No seguimento do desafio da Ahlka, esta música é uma das primeiras a trazerem-me recordações que perduram com o passar dos anos...
O dia? 28 de Setembro de 1974!
Estava de férias em casa de uma amiga, em Vila Nova de Ourém - sim, porque naquela época as aulas só recomeçavam depois do dia 5 de Outubro, eram férias grandes mesmo!
Havia um baile lá na terra - da Uva, para comemorar o fim das vindímas - em que nos tinhamos comprometido a ajudar na organização. Trabalho de adolescentes, nestes eventos, passava por cobrar os bilhetes à porta, servir às mesas, mas por turnos, que a malta também se queria divertir e dançar. Tudo muito metódico e organizado.
Só que nessa tarde, começaram a surgir boatos de um golpe militar em Lisboa, cada um acrescentava mais uns pós da sua fértil imaginação: a minha cidade a ferro e fogo, pejada de mortos, a preocupação a crescer, já não conseguia conter as lágrimas, que brotavam em catadupa. Telefonei para casa, atendeu a minha irmã, que os meus pais tinham ido ao cinema (este gosto cinéfilo é de família), ela nem tinha dado por nada de anormal, mas também começou a ficar preocupada... Enfim, bem me tentavam acalmar, assim com umas palavras simpáticas, tipo "não, parece que só há meia dúzia de mortos", mas não estava nada convencida que me estivessem a dizer a verdade...
Só sosseguei quando a minha mãe telefonou, perto da hora do jantar, tinham ido e vindo do cinema sem reparar em qualquer golpe militar em curso. Claro que aí já não havia nada a fazer pelos meus olhos, vermelhos e inchados q.b. depois de tamanha choradeira.
O baile correu bem - depois de um susto destes, o que é que não corre?
Mas lembro-me que o grupo local tocou e cantou esta música:
O dia? 28 de Setembro de 1974!
Estava de férias em casa de uma amiga, em Vila Nova de Ourém - sim, porque naquela época as aulas só recomeçavam depois do dia 5 de Outubro, eram férias grandes mesmo!
Havia um baile lá na terra - da Uva, para comemorar o fim das vindímas - em que nos tinhamos comprometido a ajudar na organização. Trabalho de adolescentes, nestes eventos, passava por cobrar os bilhetes à porta, servir às mesas, mas por turnos, que a malta também se queria divertir e dançar. Tudo muito metódico e organizado.
Só que nessa tarde, começaram a surgir boatos de um golpe militar em Lisboa, cada um acrescentava mais uns pós da sua fértil imaginação: a minha cidade a ferro e fogo, pejada de mortos, a preocupação a crescer, já não conseguia conter as lágrimas, que brotavam em catadupa. Telefonei para casa, atendeu a minha irmã, que os meus pais tinham ido ao cinema (este gosto cinéfilo é de família), ela nem tinha dado por nada de anormal, mas também começou a ficar preocupada... Enfim, bem me tentavam acalmar, assim com umas palavras simpáticas, tipo "não, parece que só há meia dúzia de mortos", mas não estava nada convencida que me estivessem a dizer a verdade...
Só sosseguei quando a minha mãe telefonou, perto da hora do jantar, tinham ido e vindo do cinema sem reparar em qualquer golpe militar em curso. Claro que aí já não havia nada a fazer pelos meus olhos, vermelhos e inchados q.b. depois de tamanha choradeira.
O baile correu bem - depois de um susto destes, o que é que não corre?
Mas lembro-me que o grupo local tocou e cantou esta música:
Melancholy Man - Moody Blues
Ver assim esse céu a estas horas da manhã que ainda é noite e com essa música ao fundo dá-me vontade de pedir-lhe a alguém para bailar. (`_^)
ResponderEliminarExcelente sonoridade!
ResponderEliminarBeijos
Oh, SUN, só não te vou convidar para a dança, porque sou alérgica a dançar com mulheres... (^_^)
ResponderEliminarTONS DE AZUL, a sonoridade é boa, a música é geracional... ;) Jinhos!
Não me lembro dessa musica.....
ResponderEliminarDeve ser porque sou tão novinha....ahhahaahhahah
Beijokitas
Tamém eu não estava a pensar em pedir-te a ti precisamente (^_^)
ResponderEliminartambém não me lembro, se calhar também sou novinha!
ResponderEliminar(eheheheheh)
Pois é, PARISIENSE, também não me lembrava da outra do Jacques Brel... A memória não dá para tudo (especialmente, se nunca calhou ouvirmos determinada música)! :)))
ResponderEliminarJinhos, nina (muito novinha, no caso)!
Também calculei que não, SUN! :D
Ó INÊS, aqui são sempre bem-vindas mesmo as meninas mais novinhas (xi, pá, isto soa mal!), não te acanhes... :)))
Eu lembro-me e também me lembro do dia!
ResponderEliminarVinha de Benidorm com os meus pais e irmão, à chegada a Portugal encontrámos a fronteira cheia de "tropa" que nos revistou o carro todo.
Bjs
ANINHAS, se bem me lembro, ouviste esta música lá em casa várias vezes... Não muito ao teu gosto, é certo!
ResponderEliminarMas essa parte da história do teu dia, nem sei se sabia...
Jinhos, amiga!
Um vídeo cheio de nuvens. Vamos ter chuva nos próximos dias.
ResponderEliminarOs Moody Blues. Pois, possuem uma obra excelente. O 1º álbum "In Search of the Lost Chord" é uma maravilha. Mas mais concept-álbum, talvez o "Nights in White Satin". Isto por causa dos meus gostos.
Como eu não sou assim tão pequenino, lembro-me perfeitamente do 28 de Setembro de 74. Já estava empregado. Foi o período mais fascinante que conheci, o PREC. Como a "situação" se tinha deteriorado, o Gen. Spínola abandonou a presidência, alertando para os perigos dos comunistas estarem a tentar impôr uma nova ditadura. Então o 28 de Setembro foi uma inventona dos comunistas que se estava a preparar um golpe de estado da extrema-direita. Então surgiram as barricadas. Mas não passou mais nada do que isso. A não ser a pronta reacção das forças democráticas contra a tentativa de controle por parte dos comunistas. Mário Soares mobilizou milhares de pessoas na Alameda para dar uma resposta ao que se estava a passar.
Eh lá tete agora é que me calas-te.... não lembro dessa musica dos anos 70 e vou lembrar Brel dos anos 60....ahahahhaha
ResponderEliminarEssa foi mesmo bem apanhada!!!!!
Verdade, verdadinha nunca ouvi essa musica...por isso não me lembro dela.
Jinhos
É fantastico como uma simples musica nos faz viajar no tempo!!
ResponderEliminarSei isso também!
Beijinhos
Entretanto a revolução ficou esquecida e andamos a levar baile!
ResponderEliminarGrande contexto histórico que esta música te faz recordar.
ResponderEliminarA música conheço claro das sonoridades que a minha mãe tinha lá por casa e tem. Acabam sempre por ser as nossas bases. E ainda bem. :)
E por falar em revolução...hoje há concentração de professores no Seixal. Lá estarei a antecipar a de Sábado! :)
Que bela recordação não?Com direito a trilha musical.
ResponderEliminar;)
Beijo!
Bem, eu estava nessa altura na África do sul, feliz da vida e longe das confusões, e a minha musica er aoutra, eram as nossas farras na casa de amigos, nas garagens, nos terraços, onde desse, a gente queria era saltar e bater o pé...
ResponderEliminarTadinha de ti e o susto que apanhaste... Agora não posos ouvir amusica que tenho de a por alto, ams amanhã fecho a janela e ponho tudo ans alturas...e já te digos e gostei.. Beijinhos a ti.
CARLOS II, sim senhor, intentona ou inventona eram as palavras usadas na época, consoante quem as dizia. Mas essa manif na Alameda convocada pelo marocas, já foi no ano seguinte (até porque nesse dia estava em Lisboa...), prái por alturas do Verão quente. Já tentei pesquisar na net, mas ainda não encontrei a data precisa... Moody Blues é um must, concordo que "Nights in white satin" é a mais conhecida. Já nomes de álbuns (em vinil)... pois... não me lembro!
ResponderEliminarPARISIENSE, também não conhecia "Amsterdam" do Brel, certo? Não se pode conhecer tudo... Jinhos, nina!
É, RP, a música faz-nos viajar no tempo! :) Jinhos!
ResponderEliminarRevolução, CAPITÃO? Que é isso? ;P
Já quanto ao baile, estamos absolutamente de acordo!!!
SU, claro que esta música é um pouco geracional, mas como não é das mais conhecidas do grupo, não é aquele enjôo de a ouvir vezes sem conta no rádio, diariamente... ;P Quanto às manifs, vamos lá ver como é que correm, mas acho que fazes bem em participar! :)
Não diria bela, KÁTIA! Mas como tudo acabou bem, olha, ficou a canção para recordar... Jinhos! :)
ResponderEliminarLAURINHA, a música é assim um bocado para o melancólica, mas adequou-se ao estado de espírito da confusão daquele dia... Jinhos, querida! :)
Sabes que tenho uma branca sobre esse dia?! Apenas a data me diz algo pelo que tenho ouvido. Não tenho a menor lembrança desse período. Creio que ainda estava a assimilar o 25 de abrir eheheh
ResponderEliminarFantástico como tens isso tão vivo na memória!!!
Menina, que musica lindaaaaaaaaaa
Não conhecia. Voltarei com mais calma para ouvir tudo. Neste momento já mal consigo ter os olhos abertos.
Jinhos
PASCOALITA, não terias branca nenhuma, se te dissessem que a tua cidade/ vila/ aldeia estava em polvorosa, com um número de mortos indeterminado, estando tu longe e com toda a tua família por lá, certo?
ResponderEliminarVá, que eram mais boatos que outra coisa! :)
Mas sempre que ouço esta música, lembro-me desse dia...
Jinhos, nina!
nunca tinha ouvido a musica...
ResponderEliminareu sei que isto pode parecer estupido mas gostava de ter estado lá (nesse ano). houve festa de arromba em lisboa!!
Pois é, FAUSTO; na semana a seguir ao 25 de Abril Lisboa esteve em festa completa, com toda a malta numa animação, boa disposição, companheirismo fantástico. Depois, claro, foi-se perdendo... começaram as lutas partidárias e aquelas coisas todas! :S
ResponderEliminarMas aquela semana foi mesmo de alegria colectiva! :)))
Está a demorar imenso tempo a carregar...Tenho de voltar com mais tempo para ouvir tudo :)
ResponderEliminarAHLKINHA, esta é a primeira das seis... :)
ResponderEliminarAchei a música triste, ou é de mim?!
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