Donna Leon é uma escritora policial americana, que desconhecia até a Catarina a ter referido num comentário sobre livros policiais. Como amante do género, ao dar uma volta numa livraria, perguntei se tinham algum título da autora. Não tinham, mas que podiam encomendar. Não encomendei. Este ano, munida de uma pequena lista de livros e autores que queria ler, encontrei vários na Feira do Livro de Lisboa e escolhi um ao acaso.
Em "Provas Manipuladas" uma idosa rica e avarenta é assassinada e a polícia de Veneza tenta prender a principal suspeita, a sua empregada doméstica romena, que se meteu no comboio para regressar à sua terra natal. Assustada com o aparato policial, a mulher foge esbaforida, acabando por ser trucidada por outro comboio. Na sua posse é encontrada uma quantia avultada em dinheiro (700 euros), muito longe do que auferia pelos seus serviços à idosa, pelo que a polícia conclui tratar-se de um roubo que envolveu homicídio.
Três semanas depois, uma vizinha regressa do estrangeiro e o seu depoimento deita por terra as conclusões policiais: a idosa despediu a empregada da janela, sem sequer a deixar entrar em casa para ir buscar as suas coisas, de modo que foi ela própria a dar-lhe o dinheiro e a levá-la à estação, após assistir à cena e ao desespero da mulher. O tenente Scarpa encara esta nova testemunha com relutância, mas o comissário Brunetti é um ouvinte mais atento. E, discretamente, começa a investigar o caso, com a ajuda de Vianello e Elettra, uma secretária que utiliza métodos de pesquisa nem sempre legais...
246 páginas empolgantes, que me convenceram a ler outros títulos. Curiosamente e segundo consegui apurar via wikipédia, Donna Leon vive há muitos anos em Veneza, mas embora os seus livros estejam traduzidos em várias línguas, ela nunca permitiu que fossem traduzidos para italiano.
Citações:
"Ele sabia o que aconteceria a seguir: a sentença do juiz seria objecto de recurso, tudo voltaria a começar e o processo prolongar-se-ia, com sentenças e recursos, até que o prazo prescrevesse. Brunetti passara toda a carreira a assistir à mesma dança: se se tocasse suficientemente devagar, com pausas frequentes para mudar os músicos, as pessoas acabavam por se cansar de ouvir a mesma música e, quando o tempo chegava ao fim e a música acabava, ninguém dava por isso."
"- Em seguida, era assinado o testamento de última hora, deixando uma coisa ou outra, ou tudo, à Igreja. - A sua voz tornou-se áspera. - Claro que queriam aproximar-se das pessoas, quando estas estavam no fim ou tinham perdido o juízo. Que melhor momento para os depenar?"
"Ele sabia o que aconteceria a seguir: a sentença do juiz seria objecto de recurso, tudo voltaria a começar e o processo prolongar-se-ia, com sentenças e recursos, até que o prazo prescrevesse. Brunetti passara toda a carreira a assistir à mesma dança: se se tocasse suficientemente devagar, com pausas frequentes para mudar os músicos, as pessoas acabavam por se cansar de ouvir a mesma música e, quando o tempo chegava ao fim e a música acabava, ninguém dava por isso."
"- Em seguida, era assinado o testamento de última hora, deixando uma coisa ou outra, ou tudo, à Igreja. - A sua voz tornou-se áspera. - Claro que queriam aproximar-se das pessoas, quando estas estavam no fim ou tinham perdido o juízo. Que melhor momento para os depenar?"
Li "Provas Manipuladas" há já muito tempo e, até foi um dos romances da Donna Leon que menos gostei.
ResponderEliminarGosto de ler os livros desta autora americana. O comissário Brunetti é um homem culto e simpático, assim como a sua mulher, Paola, professora de literatura inglesa e americana na universidade local.
O último romance que foi publicado este ano, ainda não o li, mas li os outros 20 casos do comissário Brunetti.
O país onde se vendem mais livros desta autora é a Alemanha, como ela disse numa entrevista, na altura em que completou os seus 70 anos e nos visitou.
Bom, se este foi o que menos gostaste, EMATEJOCA, tenho de ler alguns dos outros para ter uma ideia mais abalizada sobre o seu estilo. Este li-o quase de rajada... :)))
EliminarDevo ter tido azar na primeira volta pela livraria, porque ainda hoje passei por uma livraria mais pequena e de bairro e encontrei num escaparate outro livro dela. Que não comprei, pois este mês já excedi largamente o orçamento para livros, além que não tinha nenhum desconto - verifiquei depois que na FNAC está mais barato. (fico sempre na dúvida como é que as livrarias conseguem sobreviver com esta concorrência...)
Igualmente não sabia que ela era tão conhecida na Alemanha. ;)
Gosto muito de policiais mas tenho desleixado a sua leitura...
ResponderEliminarImagina que nem conheço esta escritora que, pelos vistos, é bastante apreciada!
Abraço
Já somos duas, ROSA, que também não conhecia a escritora. Mas todas as sugestões de "novos" escritores (de policiais e não só) são bem-vindas! :)
EliminarAbraço
O único policial que me entusiasmou tanto que o li derajada - foi "Os Crimes dos Rios de Púrpura".
ResponderEliminarNão gosto do género.
Beijufas...inocentes, rrrs
Sei que não gostas do género, SÃO! Acontece que eu gosto muito... :)
EliminarBeijocas!
Ando tão fora de mim com toda esta situação que nem me apetece ler, acreditas?
ResponderEliminarHá muito que não leio policiais e dantes gostava muito. Li todos, mas todos os romances da Agatha Christie e alguns de outros autores. de há uns anos para cá dediquei-me quase em exclusivo à excelente literatura portuguesa.
Beijinhos e boas leituras.
Acredito, sim, GRAÇA! Acontece a todos nós, de vez em quando... :)
EliminarTambém li todos os da Agatha Christie, que esta preferência por policiais já vem de longe. E muitos outros escritores policiais que foram publicados nuns livrinhos de bolso, cujos últimos exemplares que comprei já se desfaziam ao folhear, não tinham qualquer tipo de revisão e as gralhas surgiam ao pontapé. Desisti há uns anos de os comprar, depois percebi que a editora estava na falência ou a caminho. Pudera! Um livro pode ser de bolso e barato, mas isso não impede que os leitores exijam dele um mínimo de qualidade...
Não me dedico em exclusivo a nenhuma literatura - gosto de ir variando! :)
Obrigada e beijocas!
Fixei-me na curiosidade das traduções das obras de Donna Leon. O que será que a autora tem contra a língua italiana?
ResponderEliminarContra a língua italiana a escritora não deve ter nada, LUISA, mas o "retrato" dos policiais de Veneza (terra onde vive) não me pareceu particularmente abonatório. Deve ser mais por aí... :)
EliminarEntusiasmante!
ResponderEliminarxx
É, foi o que achei, PAPOILA! :)
Eliminarxxx
Não conheço a autora, mas achei interessante, mais um prá lista que já vai enormeeeeeee :)
ResponderEliminarBeijinho :)
*fui ver a primeira vez que aqui vim...era tão sossegadinha, tão bem comportada, ria a medo e nem sequer assobiava (assobiando) eheheh
É, pelos vistos por cá não é muito conhecida, MARIA! Mas pronto, andamos a tratar do assunto... :)
EliminarBeijocas!
* eheheh, percebeste porque é que o comentário foi inesquecível? (assobiando para ti)
Dessa autora já li, aqui há anos, "No Silêncio da Noite", uma história sobre um professor. Não me ficou muito, mas gosto de policiais sim. Sobretudo os Clássicos....
ResponderEliminarEste não conheço, por acaso nem me lembro de o ter visto Mas se tu gostaste deve ser bom e ficou a sugestão.
beijocas
Essa é uma das razões porque gosto de policiais, JP: uns tempos depois podemos voltar a ler novamente, porque salvo raras exceções, depressa esquecemos o enredo. Mesmo da tia Agatha, alguns posso reler novamente sem perigo de estragar a leitura - embora os meus preferidos dela saiba quase de cor e salteado... :)
EliminarEsta autora vou voltar a ler, certamente! :D
Beijocas!
Também não conheço a autora.
ResponderEliminarFica registada a sugestão.
Beijocas!
Bom, PEDRO, há sempre uma primeira vez para conhecer um "novo" escritor... :)
EliminarBeijocas!
Já tinha visto esta capa nos escaparates, mas nunca li nada dela. Também não espanta porque, como sabe, não sou muito virado para os policiais.
ResponderEliminarNão sou muito de ir por capas, CARLOS, mas por indicações de outros leitores. E, claro, a sugestão é para quem gosta de policiais... :)
EliminarNão conhecia, mas vou estar atenta. Ao contrário do Carlos, gosto de livros policiais :)
ResponderEliminarBjs
Pois, pelos vistos a escritora é mais conhecida pelo Canadá e Alemanha do que por cá, TERESA! Pelo menos por cá parece que ninguém a conhecia ou só tinha lido um livro dela... :)
EliminarBeijocas!
Finalmente, Teté!!!
ResponderEliminarGostei de saber que gostaste da escritora e do livro!
Como já mencionei fui ao lançamento de um dos seus livros aqui em Toronto, creio que há três anos. A sala estava cheia. É uma senhora muito simpática e com um grande sentido de humor.
Já li todos os seus livros. Não há mistério por desvendar com o “commissario” Brunetti e a “signorina Elettra”. E o que torna os seus livros ainda mais interessantes para mim é tb porque me recordo muitos dos locais mencionados nos livros porque passei umas semanas em Veneza.
Abraço : )
Bom, suponho que ainda a tempo de ler outros livros da escritora, mas tenho a agradecer-te a dica, CATARINA! Ainda no outro dia referi que a blogosfera também contribui para alargar conhecimentos, o que mais uma vez se prova... :)
EliminarMesmo nunca tendo visitado Veneza (com pena minha, diga-se!), a ambiência transporta-nos para o local e todos os seus encantos e (alguns) desencantos. Vou ler mais, certamente! :D
Abraço!