sábado, 1 de novembro de 2008

COR PÚRPURA

Sempre tive por hábito - desde os dezoito anos ou por aí - sair todos os Sábados à noite, mas os programas eram variáveis: às vezes era apenas uma ida ao café de bairro, outras um cineminha, um bar com música ao vivo, uma jantarada ou petisqueira qualquer, uma boatada (de boîte, já que só posteriormente se começaram a designar discotecas) para dar um pé de dança ou uma festa que se aprazava para esse dia, por ser mais conveniente para todos, já que na época todos estudávamos e/ou trabalhávamos.

O grupo de amigos era grande - felizmente, conservo alguns até hoje - com tendência a crescer ou a decrescer, conforme os namoros e romances de cada um corriam melhor ou pior, ou que novos companheiros se juntassem às coboiadas daquele "Saturday Night Fever". Exceptuando nas festas de aniversário, não havia compromisso nenhum de seguirmos todos em carneirada para o mesmo local. Assim, muitas vezes, o grupo dividia-se conforme as preferências (e o estado de espírito) de cada um. E sim, também existiam feitios que se chocavam e algumas discussões, que ninguém era perfeito e a idade era bastante contestatária, em plena época revolucionária. Resumindo: no geral, passávamos noites muito alegres e divertidas!

Como é evidente, à medida que o tempo foi passando, essas reuniões de Sábado foram tendo cada vez menos aderentes. A maioria casou, teve filhos e as obrigações familiares e laborais multiplicaram-se! Numa dessas noites, dei comigo sozinha no café, sem que ninguém aparecesse! Solteira e sem namorado, chateada com o emprego que tinha na altura e com a minha mãe fora de Lisboa, apetecia-me desanuviar e não tinha com quem. Voltei para casa e aluguei um vídeo de caminho: "A Cor Púrpura"!

Não sei se acontece com todos, mas, por vezes, descobrimos algumas verdades sobre nós próprios, devido a um estímulo exterior. Chorei copiosamente durante todo o filme, não por mim, mas pela vida desgraçada da Celie e dos que a rodeavam! Eles, sim, podiam-se queixar de ter uma existência miserável... Nesse dia, adormeci feliz e descansada (se bem que com a cara inchada, de tanta choradeira)!

Nunca mais tive "crises existenciais" de Sábado à noite, aprendi a aproveitar esses momentos de solidão para fazer o que mais gosto. Hoje, por acaso, apeteceu-me partilhar esta memória...

16 comentários:

  1. Olá, um feliz Domingo...Raramente gosto de ver filmes antigos, mas este que te fez chorar, vejo-o sempre que passa...a Miss Celie levou uma vida miserável afastada dos filhos e teve um safado d ehomem que sei lá, até agora ainda há desses tipos e mulheres que aguentam isso, mas como sempre ela conseguiu dar a volta por cima e ainda foi muito feliz..adoro ver a Oprah ali, estava gorda e fazia um papel de velha, mas que cor púrpura lindo...Tadinha de ti a chorar e sózinha naquela altura. Também tive desse tempo com o meu grupo de amigas e amigos em Luanda e, céus como era maravilhoso, já havia discotecas mas só iamos a uma onde só se bebia sumos... mas a fumarada era tanta que dormia sempre em casa da Luisa minha amiga e o meu vestido passava a noite à janela a defumar da fumarada ehhhhhh...belissimos tempos que recordo com amor. Um beijinho para ti da laura..

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  2. Adoro filmes.OS antigos sobretudo e esse foi um filme que marcou muito!
    Otima escolha.
    Estar so de vez em quando faz bem a alma sabes?
    :)
    Vou aqui de novo a ficar sem acentos.
    Mas enfim...
    rssss

    Bom domingo.
    A mae vai voltar, namorado aparece e o resto vem com o tempo.
    Beijo grande!

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  3. Tadinha de mim, LAURINHA? Ao ver o filme, achei-me uma "dondoca" de primeira apanha. Contrariedades da vida não são infelicidades!
    Mesmo que o argumento seja ficcional, abriu-me os olhos para outros horizontes! A Oprah e todos foram geniais na composição das personagens. Esses tempos existiram, é um facto! Vivendo noutros, estava de "barriga cheia" de momentos alegres e felizes, faltava-me uma percepção do mundo...
    Jinhos e um feliz Domingo para ti também! :)*

    Estava sozinha naquele dia, MYLLANA, ontem nem por isso! (embora um estivesse a trabalhar e o outro a ver futebol na TV)
    Mas gosto de estar só, esporadicamente, também sinto que me faz bem!
    Beijoca e bom Domingo para ti também! :)*

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  4. Ah...as saídas de sábado à noite. E os choros subsequentes. Conheço, e não tenho saudades nenhumas! ;)

    è verdade que, por comparação, as nossas misérias podem por vezes parecer umas palermices, e percebo perfeitamente o que queres dizer. Mas há dias em que nem a mais fria racionalidade consegue meter juizo numa cabecinha triste...

    Não me recordo de ter visto o filme, mas li o livro (ainda por cima no hospital, a convelescer de uma cirurgia) e lembro-me de ter chorado copiosamente também.

    A Oprah entra na cor púrpura? Tenho de ver isso!
    Beijocas

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  5. Adoro esse filme, miga...dos melhores que já vi até hoje...
    Ainda ontem estive a ver A Joia da Familia, e acreditas que me irritou profundamente, para além de me fazer chorar baba e ranho???? No cinema não senti nada disso!!!
    Na verdade, irritou-me que tudo girasse em torno de não gostarem da coitada da sarah jessica (meredith no filme) desde o primeiro minuto e de terem decidido assim que a viram que ela não era adequada ao filhinho, mas a irmã é que era...e fizeram-lhe a vida negra até mais não e deturpavam tudo o que ela dizia...argggggggggggggggggh ca nervos, aquilo estava me a dar um odio de morte!! e ainda por cima, chega a irmã, e toda a gente a adora desde o primeiro minuto e numa noite o outro apaixona-se por ela!!!! creduuuuuu, ca raiva!!!!!!!!
    LOOL! não sei porque é que o filme me deixou assim...ou, secalhar, até sei... :D

    percebo muito bem esse teu sentimento de solidão na altura...já passei por uma fase em que era só isso que sentia, todos muito ocupados com as suas vidinhas (claro que muita dessa ocupação passava por se encontrarem todos e se cagarem pra mim...agora admiram-se que eu me corte às combinações...)...
    Mas também me lembro do sarilho que era qd se juntava tudo e havia sempre duas que decidiam ser as maezinhas do grupo e todos os outros os seus seguidores! claro que acabavam a discutir e o grupo a separar-se e eu com vontade é de estar sozinha (q ironia!)...
    Parece que estas macacadas são intemporais loool!

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  6. O meu pai ainda chama "boate" ás discotecas looooooool =D

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  7. safirita, é a oprah e a whoopy! =D a oprah está demais...

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  8. Como me identifico com esta "história"!!!

    Só que eu, continuo a chorar todos os sábados... ao pensar na triste vida dos meus outros amigos que se casaram...!
    ;o)

    Bjocas
    E boa semana

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  9. Nos momentos mais dificeis penso sempre que há quem esteja pior e isso leva-me a lutar para que tudo corra melhor para mim.......até porque eu ainda posso correr.....

    Tambem eu tive muitas saídas de sabado á noite e ainda continuo a ter.....menos é certo.....mas por razões de saúde de alguem que me é proximo......mas farras em casa de amigos ou na minha é coisa que não falta....ahhahahahah

    Beijokitas e bom domingo

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  10. Adorei esse filme e como tu tambem fiz o meu choradinho......

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  11. Lembro-me de ter adorado o filme... :)

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  12. Também percebo essa de que, na cabecinha triste, nem sempre seja fácil entrar a racionalidade, SAFIRITA! Mas o filme "bateu-me" de tal maneira, que por esse motivo, não voltou a acontecer (acontece por outros, está claro)! Talvez "ter crescido" também tenha ajudado, eh, eh, eh!
    Também li o livro, mas depois de ver o filme!
    E sim, como a Van também já acrescentou, entra a Oprah, sim, (quase irreconhecível) e a Whoopy.
    Beijoca!

    VAN, esse filme não conheço!Mas, tal como tu, detesto essas avaliações superficiais. Um livro não se vê pela capa, né? E quem vê, só tem o que merece!
    Estas "macacadas" são intemporais mesmo, mas o que vale é que cada geração julga que inventou esta dinâmica de grupo! A diferença do teu grupo para o meu, é que aqui eram dois rapazes/homens a disputar o "poleiro"... :)))
    De qualquer forma, discotecada não soa assim muito bem, LOOOOLL! :D

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  13. Quando vi o título do post pensei no filme, dp pensei "nãaa é só para enganar e vai falar doutra coisa qualquer", não, afinal era mesmo o filme.

    Tb vi, no cinema, gostei muito, não sou uma maria-chorona como umas e outras (hihihihihi) mas, efectivamente, hoje a malta queixa-se de barriga cheia...

    enxofre

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  14. chorar não, mas dependendo dos resultados da jornada vou tendo frequentes neuras ao sábado à noite:)

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  15. OK, SORRISOS, estou mesmo a ver que te identificaste com a "história". Tanto como eu com a Rafaela, coitadinha, tão trabalhadora!!! (é esse o nome da rapariga?)
    Mas chora, que os teus amigos merecem! :)))
    Beijoca!

    PARISIENSE, como deves calcular, esta história já se passou há muitos anos. Mas o filme, naquele dia, foi mesmo uma espécie de "abrir de olhos".
    Esse tipo de confraternização caseira, na casa de uns e outros, ainda continuo a ter. Felizmente!
    Beijocas, linda! :)))

    Bem-vindo, ANDARILHO!
    Somos dois a adorar o filme... fora os restantes! :)))

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  16. Ah, ah, ah, DIABBA, deves estar a ler muitos posts com títulos enganadores...
    Quanto às marias-choronas, por aqui tem dias! Mas que o filme tocou uma luzinha de alerta, para não choramingar de "barriga cheia", estás cheia de razão!
    Jinho, com o cheirinho que preferires! :)

    Ah, MOYLITO, já cá faltavam as depressões à conta dos futebois... :)))

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Sorri! Estás a ser filmad@ e lid@ atentamente... :)