Justino, Fabiano ou Ercílio? Como herança já todos temos os apelidos de família, nem sempre muito simpáticos e agradáveis, ou que se prestam a confusões e chistes variados. Essa herança é garantida, então para quê ainda castigar a criancinha à nascença com um nome próprio que lhe fica para a vida, porque uma tia-avó, uma madrinha ou qualquer outro familiar insiste que é lindo, além de uma homenagem a um ente querido, normalmente já velhote ou falecido?
Julgava que essas tradições de outrora já estivessem mortas e enterradas, quando um dia destes e em conversa com algumas amigas, cada uma tinha uma ou mais histórias recentes para contar de recém-nascidos batizados com nomes estapafúrdios. Fartámo-nos de rir, mas provavelmente a tal Oscarina vai achar menos graça às piadolas que se adivinham nos colegas de escola...
E nestes momentos vem sempre à baila uma outra amiga, que há cerca de 20 anos aceitou, contrafeita, que o filho mantivesse o nome do pai, do avô, do bisavô, sabe-se lá de que mais antepassados. Contava ela, desanimada: "É que nem no pediatra passa despercebido. Estamos na sala de espera e começam a chamar o menino Carlinhos, o menino Paulinho e o menino Luisinho. E por fim anunciam - que entre o senhor Virgolino!"
Faz hoje 21 anos que o meu filho nasceu, mas os nomes dele foram escolhidos com antecedência e de acordo com o maridão: mais ninguém deu palpites! Ele nunca se queixou, por serem nomes comuns. A originalidade, se quiser marcar a diferença, será devida à sua própria personalidade...
Bob Dylan - aqui num programa televisivo quando tinha cerca de 22 anos de idade - na canção "Blowing in the wind", que foi referência para uma geração inteira! E não é que o filhote até gosta?
Imagem da net.