quarta-feira, 22 de maio de 2013

O GRANDE GATSBY

O livro de F. Scott Fitzgerald já fez correr muita película, para cinema ou televisão. Como nunca li o romance, nem visionei nenhum dos filmes anteriores, estava entusiasmada com este, protagonizado por Leonardo DiCaprio, Carey Mulligan e Tobey Maguire.

Logo nas primeiras cenas percebemos que Gatsby morreu ou desapareceu do mapa. Seguem-se duas horas e tal de filme, para explicar os acontecimentos anteriores que conduzem a este desfecho. Contudo, as festas e mais festas das sequências iniciais - por melhor decalcadas que sejam dos anos 20 do século passado - com bebida a rodos, muita música e animação para os convivas da alta sociedade nova-iorquina, sem se perceber o propósito ou o fim à vista deram-me uma soneira tal... que passei pelas brasas.

Depois lá se começa a delinear a amizade entre Jay Gatsby e Nick Carraway, que são vizinhos, mas enquanto o primeiro vive num palacete descomunal e dá as tais festas de arromba, sem que se lhe conheça a origem dos rendimentos, o outro reside numa vivenda mais modesta e trabalha como corretor. Mas será que a amizade entre os dois é desinteressada e não tem nada a ver com a obsessão de Gatsby pela prima de Nick, Daisy, que conheceu durante a I Guerra Mundial, mas agora está casada com Tom Buchanan (Joel Edgerton)?

Realizado por Baz Luhrmann, o filme está em 1º lugar no top da IMDb, com a classificação de 7.5/10. Um dos trailers é o seguinte:


Embora possivelmente seja um sério candidato aos Oscares do próximo ano - será que é desta que oferecem uma estatueta ao Leonardo? - e o retrato do pós-I Guerra Mundial esfuziante até ao crash da bolsa pareça ilustrativo da época, o filme não me entusiasmou tanto quanto esperava... 

Imagem de cena do filme da net.

terça-feira, 21 de maio de 2013

NO ESTRANHO MUNDO DE...

... uma escritora compulsiva, que ao longo de cerca de 40 anos escreveu mais de 700 livros. Desta vez não é nenhum enigma, apenas a apresentação do novo livro de Alice Vieira - "O Mundo de Enid Blyton" - que decorreu ontem ao final da tarde na livraria Buchholz, próxima do marquês de Pombal. Como o título indica, trata-se da biografia da famosa escritora britânica Enid Blyton. Nem por isso particularmente elogiosa... mas já lá vamos!

O convite chegou assim, atraente e apelativo, para aqueles que na infância foram vidrados nas aventuras dos  "Cinco" e dos "Sete" e das "Gémeas" e do "Colégio das Quatro Torres", entre tantos outros. Sobre esse fascínio infantil, já escrevi aqui, faz tempo.

Após umas breves palavras da editora, da apresentadora Cristina Ovídio e da leitura de alguns pequenos textos incluídos nas suas páginas - subordinados ao tema "Quem foi, para mim, Enid Blyton?" - de autoria de algumas das pessoas presentes, chegou a vez de Alice Vieira explicar as dificuldades que teve na pesquisa dos dados. Segundo ela, sem net teria sido impossível desenvolver a biografia, já que existe apenas uma outra oficial (supervisionada de perto por uma das filhas de Enid), e contactar os clubes de fãs que mantém até hoje, que organizam reuniões anuais e publicam algumas revistas periódicas. Mesmo nesses, encontrou algumas restrições: não se podia falar sobre o valor literário da sua obra. É que apesar da sua imensa dedicação à escrita e dos milhões de livros vendidos em todo o mundo, a inglesa nunca obteve nenhum prémio.

Sumariamente, os presentes também ficaram a conhecer as facetas menos abonatórias da mulher que viveu para escrever, mas que aparentemente estagnou nos 12 anos de idade depois do pai abandonar a família:  influenciou várias gerações de crianças, mas mantinha as próprias filhas à distância; traiu e chantageou o primeiro marido, nunca mais lhe permitindo ver  as meninas; embora o segundo marido permanecesse ao seu lado até morrer (já ela sofria de Alzheimer, morrendo cerca de um ano depois, num lar), não mantinha laços familiares ou de amizade com ninguém. Cerejinha no topo do bolo - odiava criancinhas por perto! 

Estas e outras "pérolas" estarão patentes nas 199 páginas da biografia, mas claro que do livro só falarei depois de o ler. Mas acrescento desde já que adorei a capa de Maria Manuel Lacerda, que me recordou o estado completamente decrépito daqueles que ainda resistem nas minhas prateleiras, depois de tantas vezes lidos e relidos...

A primeira imagem é da net, a segunda a do convite, a última colagem é a das fotos possíveis na apresentação.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

VOTAÇÃO RENHIDA!

A Assembleia da República aprovou sexta-feira passada que os homossexuais possam coadotar os filhos adotivos ou biológicos da pessoa com quem estão casados ou a viver em união de facto. Uma surpresa, dados os preconceitos ainda tão arreigados nesta sociedade. E, simultaneamente, uma questão que não tem a ver com cores partidárias, mas sim com a sensibilidade pessoal de cada deputado, daí este resultado de 99 votos a favor e 94 contra.

Mas o que é que isto quer dizer, trocado por miúdos? Não se trata da possibilidade de casais homossexuais adotarem uma criança, mas apenas de uma equiparação aos outros casais. Assim, se alguém tem um filho biológico ou adotivo, o companheiro ou companheira pode requerer a coadoção da criança. Com o mesmo requisito de que, se o menor for maior de 12 anos, esta depende da sua concordância. 

Note-se que a situação de facto já existe: a criança vive com ambos, sendo que só um exerce o poder paternal. O que não quer dizer que o outro não o faça no dia a dia, em questões práticas. Estipulem as leis o que estipularem, pais são os que criam, levam à escola ou ao médico, trocam fraldas, contam uma história ao deitar, passam noites em claro quando adoece, alimentam, vestem, educam e acarinham, ao longo de todo o processo de crescimento. A que propósito é que os gays haviam de ser piores pais do que os outros?

Bom, se a nova lei nem levantou grande celeuma - até pelos contornos de situação de facto já existente, que vistas bem as coisas nem abrangerá assim tantas crianças (mas não deixa de ser importante para o caso da mãe ou do pai morrerem, por exemplo) - Marinho Pinto, o bastonário da Ordem do Advogados, tem-se afadigado em declarações mais do que polémicas, afirmando que a lei "desrespeita" e "maltrata" as crianças e insistindo em falar em nome dos advogados e da "maioria dos portugueses". Quem lhe terá dado essa "procuração" é que não sei... pela minha parte, não tem nenhuma! Outra voz em discordância, que também já li por aí, é a de uma bloguista que chega ao desplante de defender que as instituições são melhores que muitas famílias.

Fico na dúvida se estas posições extremas são apenas resultado da sede de protagonismo de ambos - isto de polémicas rende muitos convites e/ou comentários no blogue (se bem que alguns insultuosos) - ou se é só homofobia pura. Quando pensamos que há uma ligeira abertura nas mentalidades, a brigada do preconceito avança logo com a cavalaria...

Imagem do facebook.

domingo, 19 de maio de 2013

É NOTÍCIA OU NÃO?

Em tempos, um professor de jornalismo ensinava que se uma situação ou um facto não fosse divulgado era uma não-notícia, tal como se nunca tivesse existido. Confesso que essa "abstração" ainda hoje me confunde: mesmo não chegando ao conhecimento geral da população, não altera em nada a perceção dos eventuais intervenientes. Segundo ele, competia aos diretores dos órgãos de informação estabelecer quais as notícias que tinham interesse divulgar.

Em algumas questões compreende-se perfeitamente, nomeadamente no que toca aos suicídios: as taxas e estatísticas são noticiadas de vez em quando, mas os métodos e a personalização dos indivíduos e casos não. Dizem os entendidos que se segue uma onda de mimetismo de outros, igualmente desesperados. E o mesmo se diga em relação a assaltos, por exemplo - parece que os possíveis assaltantes "agradecem" ideias que lhes possibilitem ser bem sucedidos a dar o golpe.

Contudo, não deixa de ser estranho quando um assalto a uma estação dos CTT das redondezas (São Domingos de Benfica) não vira notícia - ainda por cima presenciada pelos funcionários e por vários utentes dos serviços (fora todos os restantes cidadãos que se deram conta do aparato policial que se seguiu) - e é "apagada" como se nunca tivesse acontecido. Ou mais ou menos, que parece que passou numa rádio um breve relato. Como não podia deixar de ser, foi um susto para toda a gente que se encontrava nos correios na hora "errada" e que, de caminho, também foi assaltada. Mas claro que se soube na vizinhança, com mais ou menos pormenores. Fantasiosos ou não.

Não assisti, só soube a posteriori. Porém, ao pesquisar na net, descobri o porquê da falta de interesse em divulgar: não é caso raro e a política dos CTT passa por não fornecer dados aos jornalistas. Portanto, nunca chega a ser notícia, mas facto é que aqueles momentos de 5ª feira passada não se se volatilizaram da memória de quem os viveu... Agora, pergunto eu, sem pretender dar azo a alarmismos despropositados: não era preferível noticiarem casos destes, em vez de ficarem a assobiar para o ar, como se nada tivesse acontecido? É que a confiança dos leitores (e dos telespetadores) numa imprensa livre também se afere por aí... 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

'TÁ DE VOLTA!

Outra vez! Naquele que ficará para a posteridade como o ano de todas as chuvadas. E da pior governação de sempre, pós 25 de abril, se bem que esse já se esteja a encaminhar para o terceiro ano consecutivo. Que esses factos não vos impeçam de ter um...

BOM FIM DE SEMANA! 


Imagem do facebook.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

O GRANDE DIA


Com um excelente naipe de atores, quem resiste a ir ver este filme, mesmo que a IMDb não lhe dê mais que a paupérrima pontuação de 5,2/10? OK, é daquelas comédias iguais a tantas outras, que no dia seguinte mal nos lembramos do enredo e das piadas. Mas dispõe bem e é sempre um prazer ver Robert De Niro, Diane Keaton, Susan Sarandon e Robin Williams em ação. 

Ellie regressa à casa onde viveu com Don durante 20 anos, 10 anos após o divórcio, para o casamento do filho adotivo de ambos, Alejandro (Ben Barnes), com Missy (Amanda Seyfried). Don vive desde essa altura com Bebe, a melhor amiga de Ellie, mas quem nunca lhe perdoou a traição foi a filha Lyla (Katherine Heigl), que por sua vez está a passar um mau momento com o marido. Por seu turno, o outro filho do casal, Jared (Topher Grace), que é um médico tímido, começa a ter dúvidas sobre a decisão de se manter virgem até encontrar o amor da sua vida, assediado constantemente pelas enfermeiras do hospital onde trabalha.

O casamento será celebrado com toda a pompa e circunstância por um padre católico, mas de repente o noivo lembra-se que nunca contou à sua mãe e irmã biológica que os pais adotivos se tinham divorciado e ambas vão estar presentes na cerimónia - e elas são católicas convictas, que consideram o divórcio um pecado. Já que se trata apenas de um fim de semana, a família e o padre concordam em fingir que o casal ainda está unido. Contudo, nem tudo corre conforme o desejado e todos escondem os seus segredos...

Espreitem o trailer:


Realizado por Justin Zackham, o filme não será o da vida de ninguém. Mas ao dispor bem, por mim, está "perdoado"!   

Imagem da net.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

READ MY LIPS...

O batom aplicado nos lábios de uma mulher fornece algumas pistas sobre a sua personalidade. Ou da personagem que naquele dia específico pretende encarnar, o que pode ser muito variável. E quem diz batom diz lipstick, obviamente. Assim, se este tom vermelho brilhante sugere uma imagem de sedução (que a cerejinha complementa na perfeição),

já este rosa metalizado lembra uma vamp etérea, distante e fria, como uma diva de cinema hollywoodesco do século passado. 

E o que dizer destes lábios em tonalidades de arco-íris? Talvez uma alma de artista apaixonada pela paleta ao seu alcance ou a expressa vontade de marcar a diferença. Ou quem sabe se um homem, já que aquela "penugem" debaixo do lábio inferior não é muito frequente? 

Depois surgem aquelas maquilhagens do dia a dia e que os homens raramente notam - nem sempre o que eles chamam de "cara lavada" o é! - pois a cor usada é muito semelhante à natural dos próprios lábios. Note-se que se noutros tempos o batom era considerado uma espécie de simbolo da vaidade feminina, atualmente tem outras funções, nomeadamente a de hidratação e de correção de pequenas imperfeições (daquelas que só nós notamos, mas se não incomoda ninguém, quem é que tem a ver com isso?). Claro que os exemplos fotográficos apresentados são extremos, há várias nuances de tons e no brilho, opacidade  ou metálico de cada um de permeio, até porque há quem use mais do que um batom em simultâneo - ton sur ton, como se diz à francesa - para obter o efeito desejado... 

Oops, e será que é esta a nova tendência da moda?

Vale que na net há explicação para (quase) tudo, não tem nada a ver com novas tendências, trata-se de um trabalho fotográfico de uma estudante norte-americana, Paige Thompson, com finalidades publicitárias. Que não sei se terá muita saída, mas não custa tentar...

Já agora, entre os primeiros quatro, qual o batom que preferiam usar? Ou, no caso dos homens, que gostariam de ver na mulher ao vosso lado?

Imagens da net, a colagem é do facebook.

terça-feira, 14 de maio de 2013

SKYPE... À SOBREMESA!

Recentemente, uma amiga convidou-nos para jantar caril de gambas e caranguejo desfiado. Ela é uma cozinheira de mão cheia, mas eu odeio caril (nem o cheiro suporto, mas vale que por estes dias o meu olfato foi de férias por tempo indeterminado). É evidente que uma amiga de longa data sabe disso perfeitamente, mas também conhece a predileção do maridão pelo prato que raramente saboreia. Daí o convite para um jantar que tinha tudo para ser de agradável convívio. Como foi.

Em redor da mesa sentaram-se 6 grandes apreciadores de caril e eu (que me deliciei com um belo arroz de pato, acompanhado por uma salada de alface e tomate) e as conversas fluíram animadas, entre elogios ao caril, aos picantes e a uns fritos estaladiços, dos quais não fixei o nome, mas que provei e gostei. Já íamos para a sobremesa, quando o computador dela dá para lá um bip, em sinal que a queriam contactar.

De repente, apercebi-me de uma realidade do dia a dia de muitos dos meus amigos: a única forma viável que têm de comunicar com os filhos é através do Skype ou de outros programas afins, porque estes trabalham noutros países, já que cá não tiveram oportunidades de emprego ou são demasiado bons para o nível nacional. E se refiro filhos, também se estende a sobrinhos, irmãos ou amigos. Naquela sala todos tinham alguém querido e distante, se bem que no nosso e noutro caso seja apenas uma questão temporária. Mas não seria a primeira vez que alguém foi estudar para fora e acabou a ficar por lá...

Chamem-me saloia, mas abomino esta ideia vigente que somos todos cidadãos do mundo, portanto tanto faz trabalhar em Portugal como noutro país qualquer. Há quem goste e vá por livre e espontânea vontade e aí não tenho nada contra. Porém, também há quem não queira e não tenha outra solução. Ideia repugnante, que ninguém deveria ser "obrigado" a abandonar a sua terra e raízes!

Apesar dessas interrupções para falar com quem está longe, não se perdeu a animação e a refeição acabou com um merengue de morangos simplesmente divinal! A minha amiga deu a receita de cor, mas ainda não tive oportunidade de a experimentar. Fica para uma próxima postagem... 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

JARDINS COM MÚSICA


Domingo à tarde é sempre um bom dia para passear, especialmente se não existem outros compromissos na calha. Onde? Pois, para o parque das Nações, pois este cartaz facebookiano prometia um ambiente musical:

Lá iniciámos uma passeata, em busca do local onde a música se faria ouvir, aproveitando para tirar umas quantas fotografias de caminho.

Flores em floreiras ou canteiros, árvores de vários portes, espécies e dimensões, arbustos e bancos de madeira ou de betão pintado às riscas coloridas, foram os alvos preferidos da câmara.

Sem esquecer as múltiplas bandeiras ao vento...

ou as fontes características do parque. Que já não têm aquele repuxo surpresa a funcionar, que tanto encantava como molhava os mais desprevenidos, mas ainda fabrica umas pequenas ondas para gáudio da criançada.

Perto da torre Vasco da Gama já havia música no ar. Pelo meio do jardim Garcia d' Orta a vantagem era conseguir vislumbrar o Tejo de um lado e as esplanadas doutro.

E era de uma delas que a música provinha. Ao vivo. Um som ritmado, batucado e cantado em brasileiro, agradável mas demasiado alto, nada do que constava no dito programa...

Continuámos a caminhar por entre as árvores, lagos e pontes, sempre com o rio debaixo d'olho. A passarada não se vislumbrava, mas contribuía com o seu chilrear para um outro fundo musical, à medida que nos afastávamos do bar.

De repente parece que escutamos uns sininhos. Com um som que lembra vagamente  espanta-espíritos a vibrar com a brisa. Agora parecia um gongo. Será uma música indiana improvisada? Um casal jovem namora num banco do jardim, agarrado aos seus telemóveis, iPods ou afins, mas não parece ser dali que brota aquela sonoridade.

Ah, mistério resolvido! Afinal o jardim da música é um espaço infantil, onde crianças (e alguns latagões!) se entretêm a tocar estes instrumentos. Depois de um breve descanso numa esplanada a beber uma imperial, estava na hora de regressar. Mas ainda topámos com umas "doidonas" a banhar-se num lago...

Resumindo: a música foi diferente da esperada, mas valeu a pena!