quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O JOGO DA NAVALHA

Este foi o sexto livro de Ruth Rendell que li em 2011 e o último do ano, dos 26 títulos lidos. Data de 1967 e tem o título original  de "Wolf to the slaughter" e, mais uma vez, surpreende pelo inesperado ao longo das suas 166 páginas de letra pequenina.

(Em breve aparte, devo esclarecer que me fartei de queixar das letrinhas minúsculas em livros de bolso e, se em parte é verdade que dificultam imenso a leitura, também é certo que só recentemente percebi que a culpa também foi parcialmente minha, pois não trocava as lentes dos óculos há seis anos - tinha ideia que tinha sido apenas há dois ou três... - e a graduação sofreu alterações significativas, entretanto. Adiante!)

O desaparecimento de Anita Marcolis provoca uma reação estranha no seu irmão, Rupert, um artista plástico vanguardista: ele dirige-se à esquadra em busca de... uma mulher a dias, já que não dá conta do serviço doméstico na ausência da irmã. E o que não se afigurava como caso para investigação, suscita o interesse do inspetor-chefe Wesford, especialmente quando surge uma carta anónima, que denuncia o assassínio da rica herdeira e um misterioso isqueiro de ouro, com a apaixonada inscrição "Para Ann, que ilumina a minha vida", parece unir todos aqueles que conheceram Anita.

"O Jogo da Navalha" é um excelente policial, do qual seguem algumas citações (obviamente, não se pretende revelar o desfecho), que evidenciam bem o estilo marcante da talentosa escritora... 

CITAÇÕES:
"Havia provavelmente uma vintena de quadros no estúdio, um deles tão grande que enchia uma parede inteira. Durante a sua vida, Burden só vira um com semelhantes dimensões, 'A Ronda da Noite', de Rembrandt, relutantemente examinado durante uma visita de um dia a Amsterdão. Na superfície do quadro, conferindo uma dimensão tridimensional às figuras loucamente  saltitantes, aderiam outras substâncias para além da tinta: algodão em rama, lascas de metal e tiras de jornal amarrotado. Burden chegou à conclusão que preferia 'A Ronda da Noite'."

"O enorme nariz adunco dobrava-se sobre uma boca afável, e o facto de fazer lembrar uma ave era acentuado por um casaco amarelo-vivo e umas calças largas e felpudas que sugeriam plumagem. As divisões que ficavam por cima do estabelecimento poderiam ser um poleiro ou um ninho de ave de rapina, de tal maneira eram arejadas e altas, e as janelas deitavam para as copas das árvores verdejantes e sussurrantes."

"Esquecera o que era estar apaixonado, mas recordava uma janela iluminada, uma rapariga inclinada para fora e um homem em baixo, nas sombras. Perturbou-o saber que a paixão podia existir, assim como a dor para a acompanhar, que ambas podiam contorcer-se no interior de um homem e não se mostrarem no rosto dele."

12 comentários:

  1. Vá lá que ainda consigo ler as letras pequeninas, já tenho é de as afastar dos olhos... 8-o

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  2. Estou na fase dos policiais. Vou requisitar este livro na biblioteca ou outro da mesma autora apesar de ter muitos aqui em casa por ler. Esses podem esperar.
    Acabei o último da trilogia Millennium. Fenomenal. Espero ver o filme “The girl with the dragon tattoo” ainda esta semana.
    Abraço

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  3. Anónimo12/28/2011

    É o que se chama uma verdadeira fã da Ruth Rendell, Teté

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  4. Goto muito de policiais, mas já não leio um há anos! Em tempos li todos os romances da Agatha Christie. E alguns mais do que uma vez!

    Bons mistérios... beijinhos. E, já agora, obrigada por seguires o meu blogue. Foste a minha 100ª querida amiga. Bem hajas!

    Beijinhos uma vez mais.

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  5. Li JOGOS PERVERSOS contra o stresse do Natal, há exactamente 1 ano.
    Ao ler o teu post fiquei com curiosidade e vou ver se encontro este, numa das minhas estantes, pois tenho diversos romances da Ruth Rendell, que ainda não li.

    Não tenho conseguido deixar comentários, este é apenas uma tentativa e já vai muito reduzido.

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  6. Estás como a minha irmã, PAULOFSKI, que dizia que enquanto o braço lhe chegasse (para afastar as letrinhas dos olhos)... Mas eu não tive hipóteses, porque também vejo mal ao longe e tenho estigmatismo! E ela, este ano, fez finalmente uns óculos de ver ao pé... :))

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  7. Bem te dizia que a leitura de Millennium era absolutamente viciante, apesar do volume de páginas, CATARINA! :D

    Por aqui o primeiro filme só estreia a 19 de Janeiro, mas também conto ver assim que sair! :)

    Abraço!

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  8. É que sou mesmo, CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA! :))

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  9. Também li todos os policiais de Agatha Christie, CAROL, este ano até reli dois! Para mim, a grande mestre do género, mas Ruth Rendell é também uma sua digna sucessora... :D

    Atenção que não li todos os policiais dela (fiz a colecção Vampiro Gigante desde a adolescência), não todos os romances (não policiais) que escreveu como Mary Westmacott. Que se leem bem, mas falta-lhes o laivo de génio! :)

    Ah e verdade seja dita, vou sempre intervalando leituras ditas mais sérias com uns policiais, que me dão muito prazer ler!

    Beijocas!

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  10. Esse nunca o consegui apanhar a jeito, EMATEJOCA, mesmo estes de bolso, consegui apanhar na feira do livro deste ano, mas só os de bolso, porque as outras edições estão esgotadíssimas. Nem espero que as coisas melhorem muito este ano, que as editoras também devem estar a apostar mais em sucessos garantidos mais recentes, à conta da famigerada crise, não em reedições de livros dos anos 60/70/80... :(

    Vale que ainda tenho dois dela para ler, pode ser que na próxima feira consiga mais algum destes que ainda não tenha lido. E que são baratinhos! :))

    Ninguém se tem queixado de não ter conseguido deixar comentários, mas também é verdade que a blogosfera está a meio gás... ;)

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  11. como estou liso também não devo trocar este ano, embora já entre no 3º com as mesmas... prioridades :)

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  12. O problema, MOYLITO, é que depois deixamos de ver um palmo à frente do nariz. Literalmente! :h

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)