John Grisham é um dos escritores atuais mais lidos em todo o mundo, muitos dos seus livros já foram transpostos para o grande e pequeno écrã. Contudo, nunca tinha lido nada do autor, calhou agora "A Confissão", cuja primeira edição original é de 2010.
Donté Drumm encontra-se no corredor da morte de uma penitenciária do Texas, enquanto o seu advogado Robbie Flak tenta a todo o custo protelar a data da execução, que terá lugar dentro de quatro dias. O advogado tem a certeza da inocência do seu jovem cliente negro, compelido a confessar o crime de homicídio de uma sua colega do liceu de Slone, pelo astuto e manhoso detetive Kerber e ao fim de quinze horas de interrogatório, insultos e coações várias.
Entretanto, Travis Boyette, um ex-presidiário, dirige-se a uma igreja luterana de Topeka, no Kansas, onde confessa ao reverendo que tem uma doença terminal e pouco tempo de vida, pelo que está hesitante se deve ou não confessar o homicídio da rapariga, garantindo que o sentenciado está inocente. Sem saber como auxiliar o injustamente condenado, o reverendo contacta telefonicamente a equipa do advogado de defesa, mas dada a mediatização do caso em vésperas de execução, a sua chamada é inicialmente negligenciada...
444 páginas que não se evidenciam pela forma literária, mas por um enredo que põe em debate a pena de morte nos EUA e as vicissitudes do seu sistema penal, bem como os preconceitos raciais e religiosos ainda existentes nos estados sulistas. (e por esse mundo fora, que o "fenómeno" não é local, infelizmente!) Um drama doloroso, violento, comovente e crítico, que não deixa de ser uma leitura que nos prende até ao final. Gostei... que venha o filme!
Citações:
"A condenação, sem corpo, não era assim tão difícil de obter. [...] E, apesar de isto provocar dúvidas nas mentes de alguns observadores, nada fez para afrouxar as convicções dos responsáveis pela sentença de morte de Donté. Após anos a verem a realidade com palas nos olhos e com tanto em jogo, tinham a certeza absoluta que o verdadeiro assassino fora apanhado. Tinham investido demasiado para duvidar das suas próprias teorias e ações."
"O corredor da morte é um pesadelo para os assassinos em série e homicidas violentos. Para um homem inocente, é uma vida de tortura psicológica para que o espírito humano não está equipado."
"Muitos dos condenados tinham maus advogados cá fora, ou nem sequer eram representados. Os seus recursos tinham terminado, o sistema já não queria saber deles. Ninguém os defendia."
"Quando o bramido se tornou demasiado alto para continuar, Newton ficou de pé e sorriu com afetação para a multidão, um homem com poder face a face com os que não têm qualquer poder. Acenou, reconhecendo o ódio deles."
"Muitos dos condenados tinham maus advogados cá fora, ou nem sequer eram representados. Os seus recursos tinham terminado, o sistema já não queria saber deles. Ninguém os defendia."
"Quando o bramido se tornou demasiado alto para continuar, Newton ficou de pé e sorriu com afetação para a multidão, um homem com poder face a face com os que não têm qualquer poder. Acenou, reconhecendo o ódio deles."
Nunca li nada dele, mas despertou-me a curiosidade. Vou por na lista para a proxima segunda -feira da Bertrand
ResponderEliminarBeijinhos
Pois, também não, CARLOS. E como já vi vários dos filmes baseados nas suas obras, tinha de ler um diferente, pois chateia-me saber o final do livro... :)
EliminarBeijocas!
Li muitos dos seus livros, desde o primeiro que escreveu. São empolgantes. Entretanto, não sei por que razão, fiz um interregno. Creio que deixou de exercer a profissão para se dedicar à escrita a tempo inteiro.
ResponderEliminarEste ainda não li.
Sim, CATARINA, ele era advogado, mas deixou de exercer para se dedicar à escrita a tempo inteiro. Daí não admirar muito que as suas tramas tenham quase todas a ver com o sistema judicial americano. Isto digo eu, dos filmes que vi, que não sei se todos focam o mesmo... :)
EliminarEste é dos mais recentes!
Pode ser o mais lido em todo o mundo, mas não na minha rua...acho que nunca li nada dele.
ResponderEliminarEste já está anotado, se a menina diz que é bom, eu acredito. Além de que parece muito interessante.
Beijinho :)
*não há por aí uma moedinha para ajudas de custo? :p
Não é o mais lido, MARIA, mas um dos mais lidos! A avaliar pela quantidade de best-sellers que conta, claro! :)
EliminarBeijocas!
§ Ajudas de custo?!? Olha, este custou-me um... obrigada! :)))
Por curiosidade fui confirmar no google todos os livros que Grisham já publicou. Li os primeiros 11 e faltam-me os restantes, ou seja, os últimos 13!!! De facto fiz um interregno mas não pensei que tivesse sido tão longo! : )
ResponderEliminarVai sendo altura de recomeçar!
O homem é um escritor muito produtivo, CATARINA! :)))
EliminarE sim, vais ter muito que ler, para te pores a par. Mas sempre podes passar os que já viraram filmes... :D
Mais uma sugestão para o meu bloco de notas.
ResponderEliminarBeijinhos
Sugestões nunca faltam, PEDRO COIMBRA! :)
EliminarBeijocas!
Sou totalmente contra a pena de morte.Por duas razões:
ResponderEliminar-Não tenho poder de criar vida
- Sendo irremediável, corro o risco de estar a assassinar inocentes
Beijinhos, linda
Somos duas, SÃO!
EliminarE claro que os sistemas judiciais têm erros, podemos garantir que já foram assassinados vários inocentes. Não havendo maneira de ressarcir tamanha injustiça! Num país alegadamente tão democrático e crente em Deus, é um non-sense que a pena de morte ainda vigore em alguns estados. ;)
Beijocas!
Este não li. Mas tive uma breve fase Grisham em que li O Sócio, O Perdão, O dossier Pelicano e O Natal de Mr Krank. Estão ali à vista na minha estante e já os posso voltar a ler. É que me esqueço com uma tremenda facilidade das histórias que leio. :)
ResponderEliminarPois, LUISA, fases já tive muitas, mas nunca calhou a de Grisham! :)
EliminarTambém esqueço alguns que leio, mas deve ser a diferença para os grandes livros: alguns não esqueço nunca (pormenores à parte, claro...)!