Um jovem chileno, inspirado por “Moby Dick” de Herman Melville, parte para umas férias de aventura, com o intuito de conhecer a navegação que dá caça às baleias, nos mares do Sul. A experiência tem aspectos positivos e negativos, fica com a certeza que não deseja ser baleeiro no futuro.
“- Sabe, amiguinho, ainda bem que não gostou da caça. Cada vez há menos baleias. Talvez sejamos os últimos baleeiros destas águas, e está bem assim. É altura de as deixarmos em paz. O meu bisavô, o meu avô, o meu pai, todos foram baleeiros. Se eu tivesse um filho como você, aconselhava-o a seguir outro rumo.” – diz-lhe o Basco, comandante da embarcação.
Este é o ponto de partida do livro:
MUNDO DO FIM DO MUNDO
Luis Sepúlveda (1989)
Edições ASA, 11ª edição, 2001
O jovem torna-se adulto, mais consciente da realidade que o rodeia, depois de um percurso algo paralelo ao do próprio autor – que esteve preso nas prisões de Pinochet, tornou-se clandestino no próprio país, até ser exilado.
Aderindo ao movimento Greenpeace, toma conhecimento de um barco-fábrica japonês, Nishin Maru, “dedicado à caça e processamento industrial das baleias.” Numa sequência de pasmar, dá-nos a conhecer um mundo do fim do mundo, em que é difícil acreditar...
Esse barco existiu realmente (será que ainda existe?), empenhado na tarefa de aspirar o mar: “Puxavam-no todo, provocando uma corrente que sentimos debaixo da quilha e, depois de passado o aspirador, o mar ficou transformado num escuro caldo de águas mortas. Sugavam-no todo, sem sequer pensarem em espécies proibídas ou protegidas. Com a respiração quase paralisada de horror vimos como várias crias de golfinhos eram sugadas e desapareciam” – esclarece um dos personagens.
*****
Um livro que se lê num instante (123 páginas escorreitas), com costas, ilhas, enseadas e fiordes que não vale a pena memorizar, mas muito activista, no que este escritor quer dar a conhecer ao mundo!
Um também que andou por aqui perdido, até ter “honras” de prateleira...
Pensando eu que sou uma das Inêses agradeço a distinção.
ResponderEliminarTambém eu não consigo pôr os prémios na prateleira (embora já consiga no post)...
Mas muito obrigada!
Comentário obviamente deslocado :(
ResponderEliminarAcho melhor ficar conhecida como a Inês NABA !
Também não sei como é que se consegue apagar o comentário...
De Luis Sepúlveda li "O homem que lia romances de Amor". Achei uma ternura de um livro e gostei imenso.
ResponderEliminarEste de que falas aqui deve ser bastante interessante mas acho que nem sequer o vou tentar ler. Fazem-me exageradamente mal a leitura de livros assim.
Quanto ao barco ele ainda existe sim!!! E a caça aos golfinhos é uma das barbáries que essa gente ainda hoje pratica. Vi um comentário que era de uma crueldade e violência que foi das piores coisas que já vi. Verdadeiramente chocante! Acho que os golfinhos têm qualquer coisa de afrodisíaco...
É como dizes, um daqueles clássicos que temos em lista de espera nas prateleiras...porque quem gosta de livros tem geralmente como prendas certas...livros! E mesmo que a leitura diária seja algo de naturalmente obrigatório, o tempo não dá para tudo.
ResponderEliminarHá que séculos que ando a dizer que o vou tirar da prateleira.
Os temas ambientalistas nunca são demais de se referirem...
Beijo grande.
Que bom que podes ter acesso a livros e mais livros!...
ResponderEliminarJá deixei de os comprar, mas mais tarde quem sabe...
Já tive as minhas estantes pejadinhas de livros que gostava de ler e reler, mas foi tudo ao ar quando a garagem inundou há coisa de 5 ou 6 anos, foi até ao tecto e a maior parte deles estava ali numa estante tapados protegidos porque já nem cabiam aqui em casa, mas eram meus e do meu passado de menina, desde histórias e livros que o meu pai me comprava, coleçcões de romances que adorei ler e alguns em espanhol pois eu leio espanhol como português fosse, enfim..deixei-me disso há muito, pela falta de euros mas, mas um dia eu volto a recomeçar...
Beijinhos a ti nina Tété...
Sou contra o abate de tudo oq ue pertence à natureza e nos foi emprestado para desfrutarmos e usarmos com parcimónia, mas...são uns selvagens e não sabem que é preciso amar a todos e não matar...
É uma sugestão...
ResponderEliminarPena que eu só saiba ler até 23!
ehhh, só sabe ler até ao 23, pois releia e acrescente mais uns 23 de longe a longe...sempre é alguma coisa...
ResponderEliminarVou tentar, Laura. Vou tentar...
ResponderEliminarMas em círilico, claro está!
Queria dizer "cirílico".
ResponderEliminarE mais ainda não bebi hoje...
Confesso que há alturas em que me sinto com alma de activista dos direitos dos animais, mas depois tb vejo que em determinadas alturas eles acabam por levar as coisas aos limites, enfim. Detesto crueldade animal seja ela de que tipo for!
ResponderEliminarNão é o meu género de livros, mas é sempre uma boa opção para quem gosta e um tema sempre interessante. Há realmente atrocidades para com os animais (não só marinhos) que tem que ser paradas e é necessário que haja cada vez mais pessoas que se façam ouvir e participem em movimentos em prol destes seres.
ResponderEliminarNão te preocupes Inês, que se houvesse outra Teté, eu também seria a Teté Naba, ih, ih, ih! Por acaso para apagar, acho que basta carregar no símbolo em baixo que parece uma espécie de caixote de lixo. Mas nunca experimentei, de modo que...?!
ResponderEliminarEste já é o quinto livro que leio do Sepúlveda. Se este género de histórias te impressiona demasiado, tens outro que é fantástico, que foi pensado para conto infantil e que é "História da Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar". O escritor diz que foi o livro que demorou mais tempo a escrever (2 anos), devido a ter de encontrar uma linguagem mais simples, para os miúdos entenderem.
Mas também é de uma ternura e de um encanto fabuloso!
Quanto ao barco, pois ainda andei a pesquisar na net, sei que em 2001 tiveram problemas com outra organização ambientalista, mas não encontrei mais nenhuma refrência. A minha esperança era que já tivesse desaparecido do mapa...
Baleias, focas, golfinhos, peixes, aquilo é uma coisa horrorosa...
Su, é isso mesmo, é hoje, é amanhã, é qualquer dia. Com os livros, às vezes com os amigos, com viagens ou outras coisas que queiramos realmente fazer. Muitas vezes temos de lutar contra a própria inércia do "fica para amanhã". Enfim, mas é humano!
ResponderEliminarLaurinha, pois não sou vegetariana nem nada do género, temos de comer, não é verdade? Agora matar animais por recreio ou ganância (que aqui era o caso), já me parece crueldade demais.
Xi, eu tinha um desgosto se me acontecesse uma dessas de ficar sem os livros, devido a uma inundação ou acidente do género, que nem quero pensar...
Jinhos a ambas, amigas!
Rei da Lã só sabes ler até 23... em cirílico? Hummm... sabes mais do que eu! Não vai um aperitivo?
ResponderEliminarLaurinha, pois de 23 em 23, lá vai andando...
Bem-vinda, Adriana. 'Tá bem, já lá dou um saltinho!
Meio Maluco, activistas devíamos ser sempre todos, no que toca a acabar com as crueldades com os animais. Infelizmente, há sempre uns que exageram nas doses... quer para um lado, quer para o outro!
ResponderEliminarPsycho_Mind, claro que não são só os marinhos, basta pensar nos touros em Portugal ou Espanha, nas raposas em Inglaterra, nos elefantes em àfrica, etc. e tal...
Realmente esse "caixote do lixo" costumava aparecer mas nunca mais o vi...
ResponderEliminarpena que quem tem poder para mudar o que o livro descreve nem sequer o vá ler ou se o ler não se comove!
ResponderEliminarPessoalmente não gosto muito desse tipo de leitura, é um pouco como chover no molhado, mas fico sinceramente satisfeita por se escreverem livros desses :)
ResponderEliminarInês, estou como tu, às vezes vejo o caixotinho, outras vezes não. Não te sei é explicar porquê. Olha, mesmo que siga em duplicado prefiro nem sequer tentar apagar...
ResponderEliminarComover os políticos é difícil, Vício! Ainda mais quando eles são gananciosos, mentirosos e charlatões... Mais depressa te comovem eles a ti, para lhes dares o teu voto!
Ahklinha, confesso que também prefiro um bom policial, romance, ou algo que me faça rir. Mas de vez em quando leio coisas mais sérias, que me fazem pensar, investigar, perceber o porquê de certas realidades que nos rodeiam. E sim, já sabia alguma coisa sobre o Greenpeace, com este livro fiquei mais alerta para a causa ambientalista que eles defendem...
Jinhos para todos!
vim ver como ía a tua vidinha e deixar mais uma mão cheiar de força!
ResponderEliminarQue bom ver um post sobre o Luis Sepúlveda, apesar de nunca ter lido este e muitos mais. Só conheço o "Encontro de amor num país em guerra" e "Um velho que lia romances de amor" <<< muito, muito bom.
ResponderEliminarObrigado pela lembrança/indicação, Teté.
Um dia BOM cheio de... o que quer que te apeteça. Até breve, abraço.
:)
Gostei bastante da leitura e ainda mais de poder ter retornado.Aos poucos irei atualizando as visitas.Obrigada pelos prêmios,você é querida!
ResponderEliminarFica muito bem e um grande beijo!
Inês, obrigada pela mão cheia, o mesmo para ti. Os dias cinzentos passam... um pouco de optimismo também ajuda a ter essa esperança!
ResponderEliminarEduardo, sempre em boa onda... E sim, gosto muito de Sepúlveda, este por sinal é um pouco mais "duro", mas claro, ainda não li todos. Li o último que referes, mas o meu preferido continua a ser "A História da Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar", que foi escrito para crianças.
Kátia, que bom rever-te. Já te vou fazer uma visitinha...
Fiquem bem, amigos!
Os teus comentários sobre alguns livros fazem-me ficar sempre com vontade de os ler! Consegues transmitir-nos isso!
ResponderEliminarEu adoro ler.... dou e recebo muitos livros de presente... mas quantas vezes começo a ler um que me desilude? São raras as vezes que não os leio até ao fim.. mas muitas vezes ando a ler dois ou três ao mesmo tempo porque nenhum me está a encher as medidas..
Obrigada pelas dicas!
Bem regressada à blogosfera, 4ever... or never! Livros que me desiludem, logo de início, ponho de lado. Há tantos bons para ler...
ResponderEliminarJinho!
Os japoneses, nesse particular, são odiosos. Recordo-me também de um documentário em que eles encurralavam centenas de golfinhos e os matavam, sob pretexto de que lhes comiam o peixe. A imagem do mar vermelho de sangue nunca mais me saiu da cabeça...
ResponderEliminarÉ rafeirito, aqueles gajos são mesmo sanguinários. Não te esqueças também que era o país dos Kamikazes e onde se praticava o hara-kiri. A vida para eles parece ter pouca importância... quanto mais a dos animais!
ResponderEliminarJinhos!
Aprecio bastante os livros de Luís Sepúlveda. Deste ainda não tinha ouvido falar...
ResponderEliminar"História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar" achei-o delicioso. :)
Beijos, beijos
É, Tons de azul, também foi o livro que gostei mais do Sepúlveda.
ResponderEliminarEste, é um bocadinho a dar para o brutal...
Jinhos!
IIIIIIIIIH! Eu A-D-O-R-O o sepulvedazinho!!! ADOOOOROOOOOO!! Adorei o Velho que Lia Romances de Amor e AMEI a História da Gaivota de do Gato que a Ensinou a Voar. Adorei mesmo, como poucos. São encantadores, ternurentos, deixam-no uma lágrima comovida no canto do olho, fazem-nos sorrir e voltar a acreditar na bondade da humanidade. Adoro estes dois livros.
ResponderEliminarTambém li o patagónia express e outros cujo nome não me recordo agora, mas adoro o Sepulveda, para além de me fascinar o percurso de vida dele e de lançar um olhar sobre alguém que lutou e venceu nos seus ideiais.
Obrigada pela sugestão, assim que conseguir vai para a colecção!! Esse e o novo do JR Santos, heheheheh. ;-p
Laura!! Perdeste os livros todos por causa de uma inundação???? OH PÁH!!!!! Eu acho que me dava uma coisa se algo acontecesse aos meus livrinhos!!!!! AAAAAH, rapariga, nem imagino o teu desgosto :-(.
ResponderEliminarEste blogue tem quase tantos comentários como o meu!
ResponderEliminarVanadis, então somos as duas fãs...
ResponderEliminarE sim, parece que a Laurinha perdeu os livros numa inundação (ela parece que está com problemas no PC, e como vou postar mais qualquer coisinha, é pouco provável que ela venha ver cá para trás).
Bem-vindo, 40!
Já espreitei, mas não deixei comentário. Porque não sei comentar silicone, certo?
este livro é mesmo um livro fascinate.
ResponderEliminarA quem passar por aqui deixo-lhe um conselho, leia este livro!
À Autora deste blogue, deixo o meu agradecimento e o link para o texto que escrevi sobre esta obra.
ResponderEliminarVim cá ter à procura da capa do livro, para colocar no post e acabei por criar a ponte para o seu texto de forma a dar aos meus leitores um ponto de vista complementar à minha análise.
Muito obrigada!
Obrigada, PAULOCK! :)
ResponderEliminarObrigada pela atenção, CLÁUDIA! :)
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