobiando)...depois não ia levar nenhuma lata, ia levar uma garrafa e uma linda prenda para ti, agora já não levo nada e muito menos vou aí, prontos! :p
Ainda hoje tenho algumas "amigas" com lata, mas latinhas pequeninas...como a Alex tive uma há uns anos atrás, que por acaso se chamava, chama, Teté eheheheh...uma "amiga" que deturpava tudo o que eu dizia ou combinávamos, que se fazia sempre convidada e nunca vinha sozinha...a minha mãe nunca achou muita graça, nem às graçinhas que ela fazia ou dizia e muito menos à nossa "amizade", mas eu era um cadinho totó naquela altura...era uma "amiga" que quando era chamada à atenção dizia sempre que "os amigos não precisam de telefonemas ou explicações, que estavam sempre lá.."
Pois tá claro!
Mas sabes? Que se dane a Teté de outros tempos, de que não sei nada há 250 anos...
Hoje encontrei uma Teté muito mais fixe e amiguinha, ok, esta nova Teté convidou-me para a consoada e depois desconvidou-me, mas não faz mal, eu gosto dela assim, rabujenta e desconvidativa eheheh (assobiando e saíndo de fininho...ainda bem que eu não sou batatinha pequenina) :p
Beijinho :)))
*não é preciso empurrares, eu já saí...fuiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Não tens de amuar, MARIA, que entendi bem o teu comentário brincalhão! E claro que não tens nada a ver com a Alex: quando fiz 19 anos, já ela queria convidar uns amigos para a minha festa, "para animar"! Duas ou quase três décadas depois, na casa da outra amiga, só dá para rir... :D
EliminarComparativamente, essa "tua" Teté era quase um doce. Apimentado, mas pronto! Quem nunca passou por uma "amiguinha" dessas, não conhece a experiência! Que no final, só dá para aprender... :)
A Teté rabugenta daqui tem dias, mas nunca empurrou ninguém para a porta! E só sabia assobiar no tempo dos smiles, embora as batatinhas pequeninas já estejam prontas para a murraça... :)))
Beijocas, sem empurrões!
ah boa esta é a verdadeira situação do é preciso ter lata :) Um bom fim de semana para ti Teté e para todos :)
ResponderEliminarBeijocas
Nunca conheci ninguém que se comparasse à lata dela, POPPY! :)
EliminarObrigada e beijocas!
Mas que grande lata...Para nós, pessoas sérias, estas situações até custam a acreditar...
ResponderEliminarPassei para te desejar um feliz Natal e um ano novo com tudo de bom.
Beijinho
A minha seriedade é muito relativa, SONHADORA, porque certas situações só me dão para rir... senão na altura, algum tempo depois! :)))
EliminarFeliz Natal e Bom Ano Novo! Para já, que ainda passo no teu canto para repetir a mensagem (sem spam)! :D
Beijocas
Bem, Teté, precisava de uma foto com muitas mais latas para ilustrar este post. Já conheci gente do género, mas nem tanto...
ResponderEliminarAproveito para lhe desejar Festas Felizes e me despedir até 2013 ( embora vá andar pelo On the rocks, não sei se aportarei ao Rochedo antes de Janeiro)
Que o próximo ano seja o melhor possível e lá nos encontraremos.
Beijinho
Acredito que haja gente com muito mais lata, CARLOS, mas esta foi a que conheci com mais lata na Vida! Impossível de imitar, também... :)
EliminarObrigada pelo votos, desejo-lhe igualmente um Feliz Natal e Ano Novo, que comentarei em direto nos seus blogues!
Inté e beijocas!
Este post não figurava nas minhas atualizações há umas 2 ou 3 horas e parece ter sido publicado há 23 horas. Esquisito!
ResponderEliminarMas que lata e “aldrabona”... a “crook”!
Às vezes o blogger tem destas esquisitices, CATARINA! Que já deixei de tentar entender... :)
EliminarLata, aldrabona, trapaceira e muito, muito manipuladora! Mas já não me causa mossa... Não deixou de ser uma aprendizagem! ;)
Oh, ele há gente que parece que é inventada... =)
ResponderEliminarPodes crer, BRISEIS! :)))
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