Dave Brubeck morreu esta semana, na véspera de completar 92 anos de idade. Notícia amplamente divulgada, mas um pouco esbatida por ter coincidido com a data da morte do famosíssimo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. A vida (e a morte) tem destas coincidências...
Como nunca se pretendeu transformar este espaço numa necrologia, recordo que o célebre pianista de jazz americano era também um acérrimo defensor da igualdade racial: preto e branco distinguia apenas na cor das teclas de piano, não entre os seres humanos! Numa época em que era invulgar um branco conviver com negros nos EUA, ele não só convivia como tocava nos bares exclusivamente frequentados por eles, onde certamente aprendeu muito com os grandes mestres jazzísticos.
Homem pacato, sem vícios de droga ou álcool, também nutria notória antipatia pelo mundo mediático, que promovia a fama e o estrelato de alguns músicos, em detrimento de outros quiçá mais talentosos, mas com o óbice de uma pele mais escura. O seu quarteto começou a notabilizar-se e a parceria com o saxofonista Paul Desmond manteve-se por quase duas décadas, embora os bateristas e contrabaixos fossem variando - sendo que na formação mais prolongada marcaram presença Joe Morello e Eugene Wright, respetivamente. Consta que por essa altura cancelou a participação num programa televisivo, ao descobrir que os produtores planeavam não enquadrar Eugene nas câmaras, devido ao tom da sua pele!
Os quatro reunir-se-iam na comemoração do 25º aniversário do Dave Brubeck Quartet (1976), cujo tema mais conhecido é este:
Foi uma semana de perdas! :(
ResponderEliminarJoaquim Benite e Papiniano Carlos também...
Dezembro é um triste mês para mim!
Abraço
Tens razão, ROSA! E Dezembro é um mês de contradições: se por um lado preparamos o Natal e a consoada, que desejamos o mais alegre possível, por outro não deixamos de notar a ausência daqueles que partiram e nos acompanharam noutros Natais... Enfim, há que tentar ultrapassar, mas nem sempre é fácil!
EliminarAbraço!
Nunca tinha ouvido falar desse jove. Sabes que eu e o Jazz é um bocado como eu e a poesia. Beijoca!
ResponderEliminarSei, sim, RAUF! :)
EliminarBeijocas!
Foi uma série negra , esta: tantas perdas!
ResponderEliminarGostei da foto, rrss
Conheces receita de hibernação durante Dezembro?
Bom serão
Foi, SÃO! E não conheço receita, nem quero hibernar! Afinal os que nos rodeiam também não merecem levar com a nossa nostalgia... ;)
EliminarBons sonhos!
Bela homenagem! Não me dei conta, mas também nunca fui grande apreciadora de jazz. Se bem que este tema - Take five - esteja espantosamente bem tocado...
ResponderEliminarBem sei que a maior parte dos amigos bloguistas não aprecia jazz, GRAÇA! Em miúda e adolescente também preferia rock, mas os gostos mudam... :)
EliminarObrigada!
Adoro jazz e era fã do dave, que me acompanhou em muitos momentos de nostalgia ( É, o jazz conforta-me nesses momentos..) Desconhecia este episódio que aqui nos conta e é uma bela homenagem a um dos que nos deixaram esta semana. Ah,já me esquecia, Take Five e um dos meus temas favoritos.
ResponderEliminarBem sei que o CARLOS é dos poucos apreciadores de jazz que por aqui passam!
EliminarConhecia bem o tema, mas isso de saber quem toca ou tocou já é areia demais para a minha camioneta. Ouço muito jazz, mas fora raríssimas exceções os autores, músicos e vocalistas passam-me ao lado. O entendido musical cá de casa é outro e foi ele que me contou o episódio, que tem uma breve referência na wiki! :)
O tema ficou para quem agradasse, óbvio que são todos livres de passar ao lado! ;)
Infelizmente sabemos desde sempre que ninguém cá fica, pessoas assim ficam sempre gravadas nos murais da história, como disse quando faleceu o Sasseti (uma morte um pouco mais dolorosa quanto a mim face à idade), morrem mas a sua existência permanece enquanto aquilo que deixaram permanecer, enquanto as suas músicas forem ouvidas enquanto as suas obras forem admiradas.
ResponderEliminar(Gosto de aprender desta maneira descontraída que a Téte tem de contar a história)
Beijinhos
Não sou grande adepta de homenagens póstumas, POPPY, é raro falar aqui de alguém que morreu. E concordo absolutamente que aqueles que escreveram, cantaram, tocaram, pintaram, arquitetaram e tudo o mais não morrem simplesmente: ficam vivos na memória de todos, alguns por várias gerações!
EliminarNeste caso, a atenção foi pouca, até pela coincidência. E ele também tinha uma história de vida que merecia ser contada...
Obrigada e beijocas!