Triste, sangrento, violento, em guerra e sofrimento, onde grassa a miséria, a droga, a doença, a crueldade e a prostituição. Para além de inúmeros preconceitos rácicos, sexistas, homofóbicos e por aí adiante. A avaliar pela exposição da World Press Photo, que esteve em exibição até ontem no museu da Eletricidade, em Lisboa. As imagens premiadas foram divulgadas na imprensa de todo o mundo ao longo de 2012 e retratam vários pontos do planeta. Em legenda, uma das fotos referia que o foto-jornalismo eficaz era aquele que captava a nossa atenção pela cabeça, coração e estômago. De facto, a grande maioria é impressionante e atinge-nos quase que fisicamente...
O primeiro lugar na categoria de "Vida Quotidiana" coube ao português Daniel Rodrigues, que captou um grupo de jovens a jogar à bola num campo de um antigo quartel na Guiné-Bissau. Num jogo que se adivinha aguerrido, mas bem mais suave que a maioria das restantes fotografias.
Felizmente, no exterior, a vivência era mais serena, pacata e colorida, com barcos a navegarem no Tejo, desportistas de fim-de-semana nos seus treinos habituais e até uma pequena feira zen (era o que referia a publicidade) de mercado de plantas, frutas e legumes, trocas, artesanato e de exercício físico (isto de pedalar sem sair do mesmo sítio tem que se lhe diga!), pelo que pude constatar, que não visitei todas as tendinhas.
Se não houve cereja no topo do bolo, pelo menos uma mão cheia delas sempre deu para deliciar o palato, no regresso a casa. Enquanto a vida puder ser mais saborosa que noutros cantos da Terra...
* todas as fotografias são minhas, óbvio que a primeira colagem e a imagem seguinte são fotos de algumas das fotografias exibidas na World Press Photo.
E eu fico-me pelas tuas fotografias :), bem mais agradáveis que algumas das exibidas na World Press Photo...
ResponderEliminarNão sou avestruz, mas é como dizes, Enquanto a vida puder ser mais saborosa noutros cantos da terra...
Beijinho :)
Vou quase sempre ver a exposição, MARIA, mas de facto as fotos são maioritariamente muito impressionantes ou chocantes. Isto também para evitar fazer como a avestruz... ;)
EliminarCá fora, foi quase um suspiro de alívio!
Beijocas!
E lá fiquei eu sem ir à tal exposição!
ResponderEliminarMas valeu-me a excelente reportagem muito abrangente!
Abraço
Já houve um ano ou dois em que não fui, ROSA, até porque às vezes custa ver tanta realidade e miséria junta... ;)
EliminarAbraço
Andas numa de feiras.....
ResponderEliminarO mundo é como o descreveste, nem as tuas fotos o podem esconder. Mas mostram-nos (as tuas fotos) coisas bem mais agradáveis e que devemos aproveitar. Sim as cerejas, por exemplo.... ou aquela ....feira Zen? (de plantas e não sei que mais?) tá bem....
Beijocas e uma boa semana
Nem sabia que havia feira por lá, JP, calhou! Mas olha que para desanuviar da exposição fotográfica de uma triste realidade mundial, com aquele realismo da foto captada no momento, até que soube bem ver as plantinhas, os brincos e pulseiras, as frutas, as colheres de pau e tudo o mais naquela pequena feira... :)
EliminarBeijocas e boa semana para ti também!
O mundo está perigoso : "Triste, sangrento, violento, em guerra e sofrimento, onde grassa a miséria, a droga, a doença, a crueldade e a prostituição" (dizes bem).
ResponderEliminarConstatei isso mesmo recentemente na Grécia, onde a prostituição nos dois sexos, aumentou 150%, e se consome muitíssimo mais droga (a "sisha") o que está a abalar muito seriamente toda aquela sociedade !
... Nós, estamos "no céu" ! Apesar de tudo, não há comparação possível, o que se poderá manter se tivermos "juizo" ! O mal "foi feito" desde há algumas décadas e agora temos que aguentar as consequências com mais calma, o que não aconteceu na Grécia e os resultados estão à vista !
Beijoca !
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Muito perigoso mesmo, RUI. Uma das sequências de fotos é de uma equipa de basquete feminina de um pais islâmico (não me lembro qual), cujas jogadoras foram ameaçadas de morte caso mantivessem os treinos e competições. E lá continuam a competir, vigiadas por guardas armados, na tentativa de evitar mais um assassinato coletivo...
EliminarJá se sabe que, em tempos de crise, a fuga da realidade ou a prostituição aumenta. A miséria e a ignorância também levam a isso. Mas pronto, chegando ao exterior foi mesmo uma lufada de ar fresco. O que não quer dizer que casos desses também não existam por cá... ;)
Beijocas!
Gosto imenso desta exposição de fotografia e sempre que me é possível esforço-me por não a perder. ;) E como tu sabes este fim de semana lá rumei à capital para me perder nela. As imagens captadas são sempre impressionantes e por vezes até me puxam as lágrimas aos olhos.
ResponderEliminarBeijinhos
É praticamente impossível passar incólume pela World Press Photo, TONS DE AZUL! Quer dizer, como dizia o poeta, quem não se sente...
EliminarBeijocas!
Gostei da reportagem e acho i pressionante a mulher que lê!!
ResponderEliminarDe cerejas, gosto imenso.
Á FEira ainda não fiu.
Beijinhos
Também foi das imagens que mais me tocou, SÃO! A mulher vive numa lixeira, para recolha e reciclagem de lixo e é com esse pouco dinheiro e alguns alimentos recolhidos que sobrevive. E quando se cansa faz uma pausa para ler algumas páginas de um livro igualmente atirado para lá. E não é a única, que milhares de pessoas da zona (não me lembro ao certo, mas suponho que a lixeira situa-se perto de Nairobi) vivem disso...
EliminarQuem não adora cerejas?!? :)
Beijocas!
Prefiro as imagens cá de fora e a da taça de cerejas (que ainda não comi este ano) do que as da exposição. Para violências já nos basta ter este "governo" a violentar-nos todos os dias.
ResponderEliminarBoa semana.
Nem compares um péssimo governo com estes palcos de guerra, violência e miséria, GRAÇA! Mas admito que nem todos estarão com apetência para ver imagens destas...
EliminarDe cerejas todos gostamos! :)
Beijocas!
Também gostei da exposição, mas começo a ter uma overdose de violência e desesperança. Havia um filósofo (creio que era Hanna Arendt, mas não estou certa) que falava na banalização do mal. Não estaremos demasiado imersos em coiss negativas. Valham-nos as cerejas... E os pinguins-imperador!
ResponderEliminarBjs
É verdade, TERESA, de tanta violência que nos entra pela casa dentro via noticiários televisivos, quase a banalizamos. Mas é impossível não nos chocarmos com as imagens tão cruas da exposição. Em representação das últimas do reino animal, onde se incluem esses pinguins, escolhi aquele pássaro azulão raro e em vias de extinção, que está na foto do canto inferior direito. Em tantas fotografias magníficas (porque o são, independentemente do tema), o difícil é escolher meia dúzia que sejam representativas...
EliminarBeijocas!
Como sempre fui ver a exposição e gostei imenso. Curioso é que o Daniel Rodrigues tentou colocar a foto na imprensa portuguesa e toda a gente a desdenhou. Enviou-a para o concurso sem grandes expectativas e venceu! Agora, já é o maior, mas este é apenas um dos muitos episódios em que é preciso ser primeiro reconhecido lá fora, para depois ter alguma credibilidade cá dentro. Também me tocou a mim, mas mandei esta malta bugiar e prefiro ser correspondente para o estrangeiro.
ResponderEliminarCerejas, ainda não comi :-(
Beijinhos
Porque será que isso não me admira minimamente, CARLOS? Não será só o Daniel Rodrigues, como tantos outros jovens a passarem pelo mesmo e a vários níveis profissionais. Enquanto houver gente que cria raízes nos lugares de decisão, não se pode esperar grande inovação... :P
EliminarSabe que mais? Acho que fez muito bem! :)
As cerejinhas ainda estão carotas, mas assim para primeira prova souberam lindamente! :D
Beijocas!
A World Press é sempre muito violenta e chocante!
ResponderEliminarCerejas ainda não as vi por aqui devo andar meia adormecida....adoro cerejas!
xx
Pois é, PAPOILA, mas é um duro retrato de algumas partes do mundo em que vivemos. Convém não esquecer que elas existem...
EliminarPor acaso também foi a primeira vez que vi cerejas este ano. Quem não gosta? :)))
xxx
O mundo em que vivemos é cada vez mais sórdido e violento, é o que é!
ResponderEliminarA profissão de fotojornalismo é das mais aliciantes para quem gostar de sentir a adrenalina subir em flecha, quando os repórteres fazem a cobertura da guerra e noutras situações que lhes proporcionam a fama, ao captar fotos geniais. Fui guardando, ao longo dos anos, várias fotos do meu fotojornalista preferido, Robert Capa, que morreu com apenas 40 anos, ao pisar uma mina na guerra da Indochina. Uma profissão de grande risco, mas imagino que seja muito entusiasmante.
Adoro exposições de fotografia e antes do meu filho ir viver pra Lisboa, fui algumas vezes com, ele à antiga cadeia da relação do Porto, onde funciona o Centro Português de Fotografia, já que ambos temos a mesma paixão.
Mas, no que toca ao ponto principal deste teu post, as tuas montagens estão bem mais agradáveis de ver do que porventura aquelas fotos que estavam expostas.
As cerejas estão uma verdadeira tentação.:))
Por outro lado, pode-nos custar ver certas fotos por serem demasiado chocantes. mas é a realidade e temos de estar conscientes disso, não achas?
Beijinhos, Teté!
Não me parece que o mundo em que vivemos seja cada vez mais violento, JANITA, que a guerra e a violência não não de agora. Acontece é que por desatenção nossa ou menos informação, andávamos mais distraídos na nossa vidinha. Talvez mais felizes por não sabermos o que se passava, mas não se pode ter tudo...
EliminarAdmiro muito os profissionais do foto-jornalismo, que obviamente correm grandes perigos em palcos de guerra, todos os anos morrem uns quantos. E se bem que consiga perceber a vontade de tirar fotos e realizar reportagens inéditas, considero que o risco não compensa. Vida só temos uma... :)
Mas pronto, em havendo pessoas que se candidatam a percorrer esses palcos, é de toda a justiça que não coloquemos a cabeça na areia como a avestruz, fingindo que está tudo bem e não se passa nada para além do que nos rodeia... ;)
Beijocas!
As fotos do World Press Photo são sempre fenomenais.
ResponderEliminarBeijocas!
São mesmo, PEDRO, embora muito impressionantes também...
EliminarBeijocas!
Fotos, algumas chocantes, que representam a realidade de muitos povos. A paixão por uma atividade leva-os (aos fotógrafos) a regiões perigosíssimas e, por isso, merecem toda a nossa admiração e respeito.
ResponderEliminarAbraço
Também admiro imenso estes profissionais, CATARINA! E claro que não adianta não ver as fotos, por mais chocantes que elas sejam, que esconder a cabeça na areia é para as avestruzes...
EliminarAbraço
Para além da qualidade das fotos... fiquei a babar pelas cerejas. É que ainda não comi nenhuma este ano. :)
ResponderEliminarE quem não baba por cerejas, LUISA?!? :)
EliminarMais uma vantagem de quem mora na capital. Tem acesso a estas coisas com uma facilidade tremenda :)
ResponderEliminarAinda bem que vais postando o que de melhor acontece por aí senão não via mesmo nada :P
Ainda não foi desta que fui ver a WPP :/
Beijinhos
É sem dúvida uma vantagem, W, se bem que não se possa ir a todas! :)
EliminarA WPP costuma passar por vários locais - já a cheguei a ver em Portimão - mas este ano fiquei na dúvida se teve o mesmo seguimento. Pelo menos, não encontrei indicação nenhuma disso. Mas parece-me salutar que as pessoas vejam o que se passa pelo mundo, para lá daquilo que as rodeia...
Beijocas!