"Os Lusíadas - para toda a família" é uma obra concebida e executada por artistas de rua, vulgo graffiters, num extenso muro da avenida da Índia, em frente ao museu da Eletricidade.
A visibilidade do trabalho é reduzida para quem lá passa de carro, semi-camuflado por algumas árvores e arbustos, e suponho que igualmente para os residentes nas imediações, já que sendo via rápida só se atravessa para o outro lado em locais específicos.
Como a curiosidade mora aqui todos os dias, lá fomos espreitar. E fotografar. O dia estava cinzentão, mas não deixou de contrastar com o mural, como bem se nota.
Em pequena li "Os Lusíadas - contados às crianças", mas o texto original - por sorte ou azar? - nunca foi de leitura obrigatória no meu tempo de liceu. Quer dizer, foi para os alunos do ano anterior, no ano seguinte não sei, mas voltou a ser pouco depois.
Pessoalmente considero uma sorte, não só por ser avessa a leituras obrigatórias de textos de antanho, mas porque na época os professores o escolhiam sempre para exercícios, testes e exames gramaticais. Do ponto de vista de um aluno adolescente, há lá coisa mais chata que dividir orações n' "Os Lusíadas"?
Com a grande vantagem de ter apreciado os sonetos de Camões com muito mais gosto e vontade. Há "amores que ardem sem se ver"...
Apesar do parco conhecimento do grande feito de Camões - em miúda julgava que ele tinha vindo a nado da Índia até Lisboa, com um braço no ar para salvaguardar o seu livro - deu para perceber que o mural regista os episódios mais marcantes.
Imagino que seguindo cronologicamente o ritmo do livro, mas suponho que não exatamente correspondente a cada canto.
Ah e tal, mas assim não é muito didático? Pois não será, mas os artistas de rua não têm de se substituir aos professores... O que não quer dizer que não incentivem mais a curiosidade dos moçoilos, do que professores antiquados a insistirem na divisão de orações nos seus X cantos (se ainda os há!).
O mundo é assim sempre composto de mudança. mudando-se os tempos e as vontades, o ser e a confiança, tomando sempre novas qualidades, já referia o poeta nos seus versos.
MAR e RAM foram os autores deste mural coletivo, que optaram por assinar com o tag ARM Colective 2013. Um modo original de dar a conhecer a grande obra de Camões, mais próxima dos jovens e do imediatismo dos dias que correm. Mas sem dúvida também um graffiti de grande fôlego, que considerei adequado para marcar o dia de Camões e de Portugal, que hoje se celebra.
BOM FERIADO E DIVIRTAM-SE!
Também tenho que ir espreitar esta Lisboa que eu amo! :)
ResponderEliminarAbraço
Lisboa tem muito para amar, ROSA! E muitas pessoas a amá-la... :)
EliminarAbraço
Poxa está mesmo porreiro! Quando for a Lisboa não posso deixar de dar um salto até aí! Adorei.
ResponderEliminarBeijocas
Também considero um trabalho brilhante, TONS DE AZUL! E não sou suspeita de gostar muito de graffitis, mas alguns conseguem embelezar (ainda mais) a cidade... :)
EliminarBeijocas!
Ora aqui está uma excelente maneira de teres passado o Dia da Nação valente e imortal.
ResponderEliminarCamões saiu à rua e acendeu fogueiras que ardem sem se ver e dores que desatinam sem doer. Enquanto que por outros lados, se viram múmias a ser vaiados....:))
Bom feriado (resto) para ti também.
Isto, por aqui, tem sido uma diversão que nem de casa ainda saí, vê lá tu!!:))))
Beijocas!:)
Bom, a bem dizer não passei o dia de Camões a fotografar os "Lusíadas", foi na véspera, JANITA! :)
EliminarAs múmias mereciam isso e muito mais, mas não vi nada disso, que não tenho pachorra para os ouvir sempre com os mesmos discursos balofos... :P
Eu saí e fui até ao... Camões! Havia por lá música ao vivo e depuseram um ramalhete de flores na estátua. Mais que merecida, também, mesmo tantos anos depois. :)))
Beijocas!
muito interessante! principalmente para os mais jovens que já mal estudam os Lusíadas...
ResponderEliminarBom feriado!
bj*
Bom, pelo menos ficam com uma vaga noção da sua temática, TÉTISQ! :)
EliminarBeijocas!
Graffiti assim, gosto. Devem ser os graffiti que ilustram a versão dos Lusíadas que José Luis Peixoto fez para um colecionável da Visão.
ResponderEliminarO meu feriado teve trabalho à mistura ...ma non troppo :)
Talvez, que essa versão ilustrada não conheço, LUISA!
EliminarSe não foi muito, tá-se bem! :)
Olá. Muito legal os desenhos! Assim se conta uma história.
ResponderEliminarBem, estou voltando ao mundo dos blogs agora.
Passei só para deixar um oi, mesmo.
Se quiser, dê uma passadinha:
www.odiariodaraposabranca.blogspot.com
Bem-vinda, LARA! :)
EliminarHá histórias que nem precisam legenda... :)
Tá voltando? OK, passarei por lá a fazer uma visitinha...
Deve estar um espetáculo! E eu cá tão longe, bolas!
ResponderEliminar(Os alunos já não dividem as orações em Os Lusíadas. Lemo-los com eles mas eles não percebem nada, coitados! É uma linguagem que eles desconhecem completamente e também já sabem procurar significados no dicionário...
Beijinhos e obrigada pela mostra.
Eu achei um espetáculo, mesmo, GRAÇA! :)
EliminarSorte a dos alunos de hoje, que aquilo sempre foi uma grandiosa estucha, mais ainda nos em textos antigos. Mas essa de não saberem procurar no dicionário, cheira-me a calonice. Mas também com o Priberam a facilitar... ;)
Beijocas!
Sabes Teté...isso é bom. Par que outros não pensem que Camões veio a nada da Índia :)))
ResponderEliminarMas também para realçar esse imortal poeta. O Dia de POrtugal e dele, para já ainda é feriado. Não sei no futuro. Mas se Portugal ainda é um país, já não tenho tanta certeza se voltará a haver outros Camões.
Beijocas
Nunca fui forte a Geografia, JP, mas na altura a Índia para mim era como se fosse ali Cacilhas e o livro de História tinha uma imagem pouco elucidativa e o facto era assinalado como se fosse um grande feito... :)))
EliminarGénios como os de Camões ou de Pessoa são raríssimos, normalmente não nascem mais que um ou dois por século e nem todos nos mesmos países... :)
Beijocas!
Muito giro, tenho de lá ir espreitar!
ResponderEliminarE uma boa maneira de festejar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Eu ainda me lembro de dividir orações nos Lusíadas. Felizmente, o meu professor era o Prof. Reis Brasil (lembras-te dele?), que aproveitava para tirar umas sonecas nos testes, e nós lá conseguíamos dividir as orações em trabalho de grupo. :)
Beijinhos.
Está giro, mesmo, TERESA! :)
EliminarNão me lembro de todos os professores que tive no liceu, mas lembro-me de alguns que tive quando fomos da mesma turma. E o Reis Brasil é um deles, que era uma simpatia de homem. Para contrabalançar com o "careca megalítico" ou a Matilde. Ou a enfadonha professora de Geografia, que era irmã de Pedro Homem de Mello e passava as aulas a falar das coisas esquisitas que tinha visto em Londres, homens de rabo de cavalo, por exemplo... :)))
Mas como chumbei esse ano, livrei-me da divisão de orações nos Lusíadas, porque depois apanhei o 25A, quando era para dar essa matéria! :D
Beijocas!
Afinal, nem tudo é mau no nosso querido Portugal, Teté, esta ideia é fantástica.
ResponderEliminarAté me apetecia dar um pulo a Lisboa, só para ver esta bela homenagem ao nosso maior poeta.
Também eu dividi orações nos Lusíadas, que nada me chateou, mas eu também sou conhecida por só gostar de coisas chatas.
Saudações da amiga de longe, Teresa
Também achei uma ideia fantástica, EMATEJOCA! :)
EliminarHá sempre gostos para tudo, mas olha que a dividir orações nos Lusíadas deves ser das poucas a ter gostado. Mal entrei no liceu já toda a gente me falava dessa pincelada que acontecia lá para o 4ª ano (atual 8º). Mas também sou suspeita, porque nunca gostei nada de gramática... :)))
Saudações para ti também!
A gramática foi sempre o meu forte, em todas as línguas que aprendi.
EliminarFalo a lingua francesa como uma vaca espanhola, mas sou uma perita na gramática.
Mas é como dizem os meus filhos: "Mamã, tu só gostas de coisas chatas!"
Agora vou até lá cima para saber porque não terminaste a leitura do livro.
Ui, EMATEJOCA, se a portuguesa já é difícil, a francesa então... E nem vou falar da alemã e dos seus casos, porque obviamente vivendo na Alemanha há tantos anos, terás mais facilidade. Mas também nunca pesquei nada daquilo. Gramática fácil, só a inglesa... :)
EliminarMas sim, também considero a gramática muito chata! :D
Não explico porque não terminei, até porque foram várias situações em simultâneo e algumas de explicação difícil, que envolvem outras pessoas.
ESPECTACULAR!!!
ResponderEliminarTambém achei, PEDRO! :)
EliminarLindo, amei, quando for a Lisboa também vou espreitar (assobiando)
ResponderEliminarBeijinho :)
Quando vieres a Lisboa, MARIA? Hummm.... :)))
EliminarBeijocas!
Ainda não vi e desconhecia essa obra de arte. Parece-me uma excelente ideia, embora partilhe da sua opinião em relação aso Lusíadas. Vou tentar ir lá ainda amanhã, antes de sair de Lisboa. Boa noite de Santo António
ResponderEliminarBeijinhos
Adorei, CARLOS! :)
EliminarObrigada e beijinhos!
Os talentosos artistas de rua.
ResponderEliminarGostei muito de ver.
É, podem ser muito desprezados por alguns, mas a estes (e outros como eles) também os considero muito talentosos, CATARINA! :)
EliminarObrigada, se bem que o talento não seja meu! :D
Os murais estão mesmo apelativos :) Com que então o Camões veio a nado da Índia até Lisboa com um braço no ar para salvaguardar o livro? Bem afinal não fui a única a sofrer de idealismos surreais na infância :))))
ResponderEliminarEheheh, pelos vistos não foste a única a ter esses idealismos surreais na infância, POPPY! :)))
EliminarE também gostei dos murais, claro! :)