Esta estrelinha é antiga, mais precisamente de 1946. Aliás, estrelinha é título que lhe puseram por cá, porque o filme original intitula-se "It's a wonderful life". Realizado por Frank Capra, é praticamente um clássico do cinema natalício...
É possível que já o tivesse visto em tempos (distantes, quando "papava" quase todos os filmes da televisão, nomeadamente nas tardes de domingo), mas não me lembrava minimamente. Calhou estar em frente ao pequeno ecrã, quando a RTP o começou a exibir e, de princípio, ainda me ri um bocadinho - não há dúvida que os efeitos especiais mudaram muito, desde essa época!
Então o filme começa na pequena cidade norte-americana de Bedford Falls, onde ouvimos várias vozes off que demonstram preocupação pelo futuro de George Bailey (James Stewart), perturbado por um infortúnio. As preces dessas vozes chegam às estrelas - aí é a parte mais risível, quando uma espécie de bola de borracha representa a Terra, num fundo estrelado estático, onde depois começam a cintilar as falantes, que mais não são que anjos. Dessa conversa entre eles (em tudo semelhante à dos homens dos anos 40 do século passado) resulta que Clarence (Henry Travers), um anjo de 2ª categoria que ambiciona ter asas como supostamente os de 1ª, fica incumbido da tarefa de ajudar o homem naquele momento infeliz. Para tal, as instâncias superiores angelicais fazem-lhe uma breve resenha da vida de Bailey.
Trabalhador, honesto e amigo de ajudar o próximo, o homem nunca concretizou os seus sonhos de estudar e viajar, sempre preso pelos laços familiares, do amor e da amizade que lhe apontavam o seu dever a cada momento. Agora, confronta-se com o pior dilema da sua vida - ir para a prisão devido a um descuido do seu tio, o que levará a sua família ao descrédito e à pobreza ou o suicídio, com o qual a sua família beneficiará de um seguro de vida. É nesse preciso momento que Clarence surge na sua vida e, obedecendo ao seu desejo de nunca ter nascido, lhe mostra como seria a vida da sua cidade e dos seus familiares e amigos em tal caso - Mary (Donna Reed), sua mulher, tornar-se-ia numa bibliotecária solteirona, Potter (Lionel Barrymore), um ricaço prepotente, dominaria completamente a cidade e a vida de todos seria mais miserável, os seus quatro filhos nunca chegariam a nascer e por aí adiante...
É esta ideia de como a vida de uma pessoa influencia o passado, presente e futuro de todos aqueles que o rodeiam - vagamente baseada no eterno Scrooge de Charles Dickens - que torna o filme tão interessante. Claro que de certo modo marcado pelo tempo, mas mesmo assim agradável de ver tantos anos volvidos, o que o consagra como um dos grandes clássicos do cinema, situando-se em 30º lugar na classificação da IMBD, com 8,6/10, um pouco acima de "Citizen Kane - O Mundo a Seus Pés" (38º, com 8,5/10). Note-se que ambos "concorrem" com êxitos recentes, que causam grande impacto no momento, mas o tempo se encarregará de os afastar desse podium!
Gostei!
Imagem de cena do filme da net.
Como é que são as asas dos anjos de segunda categoria, recauchetadas? ;) Beijoca!
ResponderEliminarAs coisas que esta nina sabe, minha nossa! Bem podiam contratar-te para comentadora cinematofgráfica eheheh
ResponderEliminarFestas Felizes
jinhos
"It's a wonderful life" é um dos filmes que a TV alemã apresenta, todos os anos, na Noite de Consoada, mas como nessa noite não se abre a TV cá em casa, nunca consegui ver este filme, portanto resolvi, há cerca de uns dois anos, comprar o DVD, que também ainda não vi.
ResponderEliminarComo o dia de amanhã é, para mim, dia de descanso, depois destes 3 dias de festa (aqui continua a festejar-se o Natal), tenciono ver este filme (já tencionava, mas depois deste teu post, é que o quero ver sem falta).
Gosto muito dos filmes de Frank Capra e do actor James Stewart, que sempre representou tão bem o homem americano.
Depois de ver o filme, volto aqui para dar a minha opinião.
Muito obrigada pelos teus desejos das minhas melhoras, minha querida Teté.
Até agora o meu Natal tem sido mais feliz do que eu pensava, mas saudável ainda não estou, felizmente que este ano não temos neve em Düsseldorf.
Até logo!
Os nossos filmes de antigamente! Que lindos eram, não eram? Só que, muitas vezes, quando os vamos rever já não os achamos tão bons como os achávamos nesses belos tempos. Mudam-se os tempos... mudam-se os olhos com que vemos os filmes ou lemos um livro.
ResponderEliminarBeijinhos
Lembro-me de o ver durante natais consecutivos na RTP. Um must natalício, sem dúvida
ResponderEliminarResposta simples, RAFEIRITO: os anjos de 2ª não têm asas (no filme), mas ambicionam tê-las! :))
ResponderEliminarBeijocas!
Gosto muito de cinema, PASCOALITA, mas não tenho essas pretensões, só opiniões! Subjectivas, evidentemente... :D
ResponderEliminarJinhos e continuação de Festas Felizes para ti também!
Mas alguém passa a noite da consoada a ver filmes na televisão, EMATEJOCA? Quer dizer, os que têm reuniões familiares não me parece, alguns solitários até pode ser possível... ;)
ResponderEliminarPor acaso não gosto muito de James Stewart, a voz arrastada e a pronúncia dele irrita-me um bocado. Mas, mesmo assim, reconheço-lhe grandes prestações, nomeadamente em "Janela Indiscreta" e "O Homem que Sabia Demais". Suponho ainda que ele Rooney e Cagney seriam de uma escola antiga, em que parecem (quase)sempre apressadinhos... :)
Continuação das melhoras para ti!
É verdade, CAROL! Acontece que este vi pela primeira vez (ou como se fosse), dei o devido desconto para a época e... gostei! :))
ResponderEliminarClaro que com os livros acontece o mesmo, quando já são antiguinhos! :D
Beijocas!
Pois é, CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA, mas não me recordo de o ter visto anteriormente... :)
ResponderEliminarsei que passou na tv mas, infelizmente, não lhe pus "as vistas" em cima. ficará para o próximo natal :)
ResponderEliminarE ainda estarás muito a tempo para o ver, MOYLITO! :D
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