Foto de Jon Sullivan, na net
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Ao ler um post sobre memórias dos tempos de liceu nos anos 50 (excelente relato, por sinal), dei comigo a recordar um professor de história que tive duas décadas mais tarde, um homem que nos aterrorizava completamente: era muito alto e magro, para não dizer escanzelado, tinha uma cor amarelada - que hoje em dia associo a uma possível ascendência indiana – e a cabeça coroada por uma ampla careca. A sua cara angulosa parecia ter sido esculpida em pedra, onde exibia uma expressão sisuda constante. Estas características valeram-lhe a alcunha de “careca megalítico”.
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No primeiro dia, chegou à aula, caminhando com passadas largas até à secretária em cima do estrado - com cerca de 40 raparigas de 12 anos em frente - pegou no livro de ponto, bateu com ele na mesa com tamanha violência e estrépito, que todas estremecemos nas cadeiras, ao mesmo tempo que se levantava uma enorme nuvem de pó na sala. O discurso que se seguiu foi igualmente inquietante: que lá por sermos todas raparigas não tinha pejo nenhum em dar-nos dois pares de estalos, que não admitia insubordinações, rebeldias, más-criações, enfim, o rol de todos os “crimes” que poderíamos cometer.
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Nas aulas, explicava a matéria empenhado - o único brilhozinho nos olhos surgia-lhe quando falava em ôuuro (assim pronunciava ele a palavra). De seguida, caminhava entre as carteiras e fazia perguntas sobre o que tinha ensinado. Como? Na passeata, de repente, virava-se para uma aluna, esticava o indicador magro e comprido em frente ao nariz dela e, como se o gesto ameaçador não bastasse, resolvia: “TU!” Quer dizer, até mesmo as marronas se engasgavam, as restantes raramente conseguiam articular algum som...
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Foi um ano devastador nas nossas vidas, mais de 25% da turma chumbou (cerca de 11 alunas, se bem me lembro), até porque existiam outros professores igualmente intolerantes. A “sopeira” de matemática, por exemplo, também tinha uma boa máxima: “Ai não percebeste? A mim só me pagam um ordenado, portanto não explico segunda vez!”
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Naquele tempo (pouco antes do 25 de Abril de 1974), era comum terminar o terceiro período com uma valente raposa, até porque mais de uma negativa dava logo direito a ela. Aliás, conheço pouca gente destas gerações que não tenha tido um “azarito”, pelo menos uma vez. Claro que não é motivo de orgulho para ninguém e não é história para contar a filhos ou netos: “Olha, vê lá tu, eu era tão cábula e estudava tão pouco, só pensava na brincadeira, que acabei por chumbar um (dois ou mais) ano(s)!” O que me choca, é esta malta ter a lata de mentir descaradamente à sua prole, afirmando: “EU, fui um excelente aluno!!!”
Tão amigos que eles eram das "raposas" e agora saem-se com uma destas???
Raposas foi sempre comigo. Não lamento nem me arrependo. Aprendi outras coisas.
ResponderEliminarFui ler o relato excelente, certo! A conclusão, aquilo que o homem quer para o universo escolar, parece-me um pouco utópico...
Ah, eu gozo imenso escutando as histórias que nas Carrouchas se contam sobre antigos mestres. Os meus foram sempre bons de mais. Não tenho nem memórias terroríficas nem raposas. Dou é nojo! (ò-ó)
ResponderEliminarVIOLETO, a questão em si não é as "raposas", que quase todos tivémos (mesmo nos anos que se seguiram, que isto dos putos passarem sem estudar e fazendo o mínimo, já é mais recente)!
ResponderEliminarAs mentirolas mais desbragadas é que me fazem confusão, vinda de malta mais velha, que apanhei e ultrapassei (e chumbei neste ano)!
A conclusão, também me parece utópica... (o blog é de um homem, mas o texto deve ser de uma colega dele, da época) ;)
SUN, sorte a tua! Qual nojo? :)
ResponderEliminarMas olha que muitas dessas histórias são pura ficção!!!
Muito esclarecedor, este teu comentário... (bem me parecia que já tinha visto o "bonequinho" em qualquer lado) :D
Pelo título não cheguei lá... mas, mal comecei a ler lembrei-me do famoso. Faço parte dos 25% das "rapozas", bastante nos divertimos!
ResponderEliminarBjs da amiga
Eu chumbei 5 anos na 4.ª classe e não me importo de o dizer aos meus netos que vivem na Zona J...
ResponderEliminarAh, ANINHAS, sua sortuda, tu nunca o apanhaste...
ResponderEliminarMas também não estava a sacudir a água do capote! Nós só queríamos brincadeira, quando deparávamos com um destes pela frente, pois, azedava para o nosso lado...
Beijocas para ti também, grande amiga!!!
Ah, REI, como é que fizeram essa barbaridade a um membro da monarquia? E os teus netos vivem na zona J?
ResponderEliminarÉ bom que tenham contacto com os futuros súbditos... :D
Sim, vivem na zona J.
ResponderEliminarA última vez que os visitei, gamaram-me o relógio e a carteira...
É a história do 8 e do 80...
ResponderEliminarHoje em dia é o que se vê :-)
Bjs
Eu nunca chumbei e até era boa aluna, mas detestava estudar....
ResponderEliminarE fiz muitas partidas no colégio das madres onde andava...óh se fiz!!!!Nada de falta de respeito....mas aquelas partidas de pôr a cadeira partida para o professor se sentar, esconder a chave da sala de musica e canto....
Enfim todas essas asneiras eu fiz e contei aos meus filhos, que adoraram e ainda gostam de ouvi-las....eles foram e são uns meninos sossegaditos demais.....se tivessem feito só metade do que a mãe fez???Oh meu Deus nem quero pensar!!!!!!!!!
Não sei foi como os m/pais aguentaram tanta reclamação!!!!!!
Professores desse calibre tambem tive alguns mas mais tarde já no liceu...e tambem tiveram direito a algumas travesarias mas um bocadito menos...eu já era mais crescidita!!!
Eu fui sempre uma menina bem comportada.....não sei foi porque parti a cabeça 10 vezes....hihihihihih
Bom fim de semana tété
Engraçado: ainda não completei duas décadas e também já tenho recordações de dois professores megalíticos - e não estou a ofender ninguém, estou mesmo a rir da minha própria triste piada!
ResponderEliminarAgora na Faculdade estou a encontrar do extremo mais variado que podia e, deixem lá, estou a descobrir ali umas pelas peças... algumas com armadilhas!
Mas enfim: bora ao fim-de-semana! :)
acho que a geraçao de hoje em dia dava uma malha nesse tipo de professores, e bem dada.
ResponderEliminarCOmo disse a vanadis, passa-se do 8 para o 80 (ou do 80 para o 8)
Ah! O meu pai nao teve raposas e ainda hoje oiço a minha avo a imbirrar comigo pq o meu pai era bom aluno :\
Esses netinhos queriduchos, são eventuais sucessores ao trono, REI? TCHHH!!! ;)
ResponderEliminarAh, pois, MÃE GALINHA, passou-se de um extremo ao outro!
Sempre fiquei pasma por alguns dos colegas do filhote terem imensas negativas e, no fim do ano, passarem todos de ano, como se soubessem imenso...
Quer dizer, no 9º, já alguns ficaram "retidos" (palavra fabulosa, para não "traumatizar" as crianças com do dito chumbo), no 10º, ficam admirados por já não lhes darem tantas abébias... :-)
Jinhos!
Ai, PARISIENSE, até a mim me doeu tanta cabeça partida!
ResponderEliminarNunca parti a minha, só uns galos de vez em quando, que não era desse tipo sossegado e comportadinho! Mais para o maria-rapaz, em abono da verdade... mais para a brincadeira do que para o estudo, também! ;)
Jinhos, nina!
IGNOTA, só estava a referir professores de liceu, que os universitários é outra onda. Professores "megalíticos", raramente se esquecem...
Mas bora sim para o fim de semana! :)
FAUSTO, qual Vanadis?
ResponderEliminarMesmo que o teu pai tivesse tido meia dúzia delas, achas que a tua avó te ia dizer? Mas claro que sempre houve bons alunos e alguns médios que se safaram sem "raposas"...
Mas auto-elogio de excelente aluno, por verdadeiros cábulas dessa época, acaba por me chocar, por um lado, e dar-me vontade de rir, pelo outro!!! :D
Eu por acaso era das 'bem comportadinhas' e boa aluna. No ciclo, fizemos uma vez um teste de matemática em que os melhores alunos tiveram todos negativa, eu incluida. A professora ficou desolada e...anulou o teste. Fizemos outro, que correu muito melhor. No liceu o pior que me aconteceu foi ir para a rua a Geografia, por estar na palheta.
ResponderEliminarDepois na Faculdade a coisa descambou: faltar às aulas para jogar à espadinha, ouvir o relato dos jogos do Sporting no radio, ao fundo da sala de aula, trocar de testes no anfiteatro, para ajudar colegas, e inversamente (mas menos). Acho que +e o costume. Mas felizmente safei-me bem... tirando a estatistica que me levou três anos a sair do caminho! Safa!!!
Já avisei que rebento tudo debaixo de uma bota!
ResponderEliminarCardada, claro.
Este blogue é da oposição e não avisou a mulher do Filipe Meneses, o que é imperdoável!
Ehhh belos tempos de parigaças, mas más recordações dos stores..por isso é que a malta virou a carripana e agora querem eles mandar..já nem sei quem tem razão..mas no meu tempo levavamos pa baixo de reguada e das grossas,,tomara eu saber quem as fazia naquela altura..e doía pa caraças, embora eu so levasse uma por cada erro e raramente levava um,,pois tinha zero erros, mas algumas eram 8 seguidos, tadinhas...mas acho mal, muito mal, não é assim que se ensina..olha como vós estremeciais todas de cagaço..rais partam o vosso stor lá onde ele esteja agora...
ResponderEliminarbons tempos, e chumbar por faltas?
ResponderEliminarlembro-me de ter uma cábula, em que ia riscando as que já estavam tapadas.
bom fim de semana, um sorriso "raposal"!
Obrigado pelo comentário sobre o post dos Portishead. Entretanto foste mais rapida no comentário do que nós na finalização do post...por isso já podes ouvir um dos novos temas que foram tocados no Coliseu.
ResponderEliminarBeijos
Ná, SAFIRA, nem bem comportadinha, nem boa aluna. Quer dizer, no geral era média, este ano é que foi um descalabro... mas também serviu-me de lição! Quanto ao ir para a rua... UI! A lavores (aulas que tu já não apanhaste), que eu simplesmente abominava, era quase sempre... :)
ResponderEliminarNa Faculdade, já a conversa era outra, King e matrecos foram os "cursos" que tirei paralelamente...
REI, este blog é da oposição? A quê ou a quem? Se for em relação aos políticos, de um modo geral, tens razão!
Ora empresta lá aí a tua bota, para eu distribuir umas pisadelas de calos... :)
Oh, LAURINHA, como diz a Mãe Galinha, nem 8 nem 80! As reguadas ficaram na escola primária, mas alguns professores de liceu, como este, intimidavam mesmo os alunos. Claro que também havia uns simpáticos!
ResponderEliminarSe eu acreditasse nessas coisas, este prof devia estar agora num lugar beeeeeeemmmm quentinho! :)
Jinhos, nina!
Chumbar por faltas disciplinares, estive quase, INÊS! Aquelas malditas aulas de lavores davam cabo de mim... E não fazia nada demais: punha-me à converseta em vez de bordar... blarghhh!
Sorriso para ti também! :)
Bem-vindo, TALIESIN!
ResponderEliminarPois é, bem reparei que o tinham postado poucos minutos antes, mas como sabia que tinham ido ao concerto, estava curiosa... ;)
E já vi o clip, sim!
Jinhos a ambos!
eu não precisei de esperar pela faculdade: já no liceu cursei tb King...
ResponderEliminarMas concordo, isto agora de se dizer que o ensino antigamente era excelente até me dá vontade de rir.
Eu sou da geração que apanhou as primeiras reformas pós 25 de Abril e aquilo foi de tal forma que, quando acabei o liceu (que passou a escola secundária algures nesses anos), tive dúvidas que aqueles anos me fossem reconhecidos oficialmente porque o meu ano era o experimental e quando passava para os que vinham a seguir já não havia pelos menos 2 ou três disciplinas das que eu tinha tido...
e quanto a professores, também tive algumas múmias paralíticas. É certo que alguns nem sequer sabiam como é que haviam de dar aquelas disciplinas brilhantes para as quais os liceus não estavam preparados, mas...
LEONOR, também comecei o liceu no 3º ano, com todas as reformas efectuadas entretanto, em vez de acabar no 7º, acabei numa coisa intitulada 2º ano do complementar (hoje 11º) e apanhei o primeiro propedêutico (actual 12º).
ResponderEliminarA principal "obra" dos 26 ministros de educação pós 25A parece ter sido mudar o nome aos graus de ensino, às escolas, etc. e tal...
Bons e maus professores (e alunos) sempre houve e haverá! Mas que o ensino era excelente antigamente? A exigência era maior na passagem de ano, que tinha de se ter uma média de 9,5 a todas as disciplinas, podendo falhar uma. Agora têm mais disciplinas - algumas ainda não percebi para que é que servem - podem chumbar a 2 (mas se forem 3, algum professor acaba por dar o jeito)...
Ou seja, esta ramboiada dura como as pilhas Duracell, quando de facto o ensino em Portugal poderia ter melhorado bastante, a vários níveis! Enfim, uma mera opinião minha, está claro!
entao... a vanadis é a grafonola :x
ResponderEliminarE... conta lá... o que é que ele fazia quando vos apanhava a falar ao telemóvel?
ResponderEliminar;o)
queria ver alguém a tirar-lhe o telemóvel da mão, ou a exigi-lo em altos berros.
ResponderEliminarAtão quer dizer que na fizeste o enxoval nas aulas de lavores? a conversa na dava pa rendas..ai a menina, lavores era pa bordar os lençóis lindos...
ResponderEliminarmas que nina gaiteira...
beijinhos.
É verdade, cada um de nós traz as suas memórias e "fazíamos" as nossas coisas à nossa amneira...como em cada geração cada um vai fazendo as suas coisas...tenho notado uma diferença a nível de atitude nos alunos que temos, e num espaço de pouco anos, o que é impressionante. Acaba tudo por fazer parte de uma espécie de ciclo vicioso no qual todos tomam a sua quota parte de culpas. sem desculpas para nenhum dos lados.
ResponderEliminarTive bons professores que me deixaram boas referências e até amizades. Outros, enfim, eram daqueles do estilo da "sopeira" de quem falavas! ir para a rua ainda fui umas vezes...e a mais grave foi porque me chateei com a minha melhor amiga, numa aula de História, e levantei a cadeira na qual estava sentada para lhe atirar em cima!!! Foi grave! Ainda hoje não percebo como é que tive aquela atitude...e infelizmente não me consigo lembrar do que é que ela me disse para ter reagido assim!
De santos e pecadores todos temos um pouco!
FAUSTO, mas quem falou aqui de 8 ou 80 foi a Mãe Galinha, certo? :)
ResponderEliminarSORRISOS EM ALTA, já houve um tempo em que a TV era a preto e branco, computadores só nas grandes empresas e os telefones eram pretos e fixos, com um disco giratório onde tinhamos de enfiar o indicador em cada nº para "discar" e assim obter a chamada...
Bem sei que já foi a anos-luz (cof... cof!), mas esse problema nunca se colocava... :o)
Certamente que não verias, MOYLE! Nem hoje, se o professor fosse homem, alto e autoritário, que há, sem sombra de dúvida, uma grande cobardia em "destratar" assim uma professora de 60 anos, franzinota...
Enxoval, LAURINHA, moi? Mas a única coisa que sei fazer em termos de costura é coser botões... e bem, que nunca nenhum botão que eu pregue volta a cair, eh, eh, eh!
ResponderEliminarQuer dizer, sei bordar a ponto cruz e até gosto, mas na adolescência??? Nananinaná! Queria era jogar à bola, quais bordados ou escosipadelas... :)))
Jinhos, nina!
Claro que há culpas de todas as partes, SU! Alunos, professores, escolas, DREs, ministério, pais...
ResponderEliminarAtitudes intempestivas de miúdos sempre houve, os castigos ou punições é que eram diferentes - suspensões ou expulsão - nos casos mais graves. No caso de agressão a um prof., a expulsão era garantida!
A minha irmã chegou a dar aulas, um dia duas alunas, destas idades, envolveram-se à pancada por causa de um namorado. Ela bem as mandava sentar ou para a rua, achas que a ouviam? Mas claro, não se foi lá meter no meio...
Uma profª universitária que conheço, também nota essa diferença no comportamento dos seus alunos: segundo ela, estão cada vez mais infantis e imaturos, entram na universidade como se fosse uma continuação do liceu, vão para as aulas conversar em vez de prestar atenção à matéria, quando se quiserem podem nem sequer lá pôr os pés... E a percentagem de chumbos, claro, é absolutamente alucinante!
Enfim, no geral, suponho que há uma muito maior permissividade no comportamento dos alunos - e não, não sou nada apologista deste ensino de "terror" - e os abusos têm vindo a aumentar...
Uma certa dose de autoridade parece-me importante, para traçar limites!
Jinhos, amiga!
Passou-se de repressão absoluta para desrespeito e falta de valores..não consigo deixar de pensar nas imagens da miuda do telemovel...
ResponderEliminarMas sabes o que me choca mais..que na sala não houvesse uma alminha que se levantasse para ajudar a professora...
Estes são os adultos do futuro e isso preocupa-me.
é urgente um meio termo não achas?
Chumbar é perder de ano?...huummm...eu perdi uma vez pra nunca mais!na transição do primário para o ginásio(traduza aí como se fala em Portugal),e depois só passei,passei e adorava--como até hoje--estudar.
ResponderEliminarNão sei se percebi bem o post.Mas,digo que gosto de ler coisas que relatam o universo escolar--tão maravilhoso e mágico--e fazes isso muito bem.
Beijos e cheiros!
:)
Fui espreitar o Vieira Calado, ;-), ele é cá de baixo, páh! =) Com um bocadinho de sorte ainda foi colega da minha mãe =DD.
ResponderEliminarTb tenho pensado muito nos meus antigos professores! Acho que é geral, dado o que tem vindo a lume ultimamente (ainda por cima vim a saber que a tal "professora do telemovel" é uma amiga dos tempos da mocidade da minha sogra...como o mundo é pequeno; isto, a somar-lhe andar a sonhar que as minhas alunas se rebelam e me batem ou então que jogam futebol na aula). Tento pensar nas técnicas que eles usavam para nos domar e disciplinar, uns conseguindo a coisa muito melhor que outros, e tentando ver o que me falta ainda tentar para manter a ordem naquelas turmas de pitinhas hiperactivas (para além de por em pratica as ordens de tolerancia zero que recemos - que não incluem, obviamente, uns merecidos sopapos)...
Ó fausto, onde é que eu disse isso do 8 ou 80, na me lembro, aqui foi a mae galinha que disee. =D
Mas de resto todos pensamos isso...vai-se de um extremo a outro sem se achar o equilibrio...por exemplo, hoje, parece que nem que se chumbe a todas as disciplinas, se perde o ano!! Nem se chumba por faltas!! E depois ainda se diz mal dos cursos profissionais...nesses, quem tiver x faltas vai para a rua e quem tiver mais de 3 negativas, é expulso do curso. Lógico que depende de formadores e coordenadores, e que o grau de exigencia é menor, mas...desculpem lá, chumbar a tudo e passar de ano é ser-se mais exigente???
E agora querem avaliar os profes segundo as notas que eles dão?? é assim que a dona ministra pretende melhorar o nivel do ensino?? qual nivel do ensino?? qual nivel dos conhecimentos?? estão é a passar tudo e todos à força toda!! e depois? querem ir para a universidade? então, meus amores, estarão num admirável mundo novo, porque ali ainda não chegou esse sistema e ali quem tem o livro de ponto é rei...e como haverão de apanhar a minha geração a dar-lhes aulas...ESTÃO BEM FEITOS AO BIFE MIUAHAHAHAHAHAH!!!
Bem, entusiasmei-me...e secalhar desviei-me...
Faustooooooooooooooooooo, não me desmascares que eu mudei de identidADEEEEEEEEEEEEE!!!!! =DDDDD
ResponderEliminarLOL, tens de dizer à kátia que nem nós aqui percebemos muito bem a cena, que as várias escolas estão sempre a mudar de nome!! no meu tempo era "escola primária", "Ciclo", Liceu. E mai nada. Depois passou a ensino primário, ensino básico, ensino secundário. Agora, parece que a cena é em ciclos! =DD
ResponderEliminarCARVOEIRITA, segundo percebi do vídeo do Youtube, alguns colegas tentaram acalmar a rapariga. Mas como é que se acalma uma adolescente (ou qualquer pessoa) histérica?
ResponderEliminarDepois do 25A, muitos destes professores ditadores foram "saneados" - assim se dizia na época - bastantes voltaram, um pouco mais tarde, ao ensino... com uma conversa mais moderada!
Concordo absolutamente que deveria ser encontrado um meio termo - entre atitudes demasiado repressivas para os alunos, ou posturas excessivamente brandas com agressores desta ou de outras laias (ainda piores)!
Ter autoridade é diferente de ser autoritário...
Se houve alguma benesse neste clip, foi trazer o assunto à baila de quem lida diariamente com alunos, para perceber que os ditames que saem do ministério, DREs, etc. e tal, estão completamente desfasados da realidade, numas invenções de "gabinete", que não dignificam escolas, professores, nem o sistema de ensino... e, consequentemente, os próprios alunos!
É, KÁTIA, é perder o ano, ter de o repetir na íntegra!
ResponderEliminarTambém só perdi esse, na tal transição, que julgo ser correspondente ao depois dos primeiros 6 anos de aprendizagem: com mais disciplinas e mais vontade de brincar do que de estudar... Dos 12 para os 13 anos, portanto!
(como a Grafonola explica, nem nós percebemos a sucessiva mudança de nomes que se deu pós 25A, é o melhor que consigo "traduzir")
Ah, também fiz a Faculdade em 6 anos (o curso era de 5), mas já não teve a ver com "chumbos", propriamente ditos... uma época de muita insegurança, a trabalhar em "part-time", com mais uns percalços de permeio... :(
Jinhos, amiga!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarGRAFONOLINHA, acho que todos nós fizémos uma "revisão" geral aos nossos profs, para tentar verificar com a nossa consciência se alguma vez, de perto ou de longe, chegámos perto de tanta insubordinação, rebeldia ou histeria! É quase certo que não!!! Já existiram casos bem mais dramáticos, embora com menos "publicidade"...
ResponderEliminarTu escreveste um post sobre o 8 ou 80, deve ter sido a isso que o Fausto se estava a referir. A identidade, pois... :)))
Quanto à ministra, o "defeito" não é só dela, mas de políticas de educação seguidas por 26 ministros pós 25A, com a concordância de todos os governantes eleitos, desde então... a tapar o sol com a peneira, com um "sucesso" escolar para inglês ver!
Ter alguma criatividade para motivar os alunos ou formandos parece-me fazer parte da profissão de professor ou formador, mas com tantas abébias que se têm dado entretanto, alguns caem no vão (mais vale não se ralarem muito)!!!
Nunca fui professora ou formadora oficial, mas até trabalhei muitos anos na área do ensino... não falo de cor! ;)
Excelente texto. Gostei muito da maneira que traçaste o perfil deste professor. Tipo excêntrico, não?
ResponderEliminar"Escanzelado", hein? Coitado! O homem era assim mesmo? Em caso positivo, é compreensível o seu eterno mal humor.
Beijos!
OLIVER, também não referi que era extremamente feio, porque isso já é mais subjectivo. Mas no meu modesto entender, até era!
ResponderEliminarNão sei se o mau humor advinha dessa característica ou se era mesmo de ter maus fígados... :)
Jinhos!