Nunca se sentiram "perseguidos" por uma palavra invulgar, que tilinta em certos neurónios, recordando um livro que se leu e o seu autor, quem o emprestou ou todas as (poucas) vezes em que a viram escrita? Para lá de outras associações de ideias, como esta do parte-placas. (já adivinharam onde, não?)
Temo que imarcescível não seja nada original, para quem tem estas "pancadas", que no meu caso não será a única. Mário-Henrique Leiria escreveu, em nota introdutória ao conto d' "O Bode Imarcescível":
"É o que lhes digo.
Com esta idade e nunca o usei.
Há cerca de trinta anos apareceu-me uma oportunidade de o fazer, mas senti certas dúvidas e tive receio.
No entanto, ultimamente tenho-o lido com bastante frequência nos discursos que quotidianamente vejo nos jornais.
Já não sou criança e não quero deixar este mundo sem o usar pelo menos uma vez. É um vocábulo realmente impraticável, verão, mas mesmo assim vou usá-lo. Imarcescível. Aí está! espantoso, não acham? Imarcescível. Alucinante! Por isso lhes conto"
Contudo, o significado de imarcescível pode variar consoante o contexto onde se insere. Assim e para mim a primavera é imarcescível, quer chova ou o sol nos ilumine, mesmo que pequenas flores murchem nas calçadas: de algum modo, quase impercetível, elas reflorescem com as sementes que lançaram à terra...
Outra associação a estes "Contos do Gin-Tonic" foi o fantástico quarto round que efectuei numa noite da Feira do Livro deste ano, na chamada hora H ou "happy hour", em que, ao fim de tantos anos, os comprei (este e os "Novos Contos do Gin"!) por um preço muito acessível! Na excelente companhia de uma amiga tão amante de livros quanto eu, debaixo de uma lua de verão, como se estivéssemos a viver uma meia-noite em Paris, ao sabor desta música:
FELIZ FIM DE SEMANA PARA TODOS!
pra mim pode ser uma dose dessa coisa, mas sem cebola!
ResponderEliminarapesar de não ser o caso, acho graça a pessoas que preferem mostrar que têm cultura com esse tipo de palavras em vez de tentarem fazer-se entender...
BFS
Não consigo Ler Mário-Henrique Leiria (de quem tenho os dois livros que citaste) sem ter presente Mário Viegas. Nunca vi/ouvi dizer tão bem M-H L como o vi fazer ao Mário Viegas. É provável que no tubo existam algumas gravações.
ResponderEliminarNunca li MHL,tenho que me actualizar.
ResponderEliminarO que não me consigo perdoar, é que conhecendo muito bem os contos de MHL, não ter reconhecido aquele conto dele.
ResponderEliminarJá leste o da nêspera? :)
Aprendi uma palavra nova que dificilmente vou usar :)
ResponderEliminarIsso e o nome de um escritor que tem umas piadas giras.
eu comprei logo os dois por via das dúvidas e o segundo li há bem pouquinho tempo. Muito bom e uma maneira de escrever muito pouco portuguesa, que se saúda naturalmente :)
ResponderEliminarMerci!
ResponderEliminarJe ne connassais pas ce mot!
Vou tentar usá-lo de forma contextualizada! :-))
Abraço
Que tu ponhas brejeirices do FB para me xocar no teu post de há dias ainda vá que não vá, agora palavrões no título, Teté? Tou xocada ao quadrado :p
ResponderEliminarJá me aconteceu estar deitada a ler um livro e ter que me levantar para assinalar uma ou outra palavra que não sei o significado...quando vejo o que significa acho que o autor podia ter usado uma palavra mais comum, mas depois mais a frio penso que se há tanta palavra com o mesmo significado porque não usá-las? Assim aprendemos mais umas, aposto que nunca mais vou esquecer esta...
Gostava de ser imarcescível ehehe
E agora fiquei com vontade de ler estes contos, e ando há dias para ver este filme...
Beijinho e bom fim de semana :)
Os meus Contos do Gin Tónico são velhinhos e estão muito gastos, porque de quando em vez lá vou relendo.
ResponderEliminarPara além da sua escrita e do seu humor, admirava a sua notável capacidade de síntese.
Bom fds
Como deves calcular, VÌCIO, é a primeira vez que uso a palavra (se descontar o post anterior, com o título do conto), que não ando prái a debitar palavrório "caro" para parecer muito culta... =))
ResponderEliminarMas existem uma meia dúzia delas que associo a certos "recuerdos" e situações, de ficar tudo a olhar para o lado e a assobiar, nitidamente naquela "do que é que isto quer dizer?"... :D
BC!
Boa ideia, VITOR! Vou espreitar lá, a ver se encontro... :))
ResponderEliminarMário Viegas só podia achar graça! :D
Até encontras alguns contos na net, RAINHA, se quiseres espreitar... :))
ResponderEliminarCurioso é que eu sabia que conhecias, VIC, que já uma vez o tinhas referido... :))
ResponderEliminarAinda não reli os contos, mas é essa a intenção... :D
Pelo que te conheço, W, é leitura para ti... :))
ResponderEliminarComo digo, li emprestado, só agora comprei, MOYLITO. A 5 euros e picos cada... :))
ResponderEliminarA do bode ficou-me sempre na cachimónia, até por causa da palavra... :D
Não é muito fácil de usar, ROSA, mas até ler o conto também não conhecia a palavra... :))
ResponderEliminarAbraço!
Ui, MARIA, não era minha intenção xocar-te com um palavrão destes. Será que me perdoas?!? =))
ResponderEliminarRecuso-me a levantar-me quando estou a ler para ir ao dicionário, a não ser que perca completamente o sentido das frases. Aborrece-me qué que queres? Se o dicionário ou o PC está à mão ainda vá, quando não... népias! Quando muito, bisbilhoto mais tarde! :D
Beijocas!
ps - bom filme, com boa música... :)
Também achei um piadão quando os li, CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA, na altura não foi possível encontrá-los à venda. E em 2007, soube que tinham sido reeditados, mas por uma razão ou outra, só agora os comprei. Para reler e saborear... :)
ResponderEliminarLéxico e vasto português... não conhecia a palavra. Por certo, o que é banal para uns, pode ser raro para outros.
ResponderEliminarBom fim de semana!!
Bom fim de semana!
ResponderEliminarOlha... aprendi uma palavra nova! : )
Teté: Desculpa alongar-me
ResponderEliminarA propósito do 1º comentário(do Vício). Postei em tempos :
http://coisas-da-fonte.blogspot.pt/2010/03/jorge-de-sena.html
Sobre Jorge de Sena. Fiquei a detestá-lo e à sua poesia.
Ele escreveu entre muitas outras coisas, ‘Quatro Sonetos a Afrodite Anadiómena’, dos quais o 1º (só como ex.) :
"I - PANDEMOS"
Dentífona apriuna a veste iguana
de que se escalca auroma e tentavela.
Como superta e buritânea amela
se palquitonará transcêndia inana!
Que vúlcios defuratos, que inumana
sussúrica donstália penicela
às trícotas relesta demiquela,
fissivirão boíneos, ó primana!
Dentívolos palpículos, baissai!
Lingâmicos dolins, refucarai!
Por manivornas contumai a veste!
E, quando prolifarem as sangrárias,
lambidonai tutílicos anárias,
tão placitantos como o pedipeste.
…mas há mais !!! …
Os seus textos poéticos:
"A Portugal" e "No país dos sacanas" são do pior que se possa imaginar de insultuoso a Portugal e aos portugueses!
"A Diferença Que Há" (entre os estudiosos e os poetas) torna-se ridícula e revoltante pela arrogância "do ser" poeta!
No último verso, reconhece, mas confessa: "O mal está em haver poetas que abusam do analfabetismo".
.
Que raio de vocábulo!:)
ResponderEliminarPrefiro coisas mais simples. Já o autor, como disse atrás, não conheço.:)
bji
Então para o próximo ano tenho de esperar pela happy hour.
ResponderEliminarTudo vale a pena quando a HAPPY não é pequena.
Beijinho Teté
E quem é que conhecia, até ler Mário-Henrique Leiria, LUMA? Atrevo-me a dizer que muito pouca gente de língua lusófona, em qualquer canto do mundo... :))
ResponderEliminarBeijocas!
E aprender não faz mal nenhum, CATARINA! :D
ResponderEliminarAbraço!
Caro RUI, como sabes poesia não faz muito a minha onda, muito menos a que não entendo, como essa que dás de exemplo.
ResponderEliminarA brincadeira de Mário-Henrique Leiria neste conto de "O Bode Imarcescível" é apenas com uma palavra, tudo o resto se entende lindamente. Como os outros contos.
Dei Jorge de Sena no liceu e também detestava, ficava a zeros. Muitos anos mais tarde reli um desses "poemas" dele e até achei piada, cheguei a pôr um aqui (o que é raro). Mas igualmente não aprecio esse género de insultos, nem ao país, nem aos leitores... ;)
Injusta é a comparação entre um e outro! :)
Tens razão, NINA! Mas o conto tem um piadão... :))
ResponderEliminarO facto de o escritor ser surrealista, não significa que não seja simples. Por vezes, até é mais sintético... :D
Beijocas!
É isso aí, KIM, na "happy hour" os livrinhos com mais de ano e meio de publicação estão a metade do preço (nos stands que aderem), de 2ª a 5ª, das 22 às 23 horas. Quer dizer, espero que pró ano a iniciativa se prolongue... :))
ResponderEliminarBeijocas!
Confesso que também não conhecia a palavra. Aliás é assustador o número de palavras que não conheço... :)
ResponderEliminarOh, são tantas que nem as podemos contar, LUISA! :))
ResponderEliminarMas algumas ficam-nos assim, no "toutiço"... :)