Fotografia de Ian Britton
Este país não é para velhos, atirados para lares onde muitas vezes são esquecidos pelos familiares ou a morrerem na solidão das suas casas, sem que quase ninguém note a sua ausência (e mesmo os poucos que reparam, são ignorados pelas autoridades competentes).
Este país não é para recém-licenciados, que depois de terminarem os seu cursos procuram um emprego digno e compatível: com sorte, arranjam um estágio mal remunerado, onde executam trabalho por três ou mais funcionários, polivalente e com horário rígido de entrada, mas sem ele para a saída; com azar, nem isso ou sem salário nenhum, mas com as mesmas exigências de "aprendizagem" dos restantes.
Este país não é para trabalhadores experientes de meia idade, constantemente despedidos em remodelações empresariais - reduzem-se efectivos, substituem-se pelos tais estagiários que saem muito mais baratos, quando não a custo zero. E rapidamente também eles próprios substituídos numa próxima leva...
Este país não é para jovens que queiram começar cedo uma vida a dois e constituir família, que vêem os seus projectos constantemente adiados, quando não mesmo gorados. Isto para aqueles que ainda se atrevem a sonhar e que desejam manter-se fiéis às suas raízes.
Este país não é para jovens que queiram começar cedo uma vida a dois e constituir família, que vêem os seus projectos constantemente adiados, quando não mesmo gorados. Isto para aqueles que ainda se atrevem a sonhar e que desejam manter-se fiéis às suas raízes.
Então este país é para quem? A tentação seria dizer ninguém, mas não é exactamente verdade. É para todos aqueles que se movimentam pelas leis do cifrão e da alta finança, que não olham a meios para atingir os seus objectivos: enriquecer mais e mais e controlar o poder! O que conseguem - dada a natural subserviência de políticos e governantes, sedentos de agradar aos verdadeiramente poderosos, sem prestar atenção ao povo que os elegeu para o representar - por meios contratuais e legais ou até, por vezes, estratagemas criminosos, dos quais invariavelmente se safam impunes.
Ignorar as dificuldades e ansiedades de todo um povo, esmifrado até à última gota do seu sangue, suor e lágrimas e sobrecarregado por impostos sem contrapartida à vista, é um erro! Brandos costumes também têm limite e as revoluções, essas, andam nas ruas...
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ResponderEliminardesculpa lá, mas vou divulgar isto...
ResponderEliminar:v:v:v
hasta la vitoria, siempre! 8-w8-w8-w
Parabéns Teté. É um texto inteligente, oportuno e sem papas na língua.
ResponderEliminarDisse certa vez o Primeiro Ministro que "Este país não está de braços caídos". Pois não está xôr inginheiro, estamos todos de mãos nos ar a ser permanentemente roubados.
os gregos, pais da civilização ocidental, foram beber parte da sua sabedoria ao Egipto... talvez hoje comece a ser tempo de olhar de novo para o Egipto!
ResponderEliminarÉ para qeum sabe mexer os cordelinhos ou se encosta ao poder. Esses não sentem a crise.
ResponderEliminarPor isso o meu filho está a estudar no país de Gales. Por isso digo-lhe, não voltes (mas ele teima que é cá que se quer lançar). Por isso sempre continuarei a dizer, não voltes.
ResponderEliminarE falta-me saber para onde a minha filha irá
Estes país podia a ser tanta coisa!
ResponderEliminarQuase diria que bastava sabermos vender o sol, para vivermos à grande e à portuguesa.
Quase diria que me apetece partir.
Muito oportuno o texto.
Beijinho Tété
Obrigada, VANI! :))
ResponderEliminarHasta la vitoria, sempre! Com justiça, igualdade, liberdade e democracia! :v
Obrigada, PAULOFSKI!
ResponderEliminarPermanente e indecentemente roubados, com sistemas de saúde, ensino e justiça que deixam muito a desejar! Para já não falar no preço de bens e serviços básicos, que aumentaram para lá do razoável em tempos de crise! :[
Olhar para o Egipto é capaz de ser uma boa ideia, MOYLITO, mas beber qualquer coisa de lá... não! :D
ResponderEliminarSe foram eles que mexeram os cordelinhos e ainda nos ajudaram a arranjar mais dívidas nacionais, CARLOS BARBOSA DE OLIVEIRA, tá-se mesma a ver a preocupação deles com o povo, não tá? ~xf
ResponderEliminarO que acontece contigo, TERESA DURÃES, acontece com mais pessoas. Mas não deixa de ser difícil para eles construírem uma vida nova num país estranho, nem para os pais, familiares e amigos que eles partam...
ResponderEliminarE sim, há quem queira e tenha vontade de ir, mas não são todos! E não é justo que sejam obrigados a abandonar a sua terra se não o desejam!
Podia, sim, KIM! Portugal podia ser um belo país para viver, se fosse governado por gente séria e competente! Mas como não é (e também não é de agora!), andamos aqui sem rei nem roque, para apenas alguns se encherem de massa! É nestas alturas que tenho pena de não acreditar no Inferno...
ResponderEliminarObrigada e beijocas!
ahahahahahahahah. se engarrafado e de importação... talvez :)
ResponderEliminarPois, essas bebidas já são outras, MOYLITO! :D
ResponderEliminarMuito boas estas tuas palavras.
ResponderEliminarEste país está a precisar de uma nova revolução. Sim, Teté e as revoluções andam na rua!
Se não for feita a nível institucional, TONS DE AZUL, mais tarde ou mais cedo chega às ruas! E, desta vez, não sei se os trastes que nos governaram (e governam) têm a mesma sorte da última revolução... ~xf
ResponderEliminarA malta anda cheia de tanta injustiça!