segunda-feira, 29 de abril de 2013

FLORES VERMELHAS TAMBÉM TÊM ESPINHOS...

A 29 de abril de 1974 regressei ao liceu, depois de ter passado o dia 25 e 26 de cama com febre, devido a uma otite. Ainda hoje a coincidência de ter adoecido naqueles dias me chateia: o pais em revolução e a totó aqui sem suportar ouvir o mínimo ruído, já que os que lhe latejavam no ouvido pareciam a caminhada de um elefante dentro da tola? Enfim, a minha mãe lá me medicou com os remédios do costume (longe de ser a primeira vez que padecia do mesmo mal), na segunda-feira seguinte voltei às aulas.

Estava entusiasmada com o regresso! A minha irmã já me tinha contado que a malta estava em festa, especialmente porque o horroroso contínuo da PIDE (um tal de Esteves) desaparecera dos pátios, para alívio de todos: já não havia lá ninguém para estraçalhar as bolas de futebol dos putos com o seu canivete, enquanto acompanhava a "façanha" com um risinho sádico estampado no rosto.

Certo é que a alegria continuava a pairar no ar, alguns alunos e professores ainda ostentavam os cravos vermelhos ao peito. Mas como a vida nunca acontece tal como a prevemos, o primeiro impacto não foi o mais agradável - um dos meus colegas de turma, que dava pela bela alcunha de "Salsicha", com um cravo meio murcho dependurado na lapela, atirou-me logo à queima-roupa e perante um grupo de outros curiosos: "Porque é que não vieste às aulas?"  Lá balbuciei que tinha estado doente. E o parvalhão riu-se, acrescentando: "Ah, julgávamos que tinhas fugido para o Brasil, como os fascistas!" A que propósito é que tinha(m) tirado aquela conclusão precipitada, se ainda por cima a minha irmã - que não era da mesma turma, mas tinha aulas no mesmo pavilhão e turno - andara por lá como sempre? Claro que os meus amigos não ligaram nenhuma ao excesso revolucionário do "Salsicha", mas eu detestei aquele preâmbulo.

Contudo, as más surpresas ainda não tinham terminado. Nesse ano calhou-nos em sorte (ou melhor dizendo, azar!) o pior professor de História que tive na vida. Tinha um bigode farfalhudo e os seus trinta e muitos anos, nunca olhava os alunos nos olhos preferindo olhar para o teto e as aulas eram passadas a ler o livro da disciplina. Perguntava no início de cada aula: "Que dia é hoje? 29? Então o nº 29 que comece a ler o livro na página 70." Quando o aluno denotava na voz o cansaço da leitura em voz alta, chamava o 9, depois o 19 e o 39 (sim, éramos cerca de 40 alunos), até soar a campainha. Nesse dia foi diferente: fez um longo discurso sobre "a longa noite fascista", de quem ele próprio tinha sido um feroz adversário e blablablá. E qual não foi o meu espanto quando os meus colegas se levantaram para aplaudir o homem, como se ele fosse o herói que desejava protagonizar. Quer dizer, mesmo que fosse verdade, isso dava direito ao professor não ensinar rigorosamente nada? Como é óbvio, nas aulas seguintes voltou ao seu  "maravilhoso" método, mesmo que a dita "longa noite" já tivesse passado...

Para rir só o facto de, muitos anos volvidos, o dito "Salsicha" comentar na página do liceu do facebook  - num dia 25 de abril - que aderira à revolução desde a primeira hora e que ele e os outros elementos do movimento que integrara (se bem me lembro, não referiu que eram os "camaradas" do MRPP), terem tido um papel fundamental na luta contra fascistas e comunistas. Epá, aos 14/15 anos ainda se percebe aquele súbito entusiasmo revolucionário, agora aos 50 e tais gabar-se desse seu "precioso contributo" raiou o anedótico. Oops... será que na volta até fui uma das suspeitas que confrontou "heroicamente"?

38 comentários:

  1. Pois, era o que eu te dizia no outro dia...a história tem muitas histórias e cada um conta-a à sua maneira..."quem conta um conto, acrescenta um ponto"

    Por este andar qualquer dia ainda conta a história da colega fascista que fugiu para o Brasil por 4 dias, aquela que ele confrontou "heroicamente" (assobiando) eheh

    Estiveste com uma otite no 25 de abril? Ohhhhhhh, tadinha :( Ah, foi em 1974, atão já deves tar curada hoje, né? :p

    Sabes que também tive uma amiga Salsixa??? eheheh

    Beijinho :)

    *tou a ver os bonequinhos todos e a roubar alguns :)))

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    1. Bom, MARIA, é verdade que as pessoas tendem a contar as coisas à sua maneira e segundo o seu ponto de vista. Mas alguns tendem a fazer exercícios muito imaginativos... :)))

      É, só faltou essa: uma fuga relâmpago, que o "herói" deslindou na hora! :D

      Já estou mais que curada, sim! Aliás, foi a última que tive na adolescência, voltei a ter uma mais recentemente, mas não tinha dores nem febre - só quase deixara de ouvir de um ouvido. Lá fui ao médico, que tanta escarafunchou que a encontrou. Saí do consultório a ouvir melhor, mas novamente com aquelas dores horríveis. Ainda não voltei ao especialista... :S

      Rouba à vontade!

      Beijocas!

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  2. Quando as coisas correm bem, há quem goste de se vangloriar de feitos nunca antes realizados.

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    1. Há pessoas que gostam de se vangloriar de feitos imaginários, isso sim, CATARINA! :)

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  3. eheh... Azar o teu nesse dia, Teté ! Claro que o 25 de Abril teve espinhos e beleza !
    Eu era um adulto já com muitas responsabilidades profissionais e 3 filhos ! Na noite do dia 24 tinha estado reunido com o empreiteiro que me ia construir a minha vivenda. Acordamos que poderia começá-la de imediato. Pela manhã, na abertura, passei pelo banco a criar um depósito (em certificados, para ir sendo levantado à medida das necessidades e com bom juro), de um "prémio" anual de retribuição profissional a que anexei o que já tinha. Todo esse valor chegaria para a totalidade da construção. Ao chegar à empresa soube da Revolução. Apressei-me a telefonar para o banco. Tinha encerrado, por ordens superiores ! ... Telefonema para o construtor e demora de 10 anos a restituirem-me o dinheiro, às "pinguinhas" e praticamente sem qualquer juro, enquanto a inflação chegava aos 30%. Nessa altura, todo aquele valor junto só daria para construir uma "barraca" ! :(((
    Resta acrescentar que não herdei rigorosamente nada e aquele dinheiro foi ganho com muito suor e trabalho honesto de 12 horas por dia !
    Quem me dera ter tido uma otite em vez disto, Té ! eheheheh

    Estás a ver porque é que esta crise de hoje é uma gota de água, relativamente à confiscação daqueles tempos ? ... eheheh ... mas, tal como Jacob, o da Raquel, serrana bela, tratei de trabalhar outros 10 anos ... (sem queixas, mas com muitas esperanças perdidas)...

    Beijocas alegres, que a vida é bela ! rsrsrs
    .

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    1. É como eu gosto de ti, Rui: tal como Jacob (a Raquel já a tinhas com 3 rebentos) tratste de trabalhar outros 10 anos... sem queixas!!!

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    2. Pois olha, RUI, certamente não foste o único espoliado. Os meus pais tiveram sorte, porque tinham comprado o apartamento onde vivíamos (com empréstimo bancário, já se vê) dois anos antes, pelo que o que perderam em ações que deicxaram de valer um tusto foi coisa pouca. Mas lembro-me que houve gente que ficou muito encalacrada - uma amiga da minha mãe chegou mesmo a ir para o Brasil, que as propriedades dela foram ocupadas e mais não sei o quê. Só as recuperou ou vendeu, não sei ao certo, muitos anos mais tarde e não sei se pelo justo valor.

      No teu caso específico, foi um grande azar! Mas lá está, não serve de nada chorar sobre leite derramado, há que levantar e seguir em frente! Claro que imagino que o baque inicial não deve ter sido nada fácil... ainda por cima com 3 filhos para criar. E lembro-me bem dessa inflação galopante! :S

      Beijocas alegres e bem dispostas, sempre! :)

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    3. É óbvio, EMATEJOCA! De que servia a pessoa queixar-se e onde? Só podia seguir em frente e ainda era bastante novo para isso (para gente de mais idade foi mais complicado), se bem que ninguém goste de ser espoliado daquilo que tanto lhe custou a ganhar... ;)

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  4. A cada um a sua história! :-))
    Já era professora nessa altura e não me lembro de ouvir falar de semelhante método de dar aulas, azar o teu mesmo!
    Pois eu cheguei à escola pensando encontrar tudo em polvorosa mas nessa altura, imagina, ainda não se sabia se o golpe era de direita ou de esquerda...
    O director, homem de esquerda,disse-nos que o melhor, enquanto não estivesse tudo clarificado, seria trabalhar dentro da normalidade.
    Claro que isto foi possível porque era uma escola de 2º ciclo e a miudagem era serena!
    No Liceu e na Escola Comercial foi uma festa!

    Abraço

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    1. Aqui só para nós, ROSA, aquilo não era "método", era pura incompetência e não se querer dar ao trabalho mínimo de qualquer professor - à exceção de receber o ordenado ao fim do mês! :P

      Pois, imagino que fora de Lisboa e com miúdos mais pequenos o dia tivesse decorrido de maneira diferente: aqui poucos saíram para trabalhar - o meu próprio pai foi avisado logo pelas 8 da manhã para não sair de casa. Mas no dia seguinte tudo voltou ao normal.

      Mas sim, o teu diretor estava com a razão: na dúvida era o que se podia fazer. Suponho que o meu liceu não chegou a abrir no dia, mas como digo, não sei ao certo! ;)

      Abraço!

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  5. Perder a revolução por causa de uma otite não lembra ao diabo:))Eu não a perdi...mas nem me lembro bem. E onde estava não chegavam todos os detalhes. e ainda era....

    Descansa, qualquer dia ainda pode haver outro 25 de abril. E aí estaremos todos e ninguém vai emigrar para o Brasil....ou se calhar o melhor era que emigrassem já.

    Beijinho
    (sem cábulas)

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    1. Não lembra, mas foi o que aconteceu, JP! :P

      Já vi mais jeitos de isso voltar a acontecer - mas na verdade é daquelas coisas que temo: é que pode ser de algum grupo extemista, com pretensões ditatoriais! E aí estávamos todos mais lixados do que estamos hoje...

      Mesmo assim, havia muita gente que gostava de ver a emigrar, dessa dos que nos tem governado no centrão: não fazem cá falta nenhuma!

      Beijocas (sempre sem cábulas, ora)! :)

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  6. Eu andava no liceu e quando lá cheguei mandaram-nos para casa "coisa" que nos alegrou nesse momento a revolução foi comer gelados e voltar para casa tranquilamente...
    Para mim há três imagens muito marcantes neste processo revolucionário:
    O primeiro "1º de Maio"................ nunca tinha visto tanta gente junta,
    A saída dos presos políticos de Caxias
    As filas intermináveis nas primeiras eleições livres
    São imagens que nunca esquecerei.
    xx

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    1. Papoila.
      Esse primeiro 1º de Maio foi a coisa mais bela que se possa imaginar ! Maravilhoso ! ...
      Não te lembras do 1º de Maio de 75 ? ... Também a mesma multidão, mas já aí, o Mário Soares viu-lhe barrada a entrada no Estádio 1º de Maio e não pôde falar às massas por ser considerado "FASCISTA" ... e assim começou o chamado "Verão quente" de 75, até 11 de Novembro !
      O período mais negro da Revolução, que foi vencido em 11 de Novº, mas não eliminado e que veio a conduzir ao atual estado de Portugal ! ... (mas isso já daria muito pano para mangas, para ser convenientemente explicado). :)))
      Bj.:))
      .

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    2. Imagino que em vez de aulas ir comer gelados fosse uma boa variante, PAPOILA! :)

      E sim, esses três momentos foram inesquecíveis! Aliás, aquela euforia nas ruas logo após o 25 de Abril durou até esse 1º de maio, a partir daí as rivalidades partidárias começaram a vir ao de cima, com a vontade de uns e outros em liderar os destinos do país.

      Tive tanta pena de não votar nessas eleições - achei uma enorme injustiça! :)

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    3. Só uma correção, RUI, não foi a 11 de novembro, mas a 25 de novembro que o dito "verão quente" chegou ao fim. E sim, o PREC foi o período mais negro da revolução, em que as posições já estavam extremadas! Também já tinham havido eleições para a assembleia constituinte e alguns não estavam muito satisfeitos com os resultados... Há democratas e "democratas"! ;)

      Beijocas!

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  7. Oh Teresa, lembro-me tão bem do Esteves!
    E de tantas outras coisas, foram tempos empolgantes, à sua maneira. Tudo era novo! E havia gente muito gira no MRPP, como também havia nos outros partidos. Se eram idiotas, continuaram a sê-lo, claramente!

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    1. Na verdade, havia gente muito gira no MRPP, como por exemplo um certo tipo, chamado José Manuel Durão Barroso!!!

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    2. Na verdade, TERESA, acho que ninguém daquela época no liceu alguma vez esqueceu o Esteves: o homem era execrável! :P

      Mas concordo contigo, foram tempos empolgantes! E éramos todos novos e confiantes num futuro radioso pela frente... Nesse aspeto, éramos todos giros! :)

      Agora também havia os idiotas, está claro! :D

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    3. EMATEJOCA, a Teresa andou no mesmo liceu que eu, não está a referir-se a esse oportunista...

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  8. Excelente esta tua análise dos acontecimentos.

    Depois do 25 de Abril todo Portugal manifestou o seu reconhecimento pela acção patriótica que derrubou o governo fascista; todos os portugueses eram verdadeiros democrátas e anti-fascistas.

    Tudo bem, mas por onde andaram os portugueses durante os quarenta anos de um regime que cerceou as mais elementares liberdades do homem?

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    1. Não é exatamente uma análise, EMATEJOCA, foram alguns factos com que deparei no regresso às aulas, após ter passado dois dias de cama (com um fim de semana pelo meio). Por acaso nem os mais positivos... ;)

      Essa pergunta terás de fazer a outra pessoa que não eu, que na altura tinha 15 anos acabados de fazer. Mas o que suponho é que a maioria das pessoas levava a sua vidinha o melhor que podia, sem se meter em política e sem criar ondas que lhe trouxessem problemas com o governo ou o regime. Outros emigraram e outros (especialmente rapazes novos) fugiram de uma guerra em que não queriam participar. Os que realmente combateram o regime, que foram presos ou exilados, não eram assim tantos. Mas claro que mentes mais delirantes "colaram-se" logo e começaram a vangloriar-se de feitos imaginários...

      Estes antifascistas pós-25A, no meu entender, eram pouco credíveis! :)

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    2. Claro que não me estava a referir a uma análise política feita por um perito; mas achei interessante a análise do acontecimento vista pelos olhos de uma rapariguinha de 15 anos, que já tinha a lucidez de saber que havia muitos "salsichas" depois da dita Revolução dos Cravos.

      Segundo dizem, na Alemanha foi a mesma coisa, depois da morte do Hitler todos os alemães tinha sido antifascistas e contra esse monstro.

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    3. E continuo sem dúvidas que "Salsichas" e afins estão sempre na linha da frente... depois de resolvida a questão, EMATEJOCA! :)

      E sim, também não duvido que depois da Alemanha perder a guerra, aqueles que votaram em Hitler afinal "descobrirem" que eram democratas. Foi, foi tarde, que tinham evitado uma guerra horrível! Mesmo cá hoje em dia são poucos os que têm coragem de dizer que votaram no Cavaco ou no PPC, com tanta gente a rezar-lhes pela pele! Enfim, o ser o humano é assim mesmo, a puxar para o lado que lhes convém... ;)

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  9. Não tenho muitas memórias do 25 de abril. Vivia em França e com 12 anos não tinha grande consciência política. Mas lembro-me das diferenças de comportamento público das pessoas quando, depois da revolução, vinha de férias para Portugal. Notava-as mais soltas. Por exemplo, achei diferença nos casais de namorados que via na rua. Achei que passaram a exibir publicamente o seu amor... em gestos que antes não lhes via.

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    1. Não tenho dúvidas que o 25A contribuiu para abrir muitas mentalidades, até no aspeto das pessoas se sentirem mais livres e com menos medo da própria sombra, LUISA... :)

      Antes existia uma lei muito restrita sobre demonstrações amorosas em público, que acarretavam multas, alegadamente por atentado ao pudor! Daí teres notado algumas diferenças nesses comportamentos... :D

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  10. Eheheheh! Ainda há por aí alguns "Salsichas"... Boas recordações!

    Nessa época estava eu a fazer o meu estágio para professora na Escola Preparatória de Paula Vicente e já tinha dado muitas aulas em colégios. Agora vê só como sou velha...

    Beijinhos

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    1. E também há "Salsichas" que nunca mudam, GRAÇA! :)

      Velhos... são os trapos! :D

      Beijocas!

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  11. Quem era o salsicha?
    Beijinho!

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    1. Era um colega de turma, TANO! Por sinal durante 3 anos, se bem que aqui estivéssemos no final do 4º (atual 8º)! :)

      Beijocas!

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  12. E já agora, a talho de foice e sem martelo, e a propósito de encantamentos, e tendo em conta que só a verdade será revolucionária, o PCP nunca foi Estalinista, por acaso até foi expulso e aderiu à 3ª Internacional Socialista. A bem da Verdade!
    Beijinho!

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    1. OK, já entendi, TANO! Mas política nunca foi o meu forte, na época parecia-me tudo igual... Sorry! :)

      Beijocas!

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  13. Sendo de uma geração pós-fascista, só posso imaginar com base em relatos o que foi viver nesse periodo. Mas uma coisa acho que sei: agora algumas pessoas gostam de olhar para traz, para esse periodo na história, e "fazerem-se" mais importantes do que foram. As pessoas sempre foram assim.

    Eu perguntei aos meus familiares como foi o 25 de abril e o que me disseram é que nem deram conta de nada. Claro, sabem dizer o que mudou mas o momento da revolução em si parece que nem passou por eles. É capaz de ser o relato mais autêntico. Porque, a pesar de ser um momento social que implicou mudanças, foi feito sem "um único tiro" como se diz, de uma forma rápida e pouco participativa para a grande população.

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    1. *trás e pós-fascismo :)

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    2. Bem-vinda, ALFACINHA! :)

      Isso de sem um único tiro é ficção, que na rua António Maria Cardoso, onde funcionava a sede da PIDE houve tiroteio valente, com dois mortos e bastantes feridos. Mas pronto, comparativamente com outras revoluções, foi um pequeno desaire, se pensarmos no banho de sangue que podia ter dado...

      A população que saiu à rua foi para dar de comer e beber aos soldados, oferecer-lhes cravos, enfim, prestar-lhes o seu apoio. Mas de resto, não teve nada a ver com o assunto... :)

      Agora gente que diz que fez e aconteceu, nunca há de faltar! :D

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    3. Sim, ALFACINHA, deu para entender! :)

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  14. Que falta de sorte ter ficado doente sobretudo num dia tão empolgante :/ Há sempre quem tenha uma imaginação muito fértil e feitos heróicos imaginários no repertório, não deixa de ser interessante a capacidade imaginativa...

    Beijocas

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    1. É verdade, POPPY! Sabes aqueles gajos que se gabam de conquistar todo o mulherio das redondezas? Pois, há outros que têm a mesma necessidade de se armarem em "craques", se não é com a grande pescaria ou caçada que fizeram (por vezes comprando o pescado e a caça nas feiras e mercados), pode ser com o seu espírito revolucionário antes da revolução - quase impossível de provar, que os opositores ao regime atuavam na clandestinidade, em missões sigilosas... :)

      Beijocas!

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)