quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

ENTÃO... QUEM É QUE SABE?!

Quando as televisões privadas surgiram em Portugal a expectativa era que trouxessem mais variedade e animação às programações então pouco imaginativas da RTP. E trouxeram, em parte, mas juntamente com muito telelixo (palavra que ficou famosa, por ter determinado o despedimento de João Carreira Bom como cronista do "Expresso"): quando se julgava que não podia haver pior, surpreendiam-nos sempre com mais. E continuam a surpreender, se bem que a televisão por cabo também se esmera nesse capítulo. As americanices conseguem bater todos aos pontos, sem margem para dúvidas!
Se o ridículo matasse, este "Não sabia que estava grávida"  nunca teria sido concebido, muito menos veria a luz do dia. Que é como quem diz, nunca entraria pelas nossas casas adentro através de um ecrã. Começa com um aviso que pode ter imagens chocantes para pessoas mais sensíveis. OK, a malta aguenta! E depois repete a mesma história até à exaustão, alterando apenas as variantes de cada caso: uma que passou o tempo todo a tentar emagrecer após a primeira gravidez, sem grande sucesso; outra que tomou um remédio que lhe cortou o efeito da pílula; uma terceira porque o teste lhe deu negativo; etc., etc. e tal. Todas um bocado distraídas, mas pronto, pode acontecer.
O que é que não podia acontecer nesses programas? Pois, que filmassem as cenas do parto, né? Então se elas não sabiam e julgavam estar com uma dor de barriga ou uma apendicite, alguém ia filmar? Mas não! Aparece a cena toda de uma a expelir o bebé na sanita (leram bem!), doutra na banheira, de uma terceira a entrar num hospital, de médicos atrapalhados perante a situação e a ligarem aparelhos, delas aos gritos, dos maridos assustados, crianças ensanguentadas, cordões umbilicais, toda a parafernália da praxe. Como? Só resta uma explicação:  desejosas que aquele momento se eternizasse e fosse dado a conhecer ao mundo, resolveram recriar cada segundo desse sofrimento angustiante perante as câmaras! Actuando como actrizes no próprio filme, em parceria com companheiros, familiares, médicos (ou outros por eles) e, claro, produtores televisivos desejosos de conferir autenticidade às imagens. O que não se faz por 5 minutos de fama?!
 
Imagem da net.

18 comentários:

  1. também mostram cenas da altura da concepção? :e

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  2. Quase, VÍCIO! Sem entrar no "hard core"... apenas sugerindo! :y

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  3. Há a ideia generalizada de que "a galinha da vizinha é sempre melhor que a minha". Nada de mais errado. Agora, com a TV Cabo ainda vai havendo possibilidade de escolha,mas passei muitos períodos (pequenos) lá por fora e àparte as grandes estações de reconhecido mérito, via-se de tudo e de uma pobreza confrangedora e dava para pensar: "afinal não somos tão maus" !:))
    .

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  4. Tens razão, RUI! É um facto que quando existia apenas um (depois dois) canal de TV, não havia escolha. É melhor que haja, obviamente! Mas a maior quantidade de canais trás de tudo: bom, assim-assim, mau e péssimo! Na luta pelas audiências, vale tudo... ;)

    Do pouco que vi nas televisões do estrangeiro, também não me pareceu que a nossa fosse pior que as outras. O que não admira que há uma série de programas e formatos decalcados delas! :D

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  5. Teté, lá estás tu como o meu "Kraut" os Estados Unidos são os culpados de tudo, que há de mau na TV - até no há de mau no mundo.
    Só que os americanos não obrigam a TV portuguesa a copiar essas americanices, como também não obrigam os portugueses a assistir a um tal telelixo.
    A TV portuguesa ou a TV de qualquer outra nacionalidade só produz o chamado telelixo, caso o número de espectadores seja considerável. Se ninguém visse esse telelixo, a TV acabava com ele, por falta de rendimento.

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  6. O telelixo invadiu a televisão de tal forma que sufoca os telespectadores na ânsia de vencer a guerra das audiências. Mas afinal o que são as audiências? O que procuram ver. A programação de alguns canais é uma espécie de sedativo para a maior parte das pessoas, quase um vício! E para apimentar a coisa exibem imagens choque num exercício de voyeurismo abjecto no sentido de tornar o espectáculo ainda mais vendável ao bom estilo de Artut Albarran: “ O drama, o horror, a tragédia.” É impressionante o tempo que se perde a olhar para um ecrã vendo a vida dos outros a passar! Mudem de canal ou então pousem o comando e vão dar uma volta.

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  7. Por acaso apanhei um episódio desses, o caso era de uma moça que passou os 9 meses sem perceber que estava grávida e só porque um dia deu uma queda no trabalho e sentiu muitas dores, se dirigiu ao hospital para ser observada. Quando minutos depois estava a dar á luz, foi um pouco absurdo, não queria acreditar que pudese acontecer, mas depois dei mais atenção á história relatada e consegui assimilar a possibilidade de acontecer. Não sei se viste esse, mas o facto de a moça ter sofrido um grande acidente de viação originou implantes de metal na coluna, logo as dores e incomodos eram brutais, já para não falar da medicação. Logo a seguir penso que morreu a mãe, outro choque que a levou á depressão, mais medicação. Bom, para finalizar, acreditei que derivado a todos esses motivos, inclusive 9 testes de gravidez darem negativo, que fosse possível. Isto para chegar á conclusão que talvez tenhas razão e que os minutos de fama não se devam desconsiderar. Seria muita coincidência tudo acontecer tão naturalmente, sem intenção. Mas...também se pode tratar de uma reconstituição, não deu para perceber bem, fiquei tão estupefacta com o desenrolar dos acontecimentos, que não fiquei com certezas de nada!!..

    Enfim..mais um programa para enrolar meias, mas...antes isso que ver o Castelo Branco armado em cantor...bahhhhhhhh...que noia!!..

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  8. Oh, Teresa, és tão má-língua! As raparigas tinham o hábito de andar com as aparelhagens de televisão atrás, para o caso de acontecer qualquer coisita que valesse a pena na vida delas!
    Pois é, há programas péssimos em todos os canais (que é para nenhum se ficar a rir!)
    Bjs

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  9. Há gente que nem para tratar responsavelmente da saudinha serve...




    Imagina, teté, que hoje vou ter de fazer o frete de ir ao cinema!






    Muita saúde responsável!

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  10. E não é verdade, EMATEJOCA, que é tudo culpa dos americanos??? =))

    Não, não era uma cópia portuguesa (valha-nos isso) era mesmo o produto original e genuíno. Num canal cabo! Em prime time. Que é a hora a que dão todos os telelixos, de modo que venha o diabo e escolha... :e

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  11. Anónimo2/24/2011

    felizmente não vi...

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  12. Freaks e reles, MOYLITO! :D

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  13. Tens razão, PAULOFSKI, para mim a televisão É um sedativo: se quero dormir, abro-a e passado um bocado ;z

    O que só não acontece se é coisa que me interesse (que também há) ou com o que me espanta - como neste caso! Já sei que estou crescidinha e não devia, mas qué que queres, é mais forte do que eu... :D

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  14. Tem de ser uma reconstituição, NUVEMDOCE, porque ninguém no seu juízo perfeito anda a filmar uma rapariga com "cólicas". E claro que estes casos acontecem na vida real - conheci (vagamente) uma míúda de 16 anos, que com receio dos pais e do namorado não disse nada a ninguém até os avisarem que "era menino" - mas fazer uma série com histórias sempre iguais (fora os pormenores) já me parece mais imbecil, ainda mais quando fazem a tal reconstituição, com elas aos gritos e tal... :D

    Bom, felizmente esse nunca o apanhei a cantar! :))

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  15. Sou, não sou, TERESA? Que defeito horrível... :)

    E sim, elas são muito precavidas, andam sempre com o cameraman atrás, que algum dia pode acontecer qualquer coisinha de relevante nas suas vidinhas! :D

    Mas tens razão - nenhum canal se pode rir dos outros, que programas maus há em todos!

    Beijocas!

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  16. E ires ao cinema não é assim uma espécie de "triagem" para tratares da saudinha, CAPITÃO? Quem quer saúde, tem de se "sacrificar"... =))

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  17. Que sorte, CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA! :)

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)