Nunca apreciei muito fazer compras, mas com o passar dos anos essa pouca apetência tem vindo a agravar-se. Nada de confusões: gosto de ter roupa, sapatos, malas e outros acessórios novos e de oferecer prendas de Natal e de aniversário a familiares e amigos - não se trata de mera sovinice! - é a atividade em si que me chateia!
O "trauma" talvez seja antigo, dado que a minha mãe e irmã são muito mais dadas a essas andanças, toca de parar em todas as lojas, vasculhar, sair e partir para a seguinte. Isto para além da minha mãe ter um gosto bastante diferente do meu: se eu escolhia qualquer peça, ela virava-se para a empregada e abanava a cabeça dizendo: "A minha filha tem muito mau gosto!" A maior parte das empregadas ficava sem saber bem o que dizer, outras sorriam e (disfarçadamente ou não) concordavam com ela, só algumas poucas lhe perguntavam: "Então mas não é ela que vai vestir (ou calçar)?" Claro que ela não simpatizava muito com estas últimas... Mas adiante!
Assim que pude, acabaram-se as compras com a mummy! Já teria cerca de 20 anos, quando uma amiga dessa altura (há amigas que são assim... passageiras!), ao saber que ia à baixa na demanda de presentes natalícios, se "pendurou" para me acompanhar, uma vez que pretendia oferecer um lenço de pescoço à mãe. Avisei-a que tinha várias compras a fazer, portanto ia demorar um bocado, mas ela não se importou. Naquele tempo já existiam dois ou três centros comerciais - o Apolo 70, o Imaviz e o Alvalade, pelo menos - mas ainda existia a tradição de percorrer as ruas da baixa lisboeta nesta quadra, onde a variedade era maior e os preços mais baratos.
Lá fomos nós numa tarde de dezembro. Fui encontrando aquilo que queria e juntando sacos e ela nada! Via e olhava para os lenços, uns porque eram muito escuros, outros muito garridos, outros porque eram caros, nada lhe parecia adequado. Só sei que terminei as compras, fui com ela a todas as lojas e mais algumas que vendessem lenços, já não havia mais por onde escolher. E perguntei-lhe: "Então agora, o que é que queres fazer?" E ela, ainda hesitante, respondeu: "Olha, tenho impressão que o gostei mais, foi naquela primeira loja!" Ia-me caindo a alma aos pés, que por sinal já estavam bem cansados."Mas qual 'primeira' loja, se entrámos em tantas?" Obviamente, não sabia! De modo que fizemos o percurso todo inverso, ela já nem sequer se lembrava qual era o padrão que tinha gostado, ao fim de não sei quantas horas regressámos a casa, eu carregada e mais morta que viva e ela... de mãos a abanar!
Jurei para nunca mais, nem com ela, nem com mais ninguém (abri raras exceções ao maridão, mas esse ainda tem menos paciência que eu, de modo que não é problema)! Embora costume fazer as compras com calma, para evitar o stress, este ano não deu. Mas facto é que já me despachei da incumbência e até dos embrulhos - sim, porque isto de ir para as longas filas de alguns hipermercados e lojas é para masoquistas! E até é a parte mais divertida...
Agora resta aguardar serenamente que o dia chegue e que a festa familiar decorra o melhor possível, já que este tem sido um ano muito difícil para todos, por razões do domínio público e privado!
Ontem acabei por sofrer com os Centros Comerciais, não por lá ter entrado mas pelo caos de automóveis pelo qual tive de passar para sair e entrar em casa, tudo direito ao Centro lá da zona. Por isso é que compras são feitas ao longo do ano, sem stress. Beijoca, Teté!
ResponderEliminarTambém não tenho pachorra nenhuma para compras, Teté. Esta época para mim era um martírio até há dois anos. Agora encontrei uma solução. As livrarias resolvem quase todos os problemas.
ResponderEliminarAgora imagina o que é viver perto do estádio do Benfica, RAFEIRITO, quando há jogos importantes... Garanto que também não tem muita piada! ;)
ResponderEliminarBeijocas!
Para ser sincera, CARLOS BARBODSA DE OLIVEIRA, "adiro" mais aos chocolatinhos! Até porque a minha malta nem é muito de leituras... :)
ResponderEliminarjá comprei e dei à putalhada da famelga. Ohhhhh, hora e meia perdida da minha alma :(
ResponderEliminarXi, ca pressa, MOYLITO! Assim os putos não têm nada no sapatinho... ;)
ResponderEliminardei aos pais para lhes darem a eles. têm que aprender a controlar a ânsia :)
ResponderEliminarAh, bom, MOYLITO, tanta ansiedade na entrega parecia-me estranha... :))
ResponderEliminarSei bem do que falas. A minha mãe sofre do mesmo mal que a tua, no que toca à parte de entrar em todas as lojas e remexer em tudo. Já eu sou muito mais objectivo, perdendo apenas o tempo necessário para escolher e pagar.
ResponderEliminarEste Natal vai ser o pior dos últimos anos. Ora porque o dinheiro faz falta e é em menor quantidade ora porque até há dinheiro mas há que prevenir os tempos que se seguem. O que vale é que para ter comida na mesa e boa companhia só é preciso vontade :)
Já me livrei dos centros comerciais mas ainda me faltam 2 ou 3 presentes para a malta mais velha da família. Os mais complicados, porque não querem ou porque não precisam de nada.
Pois, W, nesse aspeto também sou como tu: olho, gosto, provo (no caso de roupa) e, se fica bem, compro e acabaram-se as hesitações! :))
ResponderEliminarNão tenho pachorra para gente que hesita e não se decide! Mas tenho a mesma dificuldade com alguma malta mais velha da família, de modo que normalmente ofereço chocolates, porque são todos uns gulosos... :D