Em jeito de comemoração do 1000º post do Quiproquó, surgiu a ideia de relembrar uma das figuras mais míticas do século passado: Charlie Chaplin (de seu nome completo Charles Spencer Chaplin, também conhecido como Charlot)! Não cabe aqui elaborar a sua biografia - além da wikipédia e de vários livros (um deles escrito pelo próprio) e de um filme, todos eles um bocado contraditórios entre si, muita tinta já correu sobre a sua vida e obra - nem tão pouco analisar à lupa a sua filmografia. Que, aliás, não vi toda, até porque quando se iniciou nas lides cinematográficas nem os meus pais eram nascidos e os meus avós mal tinham largado os cueiros...
Sei que quando a personagem do célebre vagabundo aparecia na televisão, com o seu chapéu de coco, bengalinha e pequeno bigode, a andar como um pinguim, a fugir à polícia ou a distribuir uns pontapés nos traseiros dos seus adversários, havia gargalhada pela certa. E não éramos só nós miúdas a rir, os meus pais e avós também não resistiam à espectacular mímica do actor. Chaplin teve o mérito único de aliar o riso a várias emoções, como o amor, a ternura, a amizade, a solidão, o desespero ou a tristeza., amalgamando-as nas mesmas sequências e extraindo delas a comicidade possível, cativando assim o público de todos os cantos do planeta e de todas as idades. Simultaneamente, também não deixava de denunciar a miséria e a pobreza, as injustiças e os absurdos da sua época.
Ele próprio, nascido a 16 de Abril de 1889, em Londres (curiosamente, poucos dias antes de Hitler, que nasceria no mesmo mês e ano, a cerca de 1000 km de distância), terá tido uma infância atribulada, após a morte do pai e o internamento da mãe num hospício, com apenas 12 anos deambulava pelas ruas londrinas até ser internado num asilo para crianças pobres. O seu meio-irmão, mais velho, Sydney Chaplin, companheiro desses tempos, conseguirá posteriormente integrá-lo na companhia de pantomina onde trabalhava e numa tournée aos EUA, as capacidades artísticas do jovem são notadas por um cineasta, Mac Sennett, que o contrata. Aí permanecerá durante as 4 décadas seguintes, onde Charlie usará as suas vivências juvenis para retratar fielmente o vagabundo que o tornou famoso, com a sensibilidade de expressar facial e corporalmente todas as emoções e sensações de um infeliz sem eira nem beira...
Sei que quando a personagem do célebre vagabundo aparecia na televisão, com o seu chapéu de coco, bengalinha e pequeno bigode, a andar como um pinguim, a fugir à polícia ou a distribuir uns pontapés nos traseiros dos seus adversários, havia gargalhada pela certa. E não éramos só nós miúdas a rir, os meus pais e avós também não resistiam à espectacular mímica do actor. Chaplin teve o mérito único de aliar o riso a várias emoções, como o amor, a ternura, a amizade, a solidão, o desespero ou a tristeza., amalgamando-as nas mesmas sequências e extraindo delas a comicidade possível, cativando assim o público de todos os cantos do planeta e de todas as idades. Simultaneamente, também não deixava de denunciar a miséria e a pobreza, as injustiças e os absurdos da sua época.
Ele próprio, nascido a 16 de Abril de 1889, em Londres (curiosamente, poucos dias antes de Hitler, que nasceria no mesmo mês e ano, a cerca de 1000 km de distância), terá tido uma infância atribulada, após a morte do pai e o internamento da mãe num hospício, com apenas 12 anos deambulava pelas ruas londrinas até ser internado num asilo para crianças pobres. O seu meio-irmão, mais velho, Sydney Chaplin, companheiro desses tempos, conseguirá posteriormente integrá-lo na companhia de pantomina onde trabalhava e numa tournée aos EUA, as capacidades artísticas do jovem são notadas por um cineasta, Mac Sennett, que o contrata. Aí permanecerá durante as 4 décadas seguintes, onde Charlie usará as suas vivências juvenis para retratar fielmente o vagabundo que o tornou famoso, com a sensibilidade de expressar facial e corporalmente todas as emoções e sensações de um infeliz sem eira nem beira...
Assim, no decurso da I Guerra Mundial, da Grande Depressão de 1929 e da II Guerra Mundial, Chaplin conseguiu fazer do riso a sua arma e alentar uma população mundial carente de alguns momentos de alegria, quando por todo o lado abundavam as ruínas, as campas dos milhares de mortos que pereceram, muita fome e miséria, para além do luto existente nos corações. Era o cinema a relembrar que se "the show must go on", a vida também continua!
Entretanto, não foi só o mundo que mudou, a indústria cinematográfica americana também: o primeiro filme sonoro preconizava um novo patamar no mundo do cinema - ao qual Chaplin tentou resistir durante largos anos - mas os mais conservadores estavam preocupados com as mensagens "imorais" que podiam ser veiculadas através das telas. Daí até promulgarem o Código de Hays (implementado nos anos 30 e que vigorou até 1968) foi um passo, com vista a censurar previamente temas, atitudes e palavreado considerado "contra a moral e bons costumes". Lógico que argumentistas e cineastas não viram com bons olhos essa novidade, mas a situação agravar-se-ia ainda mais na era de McCarthy e de J. Edgar Hoover, que surgiram como os paladinos de um anti-comunismo primário e irracional, encontrando "suspeitos" em cada esquina, especialmente entre escritores, músicos e gente ligada à 7ª Arte. Em resultado das perseguições que se seguiram, muitos foram obrigados a acabar prematuramente a sua carreira artística.
Claro que Charlie Chaplin, assumidamente esquerdista e mantendo laços de amizade com alguns desses "suspeitos", não escapou a entrar na Lista Negra de Hollywood. É assim que, ao deslocar-se a Londres com a sua família, para promover o seu último filme, em 1952, vê-se impedido de regressar aos EUA: o seu visto de entrada foi revogado, consta que por instância de Hoover, director do FBI. Uma expulsão sumária, por assim dizer! Então decidiu instalar-se com a sua família na Suiça e só voltaria a Hollywood 20 anos mais tarde, a convite da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, para receber um Oscar honorário pelo seu grandioso contributo para a 7ª Arte, o que lhe valeu um dos maiores aplausos de que há memória naquela cerimónia.
Longe de ser um homem perfeito, Chaplin representou o anti-herói por excelência, nas telas como na vida, mas transmitia a imagem de ser de carne e osso, com fraquezas e falhas como todos nós, mas sempre a tentar dar o seu melhor. Daí ter conquistado o mundo...
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."
Charlie Chaplin
Gostei desta homenagem.
ResponderEliminarO mestre que nunca nos cansamos de rever… ;)
ResponderEliminarBeijinhos,
FATifer
Adoro este homem!:)
ResponderEliminarParabéns pelo 1000º post :)
ResponderEliminarUma bela homenagem a Charlie Chaplin...um vagabundo que me fez rir muito e quase chorar, tal era a tristeza que sentia quando as coisas não lhe corriam bem :)
~c
Beijinho :)
É um nome que ainda não incluí na minha rubrica Grandes REalizadores, mas que terá lá assento brevemente.
ResponderEliminarTem uma lembrancinha lá no CR...
1000 posts? muitos parabéns e que venham mais 1000 :) Chaplin era um extraordinário conhecedor das emoções humanas. eu lembro-me de rir mas, ao mesmo tempo, sentir que algo diferente se passava. ele pegava no drama humano, que conhecia, e fazia-nos rir com ele, mas passava uma outra mensagem de maneira quase subliminar, não intrusiva, sobre a condição humana e os sofrimentos que afectavam grande parte da população daquela época.
ResponderEliminar(É sempre bom sabermos que não estamos sós...)
ResponderEliminar;)
teté, parabéns pelos 1000 postes :D e, acima de tudo, obrigada por eles!!! ;)))))))))))
ResponderEliminarBEIJINHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOS!
MUITOS PARABÉNS PELO TEU 1000º POST, MINHA CARA TETÉ!!!
ResponderEliminarQue grande homenagem ao Charlot, gostei muito de a ler.
É verdade, FATIFER! Surpreendemo-nos sempre de cada vez que voltamos a ver um dos seus filmes... :)
ResponderEliminarBeijinhos!
Somos duas, NINA! :D
ResponderEliminarObrigada, MARIA! :)
ResponderEliminarÉ verdade, enquanto nos fazia rir, também nos emocionava. Lembro-me perfeitamente de uma cena em que se preparava para comer a sola do sapato, de tanta fome que tinha... :((
Beijocas!
E certamente que é merecido, CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA! :)
ResponderEliminarAgradeço imenso a simpatia, publicarei em breve! :D
PARABÈNS TERESA!
ResponderEliminar1000 posts é obra. Também já não me falta muito para lá chegar.
Chaplin também fez as delícias da minha infância. Era o tempo das candeias e das quimeras.
Beijinho para ti!
Kim
Sem tirar nem pôr, MOYLITO! De algum modo ele conseguia "pôr o dedo na ferida" da condição humana, embora explorasse o lado mais cómico das situações...
ResponderEliminarConsta que mais tarde diria que nunca teria tido a coragem para filmar "O Grande Ditador", se estivesse a par de todos os horrores do Holocausto!
Mas será que se tivesse tido uma juventude mais feliz, alguma vez conseguiria conhecer tão bem a natureza humana?! ;)
E não estamos mesmo, OOPS! :))
ResponderEliminarObrigada, ANA! :D
ResponderEliminarBeijiiiiinhos! :x
Obrigada, querida EMATEJOCA! :)
ResponderEliminarMuito mais haveria a dizer sobre Charlot, mas como isto não é um livro e sim um mero post blogosférico, tentei cingir-me ao essencial... :D
Obrigada, KIM! :D
ResponderEliminarSuponho que fez as delícias de muita gente, numa época em que existiam mais motivos para chorar do que para rir. Conseguia que as pessoas sonhassem... :)
Beijocas!
Um bom trabalho desta minha cinéfila amiga.
ResponderEliminaras dificuldades por que passou permitiram-lhe conhecer aspectos que outros, mais abençoados no berço, não conhecem.
ResponderEliminarObrigada, VITOR! Cinéfila... é relativo! :))
ResponderEliminarÉ verdade, MOYLITO, mas até esses tempos difíceis usou em seu favor. Ora isso não é para todos... :D
ResponderEliminarBoa escolha nessa personalidade tão amplamente inspiradora, Chaplin.
ResponderEliminarA letra de "Smile" para mim é brilhante.
E já agora tens um blogue muito especial.Parabéns
silenciosquefalam.blogspot.com
Bem-vindo, MIGUEL!
ResponderEliminarChaplin é realmente uma personalidade inspiradora! :)
Obrigada! Também dei uma "voltinha" pelo teu blogue e gostei do que li - até porque livros e filmes são algumas das minhas temáticas preferidas! :D