Almanaque significa publicação anual com calendários, informações científicas, tabelas e, muitas vezes, alguma literatura amena, segundo revela o dicionário. E foi o que encontrei neste livro de 1954, a par de conselhos, passatempos variados, informações de vária índole, obviamente já bastante desfasadas no tempo, mas que têm a sua piada. Bom, em 1954 ainda nem sequer era nascida, a compra do livro deveu-se a um pequeno pormenor: o nome do meu pai figurava numa única linha, como atleta do CDUL e que nesse ano obteve um título individual na modalidade de salto à vara. Três metros, vejam a façanha!
Por estes dias tem constado que o Estádio Universitário de Lisboa vai fechar, por falta de verbas (para não variar), mas não estou inteirada do problema. Espero apenas que não seja mais uma "negociata da China", de venda de terrenos e tal, como aconteceu com a Feira Popular de Lisboa, que tanto quanto se sabe passaria a funcionar num terreno em Monsanto, mas até hoje... népias!
No entanto, regressando ao almanaque - e sem sequer entrar no moralismo inerente, comum na época - para além dos tais calendários (religiosos, de nascer e pôr do Sol e da Lua ou de marés), a leitura light, como hoje a apelidaríamos, padece do mesmo mal de que são acusados alguns jornalistas nos dias que correm: invenção pura! Será que sempre existiram? Nas poucas historietas que li, uma refere sobre o título "E Assim Nasceu a Moda", que Eva (a do Adão, está claro!), depois de um banho de rio num dia soalheiro, resolveu trocar a folha de parra por uma de figueira, ahahah! Que modernaça! Mas outra, sobre a origem do chá, é ainda mais tenebrosa e surreal, sobre um apóstolo budista japonês, que visitou a China no século VI d.C., que jurou ficar para sempre de joelhos e não dormir, mas um dia adormeceu e como auto-punição cortou as pálpebras e lançou-as ao solo e, por milagre (budista?), estas enraizaram e cresceu um arbusto que deu origem às folhas de chá. Versão nada relacionada com a história vulgarmente aceite, que pode ser lida aqui.
Enfim, tem umas charadas e uns hieróglifos comprimidos que ainda vou tentar deslindar (quais batotas? as soluções só saíam no almanaque do ano seguinte...) e me pareceram engraçadas, mas, mesmo assim, 57 anos volvidos, a linguagem e as palavras usadas parecem-me bastante diferentes...
Só eu não tenho nada assim em casa, mas ainda me recordo de almanaques, na minha adolescência. Se ainda existiam ou eram antigos, isso é que já não sei. Teria que pesquisar.:))
ResponderEliminarUma gde beijoca e vai lá desafiar a tua mente e procurar as soluções no almanaque de 1955, se é que o teu pai o guardou. (se for como o meu, que também foi atleta, só guardava notícias onde o seu nome vinha bem escarrapachado.:))
Duas notas:
ResponderEliminarAlmanaque, o da Bertrand, era de compra "obrigatória" naqueles tempos ! Muito bom !
Salto à Vara, (iniciados e júniores) era a minha especialidade no Atletismo (FCP), mais próximo dos anos 60. Cheguei a saltar nos estádios do CDUL, Alvalade, Restelo, Campeão Nacional e internacional contra a Espanha. Saltei 3,60 m !
Na altura, do CDUL lembro-me de um tal Rapazote Fernandes.
as folhas de figueira são o novo preto. ahahahahahah
ResponderEliminar(Li... e achei o máximo, exaltou-me a costela intelectual...)
ResponderEliminar;)
O meu pai não guardou nada, NINA, este deve ter sido a minha mãe a comprar romanticamente quando namoravam, mas ficou em casa da minha avó, daí ainda existir - a minha mãe também é de fazer "limpezas" e deitar uma série de coisas para o lixo! ;)
ResponderEliminarAs soluções, portanto, nem vê-las! Mas se descobrir umas 5 ou 6 ainda ponho aqui alguns desses "quebra-cabeças"... :))
Beijocas!
Almanaque, pois, só este, RUI, e pelos motivos indicados!
ResponderEliminarMas dificilmente o conhecerias dentro da modalidade, que mesmo não sabendo a tua idade imagino que ele fosse cerca de 10 anos mais velho, no mínimo. Aliás, como o Almanaque só refere o ano, não sei se este "título" se refere a 54 ou 53, porque fiquei na dúvida se era publicado no início ou no final de cada ano! E, pelos vistos, o seu record já tinha sido amplamente ultrapassado... =))
MOYLITO, com uma folha de figueira, estava sempre vestida à maneira... =))
ResponderEliminarQuem sabe se Eva não saltou de uma costela semelhante à tua, OOPS, para ser tão... inventiva (digamos assim)? :D
ResponderEliminarFui lá ler o link e fiquei dececionado. Desde miúdo que sempre pensei que fosse Panoramix o velho druida de Asterix o grande descobridor do chá.
ResponderEliminarEheheheh, CONSTANTINO, ao certo ninguém sabe, que existem inúmeras lendas sobre o assunto. A do Panoramix é tão possível como qualquer outra... :))
ResponderEliminarAcho muita piada a este tipo de publicações, sobretudo as antigas. Lá em casa, o meu pai compra todos os anos o almanaque Borda D'Água. :)
ResponderEliminarTambém acho piada, LUISA, no caso até mais aos passatempos, que tem muitos e para todos os gostos, ensinando até algumas paciências com cartas. As anedotas é que são fraquinhas, as receitas culinárias idem (só homens a escrevê-las, que não há uma única colaboradora feminina!), os conselhos bastante paternalistas. Mas imagino que a informação dos calendários seria útil! :)
ResponderEliminarEsse almanaque Borda D'Água é famoso, mas nunca li/folheei nenhum! ;)
Minha avó tinha mania de ler almanaque.Tanto que os nomes de seus 20 fihos foram escolhidos pelas datas de nascimento e nomes dos santos correspondentes a cada data colhidas de lá.A única que se salvou dessa fatídica escolha foi a minha mãe---os demais tem nomes um tanto quanto feios,ahahaha---já que ela é a caçula e chama-se Edna,menos mal.Tenho guardado num baú de pertences dela uns 3 ou 4 que serviram de inspiração,eles estão bem gastos pelo tempo,tem um que é de 1932 ano de nascimento de minha tia,imagine!uma raridade.Guardo com carinho,porque as coisas da minha avó para mim são pérolas preciosas e os almanaques fazem parte.
ResponderEliminar20 filhos, KÁTIA??? Acho que nunca conheci família com tantos filhos. Claro desde que não se vá para os países muçulmanos, mas aí a prole é de várias mulheres... :D
ResponderEliminarAi, não, garanto que nunca iria procurar nome para filho nesses almanaques, os de santos ou assim: Macário, Genoveva, Apolinário, Perpétua, Higino ou Eudóxia?! É mesmo caso para dizer, valha-nos Deus! =))
Infelizmente, por aqui é almanaque único! :)
Hahahahahahaha!Minha avó nasceu em 1900,não tinha tv pra se distrair,então toca a fazer filhos.Ela teve 2 gestações de gêmeos e os demais foram ano após ano.E diga-se de passagem todos de parto natural e em casa,já que também não havia hospital no povoado(e que era uma Vila de pescadores) em que morava,que hoje é um dos bairros mais visitados de Salvador,a famosa Itapuã.Deles só estão vivos 3,entre eles minha mãe.Os demais já se foram.E quanto aos nomes,minha tia Eudóxia--hahaha--sofreu com esse nome quando viva.Se eu for falar os nomes dos outros,verás que a minha mãe realmente foi uma sortuda.rs
ResponderEliminarBeijo!
Ai, coitada da tua tia, KÁTIA! Peguei no almanaque para ver alguns dos nomes mais disparatados e logo dei com a Santa Eudóxia, longe de pensar que a tua avó o tinha escolhido para uma das suas filhas. É tenebroso, mesmo! :))
ResponderEliminarPois, até em Portugal, antes da televisão, as mulheres tinham mais filhos. Mas tantos assim, é raro! :D
Beijocas!
Olá por acaso tenho essa edição desse almanaque
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