Recentemente, uma amiga convidou-nos para jantar caril de gambas e caranguejo desfiado. Ela é uma cozinheira de mão cheia, mas eu odeio caril (nem o cheiro suporto, mas vale que por estes dias o meu olfato foi de férias por tempo indeterminado). É evidente que uma amiga de longa data sabe disso perfeitamente, mas também conhece a predileção do maridão pelo prato que raramente saboreia. Daí o convite para um jantar que tinha tudo para ser de agradável convívio. Como foi.
Em redor da mesa sentaram-se 6 grandes apreciadores de caril e eu (que me deliciei com um belo arroz de pato, acompanhado por uma salada de alface e tomate) e as conversas fluíram animadas, entre elogios ao caril, aos picantes e a uns fritos estaladiços, dos quais não fixei o nome, mas que provei e gostei. Já íamos para a sobremesa, quando o computador dela dá para lá um bip, em sinal que a queriam contactar.
De repente, apercebi-me de uma realidade do dia a dia de muitos dos meus amigos: a única forma viável que têm de comunicar com os filhos é através do Skype ou de outros programas afins, porque estes trabalham noutros países, já que cá não tiveram oportunidades de emprego ou são demasiado bons para o nível nacional. E se refiro filhos, também se estende a sobrinhos, irmãos ou amigos. Naquela sala todos tinham alguém querido e distante, se bem que no nosso e noutro caso seja apenas uma questão temporária. Mas não seria a primeira vez que alguém foi estudar para fora e acabou a ficar por lá...
Chamem-me saloia, mas abomino esta ideia vigente que somos todos cidadãos do mundo, portanto tanto faz trabalhar em Portugal como noutro país qualquer. Há quem goste e vá por livre e espontânea vontade e aí não tenho nada contra. Porém, também há quem não queira e não tenha outra solução. Ideia repugnante, que ninguém deveria ser "obrigado" a abandonar a sua terra e raízes!
Apesar dessas interrupções para falar com quem está longe, não se perdeu a animação e a refeição acabou com um merengue de morangos simplesmente divinal! A minha amiga deu a receita de cor, mas ainda não tive oportunidade de a experimentar. Fica para uma próxima postagem...
Concordo contigo, Teté, ainda mais sendo filha de emigrantes.
ResponderEliminarEstar fora, quando não se é obrigado, é uma facada na alma.
bji gde e que venha daí essa receita:))
Estar fora do país porque se foi obrigado por falta de oportunidades cá, é um martírio para todos, NINA! :P
EliminarA receita ainda tenho de a escrever, porque assim de cor não chego lá... :)
Beijocas!
Queria, naturalmente, dizer "estar fora quando se é obrigado", mas tu percebeste:))
EliminarQuanto ao post novo, eu sou de rosas discretos:))
bji
Nina
Eu percebi pelo sentido, NINA! :)
EliminarTambém gosto de rosas, mais ou menos discretos!
Beijocas!
Ora bem...Caril de gambas ui, que delícia. âh...não gostas? Meu deus, como é possível? Para a próxima convidas a gente, tá?
ResponderEliminarArroz de pato também é bom sim, se não for daquele que leva arroz e leva pato :))))
Quanto ao estar fora, bom, a realidade de hoje é mesmo essa. E, infelizmente alguns nem isso podem ter.
Beijinho e um bom dia com cheirinho a caril eheheh
Por acaso gosto de arroz de pato com arroz e com pato, JP! Manias... :)))
EliminarA realidade é essa, mas não devia ser! :P
Beijocas, sem cheiros!
Teté,
EliminarEu falei (até escrevi eheheh) do arroz que só leva o arroz e o pato....
Há outras manias....
Beijo sem cheiro então
Faltou-te o só, para eu entender o que querias dizer, JP! Assim ficou muito mais claro... :)))
EliminarBeijocas ainda inodoras! :)
Caril é bom mas ganhar dinheiro é ainda melhor e de certeza que foi essa a motivação de quem se ausentou do país para trabalhar.
ResponderEliminarEm Portugal sempre se ganhou mal para os standards europeus e com o evoluir das mentalidades os minimos dos jovens de hoje não passam por ganhar o suficiente para chegar ao fim do mês com as contas pagas. Com a televisão e internet abriram-se novos horizontes e a curiosidade de ir conhecer mundo e/ou participar neste ou naquele hobby ou ter este ou aquele gosto requerem que se tenha alguma disponibilidade financeira. Essa disponibilidade, com o actual estado do país, é impossível de alcançar dentro de portas porque os empregadores mais comuns (as pequenas e médias empresas) não têm hipotese de pagar ordenados ao nível que as pessoas acham (e muitas vezes com direito) que devem auferir.
Por tudo isto e toda a instabilidade que se vive em Portugal, uma das soluções que muita gente encontra é levar os seus esforços para outras paragens onde a erva é mais verde. Quem sabe um dia não voltem...
Também eu ando em busca de um pasto mais vigoroso mas nem no mercado eternoa coisa se faz ao desbarato.
Claro que é de louvar os que conseguem manter-se por terras lusas e têm bons empregos com salários ao nível das suas capacidades. É pena é serem tão poucos os que ganham o que merecem...
Já se sabe que nestes momentos de crise empregos não existem por aí aos pontapés, e isso também contribui para que algum patronato se aproveite para encontrar "mão de obra" barata ou bastante abaixo do que realmente merecia ganhar, W!
EliminarE óbvio que não estou a criticar quem foi trabalhar para fora, com condições muito melhores e não só a nível de ordenados: isto de estar a trabalhar só para pagar as contas e sem sobrar um tusto para qualquer hobby que se tenha não compensa! Afinal somos seres humanos ou formiguinhas? Fazes bem em procurar outros prados mais verdes, que os de cá estão um bocado ressequidos. E sem fim à vista... :P
E sim, há um caso ou outro de quem consegue um emprego razoavelmente bem remunerado, mas a exigência de horários é completamente absurda. Conheço quem saia à meia-noite ou uma da manhã quase todos os dias, para pegar no batente no dia seguinte às 9... :S
Infelizmente também conheço quem faça horas atrás de horas para ganhar uma ninharia e, pior ainda, o reconhecimento ser pouco ou nenhum.
EliminarNo meu actual emprego posso estar contente com uma coisa... reconhecimento. Já me deram por diversas vezes os parabéns, pena é que não se traduza em remuneração :P
A remuneração até nem é má, para quem saiu há pouco da universidade, mas vida privada não tem hipótese nenhuma de ter, com horários destes e frequentes saídas para aqui e para ali, nem sempre no país, W. Isto no caso que conheço, mas existirão outros!
EliminarAh, e reconhecimento nenhum, acham que é obrigação! :P
Sim, palmadinhas nas costas não alimentam barriga, mas sempre agradam ao ego!
Caril??? ODEIO, nem o cheiro suporto...bilherkeeeee.
ResponderEliminarOs morangos e o arroz de pato comia, mas como nao me convidaram :(
E nem me fales do skype, foi esse que veio substituir o messenger, né? Que saudade :(((
Quanto aos empregados que vão para fora ou ficam cá dentro, com a licença do W, faço minhas as palavras dele, já que concordo quase em absoluto...nem tudo o que parece é...
Beijinho :)
Olha, então somos duas a não suportar caril, nem cheiro, MARIA! :)
EliminarNão vejo nada de muito diferente no Skype do messenger, mas se calhar é porque pouco os uso. Acho que fundiram as duas empresas, pelo que me pareceu.
Claro que há quem vá para fora porque cá não arranja emprego e quem vá porque cá só consegue empregos de merda e mal pagos! De qualquer das formas, percebe-se porque as pessoas e principalmente os jovens acabam por aceitar emigrar, que isto uma vida inteira a contar os tostões que mal dão para o tacho não é muito salutar para ninguém... nem muito digno, também! :P
Beijocas!
Eu li a Teté dizer uma asneira??? Txiiiiiiiii
EliminarBeijinho eheheh :)
É raro, mas às vezes acontece, MARIA! ;)
EliminarBeijinhos!
Comecei a leitura do post a salivar ( sinal de que a minha vesícula já se adaptou ao regresso) porque adoro caril e por acaso ainda na semana passada comi um de caranguejo que também estava divinal. Merengue de morango é que há muito não cheiro, embora também adore...
ResponderEliminarQuanto ao que diz em relação à emigração concordo em absoluto. Isso de sermos cidadãos do mundo, como dizia o Sócrates ( o filósofo, não o proto engenheiro) é muito bom e recomendável para quem o deseja. Foi o meu caso. Vagueei pelo mundo por opção, mas detestaria ter de o fazer por obrigação, como os jovens ( e não só) de hoje.
Finalmente, quanto ao Skype, não uso...
Pelos vistos o caril tem muito fãs, CARLOS, e também alguns como eu que o odeiam... :)
EliminarÉ óbvio que se as pessoas emigram porque têm vontade é muito diferente de serem compelidas a isso face às circunstâncias. Há sempre pessoas mais agarradas à sua terra e de adaptação mais difícil a outros meios, ainda por cima distantes de todos os que amam... Cidadãos do mundo deveria querer dizer, cidadãos que podem escolher onde gostam de viver! :)
Também uso muito pouco, o que no caso é bom sinal!
O comentário pirou-se quando lhe ia deixar um beijinho!
ResponderEliminarOutro para si, Carlos! :)
EliminarO meu "fiel jardineiro" adora caril que eu não sei fazer, por isso, quando o apanha em restaurantes da especialidade, chama-lhe um figo!
ResponderEliminarQuanto ao trabalho no estrangeiro preferia que todos e todas, jovens e menos jovens, tivessem cá a sua oportunidade e que ninguém se julgue tão bom que Portugal não o mereça!
Assim o nosso país vai transformar-se num lar de 3ª idade dos maus para os nacionais e dos bons para os estrangeiros!
Abraço
O problema não é julgarmo-nos bons... é o país oferecer salários de 600 euros a pessoas formadas e com alguns anos no currículo. No meu caso, Eng Mec e mal passo dos 700€. Basta olhar lá para fora e facilmente se ultrapassam os 2000/3000 com a experiência que tenho. É de ficar a pensar, ou não?
EliminarO que eu queria dizer, ROSA, é que conheço pelo menos um caso em que a rapariga pode-se dar ao luxo de escolher onde quer trabalhar como professora universitária, pois é bastante conceituada na sua área e cá nem um lugar de assistente consegue. Mas não é caso único...
EliminarE sim, por este andar vai ser um país para velhos e para malta com poucas ou nenhumas habilitações. Uma tristeza, portanto! :(
Abraço
Como já referi, W, há quem nem essa possibilidade dos 600/700 euros tenha. E profissões que cá praticamente não têm nenhuma saída profissional, embora se tenham formado cá nessas áreas. E isto é de loucos, passam a vida com os queixumes de quanto custa cada estudante universitário ao Estado, mas depois quem beneficia desses conhecimentos acaba nos outros países a exercer a sua profissão... :P
EliminarE sim, a crise serve de desculpa para muito empresário fajuto beneficiar do trabalho alheio a baixo custo! :S
Também não me importava de comer o caril... desde que não estivesse demasiadamente picante.
ResponderEliminarFui filha de emigrantes... os da leva de 60.Não gosto de pensar que os meus filhos poderão ter que emigrar. :(
Alguém gosta de pensar nisso, LUISA? Se é por vontade própria, pode-nos custar, mas pronto sempre sabemos que era um desejo deles. Agora se não é, custa a todos... :(
EliminarEu adoro caril!
ResponderEliminarQuanto à emigração tenho um grande fascínio pelo Mundo todo e se fosse nova acho que iria embora para depois em velhota vir para cá morar armada em turista :)))
xx
Pois, para alguns de nós o tempo de emigrar já passou, PAPOILA! Quando se é mais novo, o caso muda de figura e é óbvio que há até quem tenha essa vontade... face às atuais circunstâncias! ;)
Eliminarxxx
Também detesto caril e tal como tu, não acho graça nenhuma a essa coisa de os jovens terem de zarpar para poderem ter vida.
ResponderEliminarQue desânimo de país!
Podes crer, GRAÇA, é mesmo uma tristeza! :P
EliminarEu preferia as gambas e o caranguejo desfiado com molho de maionese. Não da que se compra já feita mas daquela que eu faço e fica uma delícia, macia e com a espessura no ponto!:)
ResponderEliminarCaril, só se for um niquinho e apenas para dar cor na paella valenciana. Não gosto do cheiro e não sou grande apreciadora do sabor. Gostos!:)
Quanto à emigração, concordo, se as condições de vida que as pessoas usufruírem fora do país,forem melhores do que passar necessidades e viver mal só para não saírem da santa terrinha.
O meu filho mão emigrou, nas passa a maior parte do tempo fora do país por exigências profissionais. Trabalha na ORACLE e tem de deslocar-se para onde o mandam. Há duas semanas chegou de Milão na 6ªfeira e na 2ª teve de ir para o Dubai até 6ª feira passada.
Hoje, um dos principais requisitos da mão-de-obra especializada é a capacidade de mobilização.
Já a minha filha vai ter de aceitar -ou provavelmente será dispensada - passar dois meses cá e um mês em Maputo. Claro que tudo isto exige muito sacrifício, pelo afastamento forçado da família, mas não havendo alternativas, fazer o quê? Aceitar e cara alegre!
Desculpa ter-me alongado, Teté, mas a vida nem sempre é como gostaríamos que fosse.
C'est la vie!!:)
Beijinhos!:)
( com tanta conversa deixei o Skype de fora...:))
De gambas e caranguejo desfiado com maionese também eu gosto, JANITA! Muito! E nem sou muito esquisita, maionese Calvé serve muito bem! :)))
EliminarÉ óbvio que um dos incentivos à emigração é esse mesmo, porque isto de estar nas encolhas e passar a vida com dificuldades monetárias não é para ninguém. Conheço um rapaz que acabou recentemente o curso, arranjou emprego, teve 15 dias cá, depois outros tantos na Alemanha, passou um mês num país asiático qualquer e agora foi 3 meses para Omã. E não, ele não é guia turístico...
Essa história da mobilidade também dá pano para mangas, há empresas que exageram muito em exigências dessas, sem o mínimo pejo em perturbar e muito a vida familiar dos seus funcionários. E como a coisa está preta, é isso mesmo, não há outro remédio senão aceitar condições que noutros tempos nos pareceriam absolutamente inaceitáveis!
Estás à vontade para te alongar tanto quanto quiseres... :)
Beijocas!
§ - o Skype ainda foi uma grande invenção, que faz com que as pessoas se sintam um pouco mais próximas, apesar das distâncias... :)
Teté diz aí à menina Janita que a paella leva açafrão e não caril....senão fica uma caldeirada tipo arroz de miudos eheheh
EliminarAgora é que ela me bate....
Beijinhos às duas
Também tinha essa ideia, mas também é outra coisa que raramente como, portanto nem me meti a dar palpites, JP! :)))
EliminarNão bate nada! :)
Beijocas!
O skype ajuda a mitigar as saudades. Aproxima as pessoas porque podemos vê-las, ao contrário do messenger, de que também fui “adepta”.
ResponderEliminarCheguei a detestar com veemência a emigração ou imigração - dependendo de onde estamos a escrever – porque separava as famílias durante anos. Hoje, não é apenas o pai ou o marido que sai do país primeiro. Famílias inteiras podem fazê-lo sem sofrerem uma separação que há muitas décadas teria sido imposta pelas circunstâncias.
Quanto ao teu jantar... teria aceite o convite com muito agrado.
Abraço : )
Bom, CATARINA, eu tenho Skype (que uso raramente), mas não tenho webcam, portanto nesse aspeto faz as mesmas vezes que o messenger. Claro que se tivesse alguém fora trataria de arranjar uma câmara rapidamente... :)
EliminarÉ, nos anos 60 houve pais e mães de família que iam para fora e quase não a viam, para a poderem sustentar. Mas também conheço quem tenha ido com a família inteira nessa época.
Parece que o caril é coisa do 8 ou 80: há quem adore, quem odeia e pouca gente no assim-assim... :)))
Abraço
É muito raro usar o Skype.
ResponderEliminarNão gosto.
Comunico semanalmente com a família via telefone.
À antiga.
Já o caril de camarão com caranquejo desfiado, também é muito raro.
Gosto muito, mas é pesado.
Beijocas!
À antiga é bom, mas sai muito mais caro, PEDRO! :)
EliminarAh, é pesado? Nem sabia. Como não gosto, nunca fiquei com esse estômago pesado... :D
Beijocas!
Como diz um cartoon que tem circulado pelo Facebook, ainda não há rede social que chegue aos calcanhares de uma mesa rodeada de amigos :)
ResponderEliminarÉ mesmo verdade, POPPY! Abraços e beijos virtuais são simpáticos, mas ao vivo e a cores são mais próximos e solidários, nos bons e maus momentos! :)
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