domingo, 13 de março de 2011

E O POVO, PÁ?

O povo saiu à rua para protestar o seu descontentamento, como comprovou o marquês no alto do seu pedestal. Ou comprovaria, caso tivesse boca para falar e olhos para ver. Visão privilegiada essa muito almejada por vários manifestantes, jornalistas ou mirones, que emaranharam pela coluna e candeeiros acima com o fito de melhor fotografar ou filmar o desenrolar da manifestação convocada pela já famosa "geração à rasca", a partir de um dos locais designados para a concentração.

É certo que veio o novo, o velho e o menino, tal como diz a canção dos Homens da Luta, que juntamente com Fernando Tordo e Rui Veloso, posicionados num palco improvisado num camião de caixa aberta, cantavam umas poucas das suas músicas mais emblemáticas, enquanto a malta as trauteava de cor e salteado, no meio de aplausos.

Outros empunhavam cartazes, gritavam-se palavras de ordem em coro e de conteúdos variados, mas prevalecia a serenidade e até alguma alegria na contestação.

Mas chegou a hora da debandada (até já passava) - anunciada por Jel no seu megafone - e lá seguiu a multidão compacta rumo ao Rossio, via avenida da Liberdade fora, que afirmavam os "empoleirados" estar repleta de manifestantes, já que aquele não era o único "ponto de encontro".

Cerca de meia hora depois ainda chegavam os atrasados dos costume e mais ainda se juntariam às fileiras da manifestação, pois fazendo o caminho inverso para casa encontrei grupos de pessoas que nitidamente se encaminhavam nesse sentido.

E aqui terminaria este relato da minha breve participação numa manifestação - a mais longa dos últimos 30 e tal anos, diga-se! - se porventura na noite de ontem não tivesse passado nos Restauradores e no Rossio e observado o lixo que lá deixaram espalhado nas calçadas, com garrafas de água vazias a rolar por todos os lados, entre papéis e outros itens não identificados. O povo é ordeiro e correcto a manifestar-se perante todas as injustiças de que tem sido vítima ao longo do tempo, mas em matéria de higiene e limpeza ainda tem muito a aprender, pá! 
ps - não me empoleirei em lado nenhum, porque bloguista estatelada não posta nada!  

12 comentários:

  1. O que importa é que finalmente o povo se manifestou...e não foram precisos partidos, sindicatos ou nada dessa gentinha que só aparece para a foto.
    O Povo foi só mas unido, e ordeiro manifestou o seu descontentamento.

    Beijokitas e um resto de bom domingo.

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  2. Curiosamente disse exactamente isso, lá por estarem à rasca não havia necessidade de serem badalhocos. Mas pronto, serviu como aviso ao governo.

    Beijocas!

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  3. É isso mesmo, PARISIENSE, era povo, não gente a querer protagonismo ou poleiro... :))

    E não consta que tivesse havido qualquer desordem ou conflito por não ter sido organizado por esses "especialistas" da política! Antes pelo contrário, reinava a boa disposição... :D

    Beijokitas e boa semana para ti (que o Domingo já era)!

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  4. Em certas questões, RAFEIRITO, estamos sempre sintonizados! :D

    Era bom que o governo ouvisse avisos, mas não acredito assim muito! "Rapazes" distraídos... ~xf

    Beijocas!

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  5. Ahahah um foto tua a trepar um poste com o cartaz na mão era bem engraçado de se por aqui eheheheh.
    Francamente não fui à manifestação, dou obviamente todo o meu apoio mas não acredito que resolva grande coisa… :(
    De qualquer forma acompanhei tudo pela Tv e vamos a ver em quê que tanta polémica irá resultar.
    Realmente o povo não é muito limpinho não… atirar lixo para as ruas não é forma de se demonstrar que se quer levar o país avante.
    Beijos :)

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  6. :D Quanto à fotografia a subir a um poste de cartaz em punho, bem podes esperar sentado, PSIMENTO! =))

    Também duvido que resolva alguma coisa, até porque os nossos governantes preferem :-t e ;x , mas o mínimo que eu podia fazer era participar! :[

    É evidente que fazer do chão uma lixeira não acontece só nas manifs, também nos jogos de futebol, concertos ou no Carnaval é a mesma coisa. Mas que é uma nojeira, lá isso é! :p

    Beijocas!

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  7. Por acaso acho que nestes momentos todos fazem falta, MOYLITO, mas cada um terá as suas razões... :s

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  8. Felizmente não estou à rasca, mas houve um período em que vi a minha vida a andar para trás e acabei a ter de passar recibos verdes ao Estado para assegurar o emprego.

    Mais do que concordar com este protesto, é um acto de solidariedade, de um desespero e revolta enorme. Isto de levantar a voz pode até não levar a nada mas terá algumas consequências. Por alguma coisa é que somos recordados como os revolucionários dos cravos.

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  9. Concordo contigo, PAULOFSKI, não é na modorra do sofá e da TV que se protesta, e razões para protestar não faltam a cada um: novos, velhos ou assim-assim!

    Não gosto da expressão "à rasca", que é um aproveitamento de um famoso editorial de Vicente Jorge Silva, então director do jornal "Público", devido a um protesto estudantil.

    Individualmente ou por solidariedade, suponho que 9,6 milhões de portugueses deviam ter enfileirado, sendo que os restantes 4% são os gajos da massa e do poder! Para já é um começo uma participação tão massiva, é esperar para ver se a luta continua... espero que sim! :)

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  10. Teté,o tal senhor não foi o que nos chamou rasca?... lembro-me bem dessa altura, visto que faço parte da geração que ele caluniou. :P

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  11. O tal que falou pela primeira vez em "geração rasca", num editorial do Público onde era director, chamava-se (e chama) Vicente Jorge Silva, ANA! :p

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)