terça-feira, 16 de abril de 2013

A IMPORTÂNCIA DE SE CHAMAR... VIRGOLINO?

Justino, Fabiano ou Ercílio? Como herança já todos temos os apelidos de família, nem sempre muito simpáticos e agradáveis, ou que se prestam a confusões e chistes variados. Essa herança é garantida, então para quê ainda castigar a criancinha à nascença com um nome próprio que lhe fica para a vida, porque uma tia-avó, uma madrinha ou qualquer outro familiar insiste que é lindo, além de uma homenagem a um ente querido, normalmente já velhote ou falecido?

Julgava que essas tradições de outrora já estivessem mortas e enterradas, quando um dia destes e em conversa com algumas amigas, cada uma tinha uma ou mais histórias recentes para contar de recém-nascidos batizados com nomes estapafúrdios. Fartámo-nos de rir, mas provavelmente a tal Oscarina vai achar menos graça às piadolas que se adivinham nos colegas de escola...

E nestes momentos vem sempre à baila uma outra amiga, que há cerca de 20 anos aceitou, contrafeita, que o filho mantivesse o nome do pai, do avô, do bisavô, sabe-se lá de que mais antepassados. Contava ela, desanimada: "É que nem no pediatra passa despercebido. Estamos na sala de espera e começam a chamar o menino Carlinhos, o menino Paulinho e o menino Luisinho. E por fim anunciam - que entre o senhor Virgolino!" 

Faz hoje 21 anos que o meu filho nasceu, mas os nomes dele foram escolhidos com antecedência e de acordo com o maridão: mais ninguém deu palpites! Ele nunca se queixou, por serem nomes comuns. A originalidade, se quiser marcar a diferença, será devida à sua própria personalidade...


Bob Dylan - aqui num programa televisivo quando tinha cerca de 22 anos de idade - na canção "Blowing in the wind", que foi referência para uma geração inteira! E não é que o filhote até gosta?

Imagem da net.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

UMA VILA PORTUGUESA...

... com certeza! Onde não falta um coreto,

ruelas com roupa estendida no varais, 

um pelourinho,

um ilustre antepassado ali nascido,

a par de uma igreja com vários séculos de existência, entre tantos outros motivos de interesse. Numa tarde de domingo em que o povo saiu à rua, aproveitando os almejados raios de Sol primaveril. Um passeio muito agradável, sem dúvida! Onde? Com tantas pistas, é bem fácil descobrir...

As fotos são minhas e (ainda) não estão na net, mas encontram lá algumas muito semelhantes.

ADENDA a 16 de abril de 2013: Como quase todos "adivinharam", trata-se de Alcochete, vila junto ao estuário do Tejo, onde nasceu o rei D. Manuel I (a 1 de Junho de 1469) e onde está instalada a Igreja Matriz de São João Baptista, construída no século XV, e classificada como monumento nacional desde 1910. E o miradouro Amália Rodrigues? Pois cá está ele:

Obrigada a todos pela participação!

sábado, 13 de abril de 2013

ONDE É QUE JÁ VI ISTO?

OK, não resisti ao deparar com este cartoon de Quino, no facebook, um fiel "retrato" do que vai na cabeça de muitos portugueses neste momento...

Como destaque da semana, desta vez positivo, o belíssimo documentário "Mondego" realizado por Daniel Pinheiro, como projecto final de mestrado na universidade de Salford, no Reino Unido, que encontrei no blogue de Pedro Coimbra. São 15 minutos de filme, mas que valem bem a pena, aqui na versão portuguesa:


Ora aí está um jovem que não deverá ter dificuldades em trabalhar para qualquer televisão. Ou não?!?

sexta-feira, 12 de abril de 2013

É À NOITE...

"É à noite que é belo acreditar na luz."
Edmond Rostand

Os meteorologistas garantem que vem aí um fim de semana de Sol, seguido de uma semana igualmente soalheira. Oxalá não se enganem. Para, pelo menos durante uns instantes, esquecermos o pântano das politiquices nacionais e voltarmos a ter a sensação que a vida pode ser maravilhosa, como nesta canção "Vitoriosa", de Ivan Lins:


UM MARAVILHOSO FIM DE SEMANA PARA TODOS!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

PERNAS DE PERU ASSADAS NO FORNO

Nunca gostei muito de peru, possivelmente por rescaldo de outras eras, em que ele comparecia anual e pontualmente à mesa do almoço do dia de Natal, para repasto dos poucos convivas familiares - a família que residia em Lisboa era reduzida. E o peru grande. E recheado com castanhas ou outros ingredientes e temperos. Em suma, sobrava sempre imenso e a semana seguinte era passada a comer os "restos" do bicho, de várias formas e feitios, mas mesmo assim de no final já não suportarmos o seu paladar, por mais disfarçado que fosse. 

À exceção de uns bifinhos de peru panados, comprados no "pronto-a-comer" em dias que escasseava tempo para cozinhar, nunca mais o bicho entrou cá em casa. Mas mais recentemente provei e gostei de um bom pernil, resolvi experimentar. A minha amiga não tinha a receita - a empregada é que costuma temperar - mas o facto não acanha ninguém que esteja habituado a cozinhar. Ainda por cima quando os livros de culinária abundam e a "maior enciclopédia do mundo" está à distância de um clique. Mas cá vai a receita experimental, à la Teté:

Ingredientes (3 pessoas):
2 pernas de peru (com cerca de 450 gramas cada)
1 cebola grande
3 dentes de alho
1 chávena de chá de vinho branco
1 folha de louro
Azeite, sal, pimenta, colorau e piri-piri em pó q.b.

Lavam-se as pernas de peru e faz-se uma vinha d'alho com vinho branco, alhos, sal, pimenta, colorau e  piri-piri, barrando-as bem de ambos os lados e deixando-as marinar um bocado.
Cortam-se as cebolas em tiras de meia-lua e forra-se o fundo de um pirex (ou tabuleiro) de ir ao forno. Depositam-se as pernas nessa "cama" de cebola, dá-se-lhes um corte (esqueci-me, mas emendei posteriormente), regando com a vinha d'alho e com o azeite, juntando a folha de louro.
Vai ao forno a 200º. Ir espreitando, mas virar as pernocas uns 25/30 minutos depois. Se necessário, juntar um pouco mais de vinho e/ou água, para o molho não secar. Deverão estar prontas a comer cerca de uma hora depois, dependendo de se preferir a carne mais cozinhada ou mais rosada. O acompanhamento é à vontade do freguês - arroz, esparguete, esparregado, legumes, batatas fritas, cozidas, assadas ou whatever.

Fácil, barato e uma delícia para o paladar! Bom apetite... para o jantar!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

NO REINO DA PATADA!

O dia não estava lá essas coisas, mas pelo menos não chovia e estava desejosa de afinfar a lente no reino da patada, predileção antiga e tantas vezes gorada: já se sabe que muitos patos são avessos a fotografias, quiçá por não distinguirem a maquineta do cano de uma espingarda?

Mas enfim, a personalidade dos marrecos varia muito - enquanto alguns circulavam e nadavam pelo local impantes e vaidosos da sua penugem...

... outros mantinham a habitual obstinação de nem sequer exibir o bico. Talvez por timidez. Ou uma garganta sequisosa. Quem entender de psicologia de patos que o diga.

Reinava a calma nas águas do lago e nos relvados, independentemente da personalidade mais ou menos exibicionista de cada um.

Até que uns grasnidos mais sonoros ecoaram nos ares e a atenção recaiu nesta pataria zangada e à bicada. Como é que se resolvem conflitos entre patos? 

Hummm... Ah!... Bem, afinal não era exatamente um conflito, apesar das bicadas não parecerem especialmente carinhosas. Mas o que é que andavam aqueles mirones a cirandar ali em redor? Resposta simples, depois do triunfante e ufano conquistador se afastar, a agitar freneticamente as asas: também queriam "festa"! Mas não tiveram sorte nenhuma, que a pata já tinha a sua dose de bicadas e conseguiu escapulir-se para as águas do lago...

Uns mergulhos e um agitar de asas depois, já grasnava serenamente com os seus companheiros lacustres, que prosseguiam com os seus impetuosos e fogosos grasnidos.

Para ser franca, não percebi uma única palavrinha na sequência do grasnar, mas difícil era não entender aquela dança da patada, quando os machos perseguiam com os bicos a passagem das fêmeas - só lhes faltava assobiar! 


Enfim, se há coisa que não muda muito, a mãe Natureza é uma delas! 

terça-feira, 9 de abril de 2013

A CONFISSÃO

John Grisham é um dos escritores atuais mais lidos em todo o mundo, muitos dos seus livros já foram transpostos para o grande e pequeno écrã. Contudo, nunca tinha lido nada do autor, calhou agora "A Confissão", cuja primeira edição original é de 2010.

Donté Drumm encontra-se no corredor da morte de uma penitenciária do Texas, enquanto o seu advogado Robbie Flak tenta a todo o custo protelar a data da execução, que terá lugar dentro de quatro dias. O advogado tem a certeza da inocência do seu jovem cliente negro, compelido a confessar o crime de homicídio de uma sua colega do liceu de Slone, pelo astuto e manhoso detetive Kerber e ao fim de quinze horas de interrogatório, insultos e coações várias.

Entretanto, Travis Boyette, um ex-presidiário, dirige-se a uma igreja luterana de Topeka, no Kansas, onde confessa ao reverendo que tem uma doença terminal e pouco tempo de vida, pelo que está hesitante se deve ou não confessar o homicídio da rapariga, garantindo que o sentenciado está inocente. Sem saber como auxiliar o injustamente condenado, o reverendo contacta telefonicamente a equipa do advogado de defesa, mas dada a mediatização do caso em vésperas de execução, a sua chamada  é inicialmente negligenciada... 

444 páginas que não se evidenciam pela forma literária, mas por um enredo que põe em debate a pena de morte nos EUA e as vicissitudes do seu sistema penal, bem como os preconceitos raciais e religiosos ainda existentes nos estados sulistas. (e por esse mundo fora, que o "fenómeno" não é local, infelizmente!) Um drama doloroso, violento, comovente e crítico, que não deixa de ser uma leitura que nos prende até ao final. Gostei... que venha o filme! 

Citações:
"A condenação, sem corpo, não era assim tão difícil de obter. [...] E, apesar de isto provocar dúvidas nas mentes de alguns observadores, nada fez para afrouxar as convicções dos responsáveis pela sentença de morte de Donté. Após anos a verem a realidade com palas nos olhos e com tanto em jogo, tinham a certeza absoluta que o verdadeiro assassino fora apanhado. Tinham investido demasiado para duvidar das suas próprias teorias e ações." 

"O corredor da morte é um pesadelo para os assassinos em série e homicidas violentos. Para um homem inocente, é uma vida de tortura psicológica para que o espírito humano não está equipado." 

"Muitos dos condenados tinham maus advogados cá fora, ou nem sequer eram representados. Os seus recursos tinham terminado, o sistema já não queria saber deles. Ninguém os defendia." 

"Quando o bramido se tornou demasiado alto para continuar, Newton ficou de pé e sorriu com afetação para a multidão, um homem com poder face a face com os que não têm qualquer poder. Acenou, reconhecendo o ódio deles." 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

O FUNGAGÁ DA LIXARADA


Tanto quanto sei a medida camarária ainda não foi implementada em toda a cidade e destina-se primordialmente a "ensinar" a malta a dividir o lixo para a recolha e reciclagem. O que não deixa de ser uma ideia meritória, quando pensamos que só temos um planeta e os seus recursos não não inesgotáveis. Mas a questão que tenho é simples: será que resulta?

Dos três sacos da foto, que foram de grande utilidade durante alguns aninhos, só resta um: dois desapareceram "em combate"! Continuavam a dar jeito, é certo, mas quando nos ausentámos num fim de semana prolongado no verão passado e a casa ficou por conta do rapaz, ele aproveitou para reunir malta amiga em uma ou mais jantaradas. Com a condição prévia de estar tudo limpo e nos seus devidos lugares quando regressássemos. E estava. Faltavam os sacos amarelo e azul, porque os amigos encarregues de despejar o lixo (nem perguntei onde, para não me chatear!), nem sabiam para o que serviam e toca de os deitar fora também.

Sem entrar em fundamentalismos ecologistas ou afins, percebo perfeitamente que algumas pessoas não tenham ou tivessem grande disponibilidade de dividir o lixo e ir colocá-lo nos respetivos contentores de ecoponto, por razões várias, desde a distância do local até à maior dificuldade de locomoção e/ou carregar os sacos de lixo. Já não considero plausível é a despreocupação de alguns que, ao domingo, iam (e vão?)  lampeiros depositar o lixo doméstico junto aos ecopontos ou no canteiro da árvore mais próxima, possivelmente para se livrarem dos maus cheiros em casa - que observei pessoalmente, mais do que uma vez e em várias zonas da cidade..

Pior ainda, numa breve conversa com um dos homens encarregues dessa recolha especializada, ele estava absolutamente indignado com as porcarias que eram atiradas para dentro e fora dos contentores, o que em nada facilitava a reciclagem.

Volvidos mais de três meses desde que a medida camarária entrou em vigor, o que é que observo diariamente no meu prédio? Em dias de lixo doméstico, um ou mais sacos. Nos outros... nada! Comprovado pela própria porteira, que no caso é ela que recolhe os sacos, portanto basta cada um colocá-los à porta da sua própria casa. Custa assim tanto ou o planeta e as gerações vindouras não merecem?

domingo, 7 de abril de 2013

FOI NUM DOMINGO...

... que passei por Palmela, mais propriamente pelo castelo. "E como é que se 'passa' por Palmela, se a ideia não é visitar a zona e quando se reside em Lisboa?" - perguntarão os mais curiosos. Simples: distração! A ideia era realmente ir até à "outra banda", mas para a zona de Alcochete - a que uma amiga chama com graça a "Côte d'Azur portuguesa" -  mas conversa puxa conversa, demos por nós em cima da ponte sobre o Tejo. A primeira, aquela construída quando ainda não se sonhava com a Vasco da Gama.

O GPS, como (quase) sempre, muito bem arrumadinho numa gaveta de casa, o que dá um enorme jeitão! Passadas que estavam as primeiras saídas para a Costa ou o Monte da Caparica e Almada, dar a volta onde? Talvez tivessem arranjado alguma entretanto, antes das de Sesimbra e Seixal, mas não. E aí a solução foi deixar Alcochete para uma próxima oportunidade e seguir adiante, o castelo depressa surgiria no horizonte. De longe, uma inquietante nebulosidade pairava em cima e em redor, mas já que alí estávamos, impunha-se um breve passeio...

... para apreciar a paisagem.

De vários ângulos,

feitios,

formas ou

correntezas.

Sem esquecer alguns pormenores do interior,

entre candeeiros,

escadarias e grades,

já a Lua espreitava no céu há algum tempo, à vontade das nuvens que por ali cirandavam em constantes mutações.

A hora do regresso a casa aproximava-se, a bateria da máquina fotográfica pediu carregamento, mas como mulher prevenida tem uma "fiel amiga" sempre à mão, foi só dar mais um clique de despedida...

Em suma: um fim de tarde bem passado!