Há muito, muito tempo, era eu uma adolescente... já existiam multinacionais em Portugal.
Assim, no dia 1 de Abril de 1974, depois da hora de almoço, um empregado recentemente admitido naquela multinacional apresentou-se ao serviço. Foi recebido pelo seu chefe hierárquico, um inglês que adorava o nosso tintol, que apresentava sinais evidentes desse seu gosto no nariz vermelhusco e na fala entaramelada, que lhe perguntou: "Então começa a trabalhar no Dia das Mentiras?" Mas a azáfama era grande, que a empresa estava em mudança de instalações, havia muito encaixotanço em curso, com os altos funcionários americanos, franceses e ingleses a dar as ordens e o pessoal a acarretar as tralhas. Mudaram!
O 25º dia amanheceu com a Revolução! Assustados perante o "perigo vermelho", metade desses chefes de alto gabarito pegaram nas malas e apanharam o primeiro avião de volta à sua terra natal. Os restantes ainda permaneceram o tempo suficiente para observar que existem revoluções em que florescem cravos vermelhos nos canos das metralhadoras, sossegadas, sem carnificinas nas redondezas. Mas via contrato muitos regressaram também ao seu país, as chefias estavam desfalcadas e, durante algum tempo, não houve director internacional que parasse muito por cá, nem os "qualificados" tinham vontade de vir. Os trabalhadores iam desempenhando as suas funções.
Até que a direcção competiu a um mais teso, que já tinha posto ordem na sucursal de um país-terceiro-mundista-qualquer. Não desistiu após um primeiro desaguisado: contratou dois guarda-costas, discretos, que o acompanhavam até à porta dos locais onde ia! Entre outras funções, competia-lhe reunir com os administradores das empresas que não pagavam, que eram mais que muitas. Contudo, nessa época, ainda era frequente os pagamentos serem em dinheiro vivo e, para azar do homem, estava no local e hora errada, quando uns meliantes (FP's ou quejandos) resolveram assaltar as instalações de uma delas. E lá teve que se encostar à parede com as mãos no ar, como o restante pessoal, petrificado, pensando que chegara o seu último dia de vida. Não foi, mas, por via das dúvidas, no dia seguinte também apanhou o avião!
A historieta não será exactamente assim, mas surgiu em torno de uns pires de caracóis e de umas imperiais, com muita gargalhada à mistura! E sim, foram os caracóis que voltaram, que os outros duvido...
Assim, no dia 1 de Abril de 1974, depois da hora de almoço, um empregado recentemente admitido naquela multinacional apresentou-se ao serviço. Foi recebido pelo seu chefe hierárquico, um inglês que adorava o nosso tintol, que apresentava sinais evidentes desse seu gosto no nariz vermelhusco e na fala entaramelada, que lhe perguntou: "Então começa a trabalhar no Dia das Mentiras?" Mas a azáfama era grande, que a empresa estava em mudança de instalações, havia muito encaixotanço em curso, com os altos funcionários americanos, franceses e ingleses a dar as ordens e o pessoal a acarretar as tralhas. Mudaram!
O 25º dia amanheceu com a Revolução! Assustados perante o "perigo vermelho", metade desses chefes de alto gabarito pegaram nas malas e apanharam o primeiro avião de volta à sua terra natal. Os restantes ainda permaneceram o tempo suficiente para observar que existem revoluções em que florescem cravos vermelhos nos canos das metralhadoras, sossegadas, sem carnificinas nas redondezas. Mas via contrato muitos regressaram também ao seu país, as chefias estavam desfalcadas e, durante algum tempo, não houve director internacional que parasse muito por cá, nem os "qualificados" tinham vontade de vir. Os trabalhadores iam desempenhando as suas funções.
Até que a direcção competiu a um mais teso, que já tinha posto ordem na sucursal de um país-terceiro-mundista-qualquer. Não desistiu após um primeiro desaguisado: contratou dois guarda-costas, discretos, que o acompanhavam até à porta dos locais onde ia! Entre outras funções, competia-lhe reunir com os administradores das empresas que não pagavam, que eram mais que muitas. Contudo, nessa época, ainda era frequente os pagamentos serem em dinheiro vivo e, para azar do homem, estava no local e hora errada, quando uns meliantes (FP's ou quejandos) resolveram assaltar as instalações de uma delas. E lá teve que se encostar à parede com as mãos no ar, como o restante pessoal, petrificado, pensando que chegara o seu último dia de vida. Não foi, mas, por via das dúvidas, no dia seguinte também apanhou o avião!
A historieta não será exactamente assim, mas surgiu em torno de uns pires de caracóis e de umas imperiais, com muita gargalhada à mistura! E sim, foram os caracóis que voltaram, que os outros duvido...
É verdade, os caracóis e as imperiais já andam aí!
ResponderEliminarAgora uma coisa que notei: este país está assim tão mal que quase nem se dá pelo 25 de Abril? Acho que é isto é um bocado assustador...
Beijinhos!
Ná, impressão tua, MATCHBOX32!
ResponderEliminarAqui até houve foguetes no ar (e não, não foram por causa do Benfica!) e a festa foi transferida para o Facebook. Fraquita, mas várias pessoas postaram canções de Abril!
A malta anda (um bocado?) desanimada com estes políticos de agora, mas não esquece: 25 de Abril, SEMPRE!!! :D
Beijinhos!
Chateada como estou era mesmo do que eu precisava: umas imperiais, mas sem caracóis!!!
ResponderEliminarBjs
Hum, caracóis e imperiais, quantas boas conversas não surgem à volta deles ;)
ResponderEliminarDeixa-me só dizer que os outros que dizes, podem não ter voltado mas estão cá os filhos ou os netos ou pelo menos os produtos e as empresas… senão ainda seria necessário licença de porte de isqueiro :P
Beijinhos,
FATifer
Os caracóis, os caracolitos, os espanhóis, os espanholitos... O que não sei é de que revolução tas a falar, soa-me a música mais do resto nem pimba
ResponderEliminarHmmmmm adoro caracóis apesar de que quando digo isto cá no Norte todos me olham como se fosse louco enquanto sonorizam um expressivo “beeaaahhhk”. As imperiais, finos aqui no Porto, já são outra historia não há quem não goste principalmente agora que é chegada a época da Queima das fitas. Quanto à história eu de facto não conhecia mas estou sempre apto a assimilar conhecimento. Ainda estava longe de ser nascido na data em questão mas compreendo na totalidade a importância da mesma. Beijos.
ResponderEliminarÓ Teté, caracois não, please !... No Nuorte não se morfam :)) Imperiais,... também não. Só "finos" !...
ResponderEliminarIsso "vai", de freferência com tremoços e amendoins (com entremoces e minuins) :))
.
Oi Tété
ResponderEliminarMas houve muita gente que acabou por apanhar o avião, apenas empurrada por desconfianças e ódios primários. Outros houve que deveriam ter partido e por cá ficaram.
Mas este é um assunto que devora bem, acompanhado pelo fino do Norte ou pela imperial do Sul.
Um beijinho
Eu também sou pelo fino do Norte com tremoços e amendoins, só ontem queria imperiais, porque pensava, que era uma marca de cerveja como sagres ou cristal (a minha marca favorita)!!!
ResponderEliminarMeu Deus, Teté, continuam estes "malditos" links lá em baixo depois do meu comentário. Eu já os retirei, como isso é impossível!!! Estou a ficar louca!!!
armas ao povo e bombas à burguesia :)
ResponderEliminarEMATEJOCA, não vale a pena chateares-te! Bebe lá umas cervejinhas, que caracóis deve ser difícil que encontres por aí, mesmo que quisesses... :)
ResponderEliminarBeijocas!
Por acaso tenho várias em torno dos caracoles, FATIFER! Mas também surgem em redor de outros pratos... :))
É verdade, estão cá outros, mas mesmo assim o alívio foi grande, esse porte de isqueiro é mero pormenor!
Beijinhos!
OK, o seguimento da revolução não decorreu da melhor forma, CONDADO, parte do projecto foi metido dentro da gaveta! Mesmo assim acabou coma guerra em África, com a PIDE, com a Censura e permitiu a liberdade de expressão! Nem que seja SÓ (?!?) por isso, vale a pena comemorar... :D
Há muitas pessoas que supõem que os mais jovens não fazem a mínima ideia do que significou a revolução, PSIMENTO, mas pessoalmente não concordo: alguns não se interessam, é certo (nem sabem a sorte que têm, por variadíssimas razões), mas outros percebem, porque há histórias de família, de amigos, etc. que os fizeram conhecer alguns dos aspectos mais negros da História!
ResponderEliminarA historieta é uma espécie de caricatura daqueles tempos, mainada! :D
Beijocas!
RUI, please, achas que te ia enfiar caracóis pela goela abaixo?! Fino, imperial, cerveja a copo, vem tudo a dar no mesmo! O acompanhamento de tremoços ou amendoins também, embora não existam em todo o lado e em alguns são a pagantes! Mas pronto, a ideia não era "discutir" gostos gastronómicos (rojões e cabidelas também dispenso!), só a conversa... ;)
Oh, KIM, bem sei que o assunto dá "pano para mangas", mas isto é só um post, não um livro em vários volumes! Numa perspectiva diferente da que tinha na altura - em que ainda andava no liceu - um pouco caricatural! Agora que muitos foram sem entender, outros ficaram e deviam ter partido e ainda alguns teriam ficado lá melhor na terra onde estavam, não me restam dúvidas... :))
Beijinho!
Para além da imperial/fino, EMATEJOCA, a cerveja que costumo beber também é da marca "Imperial"! :)
ResponderEliminarPara não te aborreceres mais com o assunto, já tirei os links ali debaixo - que não me afectavam nada, como já te disse!
Ultrapassa isso, que é um pormenor de pouca importância, nem percebo como há gente a fazer uma tempestade num copo de água em relação ao caso...
Beijinhos, amiga!
Armas ao povo e bombas à burguesia, MOYLITO?! Nananinaná! Ou há igualdade, ou comem todos... :e
têm comido todos, embora uns comam mais que outros... lá está.
ResponderEliminarE não é sempre assim, MOYLITO? :p
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