Esta mania antiga de ver filmes americanos em catadupa (e alguns ingleses, vá!), tem de acabar: à conta do poderoso marketing promocional da maior indústria cinematográfica do mundo, acabamos por perder outros belíssimos filmes, que não conseguem competir a esse nível. Não terá sido o caso deste, que se inicialmente não o teve, conseguiu-o com múltiplos prémios e galardões. Merecidos!
Totó (Salvatore Cascio) é um menino siciliano pobre, cujo pai desapareceu na Rússia durante a II Guerra Mundial, que desde cedo cultiva a paixão pelo cinema. A constância e teimosia dessa sua paixão, leva-o a assediar constantemente o projetista do cinema local, Alfredo (Philippe Noiret), também ele um cinéfilo apaixonado. Mas se a princípio a irreverência do puto provoca alguns atritos entre ambos, a amizade entre ambos vai-se fortalecendo. Já adolescente, Totó (Marco Leonardi) apaixona-se por uma colega de escola, Elena (Agnese Nano), mas a família desta não aprova o namoro juvenil e os dois jovens acabam por ser afastados. E são as lembranças desse passado que o agora famoso realizador de cinema (Jacques Perrin) vai encontrar ao regressar à sua terra natal, 30 anos depois...
Sem dúvida uma homenagem ao cinema, mas também o retrato de uma época ida, em que as pequenas salas espalhadas por vilas ou cidades de província desempenhavam um papel importante na vida das comunidades locais e que, em muitos casos, seria o único ponto de contato com a realidade exterior, para além do centro de lazer e de convívio das populações, já que a missa era um dever religioso. Daí não ser relevante para os analfabetos não saber ler as eventuais legendas, já que as imagens entendiam, ou do padre considerar que a moral e os bons costumes só ficavam a ganhar com a sua censura prévia das fitas.
Sem dúvida uma homenagem ao cinema, mas também o retrato de uma época ida, em que as pequenas salas espalhadas por vilas ou cidades de província desempenhavam um papel importante na vida das comunidades locais e que, em muitos casos, seria o único ponto de contato com a realidade exterior, para além do centro de lazer e de convívio das populações, já que a missa era um dever religioso. Daí não ser relevante para os analfabetos não saber ler as eventuais legendas, já que as imagens entendiam, ou do padre considerar que a moral e os bons costumes só ficavam a ganhar com a sua censura prévia das fitas.
Pontuado com 8.5/10 da IMDb, reflete bem a ideia que ficará nos anais do cinema. Trailer, qual trailer, se quase toda a gente já viu? Ficam os momentos finais deste filme de 1988, realizado por Giuseppe Tornatore, simplesmente delicioso:
Bom, mas se é verdade que se aprende muito na blogosfera e na net, também não deixa de ser verdade que as sugestões cinéfilas, literárias, culinárias, informáticas ou de passeios ou exposições, entre tantas outras, também são bastante úteis para alargar os nossos horizontes. Neste caso específico, o agradecimento vai para o Carlos, que me relembrou de um filme que há muito desejava ver, mas ainda não tinha tido a oportunidade. Tenham...
UM EXCELENTE FIM DE SEMANA OUTONAL!
Imagem de cena do filme da net.
Eu que era tão fã de cinema, ando agora pouco cinéfila. Tenho que voltar a virar-me para o grande écrã. Bom fim de semana tb :)
ResponderEliminarPois, acontece a todos, de vez em quando, LUISA! Ou por falta de oportunidade, ou porque as películas não são exatamente aquelas que queríamos ver ou até porque se tem de escolher mais ponderadamente estes pequenos prazeres... :)
EliminarTambém não conheço este!:)
ResponderEliminarQuanto ao que por aqui partilhamos, é sem dúvida um enriquecimento.
Um dia destes, quando tiver tempo a sério, terei que cá voltar a fazer a listagem de livros interessantes. Perdi a minha, quando me mexeram no pc.:(
Livros e filmes, aliás.:)
bji e bom fds
Não percas, NINA, acho que é filme que vais adorar! :)
EliminarQuanto aos últimos livros estás à vontade, tens ali a listinha em baixo, na faixa lateral... :)))
Beijocas!
Um dos melhores filmes de sempre. Fantástica a cena dos beijos, a montagem de pedaços de filme que o padre censurava.
ResponderEliminarConcordo, PAULOFSKI! No entanto, só o vi agora... Mas mais vale tarde... ;)
EliminarA cena é a um tempo cómica e comovente! :)
Depois de um relato assim sobre o filme eu estou com vontade de ver também :) A blogosfera é óptima para essa partilha sim. E porque os criticos bloguianos ao contrário de alguns criticos de cinema preocupam-se mais em falar do filme do que de floreados técnicos excessivos e coisas estranhas (às vezes acho que nem eles sabem muito bem do que falam :p)
ResponderEliminarBeijos*
Bom fim de semana!
Sem tirar nem pôr, POPPY: não ligo nada ao que dizem os críticos de cinema, porque metade das vezes nem os entendo, noutras acham que o plano ou o ângulo assim ou assado é fabuloso, como se isso fosse o mais significativo de qualquer filme. Para o espetador comum, não é! Quer saber da história, das personagens, dos atores e interpretações, do realizador, se o tema interessa ou não, e até a música, a fotografia, o local das filmagens são mais importantes que lá os pormenores dos ângulos de câmara. Ou seja, só quando estes são muito maus é que se notam - como me aconteceu num filme, que não vi há muito tempo, que parecia que a câmara estava montada nas costas de alguém a andar, andando ao ritmo das suas passadas e vacilando ligeiramente... :)))
EliminarBeijocas!
Eu não acredito que nunca viste este filme Teté, logo tu que vês tantos???
ResponderEliminarEste está na minha lista de favoritos, é um filme lindo...as imagens finais são emocionantes, amei este filme tal como A vida é bela, e não só pelos dois miúdos que são um encanto, foi por tudo...:)))
Raramente um e outro dão na tv, mas quando dá e os apanho, não perco.
A blogosfera é um mundo maravilhoso, podemos nem sempre aprender, mas recorda-nos coisas muito boas como este filme :)
Beijinho :)
Pois não, MARIA! - respondo eu envergonhada, olhando a biqueira dos sapatos - só vi agora! Acontece nas melhores famílias... :)))
EliminarBom, mas para me redimir, este também entrou direto para a minha lista de filmes preferidos! :D
É verdade, também nos relembra coisas boas! :)
Beijinhos!
Quem é cinéfilo não pode deixar de gostar deste filme magnífico. Traz-nos a nostalgia dos antigos cine-teatro de província agora estupidamente extintos. Na cidade de Peniche não há um único cinema.
ResponderEliminarPelo andar da carruagem, CARLOS II, dentro em breve os cinemas vão escassear até em Lisboa e Porto... :)
EliminarMas sim, também nos traz uma certa nostalgia desses pequenos cinemas e teatros de província, mas sobretudo do convívio que proporcionava e de como era um acontecimento ir ao cinema, quando a TV ainda não existia... :)
Bem lembrado, um filme maravilhoso!
ResponderEliminarBeijinho.
É mesmo, TERESA! :)
EliminarBeijocas!
ESte filme é um daqueles que nos ficam no coração...e eu também não o vi imediatamente.
ResponderEliminarPena que repitam tantos filmes sem interesse e que que este passe raramente.
Quanto à canção do post anterior fiz parte do coro que acompanhou Jnita Salomé quando a cantou na Praça do Comércio recentemente.
Fica bem.
Ficou mesmo, SÃO! :)
EliminarÉ verdade, repetem filmes tantas e tantas vezes e outros não conseguimos apanhá-los porque só dão quando o rei faz anos... ;)
Só me lembro de ter cantado "Grândola Vila Morena", nessa mesma praça... :D
Bons sonhos!
É um daqueles filmes que todos deveriam ver!
ResponderEliminarJá o vi várias vezes!
Abraço
Concordo, ROSA! E tenho a certeza que também o irei rever... :)
EliminarAbraço
Acreditas que ainda não vi este filme?! Ah! Pois tenho mesmo de arranjar oportunidade para o ver. ;)
ResponderEliminarBeijocas e bom fim de semana!
Xi, não sou a única cinéfila empedernida a cometer esta gafe, TONS DE AZUL! :)))
EliminarNão percas, que vais amar de paixão este filme espetacular! :D
Beijocas!
Fico feliz por saber que gostou da minha sugestão, Teté. Apesar de a blogosfera já não ser o que foi noutros tempos, também tenho seguido algumas sugestões que vou encontrando por aí.
ResponderEliminarComo tenho o filme em casa, ainda sou capaz de o rever esta madrugada...
Um excelente fds para si também.
A blogosfera perdeu alguns dos seus adeptos com o FB, CARLOS, mas também é verdade que sempre houve desistentes em todo o lado. E o FB também não é exceção! Mas pronto, é seguir em frente com os amigos que restam, aos quais se vão juntando uns novos... :)
EliminarE muito obrigada mais uma vez pela sugestão! :D
Um dos meus filmes top 5, talvez mesmo, o filme da minha vida, Téte, eu que quase nasci numa sala de cinema :, Um filme maravilhoso e uma das provas que a filmografia europeia é muito mais sensível que a norte-americana.
ResponderEliminarSó posso concordar contigo, VIC: o filme é mesmo genial! Infelizmente, foi algum mau cinema europeu que me afastou dessas exibições. Quer dizer, nem é exatamente mau, é aquela mania dos filmes de autor, em que os críticos de cinema vêem fabulosos ângulos de câmara e mais não sei o quê, e eu quase a adormecer de tédio, porque não se passa nada... ;)
EliminarMas vou tentar corrigir essa mania antiga. É que embora prefira mais ação no ecrã (um tiroteio é preferìvel a ver estrelar um ovo durante três minutos sem som, para além do da fritura), quando são bons, são realmente bons! Mas claro que também há bons filmes americanos... :)